O documento fornece informações sobre contatos comerciais, imprensa, equipe editorial e de produção da revista Reserva, além de listar as lojas onde a marca está presente. O documento também apresenta os fotógrafos, estilistas e modelos envolvidos na edição.
3. ANO 02 SETEMBRO 2013
#3
FACEBOOK.COM/USERESERVA
USERESERVA.COM
CONTATOS COMERCIAIS
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IMPRENSA
Multifato | Renata Reis e equipe
multifato.com + [55] 21 3874-0214 multifato@multifato.com.br
LOJAS
EDIÇÃO
ÉVANS QUEIRÓZ [diretor criativo]
KAREN ARMAN [editora-chefe]
ADRIANA OMENA [redatora e coordenadora editorial]
SORRIDENTE
RONY MEISLER
PROJETO GRÁFICO
AGÊNCIA RESERVA
ARTE
CARLOS DENISIESKI [coordenador de design]
DIOGO ALBUQUERQUE [designer]
CAIO JUNGER [designer]
LUIZ GOMEZ [designer]
RODRIGO CURI [designer]
PRODUÇÃO EXECUTIVA
RICK YATES [gestor EVA]
PALOMA TERRA [coordenadora de produção]
GABRIELLA ADLER [assistente de produção]
VIVIAN FREITAS [assistente de produção]
ESTILO
LISANDRO LANDELL [coordenador de estilo Reserva]
PRISCILA BARCELOS [coordenadora de estilo EVA]
MARIA CECÍLIA SAAD [coordenadora de estilo Mini]
Tiragem 20.000 EXEMPLARES
Periodicidade SEMESTRAL
Jornalista responsável KAREN ARMAN MTB 21894
Você encontra RESERVA MINI nas lojas próprias da marca:
Rio de Janeiro - Shopping Leblon (1º piso) e Shopping Tijuca (2º piso).
São Paulo - Jardins - Rua Bela Cintra, 2149.
Além disso, em todas as lojas Reserva das cidades do Rio e São Paulo
você também encontra produtos para o seu mini.
RIO DE JANEIRO
Ipanema: Rua Maria Quitéria, 77 - loja F | Shopping Leblon - 1º piso
Rio Sul - 2º piso | Fashion Mall - 2º piso | Village Mall - 2º piso
BarraShopping - nível Lagoa | Rio Design Barra - 2º piso
Downtown - bloco 5 loja 101D | Shopping Tijuca - 2º piso
NITERÓI
Icaraí: Rua Cel. Moreira César, 228 - loja 109 | Plaza Shopping Niterói - 3º piso
SÃO PAULO
Iguatemi - 2º piso | Market Place - 2º piso
Pátio Higienópolis - piso Veiga Filho | Alphaville Iguatemi - piso Xingú
Jardins - Rua Bela Cintra, 2149 | Shopping JK Iguatemi - 2º piso
Morumbi Shopping - piso Lazer | Iguatemi Ribeirão Preto - 2º piso [em breve]
Ribeirão Shopping - nível Califórnia [em breve]
BELO HORIZONTE
Pátio Savassi - 2º piso | BH Shopping - piso Nova Lima
Só Marcas - piso Térreo (outlet)
BRASÍLIA
Park Shopping - 1º piso | Iguatemi Brasília - piso Térreo [em breve]
SALVADOR
Salvador Shopping - 2º piso
RECIFE
Shopping Recife - 5ª etapa - 1º piso [franquia]
GOIÂNIA
Flamboyant Shopping - 3º piso [franquia, em breve]
BELÉM
Boulevard Belém - 3º piso [franquia, em breve]
Josy Fischberg Jornalista e educadora,
seu foco geralmente está em pessoas que
a surpreendam. Crianças, segundo ela, são
mestres nisso. E seus entrevistados nesta
edição também… Desfoca de gente que é
incapaz de se colocar no lugar dos outros.
André Miranda André está com a gente
desde a Revista #1 (bom pra gente e pros
leitores!), é jornalista e crítico de cinema.
“Como todo jornalista e crítico de cinema,
sou um sujeito cheio de verdades, mas adoro
descobrir que estou errado.”
ALAN Rochlin Alan nem parece
que tem só 21 aninhos, tamanho
o talento e o profissionalismo do rapaz.
