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2016 | 1 notícias De Cá e De Lá
Faltam médicos
de família
na Castanheira
do Ribatejo
Pág. 4
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • MENSAL • Nº 39 • 1 DE ABRIL DE 2016 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO
Rua da República
em Loures
sofre grandes transformações Págs. 8/9
Voluntários
“dão a volta”
à inércia
do Estado
“Amigos de Caneças”
fazem levantamento
do património
Pág. 2
Nasceu
a Associação
Coral de Odivelas
Pág. 3
SFRA constrói
Casa do Músico
em Alverca
Pág. 5
Colectividades
da Amora envolvem
12 mil praticantes
Pág. 11
2 | 2016 notícias De Cá e De Lá
MARGEMNORTE
EDITAL
Filipe Vítor dos Santos, Presidente da Junta de Freguesia da União de
Freguesias de Sacavém e Prior Velho, torna público que, os responsáveis
pelo aluguer dos covatos abaixo indicados, deverão apresentar-se nesta
Junta de Freguesia no prazo de sessenta dias a contar da publicação do
presente edital, findo os quais e sem que tenha sido regularizada as anui-
dades em atraso, o aluguer dos respectivos covatos, se considera prescri-
to.
Covatos
	 Nº 0029			 Nº 0573
	 Nº 0078			 Nº 0656
	 Nº 0298			 Nº 0755
	 Nº 0384			 Nº 0933
	 Nº 0427			 Nº 1057
	 Nº 0516
01 de Abril de 2016
O Presidente
Filipe Vitor dos Santos
A Câmara Municipal de Odi-
velas vai ter de pagar 400 mil
euros de indemnizações às
empresas que concorreram
ao concurso lançado pela
autarquia, tendo em vista a
gestão privada da água.
Fruto de profundas desinte-
ligências entre a gestão pre-
sidida por Susana Amador,
em Odivelas e a de Carlos
Teixeira, em Loures, ambos
do PS, que se agravaram ao
longo dos anos, por razões
nem sempre claras, não foi
possível estabelecer um
acordo quanto à gestão dos
Serviços Municializados de
Loures que, então, serviam
os dois concelhos.
A dada altura, numa lógica
de seguir em frente a todos
o vapor, o Executivo liderado
por Susana Amador resolveu
optar por uma gestão priva-
da da água, avançando para
a realização de um concur-
so público tendo em vista a
entrega da concessão. Uma
orientação que no Executivo
contou com a adesão entu-
siástica quer dos vereadores
do PS quer do PSD. Apena
a CDU se insurgiu contra
este caminho. As actas, as
votações, as diversas decla-
rações públicas, comprovam
tudo isto.
Com Bernardino Soares na
presidência da Câmara de
Loures, o processo resolveu-
-se num abrir e fechar de
olhos. E aquilo que era uma
impossibilidade, tornou-se
real com a criação dos SI-
MAR, uma empresa conjunta
que garante a Odivelas e a
Loures uma gestão pública
da água, saneamento e dos
resíduos sólidos urbanos.
Face a este cenário, nada
restou ao executivo da Câ-
mara de Odivelas recuar nas
suas pretensões e anular o
Concurso. Susana Amador,
entretanto, tomou posse
como deputada na Assem-
bleia da República e o actual
executivo, agora liderado
por Hugo Martins, acaba
de aprovar o pagamento de
400 mil euros em indemniza-
çãoes aos grupos concorren-
tes que, de facto, nada têm
a aver com esta situação. O
pagamento foi aprovado
com os votos do PS e do
PSD e a oposiçaão da CDU.
O dinheiro, esse, vai sair do
erário público...
Odivelas: 400 mil euros atirados à rua
A chuva, o vento e o frio agu-
do e repentino estragarm as
Festas da Páscoa, em Cane-
ças. Poucas pessoas sairam
do conforto de suas casas e
o programa organizado pela
Sociedade Musical e Despor-
tiva de Caneças foi afectado.
Riscos de se fazerem festejos
na rua, sujeitos a um tempo
muito instável.
Mas quem se deslcou ao
largo da vila teve, apesar de
tudo, a oportunidade, de
visitar uma interessante ex-
posição, na pequena Casa
da Cultura, organizada pela
Associação dos Amigos de
Caneças, e que se integra no
programa de comemorações
dos 100 anos da freguesia,
dinamizado pela Junta de
Freguesia, em parceria com
múltiplas associações locais.
Através da recolha de objec-
tos, muitos deles ligados ao
mundo do trabalho, de rou-
pas, ou de trabalhos feitos
por artesãos de ou ligados de
alguma forma a Caneças, era
possível visualizar um pou-
co a vida dos canecenses há
umas boas dezenas de anos.
“Coisas do dia a dia“, disse
alguém, sintetizando desta
forma o conteúdo da mos-
tra. “Coisas ligadas à vida
do campo, aos mundo das
lavadeiras, da podução e
distribuição de leite, da ven-
da da água, brinquedos das
crianças de enão, roupas es-
pecíficas. Coisas que por ve-
zes quase que nasceram do
nada.
Que o diga Jorge Nunes, ar-
tesão. “Tudo começou com
um chaveiro...“, disse. Um
chaveiro que mostrou aos co-
legas de trabalho que lhe elo-
giaram a paciência e a destre-
za. “Foarm eles que me en-
vaideceram e isso levou-me
a fazer recordações da minha
terra...é assim mesmo, todos
os que me alogiam dão-me
forças para continuar“, disse,
mostrando os seus trabalhos
em madeira.
Já Francisco Boleto, ex-tra-
balhador da Lisnave e depois
daTAP, até que se reformou,
manifestou o seu interes-
se pelos antigos artefactos
que os latoeiros produziam.
“Com o aparecimento do
plástico, que era muito mais
barato, os trabalhos em lata
desapareceram. Pensei a
certa altura fazer pequenas
peças para mostrar nas esco-
las como se vivia antigamen-
te...“.
Fátima Morgado, da Associa-
ção Amigos de Caneças, con-
fessou que o trabalho que
desenvolvem, desde há anos,
se materializa num inventário
de imenso património, públi-
co ou privado, que se encon-
tra dispersos por mil e um la-
dos. Algum deles corre mes-
mo o risco de desaparecer.
“Precisamos de um espaço“,
disse. Uma ideia corroborada
por Ilídio Ferreira, presidem
toda a gente assimilou que
estas coisas não são apenas
de Caneças, são um bem de
todo o concelho. Esta rique-
za não se pode perder mas,
infelizmente, faltam projecto
para garantir e projectar a
história de Caneças“, disse,
lamenmtando desta forma
a ausência de projectos por
parte da Câmara de Odive-
las.
De facto não esteve nin-
guém na abertura da expo-
sição. A não ser a vereadora
Fernada Mateus para quem
o que “se faz em Caneças
deve ser valorizado em todo
o território“, assmindo o
compromisso de sensibilizar
o retante executivo cama-
rário para uma solução mu-
seológica em Caneças, seja
através de um ou múliplos
espaços, seja através de ro-
tas específicas, enfim, uma
oferta que de orgulho aos
canecenses e traga à Vila
mais e mais gente.
Independentementedospas-
sos futuros, a Associação
Amigos de Caneças continua
o seu trabalho e, em Maio,
terão lugar mais iniciativas,
em especial com as escolas,
destacando-se uma Feira do
Século XVIII, com a participa-
ção de alunos e professores e
de outras associações.
ASSOCIAÇÃO LOCAL ACUMULA ESPÓLIO E APROFUNDA INVESTIGAÇÃO
Falta uma solução museológica
para “os patrimónios” de Caneças
Carlos Cardoso
2016 | 3 notícias De Cá e De Lá
Arrisquem! Este, o desafio
de Pedro Ferreira, maestro
e principal mentor da As-
sociação Coral de Odivelas
(A.C.O.) e do seu coro em-
CANTUS. Desafio lançado a
todos aqueles que gostariam
participar num grupo coral.
Arrisquem, predisponham-se
a a ser avaliados sem receio,
revelem um alto grau de en-
trega. “Pode não ter as con-
dições que pretendo para o
nosso grupo, mas já aconte-
ceu sugerir outros coros”, diz
Pedro Ferreira.
Ele próprio, apesar da expe-
riência – é também maestro
no VozemSi, do CCD dos
trabalhadores da Câmara de
Odivelas e no Conservató-
rio D. Dinis – decidiu arriscar
num novo projecto, no ainda
perto Agosto de 2015.
“A ideia de criar uma associa-
ção coral em Odivelas parte
de dois pontos que conver-
giram. O primeiro está rela-
cionado com as minhas am-
bições profissionais. Desde o
final da licenciatura, em direc-
ção coral e formação musical,
ambiciono criar um projecto
coral de raiz. O segundo pon-
to, parte da existência de um
grupo de amigos com algu-
ma experiência coral e muita
vontade de fazer música em
conjunto. Impelidos então
pela vontade de cantar e de
desenvolver um projecto sé-
rio decidimos avançar”.
Avançar significou criar a As-
sociação Coral de Odivelas
e o seu coro emCANTUS. O
projecto foi apresentado e
recolheu o apoio da Junta de
Freguesia de Odivelas, que
deu o seu apoio, disponibili-
zando o Pavilhão Polivalente,
onde têm lugar, uma vez por
semana, os ensaios.
A maior parte dos cerca de
40 coralistas, com idades
compreendidas entre os 13
e os 40 anos, pertencem às
freguesias do concelho de
Odivelas e alguns ao con-
celho de Loures. “A cidade
de Odivelas tem imensas
potencialidades. Possui al-
gumas instituições musicais
com muita história, mas não
existe nenhuma  associação a
desenvolver exclusivamente
uma actividade virada para a
área da música coral. Essa é a
área que pretendemos cobrir,
a aprendizagem da música vi-
rada para o canto coral”.
Repertório vasto
O coro emCANTUS já fez di-
versas actuações. Não estão
presos a um único repertório.
Música clássica, romântica,
quase pop, mais actuais po-
dem ser cantadas. “Faz sen-
tido explorar vários estilos
musicaisde génerose épocas
diferentes, do barroco ao
jazz, do classicismo à música
coral portuguesa. Bem como
explorar temas diferentes,
e a partir de um tema ou de
uma ideia, criar espectáculos.
E por espectáculo falo em
algo que vai para além de um
simples concerto, que impli-
ca, por exemplo, um guião,
momentos de diálogo ou
até pequenas coreografias”,
diz Pedro Ferreira para quem
existe uma preocupação “o
de chegar ao público que
nos está a ouvir”, através de
momento de interecção.
De referir que para além da
componente cultural, o Coro
pretende desenvolver uma
componente solidária, como
vinca Carla Martins, igual-
mente membro da Associa-
ção. Exemplos disso foram os
concertos na época natalícia.
“Na altura pedimos a entrega
de um produto alimentar ou
outro e a entrega foi excelen-
te. Produtos que foram entre-
gues, nesse caso, ao Banco
Alimentar da Póvoa de Santo
Adrião”.
Pensar o futuro
Para já, o coro adulto tem os
seus ensaios no Pavilhão Po-
livalente de Odivelas, às se-
gundas-feiras, entre as 21h e
as 23 horas.   Novas adesões
ao grupo só no próximo pe-
ríodo de audições que será
em Setembro. Novidades e
mais informações, podem
ser obtidas na página do fa-
cebook.
Em termos de futuro, o ob-
jectivo é criar um coro infantil
e um coro juvenil. O que im-
plica um espaço adequado.
“Esperamos que, até Se-
tembro, isso seja uma reali-
dade e, nessa altura, iniciar
às primeiras audições para
esses coros. Vamos apostar
em parcerias com diversas
instituições e protocolos com
escolas no sentido de se pro-
ASSOCIAÇÃO CORAL DE ODIVELAS
Quando o canto encanta por tão bem
se saber cantar….
Coro emCANTUS_47
Maestro Pedro Teixeira
Comemoramos Abril num momento de esperança! Comemoramos Abril sabendo que a nossa
união e a nossa participação é vital para fazer mudanças! Com o coração e a razão de quem
descobre todos os dias a força que tem, a população da Ramada e de Caneças, também
comemora Abril! Em 2016, todos os anos!
moverem audições”.
Entretanto, vários concertos
estão agendados. No dia 25
de Abril, na Assembleia Mu-
nicipal de Odivelas, na escola
Pedro Alexandrino; a 21 de
Maio participam no Ciclo de
Concertos de Maio, na igre-
ja nova da Póvoa de Santo
Adrião, e a 27 de Maio na
Igreja da Ramada. A 2 e 9 de
Julho têm um espectáculo de
final do ano lectivo. Muitas ra-
zões para se aceitar o desafio
de Pedro Ferreira, seja para
cantar…seja para ouvir! CC
4 | 2016 notícias De Cá e De Lá
Com a realização do rali Ser-
ras de Fafe a competição au-
tomóvel em Portugal abriu a
sua época em 2016.
A prova que deu inicio ao
Campeonato Nacional de Ra-
lis, com a organização da De-
moporto, permitiu que José Pedro Fontes, pilotando um DS R5
mantivesse a hegemonia que trazia com a obtenção do título em
2015. 
Navegado por Inês Ponte,
José Pedro Fontes precisou
de 1:25.34,90 horas para
percorrer as 10 Provas Es-
peciais corridas na zona de
Fafe, que foram quase como
que um aperitivo para o Rali
de Portugal. Pedro Meireles
eMárioCastro,emSkodaFa-
biaR5ocuparamasegundaposiçãogastandomais9,60segundos
do que a dupla vencedora. O terceiro lugar foi ocupado pela du-
pla Miguel Campos e Carlos Magalhães, já a 1.07,20 segundos,
apesar de de terem chegado a comandar o rali.
Ricardo Moura e António Costa, em Ford Fiesta R5, que inicial-
mente estiveram na liderança, foram obrigados a desistir. No su
regresso ao CNR a dupla Fernando Peres e J. Pedro Silva, em Ford
Fiesta R5, e que esteve inicialmente nos cinco primeiros lugares,
mas devido problemas mecânicos, terminou na 13.ª posição.
Contando também para a Taça FPAK Terra, o rali Serras de Fafe
teve uma lista de inscritos com mais de 20 pilotos, dos quais só
sete chegaram ao fim da pro-
va. Os três primeiros lugares
foram dominados por pilotos
que pilotavam Mitsubishi. O
vencedor foi José Merceano,
acompanhado por Francisco
Pereira. 
Duas semanas depois foi a
vez da Baja TT ROTA do DOU-
RO abrir época de 2016, no que respeita ao nacional de todo-
terreno.
João Ramos e Vítor Jesus, aos comandos da Toyota Hilux – Team
Caetano Racing, foram os vencedores da prova que além de con-
tar para o CNTT, também faz parte do calendário da Taça Ibéri-
ca de Todo-o-terreno, que
inclui provas realizadas em
Portugal e Espanha com
organização conjunta das
federações dos dois países.
Nesta primeira prova, a
dupla da Toyota começou
por se impor no prólogo,
querendo mostrar que estava ali para vencer, no entanto João
Ramos afirmou: “Estive hesitante se iria atacar logo no prólogo,
ou se era preferível não ser o primeiro a abrir os troços no dia
seguinte, pois os nossos trilhos fi-
cariam bem marcados e isso seria
uma vantagem para quem parte
após. Mas decidi atacar a fundo e
assumir a responsabilidade de abrir
a estrada no dia seguinte. No segun-
do dia e após o CP1, problemas de-
vido à falta de binário da sua Hilux,
a gasolina, sendo os motores dos
seus adversários a Diesel, desceram ao terceiro lugar.No segundo
sector do dia a dupla voltou a recuperar a liderança numa prova
realizada num terreno muito difícil, duro e traiçoeiro, exigindo
uma concentração elevadíssima.
“Estou muito satisfeito com o
nosso desempenho nesta prova.
Demonstramos como estamos
competitivos para esta época e
começamos da melhor manei-
ra. Tem sempre um significado
especial conseguir vitórias, mas
esta em particular é motivo
de grande alegria uma vez que
parte e termina na minha terra natal, aqui em Gaia”. Comentou
João Ramos no final da prova.O Campeonato nacional de Todo-o-
terreno 2016 é composto por seis Bajas. A Taça Ibérica de Todo-
o-terreno contempla quatro provas, duas em Portugal e duas em
Espanha. Incluindo as duas mais importantes provas de cada país
– A Baja Portalegre 500 e a Baja Aragón – que fazem parte da Taça
do Mundo FIA de TT.
João Filipe
AUTOMOBILISMO
No dia 13 de Abril, entra em
funcionamento o troço Ama-
dora-Este/Reboleira, do me-
tro de Lisboa, prolongando
desta forma, em 579 metros,
a linha azul até às freguesias
de Falagueira/Venda Nova e
de Águas Livres, no conce-
lho da Amadora. Igualmente
nesse dia entra em funcio-
namento a nova estação da
Reboleira.
Segundo nota do Metropoli-
tano de Lisboa, „com a nova
estação é criado um novo
Interface Multimodal que re-
força o sistema de transpor-
tes da AML, reunindo metro,
autocarros, comboio, táxis,
ciclovia, e oferecendo, ainda,
parqueamento de bicicletas e
estacionamento automóvel.
A partir do diA 13 será „será
possível viajar entre Rebolei-
ra e Marquês de Pombal, em
19 minutos e entre Reboleira
e Baixa-Chiado, em 24 minu-
tos“. Segundo o Metropoli-
tano, estima-se que cerca de
sete milhões de passageiros/
ano utilizem a nova estação.
Co-financiado pelo Fundo de
Coesão da União Europeia,
este empreendimento, cujo
valor global ascendeu aos 60
milhões de euros,apresenta-
-se como estratégico para o
desenvolvimento económico
da região da Grande Lisboa.
O novo troço irá ligar a baixa
e centro da cidade de Lisboa
a uma das mais importantes
áreas residenciais do conce-
lho da Amadora, oferecendo
rapidez, comodidade e maior
proximidade entre os conce-
lhos.
Para alem das obras do me-
tro, realizaram outras inter-
venções, estas da respon-
sabilidade da Câmara da
Amadora, nomeadamente
na Avenida D. Carlos I, com
mais estacionamento, melhor
iluminação pública, zonas de
lazer e ligação da pista de
caminhada da Reboleira ao
centro da cidade.
Metro na Reboleira em funcionamento
Começa a esgotar-se a pa-
ciência à população da
Castanheira do Ribatejo, a
localidade mais a norte do
concelho de Vila Franca de
Xira. Para um universo de
cerca de dez mil utentes, há
apenas dois médicos, o que
daria uma média de mais de
trés mil utentes por médico,
números que ultrapassam
todas as regras definidas,
quer a nível nacional, quer
no espaço comunitário.
Para mais, diz Luís Almeida,
Presidente da União das Fre-
guesias da Castanheira do
Ribatejo e Cachoeiras, “para
além da crónica falta de mé-
dicos de familia, há a acres-
centar o facto de um estar de
baixa“, o que agrava ainda
mais a situação.
Há relativamente pouco
tempo, Fernanda Graça teve
de deslocar-se ao hospital
de Vila Franca de Xira.De-
pois da consulta foi aconse-
lhada a dirigir-se ao Centro
de Saúde da Castanheira do
Ribatejo, para que o médico
de familia a encaminhasse
para uma esecalidade ine-
xistente naquele estabeleci-
mento hospitalar. O proble-
ma é que não tem médico
de familia e de lá para cá
tem andando recambiada
de um sitio para o outro,
tendo sido aconselhada a
dirigir-se a Alverca e tentar
arranjar uma consulta...
Ao denunciar esta situação
nas redes sociais, outras
pessoas comungaram das
suas preocupações e fala-
ram de situações similares.
Criou-se um pequeno mo-
vimento que acabou por se
concentrar em frente às ins-
talações do Centro de Saú-
de, relatar casos de falta de
resposta daquela unidade,
acabando na ideia de cons-
tituição de uma Comissão
de Utentes.
“Já temos neste momen-
to um conjunto de pessoas
dispostas a fazer parte da
Comissão de Utentes. Va-
mos fazer uma reunião pú-
blica e há a ideia de lançar
um abaixo assinado dirigido
aos diversos órgãos de po-
der, expondo a situação e a
necessidade de se tomaram
medidas urgentes“,diz Pe-
dro Gago que dá mais um
exemplo da incapacidade
dos serviços: “Há dias tive
de ir ás cinco da manhã para
tentar arranjar uma consulta
para a minha mulher. E já lá
estavam várias pessoas. É
uma situação inconcebível!“.
Luís Almeida encara como
positivo esta dinâmica de
intervenção. “Da nossa par-
te vamos fazer o que está
ao nosso alcance, e mostrar
o nosso desagrado. Já pedi
uma reunião com o respon-
sável do Centro de Saúde
mas ainda não obtive uma
resposta. Lembro que quan-
do as obras do Centro de
Saúde não andavam, foi ne-
cessário fazer uma manifes-
tação para desbloquear a si-
tuação. É inadmissivel haver
pessoas sem médico de fa-
milia. Temos de lutar todos,
em conjunto, a população e
a autarquia“.
A situação também já é do
conhecimento da Câmara
Municipal de Vila Franca de
Xira, tendo o seu presidente,
Alberto Mesquita, referido
que vai promover diligências
junto do Ministério da Saúde
para se inverter a actual rea-
lidade.
De referir que em termos
de instalações o Centro de
Saúde da Castanheira do Ri-
batejo está bem. A carência
principal, neste momento, é
de pessoal médico, essen-
cialmente médico, pois em
relação ao pessoal de enfer-
magem no essencial a res-
posta é satisfatória.
VAI NASCER A COMISSÃO DE UTENTES DE SAÚDE NA CASTANHEIRA DO RIBATEJO
Há uma carência gritante
de médicos de família!
Carlos Cardoso
2016 | 5 notícias De Cá e De Lá
Balões e pára-quedas
na Margem Sul
A história é feita de rostos, uns mais conhecidos, outros menos.
Com esta rubrica pretende-se divulgar homens, mulheres ou
factos, que de alguma forma marcaram ou marcam a história
das comunidades. Os textos baseiam-se em fontes próprias ou
em trabalhos de investigação que, tantas vezes, passam desper-
cebidos.
Fina d´Armada, historiadora, escreveu “Heroínas Portuguesas-
Mulheres que Enganaram o Poder e a História”. A IV parte do
livro aborda um assunto muito específico, a aviação portuguesa,
nas suas diversas facetas e o papel das mulheres.
Nas histórias que desvenda, a autora, a dada altura, fala da mar-
gem sul, nomeadamente da Moita e de Cacilhas. Não porque ti-
vessem tido um papel especial no desenvolvimento da aeronáu-
tica, mas por acontecimento pitorescos.
A 7 de Junho de 1850, uma francesa, de nome Bertrand Senges,
apenas com 22 anos, foi protagonista de uma viagem de balão
pelos céus de Portugal. Terá saído do Campo Santana, em Lisboa,
e a sua viagem foi presenciada, como era de esperar, por muitos
milhares de pessoas. Acontece que para descer – o sistema con-
sistia em lançar uma âncora que prenderia num obstáculo - teve
dificuldades em concretizar a manobra, acabando por atravessar
o Tejo e ir parar à Moita. Calcule-se a surpresa que não terá sido
para a população local.
Alguns anos depois, mais exactamente em 1857, tinha lugar um
novo acontecimento que deixava muita gente, pasmada, a olhar
para os céus. Desta vez não se tratou de uma viagem em balão,
mas sim de uma descida em pára-quedas, por uma mulher e
mais uma vez uma francesa, de seu nome Louise Poitevin. Já ago-
ra uma curiosidade, referenciada por Fina d´Armada, a primeira
mulher portuguesa, de nome Isabel Rilvas, a saltar em pára-que-
das fê-lo cem anos depois.
VoltemosaLouisePoitevinque,a16deSetembrode1857,saltou
deumbalãopilotadoporseumarido,ondetambémiaocavaleiro
tauromáquico D. João de Menezes. O salto teve lugar a uma altu-
rade800metroseacabouporcainapacataCacilhas,emAlmada.
Jáomaridoeocavaleiroseguiramviagem,atéSarilhosPequenos,
no concelho da Moita, onde desceram sem qualquer problema.
Num contexto onde a comunicação era limitada, onde o acesso
às inovações de cariz cientifico chegavam muitas vezes com anos
de atraso, de certeza que estes acontecimentos terão gerado
imenso burburinho. Seria interessante investigar, em especial na
imprensa local da época – Almada, por exemplo, tinha alguns pe-
riódicos onde escreviam personalidades de relevo, em especial
domovimentorepublicano,entãoemascensonocenáriopolítico
nacional- os reflexos destas aventuras aeronáuticas e o impacto
que terão provocado.
Carlos Cardoso
ROSTOS DA HISTÓRIA
Em Alverca, na zona antiga,
perto da Igreja, trabalha-se,
há mais de um ano, para
transformar uma casa em
ruínas, onde em tempos re-
motos se davam aulas e se
ensinou a ler e a escrever,
num espaço de acolhimento
para os músicos (e não só…)
que venham àquela cidade
actuar.
Trata-se de um projecto ím-
par, quer quanto aos objec-
tivos quer quanto à forma
como está a ser concretiza-
do, da responsabilidade da
SFRA- Sociedade Filarmónica
Recreio Alverquense e que já
tem nome definido: Casa do
Músico.
