SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
O Cangaço foi um fenômeno ocorrido no
 nordeste brasileiro de meados do século
XIX ao início do século XX. O cangaço tem
     suas origens em questões sociais e
      fundiárias do Nordeste brasileiro,
 caracterizando-se por ações violentas de
grupos ou indivíduos isolados: assaltavam
fazendas, sequestravam coronéis (grandes
   fazendeiros) e saqueavam comboios e
armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam
    perambulando pelo sertão brasileiro,
    praticando tais crimes, fugindo e se
                 escondendo.
Cangaço é palavra derivada de canga, peça
de madeira simples ou dupla que se coloca
 na parte posterior do pescoço de bois nos
carros de boi. Assim, cangaceiro foi o nome
dado a todos os criminosos, uma vez que os
prisioneiros eram obrigados a carregar seus
     pertences pendurados no pescoço.
ENTENDENDO O
           CANGAÇO
   Fenômeno social, caracterizado por atitudes
 violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que
   andavam em bandos armados, espalhavam o
medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques
  a fazendas, atacavam comboios e chegavam a
     seqüestrar fazendeiros para obtenção de
 resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam
   as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo
   contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta
   atitude, fez com que os cangaceiros fossem
respeitados e até mesmo admirados por parte da
                população da época.
ENTENDENDO O
          CANGAÇO
 Os cangaceiros não moravam em locais fixos.
Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em
 movimento, indo de uma cidade para outra. Ao
chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda
aos moradores locais. Aos que se recusavam a
     ajudar o bando, sobrava a violência.
ENTENDENDO O
         CANGAÇO
  Como não seguiam as leis estabelecidas
       pelo governo, eram perseguidos
  constantemente pelos policiais. Usavam
roupas e chapéus de couro para protegerem
 os corpos, durante as fugas, da vegetação
 cheia de espinhos da caatinga. Além desse
  recurso da vestimenta, usavam todos os
   conhecimentos que possuíam sobre o
    território nordestino (fontes de água,
   ervas, tipos de solo e vegetação) para
     fugirem ou obterem esconderijos.
HISTÓRIA DO CANGAÇO
 Entre meados do século XIX e início do século
   XX, o Nordeste do Brasil viveu momentos
  difíceis, aterrorizado por grupos de homens
  que espalhavam o terror por onde andavam.
    Eles eram os cangaceiros, bandidos que
    abraçaram a vida nômade e irregular de
malfeitores por motivos diversos. Alguns deles
foram impelidos pelo despotismo das mulheres
                     poderosas
HISTÓRIA DO CANGAÇO
   Consta que o primeiro homem a agir como
 cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era
   chamado José Gomes. Nascido em 1751,
  em Glória do Goitá, cidade da zona da mata
pernambucana, ele aterrorizou sua região. Mas
    foi somente no final do século XIX que o
        cangaço ganhou força e prestígio,
principalmente com Antonio Silvino, Lampião e
                    Corisco
HISTÓRIA DO CANGAÇO
Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão
 durante muito tempo, porque eram protegidos
de coronéis, que se utilizavam dos cangaceiros
     para cobrança de dívidas, entre outros
                serviços "sujos".
  Como as rivalidades políticas eram grandes,
   havia muitos conflitos entre as poderosas
   famílias. E estas famílias se cercavam de
     jagunços com o intuito de se defender,
formando assim verdadeiros exércitos. Porém,
chegou o momento em que começaram a surgir
    os primeiros bandos armados, livres do
           controle dos fazendeiros.
   Os coronéis tinham poder suficiente para
        impedir a ação dos cangaceiros.
TRAJE DO CANGAÇO
LAMPIÂO E SEU BANDO
   Existiram diversos bandos de cangaceiros.
Porém, o mais conhecido e temido da época foi
 o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira
  da Silva), também conhecido pelo apelido de
 “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou
 pelo sertão nordestino durante as décadas de
1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada
   por uma volante, junto com a mulher Maria
Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de
   1938. Tiveram suas cabeças decepadas e
  expostas em locais públicos, pois o governo
queria assustar e desestimular esta prática na
                     região.
LAMPIÂO E SEU BANDO
     Por parte das autoridades, Lampião
simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença
que precisava ser cortada. Para uma parte da
  população do sertão, ele encarnou valores
    como a bravura, o heroísmo e o senso
da honra (semelhante ao que acontecia com o
           mexicano Pancho Villa).
LAMPIÂO E SEU BANDO
Lampião - tornou-se personagem do imaginário
nacional, ora caracterizado como uma espécie
de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar
aos pobres, ora caracterizado como uma figura
pré-revolucionária, que questionava e subvertia
     a ordem social de sua época e região.
O FIM DO CANGAÇO
 O cangaço teve o seu fim a partir da decisão
   do então Presidente da República, Getúlio
  Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de
desordem sobre o território nacional. O regime
  denominado Estado Novo incluiu Lampião e
seus cangaceiros na categoria de extremistas.
    A sentença passou a ser matar todos os
      cangaceiros que não se rendessem.
 No dia 28 de julho de 1938, na localidade de
    Angicos, no estado de Sergipe,Lampião
 finalmente foi apanhado em uma emboscada
das autoridades, onde foi morto junto com sua
mulher, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros.
O FIM DO CANGAÇO
    Os cangaceiros foram degolados e suas
          cabeças colocadas em latas
contendo aguardente e cal, para conservá-las.
Foram expostas por todo o Nordeste e por onde
        eram levadas atraiam multidões.
 Este acontecimento veio a marcar o final do
   cangaço, pois, a partir da repercussão da
 morte de Jorge, os chefes dos outros bandos
  existentes na Bahia vieram a se entregar às
 autoridades policiais para não serem mortos.
O cangaço ainda é um objeto de discurssão
entre pesquisadores. Para alguns estudiosos,
foi uma forma simples de banditismo e
criminalidade, para outros, constituiu uma
forma de contestação social, isto é uma forma
encontrada por pessoas que viviam oprimidas
para expressar sua revolta, sendo por isso
reconhecida como legítima.
Estátua do cangaceiro na entrada para Fazenda
                Nova (BR-104).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Escravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasilEscravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasil
 