À frente do time de Encantamento
da Reserva, seu foco é... encantar
pra realizar.
Carla Biriba e Carol Bicudo Nossa
amada dupla dinâmica da Bliss Me mais
uma vez assina a beleza dos ensaios Reserva
e Reserva Mini. O foco da Carla é buscar
beleza no mundo e transmití-la no trabalho.
Pra Carol, o foco é igualmente belo: viajar.
DANIEL UEDA Nosso querido Ueda
é mais uma vez o Stylist que assina o ensaio
fotográfico de Eva. O foco dele? Família,
amigos e trabalho, muito trabalho.
Fábio Seixas Diretor do Núcleo
de Produção Audiovisual para Internet
e Novas Mídias da Conspiração, Fábio realiza
projetos pras maiores agências e marcas
do mundo e já recebeu um bocado
de prêmios por aí. Quando sobra tempo,
leciona na Casa do Saber.
FERNANDO YOUNG Amigo e parceiro
de longa data, Fê é fotógrafo de moda
e publicidade e também ataca de diretor
de fotografia pra cinema e TV. Nesta edição
clicou todos os ensaios e anúncios. Seu foco
hoje está dentro de casa, no filho José.
Fred Tolipan Pedagogo, ator, diretor,
iluminador. Adora professorar teatro
e coordena a Escola e Ateliê Fred Tolipan.
Seu foco está nas relações humanas e não
nos contornos desfocados das sociedades.
ICING A partir desta edição, a nossa Revista
terá uma tipografia “convidada”. Desta vez,
focamos numa “letra de verdade”, com toda
a irregularidade sincera e bela do ser humano.
icing
Kim Courbet Foco na felicidade e desfoco
de pequenos problemas. Esse é o Kim, dono
do sorriso mais franco da Reserva. Já foi de
tudo e hoje é curador de um super projeto
de multimarcas que vem por aí. Nesta edição
ele ataca de modelo sem vergonha.
Luti Guedes Luiz Carlos é o querido Luti.
Carioca, cursa Direito na PUC-Rio e é fundador
da Lute Sem Fronteiras, ONG que batalha pela
população ribeirinha do Marajó. Atualmente
tem desfocado dele mesmo e direcionado
seu foco para as pessoas.
MARCELO MARIA Mago retocador das
imagens da Reserva, Marcelão está à frente
da MMaria Imagens. Seu foco?
Um dia de cada vez.
MARCELO OMENA Fotógrafo curioso
e inquieto, Omena gosta de captar
a simplicidade. Foco na objetiva
é o seu lema.
Michel Melamed Teatro, literatura, TV,
música… Esse artista de peso joga nas onze.
Convidado de honra desta edição, ele escreve
pra seção Antissocial.
Pedro Loreto O carioca Pedro Loreto
fotografa moda e portrait e, pra esta edição,
clicou o ensaio de Eva. Além da fotografia
digital, o cara tem um trabalho autoral incrível
e roda o mundo com suas câmeras analógicas.
Pedro Neschling Estreando na Revista
Reserva, Pedro é ator, diretor, dramaturgo,
carioca, flamenguista, DJ e gosta de tomar
vinho branco no verão e tinto o ano todo.
Rita Fischer Maquiadora há nada menos
que 20 anos, Rita é super requisitada pra
editoriais de moda e publicidade no Brasil
e na gringa. Nesta edição ela é responsável
pela beleza do ensaio de Eva, a nossa marca
feminina. Família e trabalho são seus focos.
TOM LAndell Do alto dos seus 5 anos,
Tom atacou de modelo e entrevistado nesta
edição. O foco do pequeno, filho do nosso
coordenador de estilo Lee Landell,
é brincar de ser feliz.
4. TERNO PRA QUEM NÃO GOSTA DE TERNO
#3 #OQVIMOS
#OQOUVIMOS
#OQFALAMOS
MODA, FOQUE! Mais uma vez a
Reserva questiona modismos, tendências
e a “necessidade” de ser vanguarda.
Convidamos você a focar no ser humano
e em como ele está se comunicando
com o mundo através de atitudes,
modo de vestir e de agir. p.10
ENSAIO RESERVA Nossas sugestões
de looks pra temporada Verão 2014
vêm de dois jeitos: no cabide e no corpo.
