Digital humanities - seminário apresentado na Pós Graduação da ECA / USP

Seminário apresentado para a disciplina Comunicação e redes na era digital: pensamento contemporâneo e tendências tecnológicas
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação - Profª Drª Elizabeth Saad Corrêa – 11/11/15

Silvia Regina Machado de Campos | Luciana Allegretti | Margot Pavan
O que é? | Kirschenbaun
 Para Kirschenbaum (2010), Digital Humanities, também conhecida como
Computing Humanities, são um campo de estudo, pesquisa, ensino e inovação
preocupados com a interseção entre a Computação e as disciplinas das Ciências
Humanas. É metodológico por natureza e interdisciplinar em escopo.
 Envolve investigação, análise, síntese e apresentação de informação no formato
eletrônico. Estuda como as mídias afetam as disciplinas nas quais são usadas e
como contribuem com o conhecimento da computação
 É também um compromisso social, pois engloba
redes de colaboração entre pessoas que
trabalham juntas, compartilhando e discutindo
projetos e pesquisas.

O que é? | Dalbello
Segundo Dalbello (2011), Humanidades Digitais
 é um campo prático e um gênero do discurso, caracterizado por um repertório de
temas que oferece explicações e reflete na sua prática. Com um campo discursivo,
integra dois sistemas: um, focado nas representações digitais (incluindo-se a
digitalização); e outro, baseado em textos, leitura e escrita eletrônicos, como uma
prática integrada de seus praticantes e proponentes.

O que é? | Burdick et al
 Segundo Burdick et al (2012), é definida pelas oportunidades e desafios que
surgem da conjunção das duas – digital e humanidades, formando um novo
coletivo singular. Nasceram do encontro entre humanidades e métodos
computacionais. Seus objetivos incluem:
• redesenhar os limites entre as Ciências Humanas, as Ciências Sociais, as Artes e as
Ciências da Natureza;
• expandir sua audiência e impacto social na área de humanidades. desenvolver novas
formas de pesquisa e de produção do conhecimento e revigorar aqueles que foram
deixados de lado;
• treinar as gerações futuras de humanistas;
• utilizar o aprendizado baseado em projeto como um complemento à sala de aula;
• desenvolver práticas que expandam o escopo, melhorem a qualidade e ampliem a
visibilidade da pesquisa humanística.

O que é? | Kathleen Fitzpatrick
 Kathleen Fitzpatrick em entrevista para Andrew Lopez: On Scholarly Communication and
the Digital Humanities: An Interview with Kathleen Fitzpatrick, 14/01/2015.
 Para mim, tem a ver com o trabalho que é feito no
cruzamento de mídia digital e tradicional estudo
humanístico. E o que acontece em duas formas
diferentes. Por um lado, está trazendo as ferramentas e
técnicas de mídia digital para suportar sobre questões
humanistas tradicionais. Mas está também trazendo
modos humanistas de investigação para sustentar a mídia
digital. É uma espécie de movimento para frente e para
trás destas linhas, pensando sobre o que é computação,
como ela funciona na nossa cultura, e em seguida,
usando essas tecnologias de computação para pensar
sobre os aspectos mais tradicionais da cultura.

O que é? | Wikipedia
 Digital Humanities é uma área de pesquisa e ensino na intersecção da computação e
das disciplinas das ciências humanas. [...] Abrange uma variedade de tópicos, de
curadoria de coleções on-line até Data Mining em grandes conjuntos de dados
culturais.
 A área Humanidades Digitais (DH) incorpora tanto materiais digitalizados quanto
nascidos digitalmente, e combina metodologias de disciplinas de ciências humanas
tradicionais (tais como história, filosofia, linguística, literatura, arte, arqueologia,
música, estudos culturais e ciências sociais) com ferramentas fornecidas por
computação.

O que é?
+
definições
De 500 !

Objeto de estudo| Burdick
As Humanidades Digitais compreendem como sendo seu objeto de
estudo todo o registro humano, da pré-história aos dias atuais.
(Burdick et al, 2012).