Cabanagem História
Cabanagem HistóriaCabanagem História
Cabanagem História
 
O cangaço
O cangaçoO cangaço
O cangaço
 
A Revolta da Chibata
A Revolta da ChibataA Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata
 
Proclamação da república
Proclamação da repúblicaProclamação da república
Proclamação da república
 
Brasil colônia
Brasil colônia Brasil colônia
Brasil colônia
 
República Oligárquica
República OligárquicaRepública Oligárquica
República Oligárquica
 
Africanos no brasil: dominação e resistência
Africanos no brasil: dominação e resistênciaAfricanos no brasil: dominação e resistência
Africanos no brasil: dominação e resistência
 
O cangaço
O cangaçoO cangaço
O cangaço
 
Era vargas
Era vargasEra vargas
Era vargas
 
Escravidão no brasil
Escravidão no brasilEscravidão no brasil
Escravidão no brasil
 
Período regencial
Período regencialPeríodo regencial
Período regencial
 
Conjuração Baiana
Conjuração BaianaConjuração Baiana
Conjuração Baiana
 
O segundo governo vargas
O segundo governo vargasO segundo governo vargas
O segundo governo vargas
 
3º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 19173º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 1917
 
Conjuração Mineira
Conjuração MineiraConjuração Mineira
Conjuração Mineira
 
Astecas maias e incas
Astecas maias e incasAstecas maias e incas
Astecas maias e incas
 
Brasil expansão territorial
Brasil expansão territorialBrasil expansão territorial
Brasil expansão territorial
 
Segundo reinado (1840 1889)
Segundo reinado (1840 1889)Segundo reinado (1840 1889)
Segundo reinado (1840 1889)
 
O Cangaço
O CangaçoO Cangaço
O Cangaço
 

Destaque

Cangaço - Trabalho De História
Cangaço - Trabalho De HistóriaCangaço - Trabalho De História
Cangaço - Trabalho De HistóriaRafaella Uvini
 
Design no Cangaço Wargame
Design no Cangaço WargameDesign no Cangaço Wargame
Design no Cangaço WargameWandreson Souza
 
O Cangaço e os Cangaceiros
O Cangaço e os Cangaceiros O Cangaço e os Cangaceiros
O Cangaço e os Cangaceiros Vitor Morais
 