Foque-se e/ou desfoque-se. p.24
ENSAIO MINI Pequenos grandes
homens fazem uma festa na floresta
e apresentam looks cheios
de graça e estilo pra temporada
Verão 2014. p.48
ENSAIO EVA Autêntica, real e camaleoa,
Eva aposta num inusitado estilo tropical
rocker. A coleção Verão 2014 combina
boas doses de rebeldia com flores
e felinos. p.84
GENTE DE PESO
Claude, Carol e Thomas Troisgros numa
entrevista deliciosa, mostram que são
forno, fogão e coração. p.18
CAPA Cleber de Oliveira, funcionário
número 1 e faz-tudo da Reserva (até se
vestir de camelô pra capa desta edição)
num perfil que vale um show. p.56
PEQUENO GRANDE MINI
Tom Landell, especialista em
super-heróis, analisa o desfile Moda,
Foque! e deixa o time de criativos
da Reserva de boca aberta. p.59
Fora da casinha Diversão é solução
sim. João Estrella, músico e empresário,
e Marcus Majella, ator e humorista,
falam sobre seus focos na vida
e na carreira. p.64
Som na caixa A nossa música
a gente inventa pra se distrair.
Bernardo Pauleira e os Gatunos
do Rocha mostram, com muito humor,
que música é coisa séria. p.66
SALA ESCURA Avaliação ou
interpretação? O jornalista André
Miranda fala sobre as tão polêmicas
críticas de cinema. p.38
PAPO SUSTENTÁVEL A primeira vez
a gente nunca esquece, já dizia aquele
comercial. Luti Guedes conta como uma
viagem à Amazônia se transformou
na sua maior causa de vida. p.44
FAZENDO ARTE TV, cinema, livros,
Youtube, Soundcloud. É a vez
do conteúdo e Fábio Seixas
conta porquê. p.58
RODA E AVISA Novos formatos,
caminhos e possibilidades. Pedro
Neschling escreve sobre o desafio
de fazer televisão nos tempos
modernos. p.61
FACE A FACE Pra ver ou pra ouvir?
Só escolher. Nosso Facebook tem arte
pra encher os olhos e música pra encher
os ouvidos. p.70
Quer que desenhe? O talentoso
e premiado Rodrigo Calixto nos recebe
em sua oficina de trabalho no Rio e fala
sobre sua paixão pela madeira. p.72
SOLTA O VERBO Estrela da campanha
de Verão 2014 de Eva, Natália Lage
fala de tudo um pouco e conta como
consegue ser tantas mulheres. p.82
QUANTO + GENTE MELHOR Muito mais
do que uma coluna social, uma coluna
emocionalmente disponível. p.98
FANFARRONICES Pra rir tem que fazer
rir, já dizia o ditado. E o nosso Facebook
cumpre bem essa missão. p.100
INSPIRAGRAM Nossos seguidores
no Instagram mostram que um bom foco
vai muito além da lente de uma câmera
de celular p.102
TEC & TAL Cadeira cativa desta seção,
Rony Meisler fala de passado, presente
e conta porquê vê a vida melhor
no futuro. p.62
EM CENA, AÇÃo! Fred Tolipan
assiste ao nosso desfile Moda, Foque!
e se questiona: onde acaba o teatro
e começa a vida? Ou será que
é vice-versa? p.76
PARTIU?! Alan Rochlin, do time
de Encantamento da Reserva,
conta suas aventuras em Israel,
o berço da multicultura. p.80
ANTISSOCIAL Nada mais social
que o antissocial. Não entendeu?
Michel Melamed explica. p.101
NEM CEGOS, NEM SURDOS E NEM MUDOS. ESTAMOS DE OLHOS, OUVIDOS E BOCAS BEM ABERTOS.
5. POR RONY MEISLERPOR ÉVANS QUEIRÓZ
Tenho 7 anos de idade.
Nasci idealista e livre, de corpo e alma. Falo o que penso.
Sempre acreditei que o status quo não é um padrão,
mas uma seta apontada para um lugar comum e chato.
Por isso sempre realizei meus sonhos
sem afetações ou manias copiadas dos outros.