Genealogia
Início com a primeira publicação do Index Thomisticus em 1950 pelo Jesuíta
Roberto BUSA;
De 1980 a 1990, com inovações tecnológicas que permitiram uma mudança
radical na forma de se pensar os textos, a criação literária e o status do
conhecimento canônico;
Até meados da década de 90, com a institucionalização dos arquivos digitais e sua
consolidação na década seguinte;
A partir de meados dos anos 2000, surgimento de novas formas de criação e de
consumo do texto digital, questionando o presente em relação à tradição e à
experiência humana.

Genealogia
O desenvolvimento da área das Humanidades Digitais não segue um curso linear
por causa da adoção cumulativa e da difusão de novas tecnologias – que se
sobrepõem à cultura material de documentos – associadas às práticas de trabalho
nas disciplinas.

Exemplos

Working the Digital Humanities:
Uncovering Shadows between the Dark and the Light
Wendy Hui Kyong Chun | Lisa Marie Rhody

O texto
Trata-se de uma interação ocorrida entre duas autoras em resposta a um artigo
publicado por Wendy Chun, intitulado “Dark Side of the Digital Humanities”, em
um painel, ocorrido em 2013, em Boston, na Convenção Anual de Línguas
Modernas (Modern Languages Association – MLA)
O painel gerou debates e controvérsias entre os presentes com o intuito de criar
um diálogo mais rigoroso sobre os diferentes tópicos e ainda sobre as limitações e
possibilidades das “Digital Humanities”.

As autoras
Professora da cadeira de Cultura Moderna e
Mídia na Brown University. Formada em
Engenharia de Design de Sistemas e Literatura
Inglesa. Trabalha, atualmente, com mídia
digital.
WendyHuiKyongChun
Diretora associada de pesquisa e professora
assistente de investigação no Roy
Rosenzweig Center for History and New
Media (RRCHNM) da George Mason
University. Editora do Journal of Digital
Humanities e Digital Humanities Now.
Doutorou-se em Língua Inglesa e Literatura
pela University of Maryland.
LisaMarieRhody

Wendy CHUN
The Digital Humanities
A case of Cruel Optimism?

The Digital Humanities - A Case of Cruel Optmism?
Wendy CHUN
Provocar > Agravar > Incitar
A discussão sobre DH
DARK SIDE X BRIGHT SIDE
Lado Negativo X Lado Positivo
 O lado negativo pode ser considerado positivo quando
a área se desenvolve a partir dos próprios erros.
 O lado positivo pode ser considerado negativo quando
a área se coloca em um “cruel otimismo”.

Wendy CHUN
BRIGHT SIDE: “Otimismo Cruel”
Termo que toma emprestado de Lauren Berlant - “algo que se deseja é, na verdade,
um obstáculo ao seu florescimento”.
Esse otimismo cruel, como afirma Berlant, “nos destrói a longo prazo, mas nos sustenta
no curto prazo”. A “Digital Humanities nos permite pisar a água: para sobreviver, se
não prosperar”. Além disso, a DH permite que nos sustentemos e justifiquemos nossa
existência em uma academia que está naufragando.
O otimismo cruel faz-nos acreditar que:
 Graduados terão mais oportunidade de trabalho;
 A área tem um problema técnico e não econômico;
 A tecnologia facilitará os subsídios à pesquisa.

Wendy CHUN
BRIGHT SIDE: “Otimismo Cruel”
Sua crítica está dirigida à euforia geral que rodeia a tecnologia e a educação. A tecnologia não
resolve nem reescreve problemas políticos e pedagógicos em projetos.
Os MOOCS (massive
open online courses)
não resolvem o
problemados custos da
educação.

Wendy CHUN

Wendy CHUN
Humanidades e academia afundando:
 Quantidade ao invés de qualidade: pensamento segregado para geração de mais
papers, criando mais pontos no currículo, tornando-nos rivais uns dos outros.
 Burocracia tecnológica.
 Dívida estudantil: o estudante acredita que conseguirá um emprego para pagar sua
dívida quando estiver formado.