A revolução do cangaço
A revolução do cangaçoA revolução do cangaço
A revolução do cangaçoVictor Said
 
Sedição de Juazeiro (1914)
Sedição de Juazeiro (1914)Sedição de Juazeiro (1914)
Sedição de Juazeiro (1914)João Marcelo
 
Guerra do Contestado (1912 - 1916)
Guerra do Contestado (1912 - 1916)Guerra do Contestado (1912 - 1916)
Guerra do Contestado (1912 - 1916)Gabriel Resende
 
Guerra do contestado
Guerra do contestadoGuerra do contestado
Guerra do contestadoSandrakonkel
 
Revolução Federalista T.81
Revolução Federalista T.81Revolução Federalista T.81
Revolução Federalista T.81Dianesi
 
Revolução Federalista T.82
Revolução Federalista T.82Revolução Federalista T.82
Revolução Federalista T.82Dianesi
 
Lampião e Maria bonita
Lampião e Maria bonitaLampião e Maria bonita
Lampião e Maria bonitaVSTAMARIA
 
Revolução Federalista - Prof. Altair Aguilar
Revolução Federalista - Prof. Altair AguilarRevolução Federalista - Prof. Altair Aguilar
Revolução Federalista - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 
Guerra do Contestado - Prof. Altair Aguilar
Guerra do Contestado - Prof. Altair AguilarGuerra do Contestado - Prof. Altair Aguilar
Guerra do Contestado - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 

Destaque (20)

Cangaço - Trabalho De História
Cangaço - Trabalho De HistóriaCangaço - Trabalho De História
Cangaço - Trabalho De História
 
CangaçO
CangaçOCangaçO
CangaçO
 
História do cangaço
História do cangaçoHistória do cangaço
História do cangaço
 
Design no Cangaço Wargame
Design no Cangaço WargameDesign no Cangaço Wargame
Design no Cangaço Wargame
 
O cangaço
O cangaçoO cangaço
O cangaço
 
O Cangaço e os Cangaceiros
O Cangaço e os Cangaceiros O Cangaço e os Cangaceiros
O Cangaço e os Cangaceiros
 
A revolução do cangaço
A revolução do cangaçoA revolução do cangaço
A revolução do cangaço
 
Guerra dos canudos
Guerra dos canudosGuerra dos canudos
Guerra dos canudos
 
Sedição de Juazeiro (1914)
Sedição de Juazeiro (1914)Sedição de Juazeiro (1914)
Sedição de Juazeiro (1914)
 
CANGAÇO
CANGAÇOCANGAÇO
CANGAÇO
 
Guerra do Contestado (1912 - 1916)
Guerra do Contestado (1912 - 1916)Guerra do Contestado (1912 - 1916)
Guerra do Contestado (1912 - 1916)
 
Guerra do contestado
Guerra do contestadoGuerra do contestado
Guerra do contestado
 
Cangaço
CangaçoCangaço
Cangaço
 
Revolução Federalista T.81
Revolução Federalista T.81Revolução Federalista T.81
Revolução Federalista T.81
 
Revolução federalista
Revolução federalistaRevolução federalista
Revolução federalista
 
Revolta no contestado
Revolta no contestado Revolta no contestado
Revolta no contestado
 
Revolução Federalista T.82
Revolução Federalista T.82Revolução Federalista T.82
Revolução Federalista T.82
 
Lampião e Maria bonita
Lampião e Maria bonitaLampião e Maria bonita
Lampião e Maria bonita
 
Revolução Federalista - Prof. Altair Aguilar
Revolução Federalista - Prof. Altair AguilarRevolução Federalista - Prof. Altair Aguilar
Revolução Federalista - Prof. Altair Aguilar
 
Guerra do Contestado - Prof. Altair Aguilar
Guerra do Contestado - Prof. Altair AguilarGuerra do Contestado - Prof. Altair Aguilar
Guerra do Contestado - Prof. Altair Aguilar
 

Semelhante a O Cangaço no Nordeste: violência e resistência no sertão

cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativo
cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativocangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativo
cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativoAlanjones119642
 