Nunca fui roupa, sempre fui ideia.
Não gosto da ironia, prefiro o deboche.
Nunca me levei a sério,
sempre tirei sarro de mim mesmo.
Hoje sou feito por 500 seres humanos,
30 lojas próprias, 1200 lojas multimarcas,
6 marcas, 1 revista e 1 hamburgueria.
Meu nome é Reserva e ando pelado
porque essa é a minha melhor roupa.
Ah! Qual é o meu clube?
Pensou que eu não ia perguntar, né?
O do sorriso.
Moda, foque!
10. GENTEDEPESO
TRIO TROISGROS CLAUDE,
O PAI MARRAVILHA.
Apaixonado pelos
ingredientes brasileiros,
ele é uma verdadeira
paixão nacional.
CAROLINA,
A FADA DOS BOLOS.
Comandante do Atelier
Troisgros, ela ainda faz
bolos que são obras
de arte.
THOMAS,
O MAGO DA CARNE.
À frente dA Reserva
TT Burger, ele fez o pai
de cobaia nos testes
do hambúrguer.
– Essa minha quebra de padrão, naquela época, não foi por
querer, não foi algo pensado. Eu precisava fazer as receitas
e não encontrava alguns ingredientes. Fui, então, procurar
produtos brasileiros que pudesse usar dentro de uma técnica
de culinária francesa – explica Claude.
Encontrou o maracujá, primeiro ingrediente a gerar uma espécie
de encantamento imediato no chef. O Brasil tem daqueles bem
grandes, enquanto lá fora só se encontram maracujás pequenos,
roxos e ácidos. Hoje, mais de 30 anos depois, o produto que
para ele é a carra do Brésil é o aipim. Porque tem “ramificações
inacreditáveis”, podendo gerar um milhão de coisas diferentes:
farinha, polvilho e por aí vai.
Se tudo parece muito fácil para Claude na cozinha, saiba que
na TV o apresentador do “Que Marravilha!”, do GNT, fica um
pouquinho nervoso. Mas ninguém nem imagina porque ele não
deixa transparecer, é de uma naturalidade incrível na frente das
câmeras. O sujeito simplesmente arrebenta como apresentador.
Começou, como ele mesmo explica, na cara de pau:
– Um dia, deve fazer uns 7 anos, a Marluce (Dias, que foi diretora
geral da Rede Globo) veio jantar no meu restaurante e eu perguntei
como fazia para apresentar alguma coisa na TV. Eu já queria, mas
não fazia ideia de como começar. Ela disse para eu ligar no dia
seguinte para uma pessoa. Liguei, fiz um teste e foi! Depois de muito
tempo descobri que a diretora que me atendeu – e que hoje é muito
minha amiga – não estava com paciência para me receber. Pensou
logo que um chef gordo e chato estava vindo importuná-la (risos).
De gordo e chato ele realmente não tem nada. E passou a ser tão
amado pelos telespectadores que recebe comentários assim em
suas fotos do Instagram: “Claude, seu fofo! Quer casar comigo?
Hahaha! Muito fã!!!”.
– A gente sempre achou que ele tinha carisma, que podia dar
certo porque ele é muito espontâneo. Mas nunca imaginamos
que seria esse estouro. Agora é livro, propaganda, evento:
o mundo fica muito maior quando você aparece na TV, né?
– avalia Carolina Troisgros, a filha coruja.
Carrol, como o pai a chama, trabalha no Atelier Troisgros, o serviço
de bufê da família. É ela quem cuida dos eventos. Mas, assim como
Thomas, também voa por conta própria. Há pouco mais de dois
meses começou a investir em bolos – lindos por sinal.
E, como afirma Claude na foto que publicou no Instagram,
vão muito além da beleza.
– Fiz um curso sozinha mesmo, sem fazer muito alarde, e meti
a mão na massa. Faço os bolos na minha casa e, de maio para cá,
já foram umas 30 encomendas. Dá trabalho, mas eu estou
amando – conta ela.
Carol bem que tentou sair da tradição familiar da cozinha.
Cursou publicidade, trabalhou em agência, mas não resistiu.
E foi a melhor decisão que tomou, palavras da própria.
Mesmo com as agendas tomadas, eles não se desgrudam.