“A casa da música é aqui, na
sede da SFRA, onde temos o
nosso auditório, onde decor-
rem os ensaios e os espectá-
culos. Sentíamos, porém, que
faltava um espaço de acolhi-
mento, para receber gente
que vinha de fora, que nos
servisse e fosse útil ao nível
do próprio concelho de Vila
Franca de Xira. Um espaço
de descanso, especialmen-
te depois das actuações ou
após as longas viagens que
muitos grupos fazem. Da tro-
ca de experiências com ou-
tras bandas, nomeadamente
de outros países da Europa,
vimos como era importante o
acto de bem receber. A nossa
banda já actuou em inúme-
ros países e descansaram em
grandes dormitórios. Infeliz-
mente, no nosso concelho
não há um espaço de acolhi-
mento com essas caracterís-
ticas”, diz João Paulo, presi-
dente da Direcção da SFRA.
Apósalgumapesquisa,encon-
trou-se uma casa, ou melhor
dizendo, um conjunto de ca-
sas, com um pátio unificador,
um espaço da ordem dos
600 metros quadrados, que
se encontrava à venda, ain-
da para mais com uma carga
simbólica interessante, pois
ali funcionara, em tempo que
já vão, uma escola. E apesar
do seu estado de ruína, a Di-
recção da SFRA não hesitou e
assumiu um grande desafio:
comprou o imóvel, a escritu-
ra teve lugar em Janeiro de
2015, e com o voluntariado
de dezenas de pessoas está
a recuperar a casa.
“Estamos a trabalhar por
fase. Nesta primeira parte,
que gostaria que estivesse
pronta em Outubro deste
ano, vamos recuperar uma
das casas e o pátio. Na casa
recuperada, em sistemas de
beliche, temos espaço para
30 dormidas. O projecto, na
totalidade, prevê, para já,
umas 60 dormidas, tem um
espaço de refeições, espaço
de convívio, quarto e casa de
banho para pessoas com de-
ficiências…”.
Todo o trabalho de recupera-
ção tem sido feito à base do
voluntariado. Não deixa de
ser interessante, que a Casa
do Músico, começou a ser
feita…pelo telhado. “A Jun-
ta de Freguesia de Alverca
suportou os custos do telha-
do. Essa parte está pronta,
até porque precisávamos de
proteger os interiores. Agora
estamos a picar e rebocar pa-
redes e lançamos uma cam-
panha de fundos para as ja-
nelas, que estão orçadas em
seis mil euros. Todos os dias,
incluindo aos fins-de-sema-
na, há lá gente a colaborar. É
a SFRA que suporta o grosso
dos custos. As receitas neces-
sárias provem de iniciativas
que fazemos, como foi o re-
cente festival da Sapateira”.
Existe um projecto dentro do
projecto. A criação de um lar
para músicos, onde possam
ter uma velhice mais descan-
sada. O terreno existe, agre-
gado à Casa do Músico, e a
ideia passa por deixar a ges-
tão desse espaço a cargo de
uma entidade do ramo.
A Sociedade Filarmónica Re-
creio Alverquense, foi funda-
da em 6 de Outubro de 1874.
Conta com 2.500 associados
com a quota de Janeiro des-
te ano paga. Tem 900 prati-
cantes distribuídos por áreas
tão diversas como a música,
natação e ginásio. Aliás, a
banda de música é o principal
emblema da colectividade
que teve a particularidade de
ter participado no filme “A
Aldeia da Roupa Branca”.
PROJECTO DA SOCIEDADE FILARMÓNICA RECREIO ALVERQUENSE
Com suor, suor e muito suor
se constrói a Casa do Músico
Carlos Cardoso
João Paulo
6 | 2016 notícias De Cá e De Lá
Calça justa. Uma Samarra
Caros Leitores
Seráestaaúltimacrónica“EhpáCantaláoFado”.Aquempossanãosaber,informoquearubricafoibuscarotítuloa
um verso de um fado de Fernando Farinha onde este lamentava os caminhos enviesados por onde o fado se perdia.
É também ao que venho, mas lá iremos. Primeiro a “letra” referente:
Esta queixa da degeneração do Fado sempre se ouviu e deito-me eu a adivinhar em ficção literária é claro, que a primeira vez há-de ter sido
quandooscompanheiroseamigosdedesordeiroseprostitutasoscensuraramporelesjánãoapareceremtantonatabernaeagoraandarem
sempre a cantar nos salões de certos nobres boémios.
Os Deolinda num tema que para dizer a verdade, não tem a melhor das letras por eles cantadas, falam do Fiscal do Fado, que é o Super-herói
a que, secretamente, aspiro ser. Parece-me é que já fui descoberto neste meu delírio justiceiro. Então se fosse possível, no desempenho da
funçãoternoDailyPlanetacamaradagem,pelomenosprofissionaldaLoisLaneequandoemserviçodeslocar-menoveículo hi-techconcept
de Bruce Wayne, isso é que era. (Tenho que me focar. Estar focado é bom. Este é um jornal muito sério.)
Pois dizia, no Fiscal do Fado dos Deolinda as normas e directrizes impostas pela suposta autoridade reguladora, que eu estou disponível para
assumir por inteiro, são recusadas com o seguinte argumento:
(…)Eu achei aquilo errado /Fiz uma reclamação/Levei comigo o atestado/um arquinho e um balão/Disse que não é o fado/maior do que a
liberdade/Tudo é livre de ser fado/É de todos a saudade.
Tenho que dar razão a quem assim respondeu tanto mais que a própria Amália, sempre
mas sempre - quem diria? - ouviu a acusação pretensamente purista de que estava a
fugir ao Fado. E sabem os meus caros leitores em que momento, pela primeira vez, essa
crítica foi feita? Logo nas primeiras apresentações públicas de Amália. É verdade. Conta
Vítor Pavão dos Santos na obra Amália e os Poetas, (Bertrand -14) que em 1941, tinha
Amáliadoisanosdecarreira,narevistaAMarchadeLisboaumapersonagemdeEstevão
Amarante cantava:
-(…)Jáseiqueestouenterrado/vidanovanãomeligues/queeupertençoàquelaescória/
para quem princesa do Fado/ não é Amália Rodrigues/ era a Maria Vitória.
Não vêm ao caso outros comentários justificados e oportunos, senão o de que é antiga
a conflitualidade entre o passado e o presente do Fado
A mesma acusação ouviria tempo depois Amália quando ao Fado trouxe D.Dinis e
Camões e mais outra ainda, quando cantou David Mourão-Ferreira e Ary dos Santos,
musicados por Oulman.
A crónica hoje vai em tom confessional em modo converseta de café, talvez por ser a última, põe-se toda a gente mais à–vontade. Há um
episódiodelirantequeseencontrafacilmentenoYouTube.Procurecaroleitor“ProgramaRiso&RitmoAmálianotribunal“.Nãoacreditaráno
queouveevê;umaencenaçãodeumtribunalpopular,asérioenadécadade60,ondeAmáliaseprestoucomaprumo,presençaeconfiança
a responder a acusações daquela e de semelhante natureza.
Das suas exemplares respostas transcrevo esta:
- Sr. Dr. Juiz para lhe responder se fugi ao Fado autêntico teria que saber o que que isso é. Quando alguém me explicar o que é o “Fado autên-
tico “responderei.
Grande Amália! Assoem-se lá agora. 	
Agora reparo eu, que pretendendo levar uma linha de argumentação que fosse contra a inovação no Fado, são mais os argumentos que
apresento que me rebatem a intenção do que os que a empolgam. Nem para mim sou bom.
Continuando ainda a referir a revolução que Amália trouxe ao Fado, há uma Artista nessa dimensão tributária, incontornável. Falo de Mísia
que conseguindo afirmar-se na originalidade extrema da sua imagem e interpretação, teve em recente entrevista a seguinte constatação
lapidar:
-Deixemdeprocuraredeapontarcontinuadamenteastantas”novasAmálias”.Elajáfoidevezencontrada.ÉaprópriaAmália,elaquenunca
se esgota e sempre se renova.
Poderia ainda referir como com a chegada do Fado ao teatro de revista, impondo-se a necessidade de prender o público, os recursos encon-
trados por esta forma de linguagem teatral para alcançar tal objectivo foram a introdução de refrão e a orquestração, recursos esses que logo
ficaram amaldiçoados pelos tradicionalistas.
Diz quem sabe que ao grande Alfredo Marceneiro havia duas coisas que o exasperavam A primeira ter que cantar ou gravar em estúdios de
rádio, e televisão e outra a necessidade de cortar décimas nas “letras” para que os fados coubessem na duração formatada dos discos (prat-
inhos de sopa como o ti Alfredo lhes chamava).
Perguntará nesta altura o sempre paciente leitor:
- Mas aonde é que ele, o “ele” sou eu sim, quer chegar com isto tudo?
Eurespondo.NãogostodocaminhofeiranteegaiteiroqueoFadoestáatomar.Explico-mecomumexemploentremuitospossíveis;Nãogo-
sto do palco grande do Festival Caixa Alfama. Doem-me a alma e o coração ver uma Raquel Tavares, por exemplo, em palco debaixo de luzes
queencadeiameefeitoscénicosquedistraem,enquantomuitomaralhalconfusocomumacervejaemcadamão,naprocuradesenfreadada
bebedeira, julga que ainda está no do Sudoeste e conta à horda e aos berros das férias tipo cenas. È nessas alturas que eu queria ainda mais
ser o Fiscal do Fado… Ai esses iam todos com a cabrada, iam.
Mas lá está, por outro lado do Caixa Alfama gosto muito das apresentações no auditório do Museu e lá em cima na Casa da Cultura, nas
colectividades e na Igreja de Santo Estevão.
Julgoquetudosedeitouaperderquando,semganhosartísticoseestéticos,apenascontratuais,aoFadofoiatribuídaaqualidadedePatrimó-
nio e assim ganhou ele tanta fama e moda que isso lhe subiu à cabeça e logo desvairou.
Por isso digo que passávamos bem sem a distinção patrimonial, tanto eu como o Fado.
Agora é tarde a sina está traçada na palma da mão por muitas guitarras eléctricas, baterias e sintetizadores. Para fugir desses tempos que
chegam, vale-me a colecção brutal de clássicos que aí tenho e a ida a uma ou duas Casas de Fado que eu cá sei, e de que não digo o nome,
não me vão lá aparecer os festivaleiros da SuperBock com mais … tipo cenas.
Se me perguntam eu digo-lhes que sim, que gosto sinceramente do Pica e da Lambreta do Zambujo, do Desfado e da Folga da Moura. São
competentes intérpretes de grandes autores, Abrunhosa, Tê, Araújo e por aí fora.
Sou ecléctico, nada excluo que não preste. Gosto de Fado, gosto de Clássica e de Jazz. E gosto de Pop bem-feita como nesses casos.
Gosto pois, a sério que gosto, mas é claro que preferia a Moura, o Zambujo e outros que tais, quando eles eram Fadistas.
Paraacabaracrónicaeasérie,quesigaofado,travestidodesambaeenfeitadocombatuquesdeAngola.Ofado-Popeléctricoeamplificado,
no palco grande do Caixa Fest O fado nos programas de imitações da TV, com a populaça tele-comandada a ulular obediente na passagem
da abertura da guitarra para a entrada da voz.
Siga pois esse fado de Carnaval, que eu às duas da manhã hei-de estar onde o Hélder Moutinho puxar calmamente pelo seu banquinho para
se sentar envolto num silêncio tão grande que só a poesia se ouve.
Hei-de estar a ouvi-lo ir buscar ao fundo de si e do tempo, o verso de um Fado que faz doer a alma.
** Poeta de Fado
Não escrevo segundo o Acordo Ortográfico imposto
Joaquim Marques **
- EH PÁ CANTA LÁ O FADO!
O fado perdeu a raça
aquela graça afadistada
Deixou de ser desordeiro
e companheiro da ramboiada
Estes fadistas de agora
trazem o fado virado
nos retiros e salões
cantam canções em vez de fado
Hoje o fado é para estrangeiros,
para banqueiros, e para doutores
Os fadistas são artistas, não são fadistas
já são cantores
é cantado nas boates e assim armado em finório
O fado mudou de rumo já tem consumo obrigatório
Eh pá não fiques calado
Eh pá canta lá o fado
O fado era assim meus senhores
com vinho da pipa a correr
Assim mal criado e avinhado
é que o fado era fado a valer
Fernando Farinha
PORTO DA ERICEIRA
Pescadores protestam
e as obras avançam
Já recomeçaram as obras de reparação da rampa de acesso
ao mar do porto da Ericeira, no concelho de Mafra, uma
intervenção inicial orçada em 102 mil euros. Os trabalhos,
que vão decorrer, caso não surjam imprevistos, aos longo
de dois meses, poderão colocar um ponto final numa situa-
çao que está a deixar os pescadores daquela localidade an-
gustiados, pois praticamente há cinco meses que não vão
ao mar.
O assoreamento impede a utilização da rampa de acesso e
os pescadores não conseguem sair ou entrar da zona por-
tuária. É bom recordar que na Ericeira mais de 50 pescado-
res e 20 barcos necessitam que o porto esteja em plenas
condições, garantindo as necessárias condições de segu-
rança, para que possam exercer a sua actividade profissio-
nal e garantir o pão para as suas famílias. A actividade pisca-
tória tem importância local, e segundo os dados oficiais da
lota foram transaccionados, em 2014, umas 60 toneladas de
pescado, num valor aproximado de 280 mil euros.
Não foi fácil, porém, o começo das obras que pressupõe,
ainda, que a Docapesca assegure o levantamento das areias
e a realização de dragagens. Elas têm sequência após um
protesto que juntou os pescadores locais, saturados de ver
o tempo passar e não poderem ir ao mar. À cabeça desses
protestos esteve a APPER- Associação dos Pescadores Pro-
fissionais da Ericeira.
Os protestos levaram também a Câmara de Mafra a solicitar
um pedido urgente de audiência, ao Secretário de Estado
das Pescas, José Apolinário, que recebeu uma delegação
constituída pelo Vice-Presidente da Câmara de Mafra e três
representantes da APPER. Face ao relatório apresentado ,
chmando atenção para a situação calamitosa do Porto de
Pesca da Ericeira, nomeadamente o assoreamento e as con-
dições de segurança, o Governo comprometeu-se a apres-
sar com soluções que já se encontram no terreno.
CC
CARTÓRIO NOTARIAL DE ODIVELAS DE CATARINA SILVA
PUBLICAÇÃO
Catarina Sofia Martins da Costa Silva, Notária com Cartório sito na
Rua Alfredo Roque Gameiro, 20 A, em Odivelas, faz saber que no dia
oito de março de dois mil e dezasseis, no referido Cartório Notarial,
foi celebrada escritura pública de Justificação, lavrada a folhas 48 e
seguintes do Livro 278-A:
JUSTIFICANTE: Maria Carlos Bento Antunes Rebelo, contribuinte
fiscal número 145867676, natural da freguesia de Pinheiro Grande,
concelho de Chamusca, casada com Fernando Rodrigues Rebelo sob o
regime da separação de bens, residente na Rua do Cardeal, Quinta do
Cardeal, Charneca do Guincho, Cascais, é dona e legítima possuidora
do seguinte bem imóvel: -----------------------------------
PRÉDIO: Prédio urbano, composto por casa de habitação com rés do
chão com a área coberta de cento e dez metros quadrados e logradou-
ro com cento e setenta e nove metros quadrados, a qual se encontra
construída no lote de terreno para construção, com a área total de du-
zentos e oitenta e nove metros quadrados, lote 11, sito em Funcheira
e Lendas, Loures, freguesia e concelho de Loures, descrito na Primeira
Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número sete mil tre-
zentos e sessenta e oito, com a aquisição registada a favor de António
Joaquim Pereira e mulher Maria Amália Pacheco Antunes Pereira pela
apresentação dezassete de seis de junho de mil novecentos e setenta
e três, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Loures sob o
artigo 4813, com o valor patrimonial de 58.150,00 euros.
MODO DE AQUISIÇÃO: por compra meramente verbal, no estado de
solteira, maior, feita aos titulares inscritos, em data em que não sabe
precisar, mas há mais de vinte anos.
Odivelas, 8 de março de 2016
A notária, Catarina Sofia Martins da Costa Silva
2016 | 7 notícias De Cá e De Lá
Todas as sextas-feiras, Sérgio
Catita e João Bernardino,
do Ciclo Expresso Oriente,
um projecto que nasceu no
Parque das Nações, acom-
panham os seus filhos, de
bicicleta, para a escola que
fazem, igualmente, o percur-
so, em bicicleta. Não são os
únicos pais, felizmente a ideia
começou a ganhar adeptos
e, neste momento, já existe
um núcleo interessante que
deixa de lado o veículo parti-
cular, ou até mesmo o trans-
porte público, e opta por, em
conjunto, levar os filhos aos
estabelecimentos de ensino
recorrendo às duas rodas e
ao esforço das pernas….
Sérgio Catitas e João Ber-
nardino foram, por isso, dois
espectadores atentos e inter-
venientes na sessão pública
promovida pela Câmara de
Loures e que teve lugar na
freguesia da Portela, de dis-
cussão do percurso ciclável
que pretende ligar Moscavi-
de, Portela e Sacavém. E ex-
pressaram, logo, um desejo,
“como ligar este percurso ao
projecto que já desenvolve-
mos?”
Esta necessidade de entron-
car a via ciclável que ligará Sa-
cavém à estação do metro em
Moscavide, passando pela
Portela, a percursos formais
ou informais já existentes, a
equipamentos de importân-
cia para a população ou ainda
às escolas, tendo em vista a
sensibilização dos mais novos
para formas alternativas de
locomoção, esteve muito pa-
tente na discussão.
Para o vereador Paulo Pitei-
ra, esse é um caminho não
só possível como desejável.
Aliás, estando concluído o
plano de vias cicláveis, privi-
legiando as zonas mais den-
sas do concelho, haverá um
circuito global que não só
permite percorrer quase todo
o concelho de Loures como
garante ligação a outros con-
celhos. “Está em estudo o
trajecto ligando Loures a Sa-
cavém, através de uma zona
bonita e, para muitos, desco-
nhecida, a várzea, um projec-
to candidato a fundos comu-
nitários. Neste momento o
que está mais adiantado é a
ligação de Moscavide, Porte-
la e Sacavém, numa extensão
aproximada de 2,6 quilóme-
tros”.
Mas não só: o passeio pedo-
nal e a ciclovia que liga Vila
Franca de Xira ate à Póvoa de
Santa Iria poderá ter continui-
dade até Sacavém, havendo
inclusive um trajecto definido
e, a partir daqui será possível
fazer o nó de ligação com a
rota de Lisboa até Belém.
João Aleixo, técnico da autar-
quia, sintetizou, porém, o ob-
jectivo principal do percurso
Sacavém/Portela/Moscavide:
“Pretendemos ligar o Metro
de Moscavide à ciclovia que
já existe na Avenida Estado
da Índia”, que, como referiu
Carlos Gonçalves, da Jun-
ta de Sacavém/Prior Velho,
“começa mas não acaba em
lado”.
O novo percurso terá sete zo-
nas de estacionamento para
bicicletas, terá interligação
com o Rodinhas, e terá diver-
sas soluções em função das
características das ruas por
onde passa, podendo con-
tribuir para atenuar a veloci-
dade de veículos em zonas
urbanas densificadas. O custo
das obras está previsto ficar
em 220 mil euros.
CC
Percurso ciclável liga Sacavém a Moscavide
8 | 2016 notícias De Cá e De Lá
É no final deste mês de Abril,
tudo o indica que no dia 28,
no Pavilhão Paz e Amizade,
que tem lugar um primeiro
grande arranque para a revi-
talização da Rua da Repúbli-
ca, via que atravessa a cidade
de Loures.
Um primeiro grande arran-
que público, pois o que vai
estar em discussão, uma pro-
posta de profunda reformu-
lação da Rua da República,
já está a ser trabalhada há
alguns meses, como refere
António Pombinho, vereador
da Câmara de Loures.
“A intervenção na Rua da Re-
pública faz parte de um pro-
jecto mais amplo de revitali-
zação dos chamados centros
históricos ou zonas antigas, a
terem lugar em quatro locali-
dades do concelho que são
Loures, Camarate, Sacavém
e Moscavide. Em Loures, te-
mos uma equipa de arquitec-
tos a trabalhar na proposta,
mas cuja elaboração já conta
com alguma participação de
associações locais, como os
Bombeiros Voluntários de
Loures, Associação Luís Pe-
reira da Mota, a PSP, Paró-
quia de Loures, a Associação
de Comerciantes, a Junta de
Freguesia. Vai ser apresen-
tada e debatida até ao final
deste mês, numa sessão com
a população, tendo em vista
recolher opiniões e suges-
tões“.
A Rua da República, dos tem-
pos actuais, cresceu, modi-
ficou-se, assente no antigo
troço da Estrada Real nº 60,
mais tarde batizada com o
nome de Azevedo Coutin-
ho e, após a implantação da
República, em 4 de Outubro
de 1910, com o seu actual
nome. Era uma via muito utili-
zadaparaquemsedirigiapara
a zona norte, nomeadmente
em direcção a Malveira, Maf-
ra, Ericeira. Acabou, porém,
por se transformar numa via
estruturante da cidade, muito
movimentada, que viu crescer
de ambos os lados imensos
edificios – hoje, do lado direi-
to, no sentido de quem vem
da Mealhada, a numeração
de policia chega até ao nú-
mero 120 e do lado contrário
até ao 93- onde, para além da
habitação, se situou o peque-
no comércio e diversos equi-
pamentos públicos.
Os constrangimentos cres-
ceram e a Rua da Repúbli-
ca vive entre momentos de
grande e por vezes conflituo-
sa intensidade, em especial
nos três dias em que se efec-
tua o Mercado do Levante, e
momentos de completa apa-
tia em que a rua se transforma
quase num espaço fantasma.
“Pretende-se que a fluidez
dos trânsito seja melhor,
que os peões tenham mais
espaço, que o comércio
desenvolva melhor a sua acti-
vidade económica...“, sinteti-
za António Pombinho.
Entre as medidas que vão
ser colocadas à discussão,
destaque para a criação de
um sentido único, no sentido
da Mealhada para norte. O
inverso passa a ser feito atra-
vés do interior da cidade. A
criação de um sentido único
permitirá a reformulação do
estacionamento, com mais
espaços e a criação de mais
zonas para os peões, bem
como poderá facilitar a acti-
vidade dos estabelecimentos
de restauração com a criação
de áreas de esplanadas.
Uma outra ideia tem a ver
com o Mercado de Levan-
te que tem sido um ponto
polémico, quer pelos cont-
rangimentos que colocam ao
nível do trânsito, quer pelas
relações nem sempre fáceis
com os comércio instalado.
“Estamos neste momento a
estudar duas outras hipó-
teses de locais. No espaço
actual, onde funciona o Mer-
cado do Levante, será criada
uma grande praça“, refere
António Pombinho, um es-
paço que contribua para a
animação local.
Ao longo da Rua da Repúbli-
ca situam-se um conjunto de
edificios e equipamenos im-
portantes. É na Rua da Repú-
blica que está uma das entra-
das para o campo de futebol
do Sportivo de Loures, que
tem praticamente em frente
a escola Dr. António Carva-
lho de Figueiredo, com cen-
tenas de alunos, médico cujo
centenário da sua morte vai
ser evocado em 2017, que
fica o Pavilhão Paz e Amiza-
de, equipamento construido
após o 25 de Abril e onde
decorrem imensas iniciativas
desportivas e culturais, que
movimentam centenas de
pessoas, a sede da Câmara
Municipal de Loures, as ins-
talações da Associação de
Comerciantes, o histórico
Chafariz e o seu simpático
largo ou, já no final da rua, a
casa onde nasceu e morreu
o poeta Manuel Francisco
Soromenho.
Toda esta construção e ins-
talação de equipamentos,
ao contrário do que se possa
pensar, teve lugar no último
século. A cidade cresceu em
torno do Chafariz, situado no
actual Largo 4 de Outubro.
Quando foi edificado pra-
ticamente não tinha nada à
PROJECTO DE REVITALIZAÇÃO SUJEITO A DEBATE PÚBLICO
Rua da República com sentido único
e sem o mercado de Levante
Carlos Cardoso
Casas abandonadas há anos
Edificio onde nasceu e morreu Manuel Frnacisco Soromenho
2016 | 9 notícias De Cá e De Lá
sua volta. Basta recordar que,
em 1887, aquando da criação
do concelho de Loures, não
havia uma edificio capaz para
instalar o novo Municipio. Por
isso teve de ir para a Mealha-
da, para uma palácio onde
hoje funciona a Assembleia
Municipal, junto do Parque
da Cidade.
“A recuperação de edificios
é um dos aspectos contem-
plados. Nesse sentido vão ser
criados incentivos fiscais para
os proprietários dos imóveis,
tendo em vista a sua reabili-
tação“, refere António Pom-
binho.
Mas a Rua da República não
tem apenas edificios priva-
dos. Existem algums imó-
veis públicos, da Câmara de
Rua da República
Edificio 4 de Outubro
Entrada do campo do GSLoures
Pavilhão Paz e Amizade
Loures, que também vão ser
intervencionados. Um deles,
aliás, já está a ser alvo de
obras. Trata-se do espaço
onde em tempos funcionou o
Tribunal e que vai ser a sede
da LouresInveste, uma agên-
cia de investimento, criada
pela autarquia e pelos em-
presários do concelho, com o
objectivo de apoiar a criação
de empresas, ajudar ao in-
vestimento interno e externo
e à criação de postos de tra-
balho. Também o imóvel his-
tórico, onde foi proclamada
a República, o Edificio 4 de
O “notícias De Cá e De Lá“ foi ouvir a opinião e fundamentalmente ideias para o futuro da Rua da República. Numa
coisa, todos estão de acordo, as coisas não podem continuar como estão.