Movimentos sociais no brasil
Movimentos sociais no brasilMovimentos sociais no brasil
Movimentos sociais no brasilfiamastefane
 
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.Tissiane Gomes
 
Cangaço- turma 1901
Cangaço- turma 1901Cangaço- turma 1901
Cangaço- turma 1901Renata Telha
 
A guerra de canudos
A guerra de canudosA guerra de canudos
A guerra de canudoshistoriando
 
Modulo 5 pibid
Modulo 5 pibidModulo 5 pibid
Modulo 5 pibidstuff5678
 
República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questõescida0159
 
República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questõescida0159
 
Conflitos sociais na rep. velha rurais
Conflitos sociais na rep. velha   ruraisConflitos sociais na rep. velha   rurais
Conflitos sociais na rep. velha ruraishistoriando
 
Conflitos sociais na rep. velha rurais
Conflitos sociais na rep. velha   ruraisConflitos sociais na rep. velha   rurais
Conflitos sociais na rep. velha ruraishistoriando
 
Projeto Consciência negra
Projeto Consciência negraProjeto Consciência negra
Projeto Consciência negraCirlei Santos
 
Revoltas República Velha
Revoltas República VelhaRevoltas República Velha
Revoltas República VelhaRose Vital
 

Semelhante a O Cangaço no Nordeste: violência e resistência no sertão (20)

SEMINÁRIO HISTORIA
SEMINÁRIO HISTORIASEMINÁRIO HISTORIA
SEMINÁRIO HISTORIA
 
cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativo
cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativocangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativo
cangaço 9 ano.pptx trabalho alunos interativo
 
Breve estudo sobre o cangaço (século xix xx)
Breve estudo sobre o cangaço (século xix xx)Breve estudo sobre o cangaço (século xix xx)
Breve estudo sobre o cangaço (século xix xx)
 
Movimentos sociais no brasil
Movimentos sociais no brasilMovimentos sociais no brasil
Movimentos sociais no brasil
 
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.
TEXTO INTRODUTÓRIO – O CANGAÇO.
 
Cangaço- turma 1901
Cangaço- turma 1901Cangaço- turma 1901
Cangaço- turma 1901
 
A guerra de canudos
A guerra de canudosA guerra de canudos
A guerra de canudos
 
CAngaço.ppt
CAngaço.pptCAngaço.ppt
CAngaço.ppt
 
Módulo V
Módulo VMódulo V
Módulo V
 
Modulo 5 pibid
Modulo 5 pibidModulo 5 pibid
Modulo 5 pibid
 
O Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo MortoO Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo Morto
 
República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questões
 
República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questões
 
Cangaço
CangaçoCangaço
Cangaço
 
Conflitos sociais na rep. velha rurais
Conflitos sociais na rep. velha   ruraisConflitos sociais na rep. velha   rurais
Conflitos sociais na rep. velha rurais
 
Conflitos sociais na rep. velha rurais
Conflitos sociais na rep. velha   ruraisConflitos sociais na rep. velha   rurais
Conflitos sociais na rep. velha rurais
 
ES Imperial
ES ImperialES Imperial
ES Imperial
 
Projeto Consciência negra
Projeto Consciência negraProjeto Consciência negra
Projeto Consciência negra
 
Cangaço.docx
Cangaço.docxCangaço.docx
Cangaço.docx
 
Revoltas República Velha
Revoltas República VelhaRevoltas República Velha
Revoltas República Velha
 

Mais de John Fjv

Guerra de canudos
Guerra de canudosGuerra de canudos
Guerra de canudosJohn Fjv
 
A instituição da república
A instituição da repúblicaA instituição da república
A instituição da repúblicaJohn Fjv
 
A alternância no poder entre as oligarquias agrárias
A alternância no poder entre as oligarquias agráriasA alternância no poder entre as oligarquias agrárias
A alternância no poder entre as oligarquias agráriasJohn Fjv
 
Historia do brasil
Historia do brasilHistoria do brasil
Historia do brasilJohn Fjv
 
Engenharia estrutural
Engenharia estruturalEngenharia estrutural
Engenharia estruturalJohn Fjv
 
As lutas rurais e urbanas
As lutas rurais e urbanasAs lutas rurais e urbanas
As lutas rurais e urbanasJohn Fjv
 