Quem os vê juntos, mesmo que em um compromisso profissional,
como na sessão de fotos para esta edição, percebe que o foco
da família Troisgros está na própria família. E no trabalho que
tanto amam, claro. Não há explicação melhor para o sucesso –
merecido – que fazem.
TEXTO JOSY FISCHBERG
ILUSTRA RODRIGO CURI
Não faz muito tempo, Claude Troisgros postou uma foto
no Instagram com uma legenda bem curta: “TT Burger tá quase...”.
Quem aparecia na imagem era Thomas, o filho mais velho, usando
um curioso uniforme de chef com estampa de hambúrguer.
No mesmo perfil, alguns dias antes, ele já havia publicado uma foto
de um doce impecavelmente decorado. A legenda: “Bolo indiano
preparado pela minha filha Carolina. Não é só bonito, é bbbbon...”.
Assim mesmo, “bon”, com “n”, misturando francês com português.
Se você fechar os olhos, dá até para ouvir o sotaque dele, não?
Ali também já foram compartilhadas várias imagens de bastidores
do seu programa de TV. O perfil de Claude na rede social não
engana: a família Troisgros não para quieta.
Thomas Troisgros, o do uniforme de hambúrguer, está abrindo
uma hamburgueria em parceria com a Reserva. Mas nada parecido
com o que já se viu por aí. O picles é de chuchu, o ketchup
é de goiaba, o pão é de batata-doce, o queijo é minas meia cura,
a carne é um blend de acém, fraldinha, mignon e gordura
de picanha. A ideia era fazer algo genuinamente brasileiro.
– O ketchup é mais doce, mas tem a mesma acidez que um de
tomate. O picles de chuchu fica absurdamente crocante e leva
cebola também. Nessa história, te conto que meu pai é a minha
melhor cobaia nos testes do hambúrguer (risos). Só tive que
atender a um pedido dele e vamos oferecer a troca do minas meia
cura por gorgonzola para os clientes que quiserem. Mas é a única
opção de mudança no sanduíche. Ele ama gorgonzola, fazer o quê?
– brinca Thomas, que responde, junto com o pai, pela cozinha
do Olympe, o restaurante que é o carro-chefe da família.
A Reserva TT Burger está no antigo espaço da Reserva+,
na Galeria River, no Arpoador, Rio. O “TT” do nome do
empreendimento vem de Thomas Troisgros, seguindo a linha
de alguns restaurantes do pai, que levam CT no início do nome
(de Claude Troisgros). O uso de ingredientes tipicamente brasileiros
onde menos se espera que sejam incorporados, aliás, parece ser
uma marca da família. Claude começou a fazer isso ainda no final
da década de 70, quando, já no Brasil, não tinha como viabilizar
algumas receitas do chef francês que representava.
18
13. ENSAIORESERVA
todo mundo fica
todo mundo É
9116CARDIGÃDRYWASHML9215POLOLISTRASMELAVE9140BERMUDACASUALDENIMJOSHRISCAÍNDIGO
MAKE CAROL BICUDO E CARLA BIRIBA (BLISS ME)
FOTOS FERNANDO YOUNG
MODELO KIM COURBET STYLING LEE LANDELL
USERESERVA.COM/REVISTAQuer comprar os produtos desTe ensaio?
20. SALAESCURA
TEXTO ANDRÉ MIRANDA
ILUSTRA LUIZ GOMES
FUNçÃO
crítica
Uma pergunta muito comum que se faz para críticos de cinema
em debates, palestras ou mesmo conversas informais é qual tipo
de filme a gente mais gosta. E muitos críticos saem com a mesma
resposta espertinha: “gosto de filme bom”.
É como se houvesse duas categorias, a dos filmes bons e a dos
filmes ruins. Como se fosse simples, matemático, definir qual filme
se enquadra em cada uma, e o crítico fosse aquele que pudesse
sintetizar sozinho o significado da qualidade.
É lógico que não é assim que a coisa funciona.
Por exemplo, a americana Pauline Kael (1919-2001) é considerada
uma das maiores críticas de todos os tempos, sobretudo pelas
mais de duas décadas em que colaborou com a revista New Yorker.