Wendy CHUN
DARK SIDE: The bright side
Se o LADO BOM é o LADO RUIM, então o LADO RUIM deve ser onde deveríamos estar, ou
seja, o lado da paixão. O lado ruim, ou o que se tornou como tal, é onde surgiu todo esse
fabuloso questionamento, que significa, por sua vez, criar uma colaboração mais
profunda entre as ciências e engenharias. É perceber que as ciências humanas e as
ciências exatas não têm as respostas para tudo e isso é bom porque originará a chamada
pesquisa básica.
O lado ruim nos torna colaborativos para resolver problemas.

Lisa Marie RHODY
comenta os argumentos de Wendy CHUN:
Digital Humanities as Chiaroscuro

Lisa Marie Rhody
Rhody coloca que a retórica ao redor do dark side e bright side vem da MLA de 2009,
quando acadêmicos e público reconheceram e celebraram os MOOCS (EaD).
Pannapacker – dualidade
2009 – DH-the next big thing, não vale a pena resistir.
2012 – “Me arrependo sobre as coisas disse sobre as Humanidades Digitais como o nbt -
coisas que não falei a sério - tenham se tornado base para uma retórica que se apresenta
como uma "moda" passageira que a maioria do corpo docente podem ignorar ou mesmo
bloquear quando DH's (pessoas que estudam humanidades digitais) tomam posse de seus
cargos”.

Lisa Marie Rhody
O bright side da conferência está associado à necessidade de colaboração que os
projetos de Digital Humanities exigem.
Trabalho árduo
Revisão de hipóteses
Status acadêmico
Paciência
Revisão de suposições sobre o status acadêmico
Propriedade intelectual
Compromisso
Surge o que se convencionou chamar de “hybrid scholars” (Julia Flanders).

DH e o Determinismo Tecnológico
Lisa Marie Rhody
A retórica do determinismo tecnológico decorre daqueles que conscientemente se
posicionam como céticos às Humanidades Digitais, o que contrasta com a posição
daqueles que adotaram as tecnologias nas ciências humanas já logo no seu início.
Para a autora, não pode haver
ciências humanas sem o digital,
porque ela já existe na prática. Como
exemplo, cita o que aconteceu com a
área de História, com o digital history,
como extensão da Humanidades
Digitais.
http://www.digitalhistory.uh.edu/

Lisa Marie Rhody
http://mediahistoryproject.org/

Lisa Marie Rhody
Outra questão que a autora critica é o fato de se comentar que “logo
não haverá Humanidades Digitais, apenas Humanidades”.
Surge, como decorrência, um receio de que os métodos atribuídos às Humanidades Digitais
serão os únicos viáveis ou válidos na área, o que não é verdade.
Todos já são humanistas em potencial e esta é uma condição da pesquisa contemporânea.
Devemos nos questionar sobre os valores, tecnologias e economias que organizam e
(re)distribuem a comunicação científica.

Lisa Marie Rhody
Para Burdick et al (2012), há duas décadas atrás, trabalhar com
documentos digitais era a exceção. Hoje é a norma, o ambiente
"natural" para a realização de pesquisa, ensino e leitura.
As redes sem fio relegaram a sala de aula a um “segundo plano”.
Se a novidade do trabalho já foi absorvida no dia-a-dia, então o que se pode fazer para a
introdução de novas ideias ou métodos para os campos mais amplos das humanidades?
Reitera que a prática das
Humanidades digitais não
pode ser reduzida a "fazer
das humanidades digital”.

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody
Há uma
acusação de
que as
Humanidades
Digitais abriram
caminho para o
amor das
Universidades
pelos MOOCS.

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody
Acerca do fato de que os “MOOCS transformaram os problemas
pedagógicos e políticos em tecnológicos e que tentam resolver
os problemas de custos da educação”, Rhody argumenta que os
pesquisadores das Humanidades Digitais que estudam essa área
reclamam, de forma muito qualificada, que a própria educação
superior exige mudança.
Ayers apud Rhody destaca que as
tecnologias não resolverão os
problemas da educação, mas
aprender a ensinar com o uso de
tecnologias pode ajudar.