Anabela Teixeira, 52 anos, está ligada a um interessante projecto – o Store Two – na área do artesa-
nato, que funciona numa loja do mercado municipal. Ao todo são dez artesãos, dos quais nove são
mulheres, de área diferentes, que suportam em conjunto o aluguer do espaço, garantem o seu funcio-
namento de forma rotativa e ali deixam os seus trabalhos para venda.
“Sempre estudei em Loures, vinha para aqui imensas vezes. A Rua da República está igual ao longo
dos anos, com pouco comércio, pouca dinâmica. Para nós, a eventual retirada do mercado do Levante
é preocupante, pois é o mercado que dá movimento a toda esta zona“.
Fernando Almeida, 46 anos, está há 16 anos na pastelaria “O Monumento“. Vive a sua cidade, cujo
comércio foi seriamente fectado “pelas grandes superfícies“. Considera que se impunha „dinamizar o
espaço público“, facilitando a realização de iniciativas que tragam pessoas á cidade. “Porque não fazer
peddy papper ou até rally paper, aproveitando para mostrar e apelar à preservação de alguns bens da
nossa cidade e do próprio concelho?“. Uma animação, onde também enquadra, por exemplo, a neces-
sidade de libertar espaços para instalação de esplanadas, criando um ambiente mais aberto e aprazível.
Vademar Alves, 58 anos, da AbriAlvar, mostra-se algum cepticismo. Mesmo em frente tem duas casas
completamente abandonadas. “Estão assim há anos e nada se faz“, desabafa. Manifesta também o
seu desagrado com os elevados das rendas dos estabelecimentos comerciais, realidade que obsta á
instalação e renovação do tecido empresarial na cidade. “Como se vê está tudo a fechar. Depois te-
mos o problema do estacionamento, que é pouco e é pago, o que não motiva a presença das pessoas.
Estou nada optimista, quanto ao futuro da Rua da República...“, diz, ele que nasceu em Loures, cidade
que já teve outra dinâmica social.
Daniel Lança, 45 anos, da Casa da Caça, defende uma ideia diferente para o trânsito. “Fazia falta uma
via alternativa, uma variante por detras de Loures até à rotunda de ligação ao Infantado e ao Parque da
Cidade. Vejo dificil os pesados circularem pelo interior da cidade, tem que se analisar bem isso“. Tam-
bém o pagamento dos parquímetros o deixa preocupado:“ Há pessoas que me dizem que não veem
aqui devido às dificudades em estacionar e ás multas que se aplicam“. A Rua da República, lembra, já
teve “muito movimento“ hoje em dia, porém, “está muito parada e precisa de ser activada“, considera.
DEPOIMENTOS
Outubro, vai ser recuperado.
Ali funciona, neste momento,
uma galeria municipal de ex-
posições, estando a decorrer
a mostra “Comunicações Mi-
litares- Guerra Colonial. Um
breve olhar sobre o passado“,
de Luis Fernando Dias.
A intervenção na Rua da Re-
pública vai ser feita por fases.
O investimento será garanti-
do por fundos comunitários
e fundos municipais e o resul-
tado final espera-se que seja
uma via mais segura, mais
dinâmica, mais fluida e mo-
derna.
10 | 2016 notícias De Cá e De Lá
MARGEMSUL
FE - Factor Exacto
nova mediadora de seguros
na Cova da Piedade
Carla Mota, 32 anos, a viver na Sobreda, Almada, é o ros-
to de um novo projecto na área dos seguros, o FE - Factor
Exacto. “Durante alguns anos trabalhei numa empresa da
área de viagens que, por diversas razões encerrou. Aprovei-
tei então para tirar um curso de seguros e, agora, abrimos
esta loja aqui, na Cova da Piedade, no Centro Comercial do
Brejo”.
A FE - Factor Exacto- Sociedade de Mediação de Seguros,
oferece soluções para todos os ramos e trabalha com um
leque variado de companhias, nomeadamente as mais im-
portantes e com relevo no mercado nacional. Uma activida-
de que se desenvolve num sector onde existe uma enorme
concorrência, algo que não assusta Carla Mota.
“Tento encontrar as melhores soluções para os clientes,
quer em termos económicos, quer em termos de solução
de seguros”, garante, sempre numa lógica de proximidade.
A opcção pela Cova da Piedade foi simples: “Não queria
ir para Lisboa, onde o mercado
está saturado. Nesta fase esta-
mos a promover o espaço, seja
através da página do facebook,
distribuindo folhetos e, essen-
cialmente, através d o palavra
puxa palavra”.
O número da loja do FE - Fac-
tor Exacto é 14. Para já, encon-
tra, no espaço, um atendimen-
to profissional a cargo de Carla
Mota. “A empresa nasce com
um posto de trabalho, mas es-
pero que a nossa actividade se
desenvolva e criar mais postos
de trabalho”, diz Carla Mota.
Os Serviços Municipaliza-
dos de Água e Saneamento
(SMAS) de Almada inaugura-
ram a “Estação Elevatória de
Águas Residuais do Raposo, a
“Estação Elevatória de Águas
Residuais e Emissário do Tor-
rão” e as “Estações Eleva-
tórias de Águas Residuais e
Emissário da Foz do Rego”,
um investimento global supe-
rior a 2 milhões de euros, dos
quais 880 mil euros do orça-
mento municipal e 1,94 mi-
lhões de euros de comparti-
cipação comunitária. As três
infra-estruturas estão incluí-
das no Programa Operacio-
nal Temático de Valorização
do Território.
A reabilitação e requalificação
de infra-estruturas de sanea-
mento de águas residuais,
com o objectivo de melhorar
o seu desempenho hidráuli-
co, ambiental, de salubridade
edesaúde,adequandoossis-
temas às novas necessidades
decorrentes da evolução po-
pulacional e alterações ao or-
denamento do território, fo-
ram as características e objec-
tivos das obras realizadas.
Outras obras estão em cur-
so, nomeadamente a Esta-
ção de Tratamento de Águas
Residuais de Valdeão, num
investimento de 1,1 milhões
de euros; a Estação Elevatória
de Água de Vale de Milha-
ços, num investimento de 398
mil euros; e a Estação de Tra-
tamento de Águas Residuais
da Quinta da Bomba, num in-
vestimento de 9,884 milhões
de euros, infra-estruturas que
entrarão em funcionamento
até ao próximo mês de Se-
tembro.
No conjunto, as diversas
obras representam um inves-
timento público total de 14,25
milhões de euros.
CC
Obras dos SMAS de Almada significam
14,25 milhões de euros de investimento
Aos poucos a cidade de Al-
mada vai ficando cercada
por enormes espaços ver-
des, cada vez mais usfruidos
por centenas de pessoas. No
centro destes espaços está o
Parque da Paz com os seus
60 hectares que, agora, aca-
ba de ficar ligado, através de
uma passagem superior pe-
donal e ciclável sobre o IC20,
ao futuro Parque Urbano do
Pragal, que terá 8 hectares de
espaços verdes.
“Esta obra incentiva a que
muito em breve o Parque Ur-
bano do Pragal seja termina-
do”, disse Joaquim Judas,
presidente da Câmara de Al-
mada. Para além disso, “vai
facilitar a mobilidade na cida-
de” de tal forma que, em con-
junção com as diversas vias
cicláveis, será possível chegar
a Cacilhas ou ao Monte de
Caparica.
A passagem pedonal que
liga os dois parques tem uma
extensão total do tabuleiro
de 72 metros e 3,5 metros de
largura. Trata-se de investi-
mento da Câmara Municipal
de Almada que ascendeu a
765 mil euros. Em relação ao
calendário inicial, ficou pronta
com ano e meio de atraso.
“Houve um concurso público,
ganho por uma empresa que,
em cimo da hora, desistiu.
Foi necessário fazer de novo
todos os procedimentos,
lançando novo concurso pú-
blico”, lembrou a vereadora
Amélia Pardal.
O Parque da Paz oferece ex-
tensos relvados, zonas de ma-
ta densa, lugares mais inti-
mistas e um espelho de água
com 20 mil metros quadra-
dos. Há cerca de 115 espécies
de árvores arbustos e herbá-
ceas, mais de 60 espécies de
aves, para além outros grupos
de animais tais como anfíbios,
répteis, mamíferos, peixes e
invertebrados.
Através da passagem pedo-
nal o Parque da Paz está ago-
ra ligado ao Parque Urbano
do Pragal, que já começa a
ganhar forma e uso. Quando
for concluído terá mais de mil
árvores, caminhos com aroma
a rosmaninho, medronheiro,
estevinha, um parque de re-
creio infantil, equipamentos
desportivos informais e um
espaço para a população sé-
nior.
O Parque da Paz e no futuro
ambos os parques, são muito
utilizados para caminhdas e
por ateltas que ali fazem os
seus treinos. Assim acontecia
com um grupo de amigos,
que ali se juntavam e faziam
as actividades fisicas e que
acabaram por formar a Asso-
ciação dos Amigos do Parque
da paz.
“A associação evoluiu e aca-
bámos por formar o Clube de
Atletismo Amigos do Parque
da Paz (CAAPP), que conta,
neste momento, com cerca
de 250 associados, que fazem
os seus treinos no Parque da
paz e, no, futuro também no
Parque do Pragal”, diz Pedro
Gabriel, Vice-Presidente do
clube.
Os atletas do clube praticam,
essencialmente, provas de
estrada, um pouco pelo país
e também no estrangeiro.
“Costumanos ir à maratona
de Sevilha, onde somos o clu-
be com mais presenças”.
Nesta fase são preponderan-
tes os escalões de sénior e
veteranos, mas, entretanto,
foi criada uma escola de atle-
tismo, com jovens entre os 8 e
os 18 anos. “Já estão federa-
dos e a participar em provas”,
acrescenta José Ramalho, res-
ponsável da escola.
A actividade do CAAPP, con-
tribui para a dinamização do
Parque da Paz e a presença
dos seus imensos atletas aju-
da, de alguma forma, a me-
lhorar a segurança daquele
grande espaço verde. “Não
temos fins lucrativos. Quere-
mos praticar o desporto, es-
treitar laços de convivio e
de amizade, contribuir para
uma melhor saúde, ajudar a
comunidade”, reforça Pedro
Gabriel.
Transtejo complica a vida
Se de um lado se aposta em
soluções alternativas de mo-
bilidade, do outro a tendên-
cia é para aumentar as dificul-
dades. Assim acontece com
a Transtejo, que suspendeu
a ligação Trafaria/Porto Bran-
dão/Belém. O Presidente da
Câmara de Almada e o verea-
dor responsável pelo trânsito
e transportes, reuniram com
a Administração da Transtejo,
para “o esclarecimento sobre
as circunstâncias e as razões
que determinaram a suspen-
são do serviço público de
transporte de viaturas entre
a Trafaria, Porto Brandão e
Belém”.
De acordo com informação
prestada pela administração,
aTranstejoenfrentaumasitua-
ção preocupante, “resultado
de um processo de desinves-
timento no serviço público de
transporte fluvial que se pro-
longa há já15 anos, mas agra-
vadonosúltimosanos”.Situa-
ção que coloca problemas ao
nível da manutenção da frota
e de outros equipamentos e
obrigou à paralisação das três
“ferryboats” que asseguram
o transporte de viaturas. Se-
gundo informação prestada
pelo CA da Transtejo, o ser-
viço estará em condições de
ser reposto até ao final da
primeira quinzena de Maio”.
A Câmara de Almada rea-
firmou a sua “preocupação
pela manutenção da suspen-
são do serviço, sublinhando a
urgência na reposição do ser-
viço público de transporte de
passageiros e viaturas entre
as duas margens do Tejo
Passagem superior une
Parque da Paz ao Parque do Pragal
Carlos Cardoso
2016 | 11 notícias De Cá e De Lá
“A Passagem”
Esteanofoidifícilparamimdesejaràspessoasuma“boaPáscoa”.
Porque é difícil pensar no que seria uma “boa Páscoa” quando
pelo mundo fora se vêm tantas atrocidades, medo, ódio e igno-
rância a imperar e a intoxicar a
nossa forma de viver. Se é que
ainda existe uma forma ver-
dadeiramente livre de viver!
No entanto, e ao que parece,
etimologicamente o termo Pás-
coa, deriva da palavra hebraica
“Pessash” que significa “passa-
gem”. E aí lembrei-me de quan-
tas vezes os momentos mais
difíceis e dolorosos podem con-
stituir verdadeiros momentos
de passagem para uma nova
fase, uma nova forma de pen-
sar, sentir, questionar e aceitar.
Tudo depende do que cada
pessoa faz com esses momen-
tos, bloqueadores para muitos
e tão reveladores para outros.
A diferença está na capacidade de reconhecer o amor onde ele
existe verdadeiramente, e perceber-se a si mesmo e aos outros
como merecedores desse mesmo amor. Está na possibilidade de
sentirmos que não somos “sós” e que podemos escolher quem
nos acompanhe neste caminho.
A Páscoa é, portanto, a celebração também de todos os momen-
tos de transformação. A superação da dor e do desafio. É tam-
bém acreditar em novos ciclos e numa forma muito especial de
renascer em vida. Porque a vida pode ser renovada vezes e vezes
sem conta, transformada por um poder pessoal verdadeiramente
criador (e que existe em todos nós).
E, por isso, também da dor se fazem novos ciclos, também da dor
se fazem crescimento e evolução. 
Povos antigos acreditavam que o coelho era símbolo de fertilida-
de e renovação. Também os ovos têm um significado de conti-
nuidade. Representam o inicio de uma nova vida, estabelecendo
a ligação (passagem) das suas raízes, ao futuro e à “vida eterna”
através da passagem dos genes.
Por isso, e depois de passada a Páscoa, e com todo o horror,
medo e indignação que possamos estar a viver nos últimos tem-
pos, espero que “o coelhinho” continue a tocar todos os nossos
caminhos, deixando muitos ovos para abrir, lembrando-nos sem-
pre que, de uma forma ou de outra, todos fazemos parte de um
mesmo, maravilhoso e “eterno”, ciclo da vida. 
Cabe a cada um de nós dar-lhe sentido, sempre!
Psicóloga
anaguillhas.psicologa@gmail.com
anaguilhas.weebly.com
Ana Guilhas
“COM SENTIDO...”
A actividade do conjunto
das colectividades da fre-
guesia da Amora, concelho
do Seixal, permite que mais
de 12 mil pessoas pratiquem
de forma regular, alguma
actividade desportiva ou
cultural. Isto numa freguesia
de umas 50 mil pessoas o
que se significa que quase
um quarto da população,
está enquadrada numa as-
sociação ou colectividade.
Esta dinâmica esteve pre-
sente no 2º Encontro do
Movimento Associativo de
Amora, que decorreu nas
instalações do Clube Re-
creativo Cruz de Pau e que
juntou 18 colectividades,
praticamente todas as que
desenvolvem uma activida-
de regular na freguesia.
Iniciativa da Junta de Fre-
guesia da Amora, o encon-
tro contribuiu para “aproxi-
mar mais os clubes”, esta-
belecer uma melhor “par-
tilha de recursos” e discutir
novas ideias de trabalho,
como disse ao nosso jornal
Manuel Araújo, presidente
da autarquia local.
CERCA DE DUAS DEZENAS DE COLECTIVIDADES TROCAM EXPERIÊNCIAS
“Amora tem um movimento
associativo muito forte”
Manuel Araújo, presidente da JF da Amora
Cerca de duas dezenas de colectividades participarm no Encontro
Ao longo de um dia, os par-
ticipantes dividiram-se por
seis grupos de trabalho,
onde se abordou o Dirigi-
mos Associativo, as Activi-
dades Gimnícas, Atletismo,
Actividades Náuticas, Férias
Desportivas e Comunica-
ção.
Existe cada vez mais a cons-
ciência da necessidade de
partilhar experiências, mas
também recursos. Manuel
Araújo dá um exemplo:”Nos
meses de Julho e Agosto
temos as férias desportivas.
Até aqui, cada um fazia por
si. Agora, porém, foi possí-
vel que as colectividades
desenvolvessem as activi-
dades em interligação umas
com as outras. Isto significa
que cada clube acaba por
ter uma oferta maior. Pemite
também uma rede de trans-
portes única, envolvendo di-
versas colectividades”.
Trata-se de um caminho a
aprofundar e melhorar, da
mesma forma que há que
elevar a qualidade da comu-
nicação, “do nosso primeiro
encontro para este houve
um salto de qualidade ao
nível da informação das co-
lectividades”, bem como se
impõe continuar a apostar
na formação dos dirigentes,
que são confrontados com
regras e legislação cada vez
mais exigente.
“Na nossa freguesia, temos
uma política que aposta
na participação das pes-
soas e das associações. Por
exemplo, todos estão a par
dos critérios dos apoios da
Junta para o movimento
associativo, o que facilia
imenso organizarem o seu
plano de iniciativas. Temos
um movimento associativo
que tem uma grande força
o que é muito importante
para a própria Junta, pois é
este movimento que execu-
ta grande parte dos nossos
projecos no campo despor-
tivo ou cultural”.
Não admira, por isso, que
a Amora seja palco, com
regularidade, de provas de
carácter regional ou até na-
cional, como acontece com
o 4º Triatlo Nacional Jovem,
que se realiza a 16 de Abril,
com uma presença estima-
da de cerca de 700 atletas.
CC
12 | 2016 notícias De Cá e De Lá
Acordem, que já é dia!
Nunca levei tanto tempo a pensar no tema para uma crónica,
como desta vez.
Confesso que a inspiração anda pelas ruas da amargura. Com
um mundo em rota acelerada para a insanidade definitiva,
ataques terroristas em Bruxelas, redondezas de Paris, Lahore
e sabe-se lá quantos mais lo-
cais à volta do globo, é difícil
permanecer inspirada.
No entanto, e a propósito de
muitas notícias que vão cir-
culando na net e não só, seja
nos jornais, nas redes sociais,
ou outros, acerca de todas
as desgraças que vão acon-
tecendo mundo fora, voltei
a pensar, com um misto de
amargura, raiva e quase de-
sespero, que nós por cá, no
nosso cantinho à beira-mar
plantado, continuamos mer-
gulhados numa espécie de anestesia, ou letargia colectiva,
aparentemente alheios ao facto de que aquilo que acontece
em Paris, ou Bruxelas, ou mesmo Lahore, pode acontecer
aqui, também. A qualquer momento e em qualquer momen-
to. Ainda falamos em tudo isto como se fossem coisas que se
passassem “lá muito longe”, que nada têm a ver connosco.
Mesmo em conversas, seja de Café, ou entre amigos, ou com
as pessoas com quem contactamos, noto que a maioria ainda
tem uma abordagem bastante relaxada, superficial, é capaz de
falar sobre o assunto por uma meia dúzia de minutos e re-
torna às conversas de trazer por casa. Ou não fala sobre isso,
de todo. Quem me dera poder dizer que me sentia tranquila
assim! Mas não digo, porque não posso.
O que me apetece dizer e digo é “Meus queridos, acordem
que já é dia!”. O nosso espírito “não te rales”, que adoro par-
ticularmente, quando tudo está bem, neste momento não se
aplica! O que se está a passar é dramático demais e as ameaças
reais demais para continuarmos a achar que os milagres exi-
stem. Porque Fátima fica em Portugal!Assim sendo, já devía-
mos estar todos muito mais unidos e atentos do que estamos.
Muito mais despertos para esta questão, do que aparentamos.
Muito mais colectivos, do que individualistas, como sempre. O
facto de algo ter acontecido em Lahore, ou Bruxelas, ou nos
arredores de Paris, já devia estar muito mais perto para nós,
do que parece estar para a maioria. Falamos nas coisas pelo
prisma da pena, do luto, da solidariedade e do politicamente
correcto, mas continuamos a não falar sobre como por tran-
cas à porta. Antes de qualquer assalto. Ou será que estamos
à espera que seja apenas o Governo e a Polícia a lidar com o
assunto? Claro está que ambos têm um poder muito maior
que o nosso, e farão, certamente, tudo o que puderem, mas
nunca se deve subestimar a força da gente comum em união!
Isso inclui-nos a todos e a cada um de nós. Um bom começo
já é falar sobre o tema, não apenas do ponto de vista “do que
aconteceu lá fora”, mas “do que pode acontecer aqui”.
E isto não é pessimismo. É realismo. E é uma vontade imensa
de que tudo corra pelo melhor, mas estando as pessoas prepa-
radas para poder ter que fazer face ao pior. Não quero perder
nenhuma pessoa, seja amiga, familiar, conhecida, ou simples-
mente, conterrânea, para esta nojeira a que assistimos! Daí,
este meu tímido e até meio desajeitado grito de alerta.
sharoncollaco@hotmail.com
Pontos nos iii!!!
Sharon Collaço
O Governo vai “legislar,
ainda no primeiro semestre
deste ano, tendo em vista a
transferência da gestão de
partes das zonas ribeirinhas
para as autarquias”, disse
Ana Paula Vitorino, Ministra
do Mar, no final da deslo-
cação que fez ao Barreiro,
onde assistiu à assinatura en-
tre a CP e a autarquia local,
do Contrato de Concessão
de Utilização Privativa de Do-
mínio Público da Doca Seca,
junto à antiga Estação Fluvial
do Barreiro.
Com este pacote legislativo,
o Governo pretender respon-
der a uma insatisfação que
se prolonga há muitos anos,
por parte das autarquias, que
querem fazer intervenções
de requalificação das suas zo-
nas ribeirinhas e encontraram
sempre imensos obstáculos,
no caso dos concelhos bei-
jados pelo Tejo, por parte da
APL- Administração do Porto
de Lisboa.
Mais fácil foi o acordo quanto
à gestão da Doca Seca, cuja
gestão passou para as mãos
da Câmara do Barreiro. “Este
protocolo vai ter efectivação
imediata, pois a fase naval
da CP há muito que está ul-
trapassada”, reconheceu Ma-
nuel Queiró, Presidente do
Conselho de Administração
da CP- Comboios de Portu-
gal.
O que é verdade é que du-
rante anos nem se fez, nem se
deixou fazer. Nem a CP tinha
interesse na Doca Seca, nem
a Câmara do Barreiro podia
intervir. Durante estes anos,
a Doca, que precisa de obras
de reabilitação e cujos aces-
sos estão perigosos e muito
desactualizados, foi utilizada
pelos pescadores artesanais,
obrigados a exercícios de
autêntico malabarismo. “In-
felizmente a actividade pisca-
tória no Tejo foi praticamente
abandonada e devemos ter
em atenção esta matéria,
nomeadamente ao nível das
condições necessárias para
os pescadores”, reconheceu
Ana Paul Vitorino.
Cerca de 60 pescadores vi-
vem da apanha do peixe. E,
ao contrário do que se pensa,
o Barreiro vende muito peixe
na lota, só que a respectiva
tonelagem não consegue
ser importada ao Barreiro. E,
mais significativo, ainda há
uma percentagem interes-
sante que é exportada, caso
da corvina em que mais de
cinco por cento vai para Fran-
ça
“Este é uns protocolos que
perseguimos há anos. A doca
vai servir para impulsionar as
actividades náuticas e para
a pesca”, disse por seu lado
Carlos Humberto Carvalho,
Presidente da Câmara do
Barreiro. Não se trata, porém,
segundo o autarca, de uma
medida isolada. Ela insere-se
num esforço tendo em vista
valorizar de forma exponen-
cial toda a área ribeirinha do
concelho.
Por isso, entre outras iniciati-
vas, vão haver candidaturas
a fundos comunitários para
a recuperação do Moinho de
Maré Pequeno e do Moinho
de Vento, vai-se proceder
a operações de limpeza na
zona envolvente do Moinho
de Maré Grande trabalha-
-se para concluir o sistema
de tratamento de águas do-
mésticas que no concelho
já atinge os 95 por cento, e
nomeadamente concluir o
sistema de tratamento de
águas residuais na zona da
Quimiparque , realização de
acções pontuais na Quinta
de Braancamp, que recente-
mente foi adquirida pela Câ-
mara do Barreiro, num total
de 22 hectares, continuar as
obras do passeio Augusto
Cabrita, com a recuperação
de diversas ruas, ter a curto
prazo estudos estruturados
tendo em vista o aproveita-
mento da antiga estação do
Sul Sueste, construção do
barco típico Muleta”, entre
outras iniciativas.
Ligação com o Seixal
Umdosprojectosmaisinteres-
santes diz respeito à ligação
entre o Barreiro e o concelho
vizinho do Seixal. As autar-
quias há muito que reivin-
dicam a construção de uma
ponte rodoviária, um projec-
to de milhares de euros que
está acima das possibilida-
des de ambas as Câmaras.
O mesmo não acontece com
um outro projecto, aponte
pedonal ciclável entre o Bar-
reiro e o Seixal. “Será fei-
ta aproveitando a estrutura
da antiga ponte do Sei-
xal” e que foi danificada
nos finais dos anos 60 por
uma embarcação, não mais
tendo sido recuperada. A
nova ponte, para peões e
bicicletas, terá uma extensão
de 400m,  garante a circula-
ção fluvial no Rio Coina.
Para o Presidente da Câmara
Municipal do Seixal, Joaquim
Santos, a nova via aproximará
ambos os concelhos, “cuja
ligação umbilical se perdeu”,
e vai contribuir para a criação
de uma rede de ciclovias que,
cada vez mais, tende a assu-
mir um carácter intermunici-
pal e até regional. “O Seixal,
por exemplo, vai ter cinco
quilómetros de ciclovias.
Também decorrem obras
para mais s um quilómetro de
passeio ribeirinho.”. A este
propósito é de referir que,
ainda este mês, vai entrar
em funcionamento a ponte
pedonal que liga a Amora à
Arrentela.