Geografia da américa latina
Geografia da américa latinaGeografia da américa latina
Geografia da américa latinaJohn Fjv
 
Apaixonados
ApaixonadosApaixonados
ApaixonadosJohn Fjv
 
A revolta da chibata
A revolta da chibataA revolta da chibata
A revolta da chibataJohn Fjv
 
Getulio vargas
Getulio vargasGetulio vargas
Getulio vargasJohn Fjv
 
Odontologia
OdontologiaOdontologia
OdontologiaJohn Fjv
 

Mais de John Fjv (12)

Guerra de canudos
Guerra de canudosGuerra de canudos
Guerra de canudos
 
A instituição da república
A instituição da repúblicaA instituição da república
A instituição da república
 
A alternância no poder entre as oligarquias agrárias
A alternância no poder entre as oligarquias agráriasA alternância no poder entre as oligarquias agrárias
A alternância no poder entre as oligarquias agrárias
 
Historia do brasil
Historia do brasilHistoria do brasil
Historia do brasil
 
Engenharia estrutural
Engenharia estruturalEngenharia estrutural
Engenharia estrutural
 
As lutas rurais e urbanas
As lutas rurais e urbanasAs lutas rurais e urbanas
As lutas rurais e urbanas
 
Geografia da américa latina
Geografia da américa latinaGeografia da américa latina
Geografia da américa latina
 
éTica
éTicaéTica
éTica
 
Apaixonados
ApaixonadosApaixonados
Apaixonados
 
A revolta da chibata
A revolta da chibataA revolta da chibata
A revolta da chibata
 
Getulio vargas
Getulio vargasGetulio vargas
Getulio vargas
 
Odontologia
OdontologiaOdontologia
Odontologia
 

O Cangaço no Nordeste: violência e resistência no sertão

  • 1.
  • 2. O Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX. O cangaço tem suas origens em questões sociais e fundiárias do Nordeste brasileiro, caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados: assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão brasileiro, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.
  • 3. Cangaço é palavra derivada de canga, peça de madeira simples ou dupla que se coloca na parte posterior do pescoço de bois nos carros de boi. Assim, cangaceiro foi o nome dado a todos os criminosos, uma vez que os prisioneiros eram obrigados a carregar seus pertences pendurados no pescoço.
  • 4. ENTENDENDO O CANGAÇO Fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.
  • 5. ENTENDENDO O CANGAÇO Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.
  • 6. ENTENDENDO O CANGAÇO Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou obterem esconderijos.
  • 7. HISTÓRIA DO CANGAÇO Entre meados do século XIX e início do século XX, o Nordeste do Brasil viveu momentos difíceis, aterrorizado por grupos de homens que espalhavam o terror por onde andavam. Eles eram os cangaceiros, bandidos que abraçaram a vida nômade e irregular de malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo despotismo das mulheres poderosas
  • 8. HISTÓRIA DO CANGAÇO Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antonio Silvino, Lampião e Corisco
  • 9. HISTÓRIA DO CANGAÇO Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, porque eram protegidos de coronéis, que se utilizavam dos cangaceiros para cobrança de dívidas, entre outros serviços "sujos". Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias se cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros. Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.
  • 11. LAMPIÂO E SEU BANDO Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.
  • 12. LAMPIÂO E SEU BANDO Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra (semelhante ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa).
  • 13. LAMPIÂO E SEU BANDO Lampião - tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.
  • 14. O FIM DO CANGAÇO O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem. No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angicos, no estado de Sergipe,Lampião finalmente foi apanhado em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros.
  • 15. O FIM DO CANGAÇO Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em latas contendo aguardente e cal, para conservá-las. Foram expostas por todo o Nordeste e por onde eram levadas atraiam multidões. Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Jorge, os chefes dos outros bandos existentes na Bahia vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
  • 16. O cangaço ainda é um objeto de discurssão entre pesquisadores. Para alguns estudiosos, foi uma forma simples de banditismo e criminalidade, para outros, constituiu uma forma de contestação social, isto é uma forma encontrada por pessoas que viviam oprimidas para expressar sua revolta, sendo por isso reconhecida como legítima.
  • 17. Estátua do cangaceiro na entrada para Fazenda Nova (BR-104).