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody
.
http://www.veduca.com.br/cursos/gratuitos
https://www.insidehighered.co
m/news/2015/10/08/massachu
setts-institute-technology-
launch-half-mooc-half-person-
masters-degree

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody
https://pt.coursera.org/
https://miriadax.net/home

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody
http://online-learning.harvard.edu/
http://www.escritacientifica.com/pt-BR/

DH e os MOOCS
Lisa Marie Rhody

DH e os Fundos de Financiamento
Lisa Marie Rhody
RHODY destaca que outro desafio apresentado por CHUN no
campo da Humanidades Digitais refere-se aos financiamentos,
dando a percepção de que se respaldam em grandes somas de
dinheiro inacessíveis ao resto dos pesquisadores das
humanidades – o que pode criar ressentimentos.
Mas a realidade, diz a autora, é
uma só: o recurso é escasso para
qualquer área. Ponto final.
Humanistas não competem com
Digital Humanistas por
financiamento.

DH e os Fundos de Financiamento
Lisa Marie Rhody
Por conta da forma como as instituições são administradas,
apenas parcela dos recursos recebidos é direcionada
efetivamente ao projeto de Humanidades Digitais; sendo a outra
parte – de 25 a 55% - absorvida pelas instalações administrativas
e outros serviços (facilities).
O desconhecimento sobre o orçamento e a
falta de clareza e transparência sobre
como os recursos são absorvidos pelas
instituições, em especial, os custos
indiretos, aponta para uma oportunidade.

DH e a colaboração
Lisa Marie Rhody
O tema do dinheiro sempre acompanha o da colaboração.
Justifica-se a limitação da cooperação
além das fronteiras institucionais
porque o financiamento é complexo e
geralmente insuficiente. Além disso,
tudo o que envolve colaboração é
desafiador, por exemplo:
recursos, tempo, comunicação, dados.
A questão que se coloca pela autora é: “o que estamos
dispostos a fazer para mudar?”

DH e o Trabalho
Lisa Marie Rhody
Apesar da descrença de que as habilidades técnicas
sozinhas não preparam ninguém para o mercado de
trabalho, os humanistas digitais desenvolvem um
importante trabalho que tem auxiliado a aproximar o
discurso em torno do trabalho e do emprego na
academia.

DH e o Trabalho
Lisa Marie Rhody
Humanidades Digitais também têm trabalhado publicamente para aumentar a consciência
e melhorar o diálogo que identifica, reconhece e premia o trabalho intelectual de
acadêmicos fora do ambiente de titulação tradicional.

DH e Outros Silêncios e Fantasmas
Lisa Marie Rhody
RHODY acredita que a Humanidades Digitais traz de bom é uma abordagem crítica, criativa
e inovadora para as questões humanas persistentes como, a escravidão, retratada, por
exemplo, por meio da silenciosa presença de James Hemings nas cartas de ‘Thomas
Jefferson’.
Mas os fantasmas e esse variado terreno das Humanidades Digitais composto por
“estudiosos híbridos” é muito mais complicado do que se espera e do que a relação binária
positiva-negativa (light-dark) que a tem caracterizado.

Lisa Marie Rhody
Ela ainda pontua que, embora CHUN
tenha dito que vindicamos “comemorar
nossas falhas”, isso nem sempre acontece
na prática, ou seja, os próprios
humanistas não contam sua própria
história “fielmente”.
Aprimorar a transparência na
Humanidades Digitais é condição
essencial para a sua continuidade. Contar
o que não deu certo – processos, gestão e
decisão - também faz parte.