A via de ligação entre Barreiro
e o Seixal significa um inves-
timento de cerca de quatro
milhões de euros, divididos
pelos dois municípios, que
submeteram candidaturas a
fundos comunitários, para fi-
nanciamento a 50 por cento,
inseridas no Plano de Acção
de Mobilidade Urbana Sus-
tentável da Área Metropoli-
tana de Lisboa. As melhores
perspectivas apontam que
a sua construção poderá ter
lugar em 2017/18.
AUTARQUIAS VÃO PODER GERIR ESPAÇOS RIBEIRINHOS
Antiga doc da CP
nas mãos da Câmara do Barreiro
Carlos Cardoso
A extensão da actividade dos Transportes Colectivos do
Barreiro a freguesias fronteiriças, já pertencentes ao Conce-
lho da Moita, está parada. O protocolo assinado por ambas
as autarquias foi contestado pelos TST, uma operadora pri-
vada do Grupo Barraqueiro, que interpor uma previdência
cautelar. O caso está agora nas mãos da justiça.
“Quer a Câmara do Barreiro quer a da Moita já fomos ouvi-
dos pelo juiz. Como deve ser caso único no Pais, provavel-
mente o juiz deve ter de pensar bem no assunto. Temos de
aguardar”, disse Carlos Humberto de Carvalho.
A possibilidade de operadoras públicas de transporte ac-
tuaram em mais de um concelho, em especial nas fregue-
sias de fronteira, decorre de legislação governamental. Uma
decisão que os grupos privados não encaram bem. Daí esta
reacção dos TST.A Câmara do Barreiro pretnde construir mais passadiços
Pescadores denunciam más condições de trabalho
2016 | 13 notícias De Cá e De Lá
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NELSON CRUZ - CAMPEÃO NACIONAL
DE ATLETISMO DE CORTA MATO
Motivação e humildade
A recente vitória de Nelson Cruz no Campeonato Nacional de
Atletismo, na categoria de Corta-Mato foi um grande motivo de
regozijo para muitos almadenses,
adeptos do atletismo e popula-
ção em geral, mas foi-o sobretudo
pelo facto de corresponder a uma
vitória dos “pequenos” sobre os
“grandes”, dos que menos recur-
sos materiais de treino têm, sobre
aqueles que em situação inversa,
representam as maiores equipas
nacionais de alta competição. Ain-
da o foi mais pelo facto de Nelson
Cruz serrepositor de supermerca-
do e já ter 39 anos de idade.
Após cerca de 20 anos de carreira
como atleta amador, Nelson con-
segue finalmente um reconhecimento digno do seu esforçoe do
seu empenho, um título nacional, e com o mérito de o conseguir-
numa das maisduras competições de atletismo.
Integrado narecém formada Escola de Atletismo Pedro Pessoa
(inaugurada em 2013), em Almada, Nelson Cruz é um exemplo
singular de humildade e de obstinação, um caso que merece uma
reflexão.
Quem talha objetivos para a sua vida - nos mais diversos contex-
tos - fá-lo sobretudo ancorado nos ensinamentos advindos das
suas experiências do passado, de forma mais ou menos planeada,
gerindo recursos e procurando concretizar expectativas. Ora, para
que durante este trajetoos objetivos nos conduzam tanto quanto
possível aos resultados esperados, é necessário manter um eleva-
doíndicedemotivação.Motivaçãoesta,quealgunsespecialistasse
divide em duas categorias: a intrínseca e a extrínseca. A primeira
está relacionada com a força interior, capaz de nos manter ativos
mesmo durante as adversidades, sendo uma motivação indepen-
dente dos ambientes e das situações, traduzindo principalmente
oquererindividual,criandoemnósumestadoqueimpeleanossa
ação. A motivação extrínsecaencontra-se sobretudo associada ao
ambiente, aos prémios e aos contextos exteriores a que o indiví-
duo de uma forma geral se submete. No fundo, corresponde a um
conjunto de estímulos que reforçam a nossa autoconfiança.
No caso do Nelson Cruz, esta vitória enquanto atleta amador, no
Campeonato Nacional de Corta-mato, em Albufeira, é reveladora
da sua forte motivação intrínseca, que a par da sua excelente for-
ma física lhe permitiu ter o feliz arrojo de liderar a corrida e aí se
conseguir manter até ao final. Nelson não tinha obtido até agora
o reconhecimento do seu real valor, nem tinha sido tão premiado
como o fora agora quase em idades de final de carreira. Quiçá se
a motivação externa fosse estimulada através de oportunidades
de que o Nelson nunca dispôs, relacionadas com a gestão das
condições de treino, com a profissionalização da sua atividade
desportiva,com o ambiente de alto rendimento de que outros
atletas usufruem, etc., poderiam ter feito dele um atleta de topo
europeu ou mundial?!
No entanto, existem outros recursos de extrema importância para
além dos recursos materiais e que reforçaram a motivação inter-
na do Nelson. Refiro-me aos recursos técnicos e afectivos, apaná-
gio dos clubes de menor dimensão, onde os valores gratuitos da
amizade, da entreajuda e da união dão imensuráveis frutos e per-
mitem por vezes surpreender pela positiva.
O caso de Nelson Cruz servirá sempre de exemplo pela forma
como através da determinação, do empenho numa causa, conse-
guimos atingir o nosso sonho, ainda que isso por vezes não mude
à partida as nossas condições materiais de existência; como por
outro lado, pode servir de estímulo aos jovens que procuram
municiar a sua autoconfiança com referenciais de conduta onde
a humildade, o trabalho e a determinação são fulcrais. Parabéns
Nelson!
Errata: artigo da anterior edição.
Onde se leu:13 de Fevereiro de 2015
Deveria ler-se: 13 de Fevereiro de 1975
As nossas desculpas
Sociólogo
João Monteiro (*)
OPINIÃO
O movimento associativo do
Barreiro realizou o seu 4º en-
contro, desta vez nas instala-
ções da Associação Unitária
Dos Reformados, Pensio-
nistas e Idosos do Lavradio.
Promovido pela Associação
das Colectividades do Con-
celho do Barreiro (ACCB), o
encontro serviu não apenas
para uma troca de experiên-
cias mas essencialmente para
abordar, através de apresen-
tações de especialistas, te-
mas que dizem respeito ao
dia a dia das colectividades,
mas também ao futuro de um
movimento que representa
a maior família da economia
social.
“Constituição, Democracia
e Associativismo”, pelo ju-
rista Sérgio Pratas, “Estatuto
do Dirigente Associativo Vo-
luntário”, pela jurista Maria
João santos, “Do Passado
ao Presente”, por Mara Al-
ves, foram alguns dos temas
discutidos. De destacar em
especial o “Protocolo com
a Sociedade Portuguesa de
Autores”, apresentado por
João Alexandre, uma iniciati-
va da Confederação das Co-
lectividades e que permitiu
clarificar alguns aspectos que
penalizavam imenso as co-
lectividades, amiúdes vezes
alvo de fiscalização da SPA e
sujeitas a pesadas multas por
utilizarem música ou filmes
supostamente para fins co-
merciais, ou ainda a aborda-
gem mais global a cargo de
Augusto Flor, presidente da
Confederação das Colectivi-
dades.
“O movimento associativo
no concelho do Barreiro tem
uma grande tradição e é mui-
to forte. Actualmente temos
120 associações e se incluir-
mos as IPPS esse número
chega às 140. E, apesar das
dificuldades, todos os dias
surgem novas associações”,
diz Daniel Ventura, presiden-
te da ACCB.
Essencialmente são associa-
ções mais jovens, que em vez
de serem uma secção de uma
colectividade já existente,
optam por se autonomizar e
criar a própria colectividade.
Naturalmente que isto reflec-
te alguns constrangimentos
de ligação inter-geracional,
nem sempre fáceis de ultra-
passar, mas também revela
o interesse numa dinâmica
activa desses grupos. “O im-
portante, como acontece, é
haver depois todo um traba-
lho conjunto”.
Também nesse sentido sur-
gem estes encontros, que
têm lugar pelo menos uma
vez por ano. E que assumem
sempre um carácter formati-
vo. “Temos tido a preocupa-
ção de insistir na formação
dos dirigentes associativos,
tendo em vista a sua capaci-
tação. Por outro lado, a As-
sociação das Colectividades,
como uma entidade presta-
dora de serviços, tem feito
um esforço para oferecer
aos seus associados soluções
atraentes e mais baratas,
como é o caso do Gabinete
de Contabilidade”.
O movimento associativo do
Barreiro está profundamente
entroncado com a popula-
ção. A sua presença em inú-
meras realizações é comum.
Exemplo disso é a iniciativa
“A minha rua é o Barreiro”,
promovida pela União das
Freguesias do Alto do Seixa-
linho, Santo André e Verdere-
na, nos dias 4 e 5 de Junho,
nas instalações do Clube Dra-
mático de Instrução Recreio
31 de Janeiro.
Durante esses dois dias será
possível apreciar uma expo-
sição de fotografia sobre o
Barreiro, artesanato, partici-
par nos jogos tradicionais,
assistir a um Encontro de
Poesia e apreciar uma feira e
exposição com o nome “Coi-
sas com memória”. A Asso-
ciação das Colectividades do
Barreiro, mais uma vez, estará
presente e dá o seu apoio.
CC
Colectividades do Barreiro:
uma força social presente
no dia a dia do concelho
14 | 2016 notícias De Cá e De Lá
EMPRESAS
Segundo dados oficiais,
“em Janeiro de 2016 cerca
de 6.000 empresas pediram
a dissolução”. Já a taxa de
criação de empresas tem
sido muito inferior, com a
particularidade de que as
novas empresas têm menos
trabalhadores e um volume
de negócios muito inferior,
dados avançados por Quinti-
no Aguiar, Director Executivo
da Confederação Portuguesa
das Micro, Pequenas e Mé-
dias Empresas (CPPME) no
decorrer de uma tomada de
posição sobre o Orçamento
de Estado para 2016, entre-
tanto aprovado na Assem-
bleia da República.
Na ocasião, os responsáveis
da CPPME pretenderam
responder à questão se o
novo OE poderia ou não
contribuir para inverter estes
números como e contribuir
para a dinamização da vida
empresarial. As expectativas,
porém, são muito baixas.
“O Orçamento não reflecte
a necessidade de redução
da carga fiscal às micro, pe-
quenas e médias empresas,
ficando muito aquém das
necessidades do sector, não
contempla as esperadas e
prometidas medidas de rea-
nimação da economia, frus-
tra as legítimas expectativas
criadas”, acrescentou Jorge
Pisco, Vice-Presidente da
CPPME.
Reconhecem alterações po-
sitivas, “é um Orçamento
diferente, para melhor, mas
com muitas limitações”, mas
no geral a CPPME entende
que o Governo não mexeu
com profundidade nos as-
pectos que mais afectam a
vida das pequenas empre-
sas, nomeadamente no que
diz respeito à pesada carga
fiscal.
É um facto que o OE 2016
“põe fim à isenção do IMI
para os fundos de investi-
mento imobiliário, aumen-
ta a contribuição do sector
bancário e dá passos, em-
bora insuficientes, no senti-
do de uma tributação mais
justa dos lucros das grandes
empresas. A redução do IVA
da restauração de 23 para
13 por cento, com excepção
de alguns produtos, embo-
ra seja um sinal positivo fica
aquém do esperado e vai
trazer despesas acrescidas
para as empresas, dada a ne-
cessidade de instalar progra-
mas diferenciados em Julho
e depois, eventualmente,
em Janeiro”. Segundo Quin-
tino Aguiar, estas alterações
podem significar despesas
que oscilam entre os “180 e
os 400 euros”.
Apesar destes aspectos posi-
tivos, para os responsáveis da
CPPME, o OE contempla, po-
rém, medidas que não contri-
buem para a dinamização do
mercado interno e para a re-
vitalização das empresas. “A
manutenção do Pagamento
Especial por Conta, imposto
cego e injusto, continuará a
tributar com maior severi-
dade os micro e pequenos
empresários. Mais de 90 por
cento destas empresas pa-
gam o PEC sem saber como
este é apurado. O aumento
do ISP terá efeitos em toda a
economia, agravando a situa-
ção das PME. O mesmo em
relação ao aumento do IMI”,
diz a CPPME.
Outros aspectos são aborda-
dos. Caso da inexistência de
uma Conta Corrente entre
a Empresa e o Estado, obri-
Sopsa
Cerca de 125 contentores semi-enterrados para recolha de resí-
duos sólidos urbanos estão a ser recondicionados nos municípios
deLoureseOdivelas,pelaSopsa.OsServiçosIntermunicipalizados
de Loures e Odivelas iniciaram em 2015 um processo de retrofit-
ting dos contentores semi-enterrados de ambos os municípios.
As intervenções foram realizadas a nível estético e funcional. Em
2015 foram colocados pela Sopsa 94 novos revestimentos em
alumínio e 95 sistemas de recolha rápida. A Sopsa está agora no
início de execução da segunda fase com a colocação de mais 27
novos revestimentos em alumínio e 31 sistemas de recolha rápida
Fundada em 1992 e actualmente com sede na Maia, a Sopsa é
líder no mercado dos contentores semi-enterrados em Portugal.
Conta na sua carteira de clientes com cerca de 160 câmaras mu-
nicipais e mais de 1.000 empresas privadas, em Portugal, França
e Canadá.
Primark
A Primark inaugurou mais uma loja, desta vez no centro comer-
cial Almada Fórum. A inauguração do novo espaço contou com
a presença de
Joaquim Judas,
presidente da Câ-
mara de Almada, a
directora do grupo
Primark, Breege
O’Donoghue e o
director geral da
Primark Ibéria,
Stephen Mullen.
Joaquim Judas
saudou a contratação de 212 novos trabalhadores que vão co-
laborar na loja de Almada, afirmando que “é um importante
contributo na criação de postos de trabalho”. A inauguração da
loja ficou ainda marcada pela doação de 10 mil euros do grupo
Primark à associação AIPICA (Associação de Iniciativas Populares
para a Infância do Concelho de Almada).
EDP
Os armários da EDP Distribuição em Pinhal Novo foram, objecto
de intervenção artística, numa iniciativa do Grupo Os Indiferentes,
no âmbito da 21ª
edição do “Março
a Partir”, que cele-
bra o mês da juve-
ntude no concelho
de Palmela. Entre
as actividades que
desenvolveram
esteve a pintura
de três armários
de distribuição da
operadora da rede
eléctrica de distribuição. Num outro concelho, em Sintra, arran-
cou a segunda fase de requalificação da iluminação pública nos
acessos à estação ferroviária de Agualva-Cacém. A intervenção
contempla a introdução de iluminação em todo o caminho pedo-
nal e estacionamento automóvel a poente da estação ferroviária,
contribuindoparaoreforçodeiluminaçãonotroçocorresponden-
te da Rua Elias Garcia.
MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS QUEREM REDUÇÃO DA CARGA FISCAL
CPPME desiludida
com Orçamento de Estado 2016
Carlos Cardoso
CPPME quer mais medidas de apoio ao tecido empresarial
gando a que as empresas
tenham de cumprir as sua
obrigações com o Estado e
este não as cumpre com as
empresas; a manutenção de
um regime discriminatório no
regime simplificado do IRC
para as PME, o agravamento
do imposto único de circula-
ção, o reforço do Código do
Imposto de Selo, a inexistên-
cia de medidas de redução
dos custos fixos, de uma
politica de crédito com juros
aceitáveis, a necessidade de
revogar as leis dos despejos
comercias e das obras pro-
fundas, etc,.“Com uma carga
fiscal tão elevada para asmi-
cro empresas, estas não têm
condições de sustentabilida-
de”, alerta Quintino Aguiar.
Uma vez aprovado o OE
2016, a CPPME pretende,
agora, influenciar futura legis-
lação que o Governo venha
a adoptar. Segundo Jorge
Pisco, “ vamos insistir em me-
didas legislativas” que con-
temple algumas das propos-
tas defendidas pela CPPME.
Por outro lado vão insistir por
uma audição com o Primeiro-
-ministro e o Secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais
onde, para além de reafir-
marem as propostas que já
tinham apresentado em No-
vembro do ano passado, vão
continuar a pugnar pela pre-
sença da CPPME no Conse-
lho económico e Social, assu-
mindo como representantes
de empresas que constituem
a esmagadora maioria do te-
cido empresarial nacional.
2016 | 15 notícias De Cá e De Lá
CULTURA
Mais uma vez, meus amigos,
Comemoramos a paz!
Tanto lida em artigos,
Tê-la ninguém é capaz!
Para muitos emigrantes
Nem há paz no pensamento,
Porque secos governantes
Não lhes dão acolhimento!
Às vezes há um cheirinho
Daquela paz fugidia
Mas o povo, cansadinho,
Quer tê-la de noite e dia!
Construí-la é dever,
Mas que tempo durará?
Para a paz permanecer,
Outro poder a fará!
Só há paz a do Senhor!
Essa é que é a verdadeira!
Vamos todos, por favor,
Fazer a paz com maneira!
Bento Tiago Laneiro
Varanda das Estrelícias
Sugestões Literárias
A Paz
Cartoon Xira:
humor corrosivo
Está patente, até 8 de Maio,
no Celeiro da Patriarcal, em
Vila Franca de Xira, a 17ª
ediçãodaCartoonXira.Trata-
se de um iniciativa pioneira
nesta arte em Portugal, pro-
movida pela Câmara Munici-
pal em parceria com o con-
hecido cartoonista António,
sendo já uma referência no
panorama cultural do País.
Personalidades do mundo
da política como António
Costa, Pedro Passos Coelho,
Marcelo Rebelo de Sousa
ou Angela Merkel podem
ser encontradas, através dos
traços marcantes, corrosivos,
humorísticos de diversos car-
toonistas portugueses como
António, Bandeira, Brito, Car-
rilho, Cid, Cristina, Gargalo,
Gonçalves, Maia, Monteiro e
Rodrigo.
Para além da criação nacio-
nal existe uma mostra inter-
nacional. Este ano a artista
convidada é Cécile Bertrand,
belga e uma das raras mul-
heres que alguma vez ocupa-
ram o lugar de caricaturista
editorial num diário francó-
fono, apresentando-se uma
selecção dos seus melhores
trabalhos dos últimos 25
anos.
Mercedes Nunes Vaz nasceu
em Elvas, distrito de Porta-
legre, estudou em Elvas no
Colégio Teresiano Luso-Bri-
tânico, curso do Magisté-
rio Primário, em Portalegre
tendo exercido durante 30
anos no 1º ciclo do ensino
básico, tanto em escolas
públicas como em colégios
particulares. Foi directora
da escola nº3 de Moscavi-
de/Portela.
Após a aposentação, Mer-
cedes Trabuco Nunes Vaz,
que iniciou a sua carreira
de poetisa na juventude,
vem exprimindo as suas
arrebatadas impressões
carregadas de uma grande
sensibilidade poética que
ela própria vive. Publicou o
seu primeiro livro de poe-
mas “Entre a Planície e o
Mar”, em 2004, cuja receita
se destinou a solidariedade,
em 2006, em parceria com a
poetisa Graça Xamôrro pu-
blicou o segundo livro “Se-
das Brancas – O Perfume da
Açucena”, e em 2008, o ter-
ceiro livro de poesia “Poe-
mas em Filigrana” lançado
na Casa do Alentejo.
Acaba de lançar “Declara-
ção de Amor”, e como o
próprio nome o indica é um
livro de ternura, de amor, de
coração aberto a todas as
situações que fazem da vida
um lugar de amizade, de
sentimentos, de sol radian-
te, onde vale a pena viver.
O nascimento da Carolina,
a netinha de poucos meses,
dá origem aos primeiros
poemas que lhe são dedi-
cados. A autora chama-lhe
“flor pequena e perfuma-
da”, “essência”, sua “poe-
sia”, “oiro perfeito”.
No decorrer da leitura a
poetisa refere-se às maravi-
lhas do seu Alentejo, provín-
cia de bonitas paisagens, de
gente hospitaleira e solidá-
ria, nas encostas soalheiras
voltadas para os dois gran-
des rios que espelham nas
suas águas o límpido azul
do céu.
A própria poetisa Mulher/
Mãe/Avó apaixonada, não
poderia deixar de sublimar
o Amor através de um des-
file de pérolas duma forma
mágica e dominadora apon-
tado caminhos para se atin-
gir a perfeição tão estranha
e afastada de todos no tem-
po presente.
Poemas como “Mulher”
constituem um hino à Mu-
lher e uma mensagem de
força e coragem para a hu-
manidade.
Quando se pega num livro
de poesia, não será preciso
ler tudo para nos aperceber-
mos da “seriedade” com
que um poeta se abeira do
mistério da poesia. Este êx-
tase, essa riqueza interior,
transmite-se ao leitor atra-
vés da poesia de Mercedes
Nunes Vaz.
Orlando Fernandes
FOI DIRECTORA DA ESCOLA Nº 3 DE MOSCAVIDE/PORTELA
Mercedes Nunes Vaz lança
“Declaração de Amor”
Svetlana Aleksievitc, autora de “O Fim do Homem Soviético”, foi
vencedora do Prémio Novel de Literatura 2015. Volvidas mais de
duas décadas sobre a desagregação da URSS, que permitiu aos
russos descobrir o mundo e ao mundo descobrir os russos, e após
um breve período de enamoramento, o final feliz tão aguardado
pela história mundial tem vindo a ser sucessivamente adiado. O
mundo parece voltar ao tempo da Guerra Fria. Enquanto no Oci-
dente ainda se recorda a era Gorbatchov com alguma simpatia,
na Rússia há quem procure esquecer esse período e o designe a
Catástrofe Russa. E, desde então, emergiu uma nova geração de
russos, que anseia pela grandiosidade de outros tempos, ao mes-
mo tempo que exalta Estaline.
No dia 19 de Março, na Biblioteca Municipal do Barreiro, foi apre-
sentado o livro “Viagens”, de Magda Pais. A autora nasceu em
1969,noBarreiro.Asuavidaprofissionalestáligadaàbanca,onde
o privilégio de atender o público, lhe dá uma grande vivência so-
cial. Em 2007, deu os primeiros passos na escrita, com pequenos
contos e crónicas.
No auditório da Biblioteca Municipal
Fernando Piteira Santos, na Amadora,
teve lugar a apresentação do livro de
poesia “Debutante Palavra a Solo”, de
Fernanda Beatriz, publicado pela Lua
de Marfim. Fernanda Campos nasceu
em Bragança em 1945, onde perma-
neceu até completar o Curso do Magi-
stério Primário, em 1964. Escreve poe-
sia, prosa poética, contos, reflexões,
etc. Reside na Amadora.
Ana Pato e a “Nota de Rodapé Edições” editaram “Materialismo
e idealismo na física do final do
século XIX e inicio do século XX
a partir do Materialismo e Empi-
riocriticismo de Lenine- o caso ex-
emplardainterpretaçãobohriana
da mecânica quântica”. Trata-se
da tese de mestrado de Ana Pato,
um estudo ousado e surpreenden-
te nos tempos que correm e que
leva a autora a afirmar, como fez
em Almada, na apresentação do
livro “que a ciência actual não está liberta de interpretações idea-
listas e místicas”
Orlando Fernandes/ Carlos Cardoso
16 | 2016 notícias De Cá e De Lá
Sete anos depois está em construção
a escola básica de Camarate
Apresentação do futuro espaço escolar
A Eliane, a Maura e a Lais têm,
pelo menos, três pontos em
comum: a escola, a idade e
um desejo. Quanto à escola,
andam todas na EB1 nº 1 de
Camarate, todas têm 9 anos
e todas têm uma preocupa-
ção, saber se a nova escola,
cujas obras já começaram, vai
ou não ter chuveiro… Bem,
a Eliane, é um pouco mais
exigente: além do chuveiro,
quer que a escola seja bonita,
tenha um ginásio, baloiços no
pátio e uma biblioteca.
A nova escola vai ter isso e
muito mais, vai ter oito salas
de 1.º ciclo e três salas de
jardim-de-infância, refeitó-
rio, cozinha, campo de jogos
com bancada, anfiteatro ao ar
livre e espaços verdes. Nem
uma horta vai faltar.
Coisas que não existem na
actual escola, instalada pro-
visoriamente em contento-
res desde… 2009. E apesar
de os contentores terem ar
condicionado, era evidente
o desconforto, com os alunos
afectados pela chuva, sol e
frio, a que se somava o facto
de, por vezes, o ar condicio-
nado não funcionar. “Lem-
bro que alguém disse há uns
sete anos que dali a um ano
todos estariam numa esco-
la nova…”, não deixou de
desabafar Arlindo Cardoso,
Presidente da União de Fre-
guesias de Camarate/Unhos/
Apelação, referindo-se ao an-
terior presidente da Câmara
de Loures, Carlos Teixeira, no
decorrer de um pequena ce-
rimónia de apresentação do
novo equipamento escolar
aos alunos.
Durante estes anos, os alunos
tiveram aulas em pavilhões
cujo aluguer custavam à Câ-
mara de Loures, anualmente,
meio milhão de euros. “Aca-
bámos com essa situação.
Foram adquiridos por 300
mil euros e serão utilizados
em diversas situações”, dis-
se Bernardino Soares, presi-
dente da Câmara de Loures
que, curiosamente, fez o
ensino primário na escola
que, agora, está a ser demo-
lida. A nova EB1/JI Nº1 de
Camarate, situada do outro
lado da Rua dos Bombeiros
Voluntários, representa um
investimento municipal de
2,2 milhões de euros e estará
concluída em Abril de 2017.
CC
A Associação de Pais e En-
carregados de Educação
da Escola Básica Quinta de
São José da Póvoa de Santo
Adrião, está contra a cele-
bração “de missas durante
as aulas”, uma possibilidade
admitida pelo Presidente da
CONFAP, a estrutura nacional
que representa as associa-
ções de pais e que foi veicu-
lada na imprensa. “A ser ver-
dade a notícia de existência
de celebração de missa em
escolas públicas, esta prática
viola pelo menos dois artigos
da Constituição da Repúbli-
ca Portuguesa”, o artigo 13º
que refere que “Ninguém
pode ser privilegiado, bene-
ficiado, prejudicado, privado 
de qualquer direito ou isento
de qualquer dever em razão
de ascendência, sexo, raça,
língua, território de origem,
religião, convicções políticas
ou ideológicas, instrução,
situação económica ou con-
dição social” e o artigo 41º
que garante a Liberdade
de consciência, de religião
e de culto, dizendo que “ A
liberdade de consciência, de
religião e de culto é inviolá-
vel; Ninguém pode ser per-
seguido, privado de direitos
ou isento de obrigações ou
deveres cívicos por causa das
suas convicções ou prática
religiosa; Ninguém pode ser
perguntado por qualquer au-
toridade acerca das suas con-
vicções ou prática religiosa,
salvo para recolha de dados
estatísticos não individual-
mente identificáveis, nem ser
prejudicado por se recusar a
responder; As igrejas e outras
comunidades religiosas estão
separadas do Estado (...)”.
Por isso, a “nossa Associação
vem afirmar que não se revê
na opinião do Presidente da
CONFAP, considera inacei-
tável que tal aconteça numa
escola pública portuguesa e
exige que a Constituição da
República Portuguesa seja
cumprida”.
Equipamentos na Urmeira
Numa outra zona do conce-
lho de Odivelas, na Urmeira,
Pontinha, permanece por
resolver um outro problema,
relacionado com equipa-
mentos escolares. “Há um
ano que a Prosális encerrou
a Creche e Jardim de Infância
Crianças de São José, na Ur-
meira, deixando sem respos-
ta as famílias das 40 crianças
que a frequentavam e reti-
rando daquele bairro o único
equipamento de apoio à in-
fância. Até hoje nada se sabe
quanto às consequências
que resultaram para a Prosá-
lis que recebia financiamento
público através dos acordos
de cooperação com a Segu-
rança Social. As instalações,
propriedade do Estado,
foram-se degradando e as
entidades competentes – Se-
gurança Social e Câmara de
Odivelas – nada fizeram para
que aquele espaço reabris-
se”, lembram os vereadores
da CDU, criticando a “atitude
passiva” da autarquia,” que
alega “que não tem respon-
sabilidades sobre o assunto,
tal como a Segurança Social
que tem de agir tomando
as medidas necessárias para
reactivar as respostas à in-
fância que encerraram há um
ano mas que continuam a ser
necessárias”.
Associação de Pais da Póvoa
contra “missa” nas escolas

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  • 1. 2016 | 1 notícias De Cá e De Lá Faltam médicos de família na Castanheira do Ribatejo Pág. 4 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • MENSAL • Nº 39 • 1 DE ABRIL DE 2016 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO Rua da República em Loures sofre grandes transformações Págs. 8/9 Voluntários “dão a volta” à inércia do Estado “Amigos de Caneças” fazem levantamento do património Pág. 2 Nasceu a Associação Coral de Odivelas Pág. 3 SFRA constrói Casa do Músico em Alverca Pág. 5 Colectividades da Amora envolvem 12 mil praticantes Pág. 11
  • 2. 2 | 2016 notícias De Cá e De Lá MARGEMNORTE EDITAL Filipe Vítor dos Santos, Presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Sacavém e Prior Velho, torna público que, os responsáveis pelo aluguer dos covatos abaixo indicados, deverão apresentar-se nesta Junta de Freguesia no prazo de sessenta dias a contar da publicação do presente edital, findo os quais e sem que tenha sido regularizada as anui- dades em atraso, o aluguer dos respectivos covatos, se considera prescri- to. Covatos Nº 0029 Nº 0573 Nº 0078 Nº 0656 Nº 0298 Nº 0755 Nº 0384 Nº 0933 Nº 0427 Nº 1057 Nº 0516 01 de Abril de 2016 O Presidente Filipe Vitor dos Santos A Câmara Municipal de Odi- velas vai ter de pagar 400 mil euros de indemnizações às empresas que concorreram ao concurso lançado pela autarquia, tendo em vista a gestão privada da água. Fruto de profundas desinte- ligências entre a gestão pre- sidida por Susana Amador, em Odivelas e a de Carlos Teixeira, em Loures, ambos do PS, que se agravaram ao longo dos anos, por razões nem sempre claras, não foi possível estabelecer um acordo quanto à gestão dos Serviços Municializados de Loures que, então, serviam os dois concelhos. A dada altura, numa lógica de seguir em frente a todos o vapor, o Executivo liderado por Susana Amador resolveu optar por uma gestão priva- da da água, avançando para a realização de um concur- so público tendo em vista a entrega da concessão. Uma orientação que no Executivo contou com a adesão entu- siástica quer dos vereadores do PS quer do PSD. Apena a CDU se insurgiu contra este caminho. As actas, as votações, as diversas decla- rações públicas, comprovam tudo isto. Com Bernardino Soares na presidência da Câmara de Loures, o processo resolveu- -se num abrir e fechar de olhos. E aquilo que era uma impossibilidade, tornou-se real com a criação dos SI- MAR, uma empresa conjunta que garante a Odivelas e a Loures uma gestão pública da água, saneamento e dos resíduos sólidos urbanos. Face a este cenário, nada restou ao executivo da Câ- mara de Odivelas recuar nas suas pretensões e anular o Concurso. Susana Amador, entretanto, tomou posse como deputada na Assem- bleia da República e o actual executivo, agora liderado por Hugo Martins, acaba de aprovar o pagamento de 400 mil euros em indemniza- çãoes aos grupos concorren- tes que, de facto, nada têm a aver com esta situação. O pagamento foi aprovado com os votos do PS e do PSD e a oposiçaão da CDU. O dinheiro, esse, vai sair do erário público... Odivelas: 400 mil euros atirados à rua A chuva, o vento e o frio agu- do e repentino estragarm as Festas da Páscoa, em Cane- ças. Poucas pessoas sairam do conforto de suas casas e o programa organizado pela Sociedade Musical e Despor- tiva de Caneças foi afectado. Riscos de se fazerem festejos na rua, sujeitos a um tempo muito instável. Mas quem se deslcou ao largo da vila teve, apesar de tudo, a oportunidade, de visitar uma interessante ex- posição, na pequena Casa da Cultura, organizada pela Associação dos Amigos de Caneças, e que se integra no programa de comemorações dos 100 anos da freguesia, dinamizado pela Junta de Freguesia, em parceria com múltiplas associações locais. Através da recolha de objec- tos, muitos deles ligados ao mundo do trabalho, de rou- pas, ou de trabalhos feitos por artesãos de ou ligados de alguma forma a Caneças, era possível visualizar um pou- co a vida dos canecenses há umas boas dezenas de anos. “Coisas do dia a dia“, disse alguém, sintetizando desta forma o conteúdo da mos- tra. “Coisas ligadas à vida do campo, aos mundo das lavadeiras, da podução e distribuição de leite, da ven- da da água, brinquedos das crianças de enão, roupas es- pecíficas. Coisas que por ve- zes quase que nasceram do nada. Que o diga Jorge Nunes, ar- tesão. “Tudo começou com um chaveiro...“, disse. Um chaveiro que mostrou aos co- legas de trabalho que lhe elo- giaram a paciência e a destre- za. “Foarm eles que me en- vaideceram e isso levou-me a fazer recordações da minha terra...é assim mesmo, todos os que me alogiam dão-me forças para continuar“, disse, mostrando os seus trabalhos em madeira. Já Francisco Boleto, ex-tra- balhador da Lisnave e depois daTAP, até que se reformou, manifestou o seu interes- se pelos antigos artefactos que os latoeiros produziam. “Com o aparecimento do plástico, que era muito mais barato, os trabalhos em lata desapareceram. Pensei a certa altura fazer pequenas peças para mostrar nas esco- las como se vivia antigamen- te...“. Fátima Morgado, da Associa- ção Amigos de Caneças, con- fessou que o trabalho que desenvolvem, desde há anos, se materializa num inventário de imenso património, públi- co ou privado, que se encon- tra dispersos por mil e um la- dos. Algum deles corre mes- mo o risco de desaparecer. “Precisamos de um espaço“, disse. Uma ideia corroborada por Ilídio Ferreira, presidem toda a gente assimilou que estas coisas não são apenas de Caneças, são um bem de todo o concelho. Esta rique- za não se pode perder mas, infelizmente, faltam projecto para garantir e projectar a história de Caneças“, disse, lamenmtando desta forma a ausência de projectos por parte da Câmara de Odive- las. De facto não esteve nin- guém na abertura da expo- sição. A não ser a vereadora Fernada Mateus para quem o que “se faz em Caneças deve ser valorizado em todo o território“, assmindo o compromisso de sensibilizar o retante executivo cama- rário para uma solução mu- seológica em Caneças, seja através de um ou múliplos espaços, seja através de ro- tas específicas, enfim, uma oferta que de orgulho aos canecenses e traga à Vila mais e mais gente. Independentementedospas- sos futuros, a Associação Amigos de Caneças continua o seu trabalho e, em Maio, terão lugar mais iniciativas, em especial com as escolas, destacando-se uma Feira do Século XVIII, com a participa- ção de alunos e professores e de outras associações. ASSOCIAÇÃO LOCAL ACUMULA ESPÓLIO E APROFUNDA INVESTIGAÇÃO Falta uma solução museológica para “os patrimónios” de Caneças Carlos Cardoso
  • 3. 2016 | 3 notícias De Cá e De Lá Arrisquem! Este, o desafio de Pedro Ferreira, maestro e principal mentor da As- sociação Coral de Odivelas (A.C.O.) e do seu coro em- CANTUS. Desafio lançado a todos aqueles que gostariam participar num grupo coral. Arrisquem, predisponham-se a a ser avaliados sem receio, revelem um alto grau de en- trega. “Pode não ter as con- dições que pretendo para o nosso grupo, mas já aconte- ceu sugerir outros coros”, diz Pedro Ferreira. Ele próprio, apesar da expe- riência – é também maestro no VozemSi, do CCD dos trabalhadores da Câmara de Odivelas e no Conservató- rio D. Dinis – decidiu arriscar num novo projecto, no ainda perto Agosto de 2015. “A ideia de criar uma associa- ção coral em Odivelas parte de dois pontos que conver- giram. O primeiro está rela- cionado com as minhas am- bições profissionais. Desde o final da licenciatura, em direc- ção coral e formação musical, ambiciono criar um projecto coral de raiz. O segundo pon- to, parte da existência de um grupo de amigos com algu- ma experiência coral e muita vontade de fazer música em conjunto. Impelidos então pela vontade de cantar e de desenvolver um projecto sé- rio decidimos avançar”. Avançar significou criar a As- sociação Coral de Odivelas e o seu coro emCANTUS. O projecto foi apresentado e recolheu o apoio da Junta de Freguesia de Odivelas, que deu o seu apoio, disponibili- zando o Pavilhão Polivalente, onde têm lugar, uma vez por semana, os ensaios. A maior parte dos cerca de 40 coralistas, com idades compreendidas entre os 13 e os 40 anos, pertencem às freguesias do concelho de Odivelas e alguns ao con- celho de Loures. “A cidade de Odivelas tem imensas potencialidades. Possui al- gumas instituições musicais com muita história, mas não existe nenhuma  associação a desenvolver exclusivamente uma actividade virada para a área da música coral. Essa é a área que pretendemos cobrir, a aprendizagem da música vi- rada para o canto coral”. Repertório vasto O coro emCANTUS já fez di- versas actuações. Não estão presos a um único repertório. Música clássica, romântica, quase pop, mais actuais po- dem ser cantadas. “Faz sen- tido explorar vários estilos musicaisde génerose épocas diferentes, do barroco ao jazz, do classicismo à música coral portuguesa. Bem como explorar temas diferentes, e a partir de um tema ou de uma ideia, criar espectáculos. E por espectáculo falo em algo que vai para além de um simples concerto, que impli- ca, por exemplo, um guião, momentos de diálogo ou até pequenas coreografias”, diz Pedro Ferreira para quem existe uma preocupação “o de chegar ao público que nos está a ouvir”, através de momento de interecção. De referir que para além da componente cultural, o Coro pretende desenvolver uma componente solidária, como vinca Carla Martins, igual- mente membro da Associa- ção. Exemplos disso foram os concertos na época natalícia. “Na altura pedimos a entrega de um produto alimentar ou outro e a entrega foi excelen- te. Produtos que foram entre- gues, nesse caso, ao Banco Alimentar da Póvoa de Santo Adrião”. Pensar o futuro Para já, o coro adulto tem os seus ensaios no Pavilhão Po- livalente de Odivelas, às se- gundas-feiras, entre as 21h e as 23 horas.   Novas adesões ao grupo só no próximo pe- ríodo de audições que será em Setembro. Novidades e mais informações, podem ser obtidas na página do fa- cebook. Em termos de futuro, o ob- jectivo é criar um coro infantil e um coro juvenil. O que im- plica um espaço adequado. “Esperamos que, até Se- tembro, isso seja uma reali- dade e, nessa altura, iniciar às primeiras audições para esses coros. Vamos apostar em parcerias com diversas instituições e protocolos com escolas no sentido de se pro- ASSOCIAÇÃO CORAL DE ODIVELAS Quando o canto encanta por tão bem se saber cantar…. Coro emCANTUS_47 Maestro Pedro Teixeira Comemoramos Abril num momento de esperança! Comemoramos Abril sabendo que a nossa união e a nossa participação é vital para fazer mudanças! Com o coração e a razão de quem descobre todos os dias a força que tem, a população da Ramada e de Caneças, também comemora Abril! Em 2016, todos os anos! moverem audições”. Entretanto, vários concertos estão agendados. No dia 25 de Abril, na Assembleia Mu- nicipal de Odivelas, na escola Pedro Alexandrino; a 21 de Maio participam no Ciclo de Concertos de Maio, na igre- ja nova da Póvoa de Santo Adrião, e a 27 de Maio na Igreja da Ramada. A 2 e 9 de Julho têm um espectáculo de final do ano lectivo. Muitas ra- zões para se aceitar o desafio de Pedro Ferreira, seja para cantar…seja para ouvir! CC
  • 4. 4 | 2016 notícias De Cá e De Lá Com a realização do rali Ser- ras de Fafe a competição au- tomóvel em Portugal abriu a sua época em 2016. A prova que deu inicio ao Campeonato Nacional de Ra- lis, com a organização da De- moporto, permitiu que José Pedro Fontes, pilotando um DS R5 mantivesse a hegemonia que trazia com a obtenção do título em 2015.  Navegado por Inês Ponte, José Pedro Fontes precisou de 1:25.34,90 horas para percorrer as 10 Provas Es- peciais corridas na zona de Fafe, que foram quase como que um aperitivo para o Rali de Portugal. Pedro Meireles eMárioCastro,emSkodaFa- biaR5ocuparamasegundaposiçãogastandomais9,60segundos do que a dupla vencedora. O terceiro lugar foi ocupado pela du- pla Miguel Campos e Carlos Magalhães, já a 1.07,20 segundos, apesar de de terem chegado a comandar o rali. Ricardo Moura e António Costa, em Ford Fiesta R5, que inicial- mente estiveram na liderança, foram obrigados a desistir. No su regresso ao CNR a dupla Fernando Peres e J. Pedro Silva, em Ford Fiesta R5, e que esteve inicialmente nos cinco primeiros lugares, mas devido problemas mecânicos, terminou na 13.ª posição. Contando também para a Taça FPAK Terra, o rali Serras de Fafe teve uma lista de inscritos com mais de 20 pilotos, dos quais só sete chegaram ao fim da pro- va. Os três primeiros lugares foram dominados por pilotos que pilotavam Mitsubishi. O vencedor foi José Merceano, acompanhado por Francisco Pereira.  Duas semanas depois foi a vez da Baja TT ROTA do DOU- RO abrir época de 2016, no que respeita ao nacional de todo- terreno. João Ramos e Vítor Jesus, aos comandos da Toyota Hilux – Team Caetano Racing, foram os vencedores da prova que além de con- tar para o CNTT, também faz parte do calendário da Taça Ibéri- ca de Todo-o-terreno, que inclui provas realizadas em Portugal e Espanha com organização conjunta das federações dos dois países. Nesta primeira prova, a dupla da Toyota começou por se impor no prólogo, querendo mostrar que estava ali para vencer, no entanto João Ramos afirmou: “Estive hesitante se iria atacar logo no prólogo, ou se era preferível não ser o primeiro a abrir os troços no dia seguinte, pois os nossos trilhos fi- cariam bem marcados e isso seria uma vantagem para quem parte após. Mas decidi atacar a fundo e assumir a responsabilidade de abrir a estrada no dia seguinte. No segun- do dia e após o CP1, problemas de- vido à falta de binário da sua Hilux, a gasolina, sendo os motores dos seus adversários a Diesel, desceram ao terceiro lugar.No segundo sector do dia a dupla voltou a recuperar a liderança numa prova realizada num terreno muito difícil, duro e traiçoeiro, exigindo uma concentração elevadíssima. “Estou muito satisfeito com o nosso desempenho nesta prova. Demonstramos como estamos competitivos para esta época e começamos da melhor manei- ra. Tem sempre um significado especial conseguir vitórias, mas esta em particular é motivo de grande alegria uma vez que parte e termina na minha terra natal, aqui em Gaia”. Comentou João Ramos no final da prova.O Campeonato nacional de Todo-o- terreno 2016 é composto por seis Bajas. A Taça Ibérica de Todo- o-terreno contempla quatro provas, duas em Portugal e duas em Espanha. Incluindo as duas mais importantes provas de cada país – A Baja Portalegre 500 e a Baja Aragón – que fazem parte da Taça do Mundo FIA de TT. João Filipe AUTOMOBILISMO No dia 13 de Abril, entra em funcionamento o troço Ama- dora-Este/Reboleira, do me- tro de Lisboa, prolongando desta forma, em 579 metros, a linha azul até às freguesias de Falagueira/Venda Nova e de Águas Livres, no conce- lho da Amadora. Igualmente nesse dia entra em funcio- namento a nova estação da Reboleira. Segundo nota do Metropoli- tano de Lisboa, „com a nova estação é criado um novo Interface Multimodal que re- força o sistema de transpor- tes da AML, reunindo metro, autocarros, comboio, táxis, ciclovia, e oferecendo, ainda, parqueamento de bicicletas e estacionamento automóvel. A partir do diA 13 será „será possível viajar entre Rebolei- ra e Marquês de Pombal, em 19 minutos e entre Reboleira e Baixa-Chiado, em 24 minu- tos“. Segundo o Metropoli- tano, estima-se que cerca de sete milhões de passageiros/ ano utilizem a nova estação. Co-financiado pelo Fundo de Coesão da União Europeia, este empreendimento, cujo valor global ascendeu aos 60 milhões de euros,apresenta- -se como estratégico para o desenvolvimento económico da região da Grande Lisboa. O novo troço irá ligar a baixa e centro da cidade de Lisboa a uma das mais importantes áreas residenciais do conce- lho da Amadora, oferecendo rapidez, comodidade e maior proximidade entre os conce- lhos. Para alem das obras do me- tro, realizaram outras inter- venções, estas da respon- sabilidade da Câmara da Amadora, nomeadamente na Avenida D. Carlos I, com mais estacionamento, melhor iluminação pública, zonas de lazer e ligação da pista de caminhada da Reboleira ao centro da cidade. Metro na Reboleira em funcionamento Começa a esgotar-se a pa- ciência à população da Castanheira do Ribatejo, a localidade mais a norte do concelho de Vila Franca de Xira. Para um universo de cerca de dez mil utentes, há apenas dois médicos, o que daria uma média de mais de trés mil utentes por médico, números que ultrapassam todas as regras definidas, quer a nível nacional, quer no espaço comunitário. Para mais, diz Luís Almeida, Presidente da União das Fre- guesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras, “para além da crónica falta de mé- dicos de familia, há a acres- centar o facto de um estar de baixa“, o que agrava ainda mais a situação. Há relativamente pouco tempo, Fernanda Graça teve de deslocar-se ao hospital de Vila Franca de Xira.De- pois da consulta foi aconse- lhada a dirigir-se ao Centro de Saúde da Castanheira do Ribatejo, para que o médico de familia a encaminhasse para uma esecalidade ine- xistente naquele estabeleci- mento hospitalar. O proble- ma é que não tem médico de familia e de lá para cá tem andando recambiada de um sitio para o outro, tendo sido aconselhada a dirigir-se a Alverca e tentar arranjar uma consulta... Ao denunciar esta situação nas redes sociais, outras pessoas comungaram das suas preocupações e fala- ram de situações similares. Criou-se um pequeno mo- vimento que acabou por se concentrar em frente às ins- talações do Centro de Saú- de, relatar casos de falta de resposta daquela unidade, acabando na ideia de cons- tituição de uma Comissão de Utentes. “Já temos neste momen- to um conjunto de pessoas dispostas a fazer parte da Comissão de Utentes. Va- mos fazer uma reunião pú- blica e há a ideia de lançar um abaixo assinado dirigido aos diversos órgãos de po- der, expondo a situação e a necessidade de se tomaram medidas urgentes“,diz Pe- dro Gago que dá mais um exemplo da incapacidade dos serviços: “Há dias tive de ir ás cinco da manhã para tentar arranjar uma consulta para a minha mulher. E já lá estavam várias pessoas. É uma situação inconcebível!“. Luís Almeida encara como positivo esta dinâmica de intervenção. “Da nossa par- te vamos fazer o que está ao nosso alcance, e mostrar o nosso desagrado. Já pedi uma reunião com o respon- sável do Centro de Saúde mas ainda não obtive uma resposta. Lembro que quan- do as obras do Centro de Saúde não andavam, foi ne- cessário fazer uma manifes- tação para desbloquear a si- tuação. É inadmissivel haver pessoas sem médico de fa- milia. Temos de lutar todos, em conjunto, a população e a autarquia“. A situação também já é do conhecimento da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, tendo o seu presidente, Alberto Mesquita, referido que vai promover diligências junto do Ministério da Saúde para se inverter a actual rea- lidade. De referir que em termos de instalações o Centro de Saúde da Castanheira do Ri- batejo está bem. A carência principal, neste momento, é de pessoal médico, essen- cialmente médico, pois em relação ao pessoal de enfer- magem no essencial a res- posta é satisfatória. VAI NASCER A COMISSÃO DE UTENTES DE SAÚDE NA CASTANHEIRA DO RIBATEJO Há uma carência gritante de médicos de família! Carlos Cardoso
  • 5. 2016 | 5 notícias De Cá e De Lá Balões e pára-quedas na Margem Sul A história é feita de rostos, uns mais conhecidos, outros menos. Com esta rubrica pretende-se divulgar homens, mulheres ou factos, que de alguma forma marcaram ou marcam a história das comunidades. Os textos baseiam-se em fontes próprias ou em trabalhos de investigação que, tantas vezes, passam desper- cebidos. Fina d´Armada, historiadora, escreveu “Heroínas Portuguesas- Mulheres que Enganaram o Poder e a História”. A IV parte do livro aborda um assunto muito específico, a aviação portuguesa, nas suas diversas facetas e o papel das mulheres. Nas histórias que desvenda, a autora, a dada altura, fala da mar- gem sul, nomeadamente da Moita e de Cacilhas. Não porque ti- vessem tido um papel especial no desenvolvimento da aeronáu- tica, mas por acontecimento pitorescos. A 7 de Junho de 1850, uma francesa, de nome Bertrand Senges, apenas com 22 anos, foi protagonista de uma viagem de balão pelos céus de Portugal. Terá saído do Campo Santana, em Lisboa, e a sua viagem foi presenciada, como era de esperar, por muitos milhares de pessoas. Acontece que para descer – o sistema con- sistia em lançar uma âncora que prenderia num obstáculo - teve dificuldades em concretizar a manobra, acabando por atravessar o Tejo e ir parar à Moita. Calcule-se a surpresa que não terá sido para a população local. Alguns anos depois, mais exactamente em 1857, tinha lugar um novo acontecimento que deixava muita gente, pasmada, a olhar para os céus. Desta vez não se tratou de uma viagem em balão, mas sim de uma descida em pára-quedas, por uma mulher e mais uma vez uma francesa, de seu nome Louise Poitevin. Já ago- ra uma curiosidade, referenciada por Fina d´Armada, a primeira mulher portuguesa, de nome Isabel Rilvas, a saltar em pára-que- das fê-lo cem anos depois. VoltemosaLouisePoitevinque,a16deSetembrode1857,saltou deumbalãopilotadoporseumarido,ondetambémiaocavaleiro tauromáquico D. João de Menezes. O salto teve lugar a uma altu- rade800metroseacabouporcainapacataCacilhas,emAlmada. Jáomaridoeocavaleiroseguiramviagem,atéSarilhosPequenos, no concelho da Moita, onde desceram sem qualquer problema. Num contexto onde a comunicação era limitada, onde o acesso às inovações de cariz cientifico chegavam muitas vezes com anos de atraso, de certeza que estes acontecimentos terão gerado imenso burburinho. Seria interessante investigar, em especial na imprensa local da época – Almada, por exemplo, tinha alguns pe- riódicos onde escreviam personalidades de relevo, em especial domovimentorepublicano,entãoemascensonocenáriopolítico nacional- os reflexos destas aventuras aeronáuticas e o impacto que terão provocado. Carlos Cardoso ROSTOS DA HISTÓRIA Em Alverca, na zona antiga, perto da Igreja, trabalha-se, há mais de um ano, para transformar uma casa em ruínas, onde em tempos re- motos se davam aulas e se ensinou a ler e a escrever, num espaço de acolhimento para os músicos (e não só…) que venham àquela cidade actuar. Trata-se de um projecto ím- par, quer quanto aos objec- tivos quer quanto à forma como está a ser concretiza- do, da responsabilidade da SFRA- Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense e que já tem nome definido: Casa do Músico. “A casa da música é aqui, na sede da SFRA, onde temos o nosso auditório, onde decor- rem os ensaios e os espectá- culos. Sentíamos, porém, que faltava um espaço de acolhi- mento, para receber gente que vinha de fora, que nos servisse e fosse útil ao nível do próprio concelho de Vila Franca de Xira. Um espaço de descanso, especialmen- te depois das actuações ou após as longas viagens que muitos grupos fazem. Da tro- ca de experiências com ou- tras bandas, nomeadamente de outros países da Europa, vimos como era importante o acto de bem receber. A nossa banda já actuou em inúme- ros países e descansaram em grandes dormitórios. Infeliz- mente, no nosso concelho não há um espaço de acolhi- mento com essas caracterís- ticas”, diz João Paulo, presi- dente da Direcção da SFRA. Apósalgumapesquisa,encon- trou-se uma casa, ou melhor dizendo, um conjunto de ca- sas, com um pátio unificador, um espaço da ordem dos 600 metros quadrados, que se encontrava à venda, ain- da para mais com uma carga simbólica interessante, pois ali funcionara, em tempo que já vão, uma escola. E apesar do seu estado de ruína, a Di- recção da SFRA não hesitou e assumiu um grande desafio: comprou o imóvel, a escritu- ra teve lugar em Janeiro de 2015, e com o voluntariado de dezenas de pessoas está a recuperar a casa. “Estamos a trabalhar por fase. Nesta primeira parte, que gostaria que estivesse pronta em Outubro deste ano, vamos recuperar uma das casas e o pátio. Na casa recuperada, em sistemas de beliche, temos espaço para 30 dormidas. O projecto, na totalidade, prevê, para já, umas 60 dormidas, tem um espaço de refeições, espaço de convívio, quarto e casa de banho para pessoas com de- ficiências…”. Todo o trabalho de recupera- ção tem sido feito à base do voluntariado. Não deixa de ser interessante, que a Casa do Músico, começou a ser feita…pelo telhado. “A Jun- ta de Freguesia de Alverca suportou os custos do telha- do. Essa parte está pronta, até porque precisávamos de proteger os interiores. Agora estamos a picar e rebocar pa- redes e lançamos uma cam- panha de fundos para as ja- nelas, que estão orçadas em seis mil euros. Todos os dias, incluindo aos fins-de-sema- na, há lá gente a colaborar. É a SFRA que suporta o grosso dos custos. As receitas neces- sárias provem de iniciativas que fazemos, como foi o re- cente festival da Sapateira”. Existe um projecto dentro do projecto. A criação de um lar para músicos, onde possam ter uma velhice mais descan- sada. O terreno existe, agre- gado à Casa do Músico, e a ideia passa por deixar a ges- tão desse espaço a cargo de uma entidade do ramo. A Sociedade Filarmónica Re- creio Alverquense, foi funda- da em 6 de Outubro de 1874. Conta com 2.500 associados com a quota de Janeiro des- te ano paga. Tem 900 prati- cantes distribuídos por áreas tão diversas como a música, natação e ginásio. Aliás, a banda de música é o principal emblema da colectividade que teve a particularidade de ter participado no filme “A Aldeia da Roupa Branca”. PROJECTO DA SOCIEDADE FILARMÓNICA RECREIO ALVERQUENSE Com suor, suor e muito suor se constrói a Casa do Músico Carlos Cardoso João Paulo