Lisa Marie Rhody
Há uma quantidade de publicações, narrativas e histórias de projetos publicadas
informalmente, denominadas gray literature, que discutem aspectos significativos da
pesquisa na área de Humanidades Digitais, tais como: decisões, escolhas tecnológicas,
teorias críticas, etc. Gray literature geralmente está armazenada ou publicada em
websites ou em repositórios institucionais.
O desafio reside em tornar-se visível para
uma audiência ainda maior.
Há um grande trabalho a ser feito, mas que
valerá a pena, pois mergulhar nas pressões
sociais, econômicas e institucionais
complexas, que a euforia tecnológica
obscurece, representa um caminho
promissor para os humanistas digitais.

Wendy CHUN responde aos comentários
de Lisa Marie RHODY :
Shadows in the Arquive

Shadows in the Archive
Wendy CHUN
Chun retoma os pontos altos de Rhody na elaboração do
Dark Side:
. • Silêncios sobre os processos nas DH
• Novas práticas de trabalho
• Modelos de financiamento
• Desafios colaborativos
• Teoria crítica.

Wendy CHUN
• Os pioneiros que trabalharam sob o nome “Humanities
Computing” sabem bem que este início não foi nada
glamuroso.
– eram mais vistos como servos do que mestres.
Faltava dinheiro e não havia garantia de trabalho.
E não abriu piscinas de dinheiro. Mas ajudou a
área de humanidades a ter uma recuperação de
custos.

Wendy CHUN
Willian Gibson
“O future já está aqui – só não está bem distribuído”
• O cruel otimismo foi adotado primeiro por quem estava do lado
de fora. Segundo Stanley Fish, a nova linguagem fazia todos que
não a dominavam se sentirem ignorantes, ultrapassados,
deixados para trás e velhos.
• E isso se deveu principalmente pelo silêncio de quem estava
dentro sobre as reais dificuldades.

Wendy CHUN
Por que os moocs fazem sucesso?
• Promessa (promessa e
ameaça têm a mesma
estrutura em Derrida)
de aliviar custos e
oferecer uma
graduação.
• Mas o fato é que os
estudantes recorrem a
eles porque o débito
estudantil está
insustentável.

Wendy CHUN
Retomando
• As humanidades encolheram porque capitularam
diante da lógica burocrata tecnocrata quantitativa:
quantidade de papers no lugar de qualidade -
competição de todos contra todos
http://www.google.com/search?q=udacity&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&q=udacity&ie=utf-8&oe=utf-
8&aq=t&channel=fflb&q=udacity&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&channel=rcs
http://cartamaior.com.br
/?/Editoria/Educacao/Co
agindo-o-saber-
Iminencia-na-USP-
ameaca-para-
todos/13/34921

Wendy CHUN
Hoje
• A educação é um navio afundando porque os
estudantes estão profundamente endividados e sem
perspectivas de emprego.
No passado
• Um diploma só era garantia de emprego porque existia
outro contexto demográfico, econômico e
discriminatório.

Wendy CHUN
• Devem se esforçar tanto para
conseguir um emprego quanto
era preciso se esforçar para
entrar na universidade no
passado.
• É preciso encorajar a assumir
riscos, expandir os cursos que
eles fazem na universidade e
verem cursos desafiadores como
recompensadores.
O que é preciso dizer aos estudantes

Wendy CHUN
O que mais é preciso fazer
Esclarecer como
a universidade
utiliza os
recursos que
obtém e como
ela gasta o
dinheiro que
não chega à
pesquisa.

Wendy CHUN
O mais importante
Parar com os detratores da alta
educação que advogam a
empregabilidade porque o melhor
da universidade é o que está fora da
aplicabilidade imediata.
É a pesquisa que nenhuma empresa
bancaria, o cultivo do pensamento e
de práticas críticas que pode criar
melhores usuários e produtores do
humanismo digital mas
principalmente melhores cidadãos.