  • 6. 6 | 2016 notícias De Cá e De Lá Calça justa. Uma Samarra Caros Leitores Seráestaaúltimacrónica“EhpáCantaláoFado”.Aquempossanãosaber,informoquearubricafoibuscarotítuloa um verso de um fado de Fernando Farinha onde este lamentava os caminhos enviesados por onde o fado se perdia. É também ao que venho, mas lá iremos. Primeiro a “letra” referente: Esta queixa da degeneração do Fado sempre se ouviu e deito-me eu a adivinhar em ficção literária é claro, que a primeira vez há-de ter sido quandooscompanheiroseamigosdedesordeiroseprostitutasoscensuraramporelesjánãoapareceremtantonatabernaeagoraandarem sempre a cantar nos salões de certos nobres boémios. Os Deolinda num tema que para dizer a verdade, não tem a melhor das letras por eles cantadas, falam do Fiscal do Fado, que é o Super-herói a que, secretamente, aspiro ser. Parece-me é que já fui descoberto neste meu delírio justiceiro. Então se fosse possível, no desempenho da funçãoternoDailyPlanetacamaradagem,pelomenosprofissionaldaLoisLaneequandoemserviçodeslocar-menoveículo hi-techconcept de Bruce Wayne, isso é que era. (Tenho que me focar. Estar focado é bom. Este é um jornal muito sério.) Pois dizia, no Fiscal do Fado dos Deolinda as normas e directrizes impostas pela suposta autoridade reguladora, que eu estou disponível para assumir por inteiro, são recusadas com o seguinte argumento: (…)Eu achei aquilo errado /Fiz uma reclamação/Levei comigo o atestado/um arquinho e um balão/Disse que não é o fado/maior do que a liberdade/Tudo é livre de ser fado/É de todos a saudade. Tenho que dar razão a quem assim respondeu tanto mais que a própria Amália, sempre mas sempre - quem diria? - ouviu a acusação pretensamente purista de que estava a fugir ao Fado. E sabem os meus caros leitores em que momento, pela primeira vez, essa crítica foi feita? Logo nas primeiras apresentações públicas de Amália. É verdade. Conta Vítor Pavão dos Santos na obra Amália e os Poetas, (Bertrand -14) que em 1941, tinha Amáliadoisanosdecarreira,narevistaAMarchadeLisboaumapersonagemdeEstevão Amarante cantava: -(…)Jáseiqueestouenterrado/vidanovanãomeligues/queeupertençoàquelaescória/ para quem princesa do Fado/ não é Amália Rodrigues/ era a Maria Vitória. Não vêm ao caso outros comentários justificados e oportunos, senão o de que é antiga a conflitualidade entre o passado e o presente do Fado A mesma acusação ouviria tempo depois Amália quando ao Fado trouxe D.Dinis e Camões e mais outra ainda, quando cantou David Mourão-Ferreira e Ary dos Santos, musicados por Oulman. A crónica hoje vai em tom confessional em modo converseta de café, talvez por ser a última, põe-se toda a gente mais à–vontade. Há um episódiodelirantequeseencontrafacilmentenoYouTube.Procurecaroleitor“ProgramaRiso&RitmoAmálianotribunal“.Nãoacreditaráno queouveevê;umaencenaçãodeumtribunalpopular,asérioenadécadade60,ondeAmáliaseprestoucomaprumo,presençaeconfiança a responder a acusações daquela e de semelhante natureza. Das suas exemplares respostas transcrevo esta: - Sr. Dr. Juiz para lhe responder se fugi ao Fado autêntico teria que saber o que que isso é. Quando alguém me explicar o que é o “Fado autên- tico “responderei. Grande Amália! Assoem-se lá agora. Agora reparo eu, que pretendendo levar uma linha de argumentação que fosse contra a inovação no Fado, são mais os argumentos que apresento que me rebatem a intenção do que os que a empolgam. Nem para mim sou bom. Continuando ainda a referir a revolução que Amália trouxe ao Fado, há uma Artista nessa dimensão tributária, incontornável. Falo de Mísia que conseguindo afirmar-se na originalidade extrema da sua imagem e interpretação, teve em recente entrevista a seguinte constatação lapidar: -Deixemdeprocuraredeapontarcontinuadamenteastantas”novasAmálias”.Elajáfoidevezencontrada.ÉaprópriaAmália,elaquenunca se esgota e sempre se renova. Poderia ainda referir como com a chegada do Fado ao teatro de revista, impondo-se a necessidade de prender o público, os recursos encon- trados por esta forma de linguagem teatral para alcançar tal objectivo foram a introdução de refrão e a orquestração, recursos esses que logo ficaram amaldiçoados pelos tradicionalistas. Diz quem sabe que ao grande Alfredo Marceneiro havia duas coisas que o exasperavam A primeira ter que cantar ou gravar em estúdios de rádio, e televisão e outra a necessidade de cortar décimas nas “letras” para que os fados coubessem na duração formatada dos discos (prat- inhos de sopa como o ti Alfredo lhes chamava). Perguntará nesta altura o sempre paciente leitor: - Mas aonde é que ele, o “ele” sou eu sim, quer chegar com isto tudo? Eurespondo.NãogostodocaminhofeiranteegaiteiroqueoFadoestáatomar.Explico-mecomumexemploentremuitospossíveis;Nãogo- sto do palco grande do Festival Caixa Alfama. Doem-me a alma e o coração ver uma Raquel Tavares, por exemplo, em palco debaixo de luzes queencadeiameefeitoscénicosquedistraem,enquantomuitomaralhalconfusocomumacervejaemcadamão,naprocuradesenfreadada bebedeira, julga que ainda está no do Sudoeste e conta à horda e aos berros das férias tipo cenas. È nessas alturas que eu queria ainda mais ser o Fiscal do Fado… Ai esses iam todos com a cabrada, iam. Mas lá está, por outro lado do Caixa Alfama gosto muito das apresentações no auditório do Museu e lá em cima na Casa da Cultura, nas colectividades e na Igreja de Santo Estevão. Julgoquetudosedeitouaperderquando,semganhosartísticoseestéticos,apenascontratuais,aoFadofoiatribuídaaqualidadedePatrimó- nio e assim ganhou ele tanta fama e moda que isso lhe subiu à cabeça e logo desvairou. Por isso digo que passávamos bem sem a distinção patrimonial, tanto eu como o Fado. Agora é tarde a sina está traçada na palma da mão por muitas guitarras eléctricas, baterias e sintetizadores. Para fugir desses tempos que chegam, vale-me a colecção brutal de clássicos que aí tenho e a ida a uma ou duas Casas de Fado que eu cá sei, e de que não digo o nome, não me vão lá aparecer os festivaleiros da SuperBock com mais … tipo cenas. Se me perguntam eu digo-lhes que sim, que gosto sinceramente do Pica e da Lambreta do Zambujo, do Desfado e da Folga da Moura. São competentes intérpretes de grandes autores, Abrunhosa, Tê, Araújo e por aí fora. Sou ecléctico, nada excluo que não preste. Gosto de Fado, gosto de Clássica e de Jazz. E gosto de Pop bem-feita como nesses casos. Gosto pois, a sério que gosto, mas é claro que preferia a Moura, o Zambujo e outros que tais, quando eles eram Fadistas. Paraacabaracrónicaeasérie,quesigaofado,travestidodesambaeenfeitadocombatuquesdeAngola.Ofado-Popeléctricoeamplificado, no palco grande do Caixa Fest O fado nos programas de imitações da TV, com a populaça tele-comandada a ulular obediente na passagem da abertura da guitarra para a entrada da voz. Siga pois esse fado de Carnaval, que eu às duas da manhã hei-de estar onde o Hélder Moutinho puxar calmamente pelo seu banquinho para se sentar envolto num silêncio tão grande que só a poesia se ouve. Hei-de estar a ouvi-lo ir buscar ao fundo de si e do tempo, o verso de um Fado que faz doer a alma. ** Poeta de Fado Não escrevo segundo o Acordo Ortográfico imposto Joaquim Marques ** - EH PÁ CANTA LÁ O FADO! O fado perdeu a raça aquela graça afadistada Deixou de ser desordeiro e companheiro da ramboiada Estes fadistas de agora trazem o fado virado nos retiros e salões cantam canções em vez de fado Hoje o fado é para estrangeiros, para banqueiros, e para doutores Os fadistas são artistas, não são fadistas já são cantores é cantado nas boates e assim armado em finório O fado mudou de rumo já tem consumo obrigatório Eh pá não fiques calado Eh pá canta lá o fado O fado era assim meus senhores com vinho da pipa a correr Assim mal criado e avinhado é que o fado era fado a valer Fernando Farinha PORTO DA ERICEIRA Pescadores protestam e as obras avançam Já recomeçaram as obras de reparação da rampa de acesso ao mar do porto da Ericeira, no concelho de Mafra, uma intervenção inicial orçada em 102 mil euros. Os trabalhos, que vão decorrer, caso não surjam imprevistos, aos longo de dois meses, poderão colocar um ponto final numa situa- çao que está a deixar os pescadores daquela localidade an- gustiados, pois praticamente há cinco meses que não vão ao mar. O assoreamento impede a utilização da rampa de acesso e os pescadores não conseguem sair ou entrar da zona por- tuária. É bom recordar que na Ericeira mais de 50 pescado- res e 20 barcos necessitam que o porto esteja em plenas condições, garantindo as necessárias condições de segu- rança, para que possam exercer a sua actividade profissio- nal e garantir o pão para as suas famílias. A actividade pisca- tória tem importância local, e segundo os dados oficiais da lota foram transaccionados, em 2014, umas 60 toneladas de pescado, num valor aproximado de 280 mil euros. Não foi fácil, porém, o começo das obras que pressupõe, ainda, que a Docapesca assegure o levantamento das areias e a realização de dragagens. Elas têm sequência após um protesto que juntou os pescadores locais, saturados de ver o tempo passar e não poderem ir ao mar. À cabeça desses protestos esteve a APPER- Associação dos Pescadores Pro- fissionais da Ericeira. Os protestos levaram também a Câmara de Mafra a solicitar um pedido urgente de audiência, ao Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, que recebeu uma delegação constituída pelo Vice-Presidente da Câmara de Mafra e três representantes da APPER. Face ao relatório apresentado , chmando atenção para a situação calamitosa do Porto de Pesca da Ericeira, nomeadamente o assoreamento e as con- dições de segurança, o Governo comprometeu-se a apres- sar com soluções que já se encontram no terreno. CC CARTÓRIO NOTARIAL DE ODIVELAS DE CATARINA SILVA PUBLICAÇÃO Catarina Sofia Martins da Costa Silva, Notária com Cartório sito na Rua Alfredo Roque Gameiro, 20 A, em Odivelas, faz saber que no dia oito de março de dois mil e dezasseis, no referido Cartório Notarial, foi celebrada escritura pública de Justificação, lavrada a folhas 48 e seguintes do Livro 278-A: JUSTIFICANTE: Maria Carlos Bento Antunes Rebelo, contribuinte fiscal número 145867676, natural da freguesia de Pinheiro Grande, concelho de Chamusca, casada com Fernando Rodrigues Rebelo sob o regime da separação de bens, residente na Rua do Cardeal, Quinta do Cardeal, Charneca do Guincho, Cascais, é dona e legítima possuidora do seguinte bem imóvel: ----------------------------------- PRÉDIO: Prédio urbano, composto por casa de habitação com rés do chão com a área coberta de cento e dez metros quadrados e logradou- ro com cento e setenta e nove metros quadrados, a qual se encontra construída no lote de terreno para construção, com a área total de du- zentos e oitenta e nove metros quadrados, lote 11, sito em Funcheira e Lendas, Loures, freguesia e concelho de Loures, descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número sete mil tre- zentos e sessenta e oito, com a aquisição registada a favor de António Joaquim Pereira e mulher Maria Amália Pacheco Antunes Pereira pela apresentação dezassete de seis de junho de mil novecentos e setenta e três, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Loures sob o artigo 4813, com o valor patrimonial de 58.150,00 euros. MODO DE AQUISIÇÃO: por compra meramente verbal, no estado de solteira, maior, feita aos titulares inscritos, em data em que não sabe precisar, mas há mais de vinte anos. Odivelas, 8 de março de 2016 A notária, Catarina Sofia Martins da Costa Silva
  • 7. 2016 | 7 notícias De Cá e De Lá Todas as sextas-feiras, Sérgio Catita e João Bernardino, do Ciclo Expresso Oriente, um projecto que nasceu no Parque das Nações, acom- panham os seus filhos, de bicicleta, para a escola que fazem, igualmente, o percur- so, em bicicleta. Não são os únicos pais, felizmente a ideia começou a ganhar adeptos e, neste momento, já existe um núcleo interessante que deixa de lado o veículo parti- cular, ou até mesmo o trans- porte público, e opta por, em conjunto, levar os filhos aos estabelecimentos de ensino recorrendo às duas rodas e ao esforço das pernas…. Sérgio Catitas e João Ber- nardino foram, por isso, dois espectadores atentos e inter- venientes na sessão pública promovida pela Câmara de Loures e que teve lugar na freguesia da Portela, de dis- cussão do percurso ciclável que pretende ligar Moscavi- de, Portela e Sacavém. E ex- pressaram, logo, um desejo, “como ligar este percurso ao projecto que já desenvolve- mos?” Esta necessidade de entron- car a via ciclável que ligará Sa- cavém à estação do metro em Moscavide, passando pela Portela, a percursos formais ou informais já existentes, a equipamentos de importân- cia para a população ou ainda às escolas, tendo em vista a sensibilização dos mais novos para formas alternativas de locomoção, esteve muito pa- tente na discussão. Para o vereador Paulo Pitei- ra, esse é um caminho não só possível como desejável. Aliás, estando concluído o plano de vias cicláveis, privi- legiando as zonas mais den- sas do concelho, haverá um circuito global que não só permite percorrer quase todo o concelho de Loures como garante ligação a outros con- celhos. “Está em estudo o trajecto ligando Loures a Sa- cavém, através de uma zona bonita e, para muitos, desco- nhecida, a várzea, um projec- to candidato a fundos comu- nitários. Neste momento o que está mais adiantado é a ligação de Moscavide, Porte- la e Sacavém, numa extensão aproximada de 2,6 quilóme- tros”. Mas não só: o passeio pedo- nal e a ciclovia que liga Vila Franca de Xira ate à Póvoa de Santa Iria poderá ter continui- dade até Sacavém, havendo inclusive um trajecto definido e, a partir daqui será possível fazer o nó de ligação com a rota de Lisboa até Belém. João Aleixo, técnico da autar- quia, sintetizou, porém, o ob- jectivo principal do percurso Sacavém/Portela/Moscavide: “Pretendemos ligar o Metro de Moscavide à ciclovia que já existe na Avenida Estado da Índia”, que, como referiu Carlos Gonçalves, da Jun- ta de Sacavém/Prior Velho, “começa mas não acaba em lado”. O novo percurso terá sete zo- nas de estacionamento para bicicletas, terá interligação com o Rodinhas, e terá diver- sas soluções em função das características das ruas por onde passa, podendo con- tribuir para atenuar a veloci- dade de veículos em zonas urbanas densificadas. O custo das obras está previsto ficar em 220 mil euros. CC Percurso ciclável liga Sacavém a Moscavide
  • 8. 8 | 2016 notícias De Cá e De Lá É no final deste mês de Abril, tudo o indica que no dia 28, no Pavilhão Paz e Amizade, que tem lugar um primeiro grande arranque para a revi- talização da Rua da Repúbli- ca, via que atravessa a cidade de Loures. Um primeiro grande arran- que público, pois o que vai estar em discussão, uma pro- posta de profunda reformu- lação da Rua da República, já está a ser trabalhada há alguns meses, como refere António Pombinho, vereador da Câmara de Loures. “A intervenção na Rua da Re- pública faz parte de um pro- jecto mais amplo de revitali- zação dos chamados centros históricos ou zonas antigas, a terem lugar em quatro locali- dades do concelho que são Loures, Camarate, Sacavém e Moscavide. Em Loures, te- mos uma equipa de arquitec- tos a trabalhar na proposta, mas cuja elaboração já conta com alguma participação de associações locais, como os Bombeiros Voluntários de Loures, Associação Luís Pe- reira da Mota, a PSP, Paró- quia de Loures, a Associação de Comerciantes, a Junta de Freguesia. Vai ser apresen- tada e debatida até ao final deste mês, numa sessão com a população, tendo em vista recolher opiniões e suges- tões“. A Rua da República, dos tem- pos actuais, cresceu, modi- ficou-se, assente no antigo troço da Estrada Real nº 60, mais tarde batizada com o nome de Azevedo Coutin- ho e, após a implantação da República, em 4 de Outubro de 1910, com o seu actual nome. Era uma via muito utili- zadaparaquemsedirigiapara a zona norte, nomeadmente em direcção a Malveira, Maf- ra, Ericeira. Acabou, porém, por se transformar numa via estruturante da cidade, muito movimentada, que viu crescer de ambos os lados imensos edificios – hoje, do lado direi- to, no sentido de quem vem da Mealhada, a numeração de policia chega até ao nú- mero 120 e do lado contrário até ao 93- onde, para além da habitação, se situou o peque- no comércio e diversos equi- pamentos públicos. Os constrangimentos cres- ceram e a Rua da Repúbli- ca vive entre momentos de grande e por vezes conflituo- sa intensidade, em especial nos três dias em que se efec- tua o Mercado do Levante, e momentos de completa apa- tia em que a rua se transforma quase num espaço fantasma. “Pretende-se que a fluidez dos trânsito seja melhor, que os peões tenham mais espaço, que o comércio desenvolva melhor a sua acti- vidade económica...“, sinteti- za António Pombinho. Entre as medidas que vão ser colocadas à discussão, destaque para a criação de um sentido único, no sentido da Mealhada para norte. O inverso passa a ser feito atra- vés do interior da cidade. A criação de um sentido único permitirá a reformulação do estacionamento, com mais espaços e a criação de mais zonas para os peões, bem como poderá facilitar a acti- vidade dos estabelecimentos de restauração com a criação de áreas de esplanadas. Uma outra ideia tem a ver com o Mercado de Levan- te que tem sido um ponto polémico, quer pelos cont- rangimentos que colocam ao nível do trânsito, quer pelas relações nem sempre fáceis com os comércio instalado. “Estamos neste momento a estudar duas outras hipó- teses de locais. No espaço actual, onde funciona o Mer- cado do Levante, será criada uma grande praça“, refere António Pombinho, um es- paço que contribua para a animação local. Ao longo da Rua da Repúbli- ca situam-se um conjunto de edificios e equipamenos im- portantes. É na Rua da Repú- blica que está uma das entra- das para o campo de futebol do Sportivo de Loures, que tem praticamente em frente a escola Dr. António Carva- lho de Figueiredo, com cen- tenas de alunos, médico cujo centenário da sua morte vai ser evocado em 2017, que fica o Pavilhão Paz e Amiza- de, equipamento construido após o 25 de Abril e onde decorrem imensas iniciativas desportivas e culturais, que movimentam centenas de pessoas, a sede da Câmara Municipal de Loures, as ins- talações da Associação de Comerciantes, o histórico Chafariz e o seu simpático largo ou, já no final da rua, a casa onde nasceu e morreu o poeta Manuel Francisco Soromenho. Toda esta construção e ins- talação de equipamentos, ao contrário do que se possa pensar, teve lugar no último século. A cidade cresceu em torno do Chafariz, situado no actual Largo 4 de Outubro. Quando foi edificado pra- ticamente não tinha nada à PROJECTO DE REVITALIZAÇÃO SUJEITO A DEBATE PÚBLICO Rua da República com sentido único e sem o mercado de Levante Carlos Cardoso Casas abandonadas há anos Edificio onde nasceu e morreu Manuel Frnacisco Soromenho
  • 9. 2016 | 9 notícias De Cá e De Lá sua volta. Basta recordar que, em 1887, aquando da criação do concelho de Loures, não havia uma edificio capaz para instalar o novo Municipio. Por isso teve de ir para a Mealha- da, para uma palácio onde hoje funciona a Assembleia Municipal, junto do Parque da Cidade. “A recuperação de edificios é um dos aspectos contem- plados. Nesse sentido vão ser criados incentivos fiscais para os proprietários dos imóveis, tendo em vista a sua reabili- tação“, refere António Pom- binho. Mas a Rua da República não tem apenas edificios priva- dos. Existem algums imó- veis públicos, da Câmara de Rua da República Edificio 4 de Outubro Entrada do campo do GSLoures Pavilhão Paz e Amizade Loures, que também vão ser intervencionados. Um deles, aliás, já está a ser alvo de obras. Trata-se do espaço onde em tempos funcionou o Tribunal e que vai ser a sede da LouresInveste, uma agên- cia de investimento, criada pela autarquia e pelos em- presários do concelho, com o objectivo de apoiar a criação de empresas, ajudar ao in- vestimento interno e externo e à criação de postos de tra- balho. Também o imóvel his- tórico, onde foi proclamada a República, o Edificio 4 de O “notícias De Cá e De Lá“ foi ouvir a opinião e fundamentalmente ideias para o futuro da Rua da República. Numa coisa, todos estão de acordo, as coisas não podem continuar como estão. Anabela Teixeira, 52 anos, está ligada a um interessante projecto – o Store Two – na área do artesa- nato, que funciona numa loja do mercado municipal. Ao todo são dez artesãos, dos quais nove são mulheres, de área diferentes, que suportam em conjunto o aluguer do espaço, garantem o seu funcio- namento de forma rotativa e ali deixam os seus trabalhos para venda. “Sempre estudei em Loures, vinha para aqui imensas vezes. A Rua da República está igual ao longo dos anos, com pouco comércio, pouca dinâmica. Para nós, a eventual retirada do mercado do Levante é preocupante, pois é o mercado que dá movimento a toda esta zona“. Fernando Almeida, 46 anos, está há 16 anos na pastelaria “O Monumento“. Vive a sua cidade, cujo comércio foi seriamente fectado “pelas grandes superfícies“. Considera que se impunha „dinamizar o espaço público“, facilitando a realização de iniciativas que tragam pessoas á cidade. “Porque não fazer peddy papper ou até rally paper, aproveitando para mostrar e apelar à preservação de alguns bens da nossa cidade e do próprio concelho?“. Uma animação, onde também enquadra, por exemplo, a neces- sidade de libertar espaços para instalação de esplanadas, criando um ambiente mais aberto e aprazível. Vademar Alves, 58 anos, da AbriAlvar, mostra-se algum cepticismo. Mesmo em frente tem duas casas completamente abandonadas. “Estão assim há anos e nada se faz“, desabafa. Manifesta também o seu desagrado com os elevados das rendas dos estabelecimentos comerciais, realidade que obsta á instalação e renovação do tecido empresarial na cidade. “Como se vê está tudo a fechar. Depois te- mos o problema do estacionamento, que é pouco e é pago, o que não motiva a presença das pessoas. Estou nada optimista, quanto ao futuro da Rua da República...“, diz, ele que nasceu em Loures, cidade que já teve outra dinâmica social. Daniel Lança, 45 anos, da Casa da Caça, defende uma ideia diferente para o trânsito. “Fazia falta uma via alternativa, uma variante por detras de Loures até à rotunda de ligação ao Infantado e ao Parque da Cidade. Vejo dificil os pesados circularem pelo interior da cidade, tem que se analisar bem isso“. Tam- bém o pagamento dos parquímetros o deixa preocupado:“ Há pessoas que me dizem que não veem aqui devido às dificudades em estacionar e ás multas que se aplicam“. A Rua da República, lembra, já teve “muito movimento“ hoje em dia, porém, “está muito parada e precisa de ser activada“, considera. DEPOIMENTOS Outubro, vai ser recuperado. Ali funciona, neste momento, uma galeria municipal de ex- posições, estando a decorrer a mostra “Comunicações Mi- litares- Guerra Colonial. Um breve olhar sobre o passado“, de Luis Fernando Dias. A intervenção na Rua da Re- pública vai ser feita por fases. O investimento será garanti- do por fundos comunitários e fundos municipais e o resul- tado final espera-se que seja uma via mais segura, mais dinâmica, mais fluida e mo- derna.
  • 10. 10 | 2016 notícias De Cá e De Lá MARGEMSUL FE - Factor Exacto nova mediadora de seguros na Cova da Piedade Carla Mota, 32 anos, a viver na Sobreda, Almada, é o ros- to de um novo projecto na área dos seguros, o FE - Factor Exacto. “Durante alguns anos trabalhei numa empresa da área de viagens que, por diversas razões encerrou. Aprovei- tei então para tirar um curso de seguros e, agora, abrimos esta loja aqui, na Cova da Piedade, no Centro Comercial do Brejo”. A FE - Factor Exacto- Sociedade de Mediação de Seguros, oferece soluções para todos os ramos e trabalha com um leque variado de companhias, nomeadamente as mais im- portantes e com relevo no mercado nacional. Uma activida- de que se desenvolve num sector onde existe uma enorme concorrência, algo que não assusta Carla Mota. “Tento encontrar as melhores soluções para os clientes, quer em termos económicos, quer em termos de solução de seguros”, garante, sempre numa lógica de proximidade. A opcção pela Cova da Piedade foi simples: “Não queria ir para Lisboa, onde o mercado está saturado. Nesta fase esta- mos a promover o espaço, seja através da página do facebook, distribuindo folhetos e, essen- cialmente, através d o palavra puxa palavra”. O número da loja do FE - Fac- tor Exacto é 14. Para já, encon- tra, no espaço, um atendimen- to profissional a cargo de Carla Mota. “A empresa nasce com um posto de trabalho, mas es- pero que a nossa actividade se desenvolva e criar mais postos de trabalho”, diz Carla Mota. Os Serviços Municipaliza- dos de Água e Saneamento (SMAS) de Almada inaugura- ram a “Estação Elevatória de Águas Residuais do Raposo, a “Estação Elevatória de Águas Residuais e Emissário do Tor- rão” e as “Estações Eleva- tórias de Águas Residuais e Emissário da Foz do Rego”, um investimento global supe- rior a 2 milhões de euros, dos quais 880 mil euros do orça- mento municipal e 1,94 mi- lhões de euros de comparti- cipação comunitária. As três infra-estruturas estão incluí- das no Programa Operacio- nal Temático de Valorização do Território. A reabilitação e requalificação de infra-estruturas de sanea- mento de águas residuais, com o objectivo de melhorar o seu desempenho hidráuli- co, ambiental, de salubridade edesaúde,adequandoossis- temas às novas necessidades decorrentes da evolução po- pulacional e alterações ao or- denamento do território, fo- ram as características e objec- tivos das obras realizadas. Outras obras estão em cur- so, nomeadamente a Esta- ção de Tratamento de Águas Residuais de Valdeão, num investimento de 1,1 milhões de euros; a Estação Elevatória de Água de Vale de Milha- ços, num investimento de 398 mil euros; e a Estação de Tra- tamento de Águas Residuais da Quinta da Bomba, num in- vestimento de 9,884 milhões de euros, infra-estruturas que entrarão em funcionamento até ao próximo mês de Se- tembro. No conjunto, as diversas obras representam um inves- timento público total de 14,25 milhões de euros. CC Obras dos SMAS de Almada significam 14,25 milhões de euros de investimento Aos poucos a cidade de Al- mada vai ficando cercada por enormes espaços ver- des, cada vez mais usfruidos por centenas de pessoas. No centro destes espaços está o Parque da Paz com os seus 60 hectares que, agora, aca- ba de ficar ligado, através de uma passagem superior pe- donal e ciclável sobre o IC20, ao futuro Parque Urbano do Pragal, que terá 8 hectares de espaços verdes. “Esta obra incentiva a que muito em breve o Parque Ur- bano do Pragal seja termina- do”, disse Joaquim Judas, presidente da Câmara de Al- mada. Para além disso, “vai facilitar a mobilidade na cida- de” de tal forma que, em con- junção com as diversas vias cicláveis, será possível chegar a Cacilhas ou ao Monte de Caparica. A passagem pedonal que liga os dois parques tem uma extensão total do tabuleiro de 72 metros e 3,5 metros de largura. Trata-se de investi- mento da Câmara Municipal de Almada que ascendeu a 765 mil euros. Em relação ao calendário inicial, ficou pronta com ano e meio de atraso. “Houve um concurso público, ganho por uma empresa que, em cimo da hora, desistiu. Foi necessário fazer de novo todos os procedimentos, lançando novo concurso pú- blico”, lembrou a vereadora Amélia Pardal. O Parque da Paz oferece ex- tensos relvados, zonas de ma- ta densa, lugares mais inti- mistas e um espelho de água com 20 mil metros quadra- dos. Há cerca de 115 espécies de árvores arbustos e herbá- ceas, mais de 60 espécies de aves, para além outros grupos de animais tais como anfíbios, répteis, mamíferos, peixes e invertebrados. Através da passagem pedo- nal o Parque da Paz está ago- ra ligado ao Parque Urbano do Pragal, que já começa a ganhar forma e uso. Quando for concluído terá mais de mil árvores, caminhos com aroma a rosmaninho, medronheiro, estevinha, um parque de re- creio infantil, equipamentos desportivos informais e um espaço para a população sé- nior. O Parque da Paz e no futuro ambos os parques, são muito utilizados para caminhdas e por ateltas que ali fazem os seus treinos. Assim acontecia com um grupo de amigos, que ali se juntavam e faziam as actividades fisicas e que acabaram por formar a Asso- ciação dos Amigos do Parque da paz. “A associação evoluiu e aca- bámos por formar o Clube de Atletismo Amigos do Parque da Paz (CAAPP), que conta, neste momento, com cerca de 250 associados, que fazem os seus treinos no Parque da paz e, no, futuro também no Parque do Pragal”, diz Pedro Gabriel, Vice-Presidente do clube. Os atletas do clube praticam, essencialmente, provas de estrada, um pouco pelo país e também no estrangeiro. “Costumanos ir à maratona de Sevilha, onde somos o clu- be com mais presenças”. Nesta fase são preponderan- tes os escalões de sénior e veteranos, mas, entretanto, foi criada uma escola de atle- tismo, com jovens entre os 8 e os 18 anos. “Já estão federa- dos e a participar em provas”, acrescenta José Ramalho, res- ponsável da escola. A actividade do CAAPP, con- tribui para a dinamização do Parque da Paz e a presença dos seus imensos atletas aju- da, de alguma forma, a me- lhorar a segurança daquele grande espaço verde. “Não temos fins lucrativos. Quere- mos praticar o desporto, es- treitar laços de convivio e de amizade, contribuir para uma melhor saúde, ajudar a comunidade”, reforça Pedro Gabriel. Transtejo complica a vida Se de um lado se aposta em soluções alternativas de mo- bilidade, do outro a tendên- cia é para aumentar as dificul- dades. Assim acontece com a Transtejo, que suspendeu a ligação Trafaria/Porto Bran- dão/Belém. O Presidente da Câmara de Almada e o verea- dor responsável pelo trânsito e transportes, reuniram com a Administração da Transtejo, para “o esclarecimento sobre as circunstâncias e as razões que determinaram a suspen- são do serviço público de transporte de viaturas entre a Trafaria, Porto Brandão e Belém”. De acordo com informação prestada pela administração, aTranstejoenfrentaumasitua- ção preocupante, “resultado de um processo de desinves- timento no serviço público de transporte fluvial que se pro- longa há já15 anos, mas agra- vadonosúltimosanos”.Situa- ção que coloca problemas ao nível da manutenção da frota e de outros equipamentos e obrigou à paralisação das três “ferryboats” que asseguram o transporte de viaturas. Se- gundo informação prestada pelo CA da Transtejo, o ser- viço estará em condições de ser reposto até ao final da primeira quinzena de Maio”. A Câmara de Almada rea- firmou a sua “preocupação pela manutenção da suspen- são do serviço, sublinhando a urgência na reposição do ser- viço público de transporte de passageiros e viaturas entre as duas margens do Tejo Passagem superior une Parque da Paz ao Parque do Pragal Carlos Cardoso
  • 11. 2016 | 11 notícias De Cá e De Lá “A Passagem” Esteanofoidifícilparamimdesejaràspessoasuma“boaPáscoa”. Porque é difícil pensar no que seria uma “boa Páscoa” quando pelo mundo fora se vêm tantas atrocidades, medo, ódio e igno- rância a imperar e a intoxicar a nossa forma de viver. Se é que ainda existe uma forma ver- dadeiramente livre de viver! No entanto, e ao que parece, etimologicamente o termo Pás- coa, deriva da palavra hebraica “Pessash” que significa “passa- gem”. E aí lembrei-me de quan- tas vezes os momentos mais difíceis e dolorosos podem con- stituir verdadeiros momentos de passagem para uma nova fase, uma nova forma de pen- sar, sentir, questionar e aceitar. Tudo depende do que cada pessoa faz com esses momen- tos, bloqueadores para muitos e tão reveladores para outros. A diferença está na capacidade de reconhecer o amor onde ele existe verdadeiramente, e perceber-se a si mesmo e aos outros como merecedores desse mesmo amor. Está na possibilidade de sentirmos que não somos “sós” e que podemos escolher quem nos acompanhe neste caminho. A Páscoa é, portanto, a celebração também de todos os momen- tos de transformação. A superação da dor e do desafio. É tam- bém acreditar em novos ciclos e numa forma muito especial de renascer em vida. Porque a vida pode ser renovada vezes e vezes sem conta, transformada por um poder pessoal verdadeiramente criador (e que existe em todos nós). E, por isso, também da dor se fazem novos ciclos, também da dor se fazem crescimento e evolução.  Povos antigos acreditavam que o coelho era símbolo de fertilida- de e renovação. Também os ovos têm um significado de conti- nuidade. Representam o inicio de uma nova vida, estabelecendo a ligação (passagem) das suas raízes, ao futuro e à “vida eterna” através da passagem dos genes. Por isso, e depois de passada a Páscoa, e com todo o horror, medo e indignação que possamos estar a viver nos últimos tem- pos, espero que “o coelhinho” continue a tocar todos os nossos caminhos, deixando muitos ovos para abrir, lembrando-nos sem- pre que, de uma forma ou de outra, todos fazemos parte de um mesmo, maravilhoso e “eterno”, ciclo da vida.  Cabe a cada um de nós dar-lhe sentido, sempre! Psicóloga anaguillhas.psicologa@gmail.com anaguilhas.weebly.com Ana Guilhas “COM SENTIDO...” A actividade do conjunto das colectividades da fre- guesia da Amora, concelho do Seixal, permite que mais de 12 mil pessoas pratiquem de forma regular, alguma actividade desportiva ou cultural. Isto numa freguesia de umas 50 mil pessoas o que se significa que quase um quarto da população, está enquadrada numa as- sociação ou colectividade. Esta dinâmica esteve pre- sente no 2º Encontro do Movimento Associativo de Amora, que decorreu nas instalações do Clube Re- creativo Cruz de Pau e que juntou 18 colectividades, praticamente todas as que desenvolvem uma activida- de regular na freguesia. Iniciativa da Junta de Fre- guesia da Amora, o encon- tro contribuiu para “aproxi- mar mais os clubes”, esta- belecer uma melhor “par- tilha de recursos” e discutir novas ideias de trabalho, como disse ao nosso jornal Manuel Araújo, presidente da autarquia local. CERCA DE DUAS DEZENAS DE COLECTIVIDADES TROCAM EXPERIÊNCIAS “Amora tem um movimento associativo muito forte” Manuel Araújo, presidente da JF da Amora Cerca de duas dezenas de colectividades participarm no Encontro Ao longo de um dia, os par- ticipantes dividiram-se por seis grupos de trabalho, onde se abordou o Dirigi- mos Associativo, as Activi- dades Gimnícas, Atletismo, Actividades Náuticas, Férias Desportivas e Comunica- ção. Existe cada vez mais a cons- ciência da necessidade de partilhar experiências, mas também recursos. Manuel Araújo dá um exemplo:”Nos meses de Julho e Agosto temos as férias desportivas. Até aqui, cada um fazia por si. Agora, porém, foi possí- vel que as colectividades desenvolvessem as activi- dades em interligação umas com as outras. Isto significa que cada clube acaba por ter uma oferta maior. Pemite também uma rede de trans- portes única, envolvendo di- versas colectividades”. Trata-se de um caminho a aprofundar e melhorar, da mesma forma que há que elevar a qualidade da comu- nicação, “do nosso primeiro encontro para este houve um salto de qualidade ao nível da informação das co- lectividades”, bem como se impõe continuar a apostar na formação dos dirigentes, que são confrontados com regras e legislação cada vez mais exigente. “Na nossa freguesia, temos uma política que aposta na participação das pes- soas e das associações. Por exemplo, todos estão a par dos critérios dos apoios da Junta para o movimento associativo, o que facilia imenso organizarem o seu plano de iniciativas. Temos um movimento associativo que tem uma grande força o que é muito importante para a própria Junta, pois é este movimento que execu- ta grande parte dos nossos projecos no campo despor- tivo ou cultural”. Não admira, por isso, que a Amora seja palco, com regularidade, de provas de carácter regional ou até na- cional, como acontece com o 4º Triatlo Nacional Jovem, que se realiza a 16 de Abril, com uma presença estima- da de cerca de 700 atletas. CC
  • 12. 12 | 2016 notícias De Cá e De Lá Acordem, que já é dia! Nunca levei tanto tempo a pensar no tema para uma crónica, como desta vez. Confesso que a inspiração anda pelas ruas da amargura. Com um mundo em rota acelerada para a insanidade definitiva, ataques terroristas em Bruxelas, redondezas de Paris, Lahore e sabe-se lá quantos mais lo- cais à volta do globo, é difícil permanecer inspirada. No entanto, e a propósito de muitas notícias que vão cir- culando na net e não só, seja nos jornais, nas redes sociais, ou outros, acerca de todas as desgraças que vão acon- tecendo mundo fora, voltei a pensar, com um misto de amargura, raiva e quase de- sespero, que nós por cá, no nosso cantinho à beira-mar plantado, continuamos mer- gulhados numa espécie de anestesia, ou letargia colectiva, aparentemente alheios ao facto de que aquilo que acontece em Paris, ou Bruxelas, ou mesmo Lahore, pode acontecer aqui, também. A qualquer momento e em qualquer momen- to. Ainda falamos em tudo isto como se fossem coisas que se passassem “lá muito longe”, que nada têm a ver connosco. Mesmo em conversas, seja de Café, ou entre amigos, ou com as pessoas com quem contactamos, noto que a maioria ainda tem uma abordagem bastante relaxada, superficial, é capaz de falar sobre o assunto por uma meia dúzia de minutos e re- torna às conversas de trazer por casa. Ou não fala sobre isso, de todo. Quem me dera poder dizer que me sentia tranquila assim! Mas não digo, porque não posso. O que me apetece dizer e digo é “Meus queridos, acordem que já é dia!”. O nosso espírito “não te rales”, que adoro par- ticularmente, quando tudo está bem, neste momento não se aplica! O que se está a passar é dramático demais e as ameaças reais demais para continuarmos a achar que os milagres exi- stem. Porque Fátima fica em Portugal!Assim sendo, já devía- mos estar todos muito mais unidos e atentos do que estamos. Muito mais despertos para esta questão, do que aparentamos. Muito mais colectivos, do que individualistas, como sempre. O facto de algo ter acontecido em Lahore, ou Bruxelas, ou nos arredores de Paris, já devia estar muito mais perto para nós, do que parece estar para a maioria. Falamos nas coisas pelo prisma da pena, do luto, da solidariedade e do politicamente correcto, mas continuamos a não falar sobre como por tran- cas à porta. Antes de qualquer assalto. Ou será que estamos à espera que seja apenas o Governo e a Polícia a lidar com o assunto? Claro está que ambos têm um poder muito maior que o nosso, e farão, certamente, tudo o que puderem, mas nunca se deve subestimar a força da gente comum em união! Isso inclui-nos a todos e a cada um de nós. Um bom começo já é falar sobre o tema, não apenas do ponto de vista “do que aconteceu lá fora”, mas “do que pode acontecer aqui”. E isto não é pessimismo. É realismo. E é uma vontade imensa de que tudo corra pelo melhor, mas estando as pessoas prepa- radas para poder ter que fazer face ao pior. Não quero perder nenhuma pessoa, seja amiga, familiar, conhecida, ou simples- mente, conterrânea, para esta nojeira a que assistimos! Daí, este meu tímido e até meio desajeitado grito de alerta. sharoncollaco@hotmail.com Pontos nos iii!!! Sharon Collaço O Governo vai “legislar, ainda no primeiro semestre deste ano, tendo em vista a transferência da gestão de partes das zonas ribeirinhas para as autarquias”, disse Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar, no final da deslo- cação que fez ao Barreiro, onde assistiu à assinatura en- tre a CP e a autarquia local, do Contrato de Concessão de Utilização Privativa de Do- mínio Público da Doca Seca, junto à antiga Estação Fluvial do Barreiro. Com este pacote legislativo, o Governo pretender respon- der a uma insatisfação que se prolonga há muitos anos, por parte das autarquias, que querem fazer intervenções de requalificação das suas zo- nas ribeirinhas e encontraram sempre imensos obstáculos, no caso dos concelhos bei- jados pelo Tejo, por parte da APL- Administração do Porto de Lisboa. Mais fácil foi o acordo quanto à gestão da Doca Seca, cuja gestão passou para as mãos da Câmara do Barreiro. “Este protocolo vai ter efectivação imediata, pois a fase naval da CP há muito que está ul- trapassada”, reconheceu Ma- nuel Queiró, Presidente do Conselho de Administração da CP- Comboios de Portu- gal. O que é verdade é que du- rante anos nem se fez, nem se deixou fazer. Nem a CP tinha interesse na Doca Seca, nem a Câmara do Barreiro podia intervir. Durante estes anos, a Doca, que precisa de obras de reabilitação e cujos aces- sos estão perigosos e muito desactualizados, foi utilizada pelos pescadores artesanais, obrigados a exercícios de autêntico malabarismo. “In- felizmente a actividade pisca- tória no Tejo foi praticamente abandonada e devemos ter em atenção esta matéria, nomeadamente ao nível das condições necessárias para os pescadores”, reconheceu Ana Paul Vitorino. Cerca de 60 pescadores vi- vem da apanha do peixe. E, ao contrário do que se pensa, o Barreiro vende muito peixe na lota, só que a respectiva tonelagem não consegue ser importada ao Barreiro. E, mais significativo, ainda há uma percentagem interes- sante que é exportada, caso da corvina em que mais de cinco por cento vai para Fran- ça “Este é uns protocolos que perseguimos há anos. A doca vai servir para impulsionar as actividades náuticas e para a pesca”, disse por seu lado Carlos Humberto Carvalho, Presidente da Câmara do Barreiro. Não se trata, porém, segundo o autarca, de uma medida isolada. Ela insere-se num esforço tendo em vista valorizar de forma exponen- cial toda a área ribeirinha do concelho. Por isso, entre outras iniciati- vas, vão haver candidaturas a fundos comunitários para a recuperação do Moinho de Maré Pequeno e do Moinho de Vento, vai-se proceder a operações de limpeza na zona envolvente do Moinho de Maré Grande trabalha- -se para concluir o sistema de tratamento de águas do- mésticas que no concelho já atinge os 95 por cento, e nomeadamente concluir o sistema de tratamento de águas residuais na zona da Quimiparque , realização de acções pontuais na Quinta de Braancamp, que recente- mente foi adquirida pela Câ- mara do Barreiro, num total de 22 hectares, continuar as obras do passeio Augusto Cabrita, com a recuperação de diversas ruas, ter a curto prazo estudos estruturados tendo em vista o aproveita- mento da antiga estação do Sul Sueste, construção do barco típico Muleta”, entre outras iniciativas. Ligação com o Seixal Umdosprojectosmaisinteres- santes diz respeito à ligação entre o Barreiro e o concelho vizinho do Seixal. As autar- quias há muito que reivin- dicam a construção de uma ponte rodoviária, um projec- to de milhares de euros que está acima das possibilida- des de ambas as Câmaras. O mesmo não acontece com um outro projecto, aponte pedonal ciclável entre o Bar- reiro e o Seixal. “Será fei- ta aproveitando a estrutura da antiga ponte do Sei- xal” e que foi danificada nos finais dos anos 60 por uma embarcação, não mais tendo sido recuperada. A nova ponte, para peões e bicicletas, terá uma extensão de 400m,  garante a circula- ção fluvial no Rio Coina. Para o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, a nova via aproximará ambos os concelhos, “cuja ligação umbilical se perdeu”, e vai contribuir para a criação de uma rede de ciclovias que, cada vez mais, tende a assu- mir um carácter intermunici- pal e até regional. “O Seixal, por exemplo, vai ter cinco quilómetros de ciclovias. Também decorrem obras para mais s um quilómetro de passeio ribeirinho.”. A este propósito é de referir que, ainda este mês, vai entrar em funcionamento a ponte pedonal que liga a Amora à Arrentela. A via de ligação entre Barreiro e o Seixal significa um inves- timento de cerca de quatro milhões de euros, divididos pelos dois municípios, que submeteram candidaturas a fundos comunitários, para fi- nanciamento a 50 por cento, inseridas no Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sus- tentável da Área Metropoli- tana de Lisboa. As melhores perspectivas apontam que a sua construção poderá ter lugar em 2017/18. AUTARQUIAS VÃO PODER GERIR ESPAÇOS RIBEIRINHOS Antiga doc da CP nas mãos da Câmara do Barreiro Carlos Cardoso A extensão da actividade dos Transportes Colectivos do Barreiro a freguesias fronteiriças, já pertencentes ao Conce- lho da Moita, está parada. O protocolo assinado por ambas as autarquias foi contestado pelos TST, uma operadora pri- vada do Grupo Barraqueiro, que interpor uma previdência cautelar. O caso está agora nas mãos da justiça. “Quer a Câmara do Barreiro quer a da Moita já fomos ouvi- dos pelo juiz. Como deve ser caso único no Pais, provavel- mente o juiz deve ter de pensar bem no assunto. Temos de aguardar”, disse Carlos Humberto de Carvalho. A possibilidade de operadoras públicas de transporte ac- tuaram em mais de um concelho, em especial nas fregue- sias de fronteira, decorre de legislação governamental. Uma decisão que os grupos privados não encaram bem. Daí esta reacção dos TST.A Câmara do Barreiro pretnde construir mais passadiços Pescadores denunciam más condições de trabalho