Wendy CHUN
• As humanidades não tratam apenas de questões esotéricas sobre o sentido da
vida mas exploram a fundo como viver e trabalhar com outras pessoas –
principalmente com aquelas diferentes de você e ensinam que nenhuma
resposta simples é a correta.
• São habilidades necessárias para CEOs, professores de jardim de infância, juízes,
publicitários, curadores, coaches, trabalhadores sociais e muitos outros.
Profissões que são o eixo da sociedade e não apenas no sentido de dirigir a
economia mas também na promoção de um lugar melhor para se viver com
pessoas realizando melhor o seu trabalho.
https://www.insidehighered.com/views/2015/11/06/humanities-must-work-
promote-their-worth-public-essay#.Vj4qFAFUIf4.facebook

Wendy CHUN
Ciências e humanidades estão no mesmo barco
• Ciências podem ser tão inúteis para empregabilidade quanto as humanidades.
São disciplinas criativas e críticas mas são as mais aplicadas em moocs. E muitos
graduados em ciências também estão sem trabalho.
http://www.nytimes.com/2015/09/17/technology/udacity-says-it-can-teach-tech-skills-to-millions.html
http://www.google.com/search?q=udacity&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&q=udacity&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&channel=fflb&q=udacity&ie=utf-
8&oe=utf-8&aq=t&channel=rcs

Wendy CHUN
Precisamos é coalizão e não retratar certas disciplinas como
“em crise” porque a crise é geral e política.

Wendy CHUN
Coalizões para enfrentar Big Data por exemplo
• Dado que quase qualquer correlação pode ser encontrada, qual é a
relação entre correlação e causalidade? Entre o que é
empiricamente observado e o que é verdadeiro?
– David Hume
– Onde ficarão guardados esses gigantescos arquivos digitais? Em poder de
quem? http://www.vox.com/2015/11/9/9623002/data-journalism-archive

Wendy CHUN
Ambient Citizenship como resposta ao otimismo cruel
• Tratar das coisas como ensino. E ensinar não é a simples transferência de
informações (o modelo dos moocs). Ensinar é ter cuidadosa atenção aos ruidos e
dinâmicas da classe.

Wendy CHUN
• É saber ouvir silêncios também como no caso do trabalho de Klein sobre
James Heming, o escravo de Thomas Jefferson através do estudo de suas
cartas.
• Klein observa que Jefferson era totalmente consciente que estava
deixando um arquivo para a história e por isso estudar suas lacunas foi tão
revelador.

A importância do erro
John UNSWORTH
POPPER
• First Thesis: We know a great deal. And we know not only many details of
doubtful intellectual interest, but also things which are of considerable
practical significance and, what is even more important, which provide us
with deep theoretical insight, and with a surprising understanding of the
world.
• Second Thesis: Our ignorance is sobering and boundless. . . With each step
forward, with each problem which we solve, we not only discover new and
unsolved problems, but we also discover that where we believed that we
were standing on firm and safe ground, all things are, in truth, insecure
and in a state of flux. ("The Logic of the Social Sciences" in The Positivist
Dispute in German Sociology, 1976

John UNSWORTH
POPPER
• First Thesis: We know a great deal. And we know not only many details of doubtful
intellectual interest, but also things which are of considerable practical significance and, what
is even more important, which provide us with deep theoretical insight, and with a surprising
understanding of the world.
• Second Thesis: Our ignorance is sobering and boundless. . . With each step forward, with
each problem which we solve, we not only discover new and unsolved problems, but we also
discover that where we believed that we were standing on firm and safe ground, all things
are, in truth, insecure and in a state of flux. ("The Logic of the Social Sciences" in The
Positivist Dispute in German Sociology, 1976

John UNSWORTH
• We are in an important evolutionary moment: an important transformation is taking place,
and we are a part of it. Many things that we take to be trivial, or embarrassing, or simply
wrong, will be of interest to our peers in the future.
• Our first responsibility, therefore, is to document what we do, to say why we do it, and to
preserve the products of our labor, not only in their fungible, software-and-hardware-
independent forms, but also in their immediate, contemporary manifestations. The
greatest mistake we could make, at this point, would be to suppress, deny, or discard our
errors and our failed experiments: We need to document them with obsessive care, detail,
and rigor. Our successes, should we have any, will perpetuate themselves, and though we
may be concerned to be credited for them, we needn't worry about their survival: They
will perpetuate themselves. Our failures are likely to be far more difficult to recover in the
future, and far more valuable for future scholarship and research, than those successes.
• So, if I could leave you with a single piece of advice, it would be this: Be explicit about your
goals and your criteria, record your every doubt and misstep, and aspire to be
remembered for the ignorance that was uniquely yours, rather than for the common
sense you helped to construct.
This paper was presented October 25, 1997, at a conference on the "Transformations of the Book," an event in the Media in Transition series.