  • 13. 2016 | 13 notícias De Cá e De Lá htpp://noticiasdecaedela.weebly.com ENVIE-NOS ESTE CUPÃO OU UM MAIL PARA: NOTICIASDECAEDELA@GMAIL.COM BOLETIM DE ASSINATURA ANUAL (12 NÚMEROS) 20 € OU ASSINATURA DE APOIO (12 NÚMEROS) 30 € NOME: ________________________________________________ ______________________________________________ MORADA: _____________________________________________ ________________________________________________ C.POSTAL: ________ - _____ ___________________ TEL: ____________________________________ E-MAIL: ____________________________________________ CHEQUE DEVE SER ENVIADO EM NOME DE INCRIVELNARRA- TIVA UNIPESSOAL LDª., PARA RUA BERNARDIM RIBEIRO, Nº 6 - 2º ESQº 2800-027 ALMADA, OU FEITA TRANSFERÊNCIA ATRAVÉS DO NIB 0010 0000 5081 2750 0015 3 Proprietário/Editor: Carlos Cardoso; Director: Carlos Cardoso (CP 2060); Redacção: Estrada do Brejo, 16 – C.C.Star Loja 1, Cova da Piedade, 2805-082, Alma- da; Correio Electrónico: noticiasdecaedela@gmail.com; Site: http://noticiasdecaedela.weebly.com; Contactos: Geral: Fixo: 21 600 59 58; Móvel: 96 255 06 21/93 559 64 88; Comercial: Incrível Narrativa Ldª, Estrada do Brejo, 16 – C.C.Star Loja 1, Cova da Piedade, 2805-082, Almada; Contacto: Móvel: 93 559 64 84; Correio Electrónico: incrivelnarrativalda@gmail.com; Colaboradores: Rogério Batalha; Maria João Cavaco; Colunista: Joaquim Marques; Jorge Chora; Maria Máxima Vaz; Jaime Carita (Fotografia); João Filipe (Automobilismo); Sharon Collaço. Periodicidade: Mensal; Tiragem: 10 mil (média); Nº Registo ERC: 126140; Depósito Legal : 342333/12; Impresão: Gráfica Funchalense – Rua Capela Nª Sr.ª da Conceição, nº 50 – Morelena – 2715-029 – Pêro Pinheiro. CORRESPONDÊNCIA Estrada do Brejo, 16 - C.C.Star Loja 1 | Cova da Piedade | 2805-082 Almada NELSON CRUZ - CAMPEÃO NACIONAL DE ATLETISMO DE CORTA MATO Motivação e humildade A recente vitória de Nelson Cruz no Campeonato Nacional de Atletismo, na categoria de Corta-Mato foi um grande motivo de regozijo para muitos almadenses, adeptos do atletismo e popula- ção em geral, mas foi-o sobretudo pelo facto de corresponder a uma vitória dos “pequenos” sobre os “grandes”, dos que menos recur- sos materiais de treino têm, sobre aqueles que em situação inversa, representam as maiores equipas nacionais de alta competição. Ain- da o foi mais pelo facto de Nelson Cruz serrepositor de supermerca- do e já ter 39 anos de idade. Após cerca de 20 anos de carreira como atleta amador, Nelson con- segue finalmente um reconhecimento digno do seu esforçoe do seu empenho, um título nacional, e com o mérito de o conseguir- numa das maisduras competições de atletismo. Integrado narecém formada Escola de Atletismo Pedro Pessoa (inaugurada em 2013), em Almada, Nelson Cruz é um exemplo singular de humildade e de obstinação, um caso que merece uma reflexão. Quem talha objetivos para a sua vida - nos mais diversos contex- tos - fá-lo sobretudo ancorado nos ensinamentos advindos das suas experiências do passado, de forma mais ou menos planeada, gerindo recursos e procurando concretizar expectativas. Ora, para que durante este trajetoos objetivos nos conduzam tanto quanto possível aos resultados esperados, é necessário manter um eleva- doíndicedemotivação.Motivaçãoesta,quealgunsespecialistasse divide em duas categorias: a intrínseca e a extrínseca. A primeira está relacionada com a força interior, capaz de nos manter ativos mesmo durante as adversidades, sendo uma motivação indepen- dente dos ambientes e das situações, traduzindo principalmente oquererindividual,criandoemnósumestadoqueimpeleanossa ação. A motivação extrínsecaencontra-se sobretudo associada ao ambiente, aos prémios e aos contextos exteriores a que o indiví- duo de uma forma geral se submete. No fundo, corresponde a um conjunto de estímulos que reforçam a nossa autoconfiança. No caso do Nelson Cruz, esta vitória enquanto atleta amador, no Campeonato Nacional de Corta-mato, em Albufeira, é reveladora da sua forte motivação intrínseca, que a par da sua excelente for- ma física lhe permitiu ter o feliz arrojo de liderar a corrida e aí se conseguir manter até ao final. Nelson não tinha obtido até agora o reconhecimento do seu real valor, nem tinha sido tão premiado como o fora agora quase em idades de final de carreira. Quiçá se a motivação externa fosse estimulada através de oportunidades de que o Nelson nunca dispôs, relacionadas com a gestão das condições de treino, com a profissionalização da sua atividade desportiva,com o ambiente de alto rendimento de que outros atletas usufruem, etc., poderiam ter feito dele um atleta de topo europeu ou mundial?! No entanto, existem outros recursos de extrema importância para além dos recursos materiais e que reforçaram a motivação inter- na do Nelson. Refiro-me aos recursos técnicos e afectivos, apaná- gio dos clubes de menor dimensão, onde os valores gratuitos da amizade, da entreajuda e da união dão imensuráveis frutos e per- mitem por vezes surpreender pela positiva. O caso de Nelson Cruz servirá sempre de exemplo pela forma como através da determinação, do empenho numa causa, conse- guimos atingir o nosso sonho, ainda que isso por vezes não mude à partida as nossas condições materiais de existência; como por outro lado, pode servir de estímulo aos jovens que procuram municiar a sua autoconfiança com referenciais de conduta onde a humildade, o trabalho e a determinação são fulcrais. Parabéns Nelson! Errata: artigo da anterior edição. Onde se leu:13 de Fevereiro de 2015 Deveria ler-se: 13 de Fevereiro de 1975 As nossas desculpas Sociólogo João Monteiro (*) OPINIÃO O movimento associativo do Barreiro realizou o seu 4º en- contro, desta vez nas instala- ções da Associação Unitária Dos Reformados, Pensio- nistas e Idosos do Lavradio. Promovido pela Associação das Colectividades do Con- celho do Barreiro (ACCB), o encontro serviu não apenas para uma troca de experiên- cias mas essencialmente para abordar, através de apresen- tações de especialistas, te- mas que dizem respeito ao dia a dia das colectividades, mas também ao futuro de um movimento que representa a maior família da economia social. “Constituição, Democracia e Associativismo”, pelo ju- rista Sérgio Pratas, “Estatuto do Dirigente Associativo Vo- luntário”, pela jurista Maria João santos, “Do Passado ao Presente”, por Mara Al- ves, foram alguns dos temas discutidos. De destacar em especial o “Protocolo com a Sociedade Portuguesa de Autores”, apresentado por João Alexandre, uma iniciati- va da Confederação das Co- lectividades e que permitiu clarificar alguns aspectos que penalizavam imenso as co- lectividades, amiúdes vezes alvo de fiscalização da SPA e sujeitas a pesadas multas por utilizarem música ou filmes supostamente para fins co- merciais, ou ainda a aborda- gem mais global a cargo de Augusto Flor, presidente da Confederação das Colectivi- dades. “O movimento associativo no concelho do Barreiro tem uma grande tradição e é mui- to forte. Actualmente temos 120 associações e se incluir- mos as IPPS esse número chega às 140. E, apesar das dificuldades, todos os dias surgem novas associações”, diz Daniel Ventura, presiden- te da ACCB. Essencialmente são associa- ções mais jovens, que em vez de serem uma secção de uma colectividade já existente, optam por se autonomizar e criar a própria colectividade. Naturalmente que isto reflec- te alguns constrangimentos de ligação inter-geracional, nem sempre fáceis de ultra- passar, mas também revela o interesse numa dinâmica activa desses grupos. “O im- portante, como acontece, é haver depois todo um traba- lho conjunto”. Também nesse sentido sur- gem estes encontros, que têm lugar pelo menos uma vez por ano. E que assumem sempre um carácter formati- vo. “Temos tido a preocupa- ção de insistir na formação dos dirigentes associativos, tendo em vista a sua capaci- tação. Por outro lado, a As- sociação das Colectividades, como uma entidade presta- dora de serviços, tem feito um esforço para oferecer aos seus associados soluções atraentes e mais baratas, como é o caso do Gabinete de Contabilidade”. O movimento associativo do Barreiro está profundamente entroncado com a popula- ção. A sua presença em inú- meras realizações é comum. Exemplo disso é a iniciativa “A minha rua é o Barreiro”, promovida pela União das Freguesias do Alto do Seixa- linho, Santo André e Verdere- na, nos dias 4 e 5 de Junho, nas instalações do Clube Dra- mático de Instrução Recreio 31 de Janeiro. Durante esses dois dias será possível apreciar uma expo- sição de fotografia sobre o Barreiro, artesanato, partici- par nos jogos tradicionais, assistir a um Encontro de Poesia e apreciar uma feira e exposição com o nome “Coi- sas com memória”. A Asso- ciação das Colectividades do Barreiro, mais uma vez, estará presente e dá o seu apoio. CC Colectividades do Barreiro: uma força social presente no dia a dia do concelho
  • 14. 14 | 2016 notícias De Cá e De Lá EMPRESAS Segundo dados oficiais, “em Janeiro de 2016 cerca de 6.000 empresas pediram a dissolução”. Já a taxa de criação de empresas tem sido muito inferior, com a particularidade de que as novas empresas têm menos trabalhadores e um volume de negócios muito inferior, dados avançados por Quinti- no Aguiar, Director Executivo da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Mé- dias Empresas (CPPME) no decorrer de uma tomada de posição sobre o Orçamento de Estado para 2016, entre- tanto aprovado na Assem- bleia da República. Na ocasião, os responsáveis da CPPME pretenderam responder à questão se o novo OE poderia ou não contribuir para inverter estes números como e contribuir para a dinamização da vida empresarial. As expectativas, porém, são muito baixas. “O Orçamento não reflecte a necessidade de redução da carga fiscal às micro, pe- quenas e médias empresas, ficando muito aquém das necessidades do sector, não contempla as esperadas e prometidas medidas de rea- nimação da economia, frus- tra as legítimas expectativas criadas”, acrescentou Jorge Pisco, Vice-Presidente da CPPME. Reconhecem alterações po- sitivas, “é um Orçamento diferente, para melhor, mas com muitas limitações”, mas no geral a CPPME entende que o Governo não mexeu com profundidade nos as- pectos que mais afectam a vida das pequenas empre- sas, nomeadamente no que diz respeito à pesada carga fiscal. É um facto que o OE 2016 “põe fim à isenção do IMI para os fundos de investi- mento imobiliário, aumen- ta a contribuição do sector bancário e dá passos, em- bora insuficientes, no senti- do de uma tributação mais justa dos lucros das grandes empresas. A redução do IVA da restauração de 23 para 13 por cento, com excepção de alguns produtos, embo- ra seja um sinal positivo fica aquém do esperado e vai trazer despesas acrescidas para as empresas, dada a ne- cessidade de instalar progra- mas diferenciados em Julho e depois, eventualmente, em Janeiro”. Segundo Quin- tino Aguiar, estas alterações podem significar despesas que oscilam entre os “180 e os 400 euros”. Apesar destes aspectos posi- tivos, para os responsáveis da CPPME, o OE contempla, po- rém, medidas que não contri- buem para a dinamização do mercado interno e para a re- vitalização das empresas. “A manutenção do Pagamento Especial por Conta, imposto cego e injusto, continuará a tributar com maior severi- dade os micro e pequenos empresários. Mais de 90 por cento destas empresas pa- gam o PEC sem saber como este é apurado. O aumento do ISP terá efeitos em toda a economia, agravando a situa- ção das PME. O mesmo em relação ao aumento do IMI”, diz a CPPME. Outros aspectos são aborda- dos. Caso da inexistência de uma Conta Corrente entre a Empresa e o Estado, obri- Sopsa Cerca de 125 contentores semi-enterrados para recolha de resí- duos sólidos urbanos estão a ser recondicionados nos municípios deLoureseOdivelas,pelaSopsa.OsServiçosIntermunicipalizados de Loures e Odivelas iniciaram em 2015 um processo de retrofit- ting dos contentores semi-enterrados de ambos os municípios. As intervenções foram realizadas a nível estético e funcional. Em 2015 foram colocados pela Sopsa 94 novos revestimentos em alumínio e 95 sistemas de recolha rápida. A Sopsa está agora no início de execução da segunda fase com a colocação de mais 27 novos revestimentos em alumínio e 31 sistemas de recolha rápida Fundada em 1992 e actualmente com sede na Maia, a Sopsa é líder no mercado dos contentores semi-enterrados em Portugal. Conta na sua carteira de clientes com cerca de 160 câmaras mu- nicipais e mais de 1.000 empresas privadas, em Portugal, França e Canadá. Primark A Primark inaugurou mais uma loja, desta vez no centro comer- cial Almada Fórum. A inauguração do novo espaço contou com a presença de Joaquim Judas, presidente da Câ- mara de Almada, a directora do grupo Primark, Breege O’Donoghue e o director geral da Primark Ibéria, Stephen Mullen. Joaquim Judas saudou a contratação de 212 novos trabalhadores que vão co- laborar na loja de Almada, afirmando que “é um importante contributo na criação de postos de trabalho”. A inauguração da loja ficou ainda marcada pela doação de 10 mil euros do grupo Primark à associação AIPICA (Associação de Iniciativas Populares para a Infância do Concelho de Almada). EDP Os armários da EDP Distribuição em Pinhal Novo foram, objecto de intervenção artística, numa iniciativa do Grupo Os Indiferentes, no âmbito da 21ª edição do “Março a Partir”, que cele- bra o mês da juve- ntude no concelho de Palmela. Entre as actividades que desenvolveram esteve a pintura de três armários de distribuição da operadora da rede eléctrica de distribuição. Num outro concelho, em Sintra, arran- cou a segunda fase de requalificação da iluminação pública nos acessos à estação ferroviária de Agualva-Cacém. A intervenção contempla a introdução de iluminação em todo o caminho pedo- nal e estacionamento automóvel a poente da estação ferroviária, contribuindoparaoreforçodeiluminaçãonotroçocorresponden- te da Rua Elias Garcia. MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS QUEREM REDUÇÃO DA CARGA FISCAL CPPME desiludida com Orçamento de Estado 2016 Carlos Cardoso CPPME quer mais medidas de apoio ao tecido empresarial gando a que as empresas tenham de cumprir as sua obrigações com o Estado e este não as cumpre com as empresas; a manutenção de um regime discriminatório no regime simplificado do IRC para as PME, o agravamento do imposto único de circula- ção, o reforço do Código do Imposto de Selo, a inexistên- cia de medidas de redução dos custos fixos, de uma politica de crédito com juros aceitáveis, a necessidade de revogar as leis dos despejos comercias e das obras pro- fundas, etc,.“Com uma carga fiscal tão elevada para asmi- cro empresas, estas não têm condições de sustentabilida- de”, alerta Quintino Aguiar. Uma vez aprovado o OE 2016, a CPPME pretende, agora, influenciar futura legis- lação que o Governo venha a adoptar. Segundo Jorge Pisco, “ vamos insistir em me- didas legislativas” que con- temple algumas das propos- tas defendidas pela CPPME. Por outro lado vão insistir por uma audição com o Primeiro- -ministro e o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais onde, para além de reafir- marem as propostas que já tinham apresentado em No- vembro do ano passado, vão continuar a pugnar pela pre- sença da CPPME no Conse- lho económico e Social, assu- mindo como representantes de empresas que constituem a esmagadora maioria do te- cido empresarial nacional.
  • 15. 2016 | 15 notícias De Cá e De Lá CULTURA Mais uma vez, meus amigos, Comemoramos a paz! Tanto lida em artigos, Tê-la ninguém é capaz! Para muitos emigrantes Nem há paz no pensamento, Porque secos governantes Não lhes dão acolhimento! Às vezes há um cheirinho Daquela paz fugidia Mas o povo, cansadinho, Quer tê-la de noite e dia! Construí-la é dever, Mas que tempo durará? Para a paz permanecer, Outro poder a fará! Só há paz a do Senhor! Essa é que é a verdadeira! Vamos todos, por favor, Fazer a paz com maneira! Bento Tiago Laneiro Varanda das Estrelícias Sugestões Literárias A Paz Cartoon Xira: humor corrosivo Está patente, até 8 de Maio, no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, a 17ª ediçãodaCartoonXira.Trata- se de um iniciativa pioneira nesta arte em Portugal, pro- movida pela Câmara Munici- pal em parceria com o con- hecido cartoonista António, sendo já uma referência no panorama cultural do País. Personalidades do mundo da política como António Costa, Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa ou Angela Merkel podem ser encontradas, através dos traços marcantes, corrosivos, humorísticos de diversos car- toonistas portugueses como António, Bandeira, Brito, Car- rilho, Cid, Cristina, Gargalo, Gonçalves, Maia, Monteiro e Rodrigo. Para além da criação nacio- nal existe uma mostra inter- nacional. Este ano a artista convidada é Cécile Bertrand, belga e uma das raras mul- heres que alguma vez ocupa- ram o lugar de caricaturista editorial num diário francó- fono, apresentando-se uma selecção dos seus melhores trabalhos dos últimos 25 anos. Mercedes Nunes Vaz nasceu em Elvas, distrito de Porta- legre, estudou em Elvas no Colégio Teresiano Luso-Bri- tânico, curso do Magisté- rio Primário, em Portalegre tendo exercido durante 30 anos no 1º ciclo do ensino básico, tanto em escolas públicas como em colégios particulares. Foi directora da escola nº3 de Moscavi- de/Portela. Após a aposentação, Mer- cedes Trabuco Nunes Vaz, que iniciou a sua carreira de poetisa na juventude, vem exprimindo as suas arrebatadas impressões carregadas de uma grande sensibilidade poética que ela própria vive. Publicou o seu primeiro livro de poe- mas “Entre a Planície e o Mar”, em 2004, cuja receita se destinou a solidariedade, em 2006, em parceria com a poetisa Graça Xamôrro pu- blicou o segundo livro “Se- das Brancas – O Perfume da Açucena”, e em 2008, o ter- ceiro livro de poesia “Poe- mas em Filigrana” lançado na Casa do Alentejo. Acaba de lançar “Declara- ção de Amor”, e como o próprio nome o indica é um livro de ternura, de amor, de coração aberto a todas as situações que fazem da vida um lugar de amizade, de sentimentos, de sol radian- te, onde vale a pena viver. O nascimento da Carolina, a netinha de poucos meses, dá origem aos primeiros poemas que lhe são dedi- cados. A autora chama-lhe “flor pequena e perfuma- da”, “essência”, sua “poe- sia”, “oiro perfeito”. No decorrer da leitura a poetisa refere-se às maravi- lhas do seu Alentejo, provín- cia de bonitas paisagens, de gente hospitaleira e solidá- ria, nas encostas soalheiras voltadas para os dois gran- des rios que espelham nas suas águas o límpido azul do céu. A própria poetisa Mulher/ Mãe/Avó apaixonada, não poderia deixar de sublimar o Amor através de um des- file de pérolas duma forma mágica e dominadora apon- tado caminhos para se atin- gir a perfeição tão estranha e afastada de todos no tem- po presente. Poemas como “Mulher” constituem um hino à Mu- lher e uma mensagem de força e coragem para a hu- manidade. Quando se pega num livro de poesia, não será preciso ler tudo para nos aperceber- mos da “seriedade” com que um poeta se abeira do mistério da poesia. Este êx- tase, essa riqueza interior, transmite-se ao leitor atra- vés da poesia de Mercedes Nunes Vaz. Orlando Fernandes FOI DIRECTORA DA ESCOLA Nº 3 DE MOSCAVIDE/PORTELA Mercedes Nunes Vaz lança “Declaração de Amor” Svetlana Aleksievitc, autora de “O Fim do Homem Soviético”, foi vencedora do Prémio Novel de Literatura 2015. Volvidas mais de duas décadas sobre a desagregação da URSS, que permitiu aos russos descobrir o mundo e ao mundo descobrir os russos, e após um breve período de enamoramento, o final feliz tão aguardado pela história mundial tem vindo a ser sucessivamente adiado. O mundo parece voltar ao tempo da Guerra Fria. Enquanto no Oci- dente ainda se recorda a era Gorbatchov com alguma simpatia, na Rússia há quem procure esquecer esse período e o designe a Catástrofe Russa. E, desde então, emergiu uma nova geração de russos, que anseia pela grandiosidade de outros tempos, ao mes- mo tempo que exalta Estaline. No dia 19 de Março, na Biblioteca Municipal do Barreiro, foi apre- sentado o livro “Viagens”, de Magda Pais. A autora nasceu em 1969,noBarreiro.Asuavidaprofissionalestáligadaàbanca,onde o privilégio de atender o público, lhe dá uma grande vivência so- cial. Em 2007, deu os primeiros passos na escrita, com pequenos contos e crónicas. No auditório da Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, na Amadora, teve lugar a apresentação do livro de poesia “Debutante Palavra a Solo”, de Fernanda Beatriz, publicado pela Lua de Marfim. Fernanda Campos nasceu em Bragança em 1945, onde perma- neceu até completar o Curso do Magi- stério Primário, em 1964. Escreve poe- sia, prosa poética, contos, reflexões, etc. Reside na Amadora. Ana Pato e a “Nota de Rodapé Edições” editaram “Materialismo e idealismo na física do final do século XIX e inicio do século XX a partir do Materialismo e Empi- riocriticismo de Lenine- o caso ex- emplardainterpretaçãobohriana da mecânica quântica”. Trata-se da tese de mestrado de Ana Pato, um estudo ousado e surpreenden- te nos tempos que correm e que leva a autora a afirmar, como fez em Almada, na apresentação do livro “que a ciência actual não está liberta de interpretações idea- listas e místicas” Orlando Fernandes/ Carlos Cardoso
  • 16. 16 | 2016 notícias De Cá e De Lá Sete anos depois está em construção a escola básica de Camarate Apresentação do futuro espaço escolar A Eliane, a Maura e a Lais têm, pelo menos, três pontos em comum: a escola, a idade e um desejo. Quanto à escola, andam todas na EB1 nº 1 de Camarate, todas têm 9 anos e todas têm uma preocupa- ção, saber se a nova escola, cujas obras já começaram, vai ou não ter chuveiro… Bem, a Eliane, é um pouco mais exigente: além do chuveiro, quer que a escola seja bonita, tenha um ginásio, baloiços no pátio e uma biblioteca. A nova escola vai ter isso e muito mais, vai ter oito salas de 1.º ciclo e três salas de jardim-de-infância, refeitó- rio, cozinha, campo de jogos com bancada, anfiteatro ao ar livre e espaços verdes. Nem uma horta vai faltar. Coisas que não existem na actual escola, instalada pro- visoriamente em contento- res desde… 2009. E apesar de os contentores terem ar condicionado, era evidente o desconforto, com os alunos afectados pela chuva, sol e frio, a que se somava o facto de, por vezes, o ar condicio- nado não funcionar. “Lem- bro que alguém disse há uns sete anos que dali a um ano todos estariam numa esco- la nova…”, não deixou de desabafar Arlindo Cardoso, Presidente da União de Fre- guesias de Camarate/Unhos/ Apelação, referindo-se ao an- terior presidente da Câmara de Loures, Carlos Teixeira, no decorrer de um pequena ce- rimónia de apresentação do novo equipamento escolar aos alunos. Durante estes anos, os alunos tiveram aulas em pavilhões cujo aluguer custavam à Câ- mara de Loures, anualmente, meio milhão de euros. “Aca- bámos com essa situação. Foram adquiridos por 300 mil euros e serão utilizados em diversas situações”, dis- se Bernardino Soares, presi- dente da Câmara de Loures que, curiosamente, fez o ensino primário na escola que, agora, está a ser demo- lida. A nova EB1/JI Nº1 de Camarate, situada do outro lado da Rua dos Bombeiros Voluntários, representa um investimento municipal de 2,2 milhões de euros e estará concluída em Abril de 2017. CC A Associação de Pais e En- carregados de Educação da Escola Básica Quinta de São José da Póvoa de Santo Adrião, está contra a cele- bração “de missas durante as aulas”, uma possibilidade admitida pelo Presidente da CONFAP, a estrutura nacional que representa as associa- ções de pais e que foi veicu- lada na imprensa. “A ser ver- dade a notícia de existência de celebração de missa em escolas públicas, esta prática viola pelo menos dois artigos da Constituição da Repúbli- ca Portuguesa”, o artigo 13º que refere que “Ninguém pode ser privilegiado, bene- ficiado, prejudicado, privado  de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou con- dição social” e o artigo 41º que garante a Liberdade de consciência, de religião e de culto, dizendo que “ A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolá- vel; Ninguém pode ser per- seguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa; Ninguém pode ser perguntado por qualquer au- toridade acerca das suas con- vicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individual- mente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder; As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado (...)”. Por isso, a “nossa Associação vem afirmar que não se revê na opinião do Presidente da CONFAP, considera inacei- tável que tal aconteça numa escola pública portuguesa e exige que a Constituição da República Portuguesa seja cumprida”. Equipamentos na Urmeira Numa outra zona do conce- lho de Odivelas, na Urmeira, Pontinha, permanece por resolver um outro problema, relacionado com equipa- mentos escolares. “Há um ano que a Prosális encerrou a Creche e Jardim de Infância Crianças de São José, na Ur- meira, deixando sem respos- ta as famílias das 40 crianças que a frequentavam e reti- rando daquele bairro o único equipamento de apoio à in- fância. Até hoje nada se sabe quanto às consequências que resultaram para a Prosá- lis que recebia financiamento público através dos acordos de cooperação com a Segu- rança Social. As instalações, propriedade do Estado, foram-se degradando e as entidades competentes – Se- gurança Social e Câmara de Odivelas – nada fizeram para que aquele espaço reabris- se”, lembram os vereadores da CDU, criticando a “atitude passiva” da autarquia,” que alega “que não tem respon- sabilidades sobre o assunto, tal como a Segurança Social que tem de agir tomando as medidas necessárias para reactivar as respostas à in- fância que encerraram há um ano mas que continuam a ser necessárias”. Associação de Pais da Póvoa contra “missa” nas escolas