Considerações Finais
Wendy Hui Kyong Chun | Lisa Marie Rhody

Contribuições
• Propósito educacional explícito ao se produzir ferramentas que permitem a democratização
do acesso às fontes primárias, tirando-as do domínio dos experts.
• Maior audiência e visibilidade para essas fontes e para trabalhos não publicados, até então,
desconhecidos de muita gente.
• Grande evolução na forma de apresentação desses conteúdos ao longo do tempo (conforme
exemplos).
• BIG Data: identificação de padrões e interpretação dos dados favorecidos pelas técnicas
qualitativas.
• O trabalho colaborativo de uma gama de profissionais.

Desafios
Efeito limitado no campo das Ciências Humanas porque dependerá das transformações
curriculares e estruturais necessárias para acomodar novas formas de criação de conhecimento
e de aprendizado.
O patrimônio da era atual vai se tornar um campo de batalha entre os defensores do acesso
restrito versus o acesso aberto.
Os conceitos de documento, autoria, procedência e referência tornam-se cada vez mais instáveis
e outros conceitos mais fluidos, iterativos e distributivos, e menos "autoritários", estão tomando
seu lugar.  “perenidade” dos conteúdos (?)
Parcerias entre governos, universidades, bibliotecas, arquivos, museus e instituições culturais têm
o potencial de dar origem a uma vasta cultura digital que apoia a pesquisa na área de humanas.
Um novo tipo de humanista digital está emergindo, que combina a formação em profundidade
em um único subcampo humanista com uma mistura de competências provenientes de design,
ciência da computação, trabalho de mídia, formação curatorial e biblioteconomia. O colapso de
modelos globais de conhecimento (mesmo dentro de uma única disciplina) torna-se definitiva.
Comunidades de estudiosos são reorganizadas segundo os domínios de prática, não ao longo de
linhas disciplinares.

DIGITAL HUMANITIES

Referências
• A Guide to Digital Humanities - http://sites.northwestern.edu/guidetodh/
• BARNET, Fiona M. The Brave Side of Digital Humanities. A Joutnal of Feminist Cultural Studies. Brown University, Vol. 25,
Number 1. p. 64-69.LOPEZ, Andrew. On Scholarly Communication and the Digital Humanities: AnInterview with Kathleen
Fitzpatrick, January 14, 2015
• BURDICK, Anne; DRUCKER, Johanna; LUNENFELD, Peter; PRESNER, Todd; SCHNAPP, Jeffrey. Digital_Humanities. The
Massachusetts Institute of Technology Press, 2012.
• CHUN, Wendy H. K.; RHODY, Lisa M. Working the Digital Humanities: Uncovering Shadows between the Dark and the Light.
Differences: a Journal of Feminist Cultural Studies. Vol. 25. Number 1. DOI 10.1215/10407391-2419985
• DALBELLO, Marija. A genealogy of digital humanities. Journal of Documentation. Vol.67 Nº 3, 2011, pp.480-506. DOI
10.1108/00220411111124550
• KIRSCHENBAUM, Matthew G. What is “Digital Humanities” and Why Are They Saying Such Terrible Things about It?
Differences: a Journal of Feminist Cultural Studies. Vol. 25. Number 1. 2014, DOI 10.1215/10407391-2419997
• KIRSCHENBAUM, Matthew G. What is Digital Humanities and What’s It Doing in English Departments? ADE Bulletin. Nº
150, 2010.
• UNSWORTH, John. The Importance of failure. 1997 -
https://www.ideals.illinois.edu/bitstream/handle/2142/192/unsworth_B2.html?sequence=2

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