Mas Pauline Kael não gostou de alguns filmes que, hoje, são
considerados clássicos. Entre outras, são conhecidas suas críticas
à “Laranja Mecânica” (“Estão dizendo que todo mundo é cruel,
e que os heróis são tão cruéis quantos os vilões ou vão ser
encarados como tolos”) e “Star Wars” (“É agradável em seus
termos, mas também é exaustivo: como levar um bando de
crianças para o circo”).
Alguém, então, pode dizer que Pauline Kael foi uma péssima crítica
em avaliar negativamente as obras de Stanley Kubrick e George
Lucas. Que os diretores foram desrespeitados com avaliações
injustas em publicações de massa. Ou que o público teve um
desserviço ao receber a opinião de Pauline. A pergunta difícil
de se responder é quem mais sai perdendo num “erro”
de avaliação do crítico. Ele próprio, o artista ou o leitor?
Há alguns anos, eu ouvi de uma produtora de um filme brasileiro
a seguinte frase: “Você não gosta do Nordeste, não é?” A razão
que motivou a frase foi uma avaliação que fiz, bastante crítica,
quase ultrapassando a barreira do respeito. Nunca mudei minha
opinião sobre o filme, mas aprendi que a melhor maneira de falar
mal do trabalho dos outros é pensar se o artista vai conseguir te
olhar sem querer te dar uma porrada na cara. E aprendi que uma
crítica deve sempre deixar um caminho para a dúvida – talvez
escondido numa vírgula, num ponto ou numa pequena contradição
de ideias postas lado a lado propositadamente.
É difícil explicar, mas eu fico extremamente satisfeito quando
alguém lê uma crítica em que esculhambo um filme, mas ainda
assim diz que ficou com vontade de assistir. Críticas não devem
ser peremptórias, devem somente sugerir uma possibilidade
de interpretação – claro que uma boa crítica é uma interpretação
baseada num conhecimento adquirido durante a vida, o cara deve
realmente se preparar para escrever aquilo, mas ainda assim
é uma interpretação.
A melhor conclusão sobre um filme quem chega é o sujeito que
paga pelo ingresso. Por isso, voltando à pergunta lá do início,
sobre qual tipo de filme o crítico gosta, este crítico aqui tem
uma resposta bem menos precisa e, acredito, mais honesta.
Eu gosto de filmes que me surpreendam.
38
21.
22.
23. PAPOSUSTENTÁVEL
a
primeira
vez
TEXTO E FOTOS LUTI GUEDES
Um pulo pro futuro: Anderson, 8 anos, morador da comunidade São Miguel.
Vale a pena conhecer o trabalho do Luti aqui: facebook.com/LuteSemFronteiras
à noite. No dia seguinte, senti na pele o sol de quem está perto da linha do Equador e olhei nos olhos
de quem mora na floresta. Olhos de ressaca os meus, ressaca do balanço do barco na noite anterior.
Nos deles, ressaca de uma vida inteira...
Vi e vivi tanta coisa naquela viagem que ela foi perfeita no que tinha que ser – minha primeira vez na
Amazônia. Já voltei mais de 10 vezes. Hoje trabalho em uma organização que fundei com meus amigos
ribeirinhos, cuja missão é promover o desenvolvimento local de forma endógena. Nosso objetivo:
transformar as supostas vítimas em agentes responsáveis pela mudança que tanto se quer.
A Lute Sem Fronteiras, nome do projeto, alcança mais de 400 pessoas e atua em 3 linhas de frente:
1. Saúde, Alimentação e Moradia; 2. Educação e Cidadania; 3. Empreendedorismo Local Sustentável
e Sustentabilidade. Quase o caviar do dicionário: ninguém nunca viu, nem comeu, só ouviu falar!
Até hoje vou pra Amazônia aprender sobre isso. Aquela floresta, na contramão do nosso progresso
modernista, é sustentável. Costumava ser, ao menos. Ainda não passei nessa matéria, mas certamente
já aprendi algumas lições. De cara aprendi que o nosso progresso modernista é insustentável. Ao pé da
letra mesmo: não se sustenta. É só olhar ao seu redor e reparar se tudo o que vira lixo caberá em todas
as lixeiras que você vê, se é que você vê alguma. Já na Amazônia não há espaço pro conceito de inútil:
tudo tem função o tempo todo! E o mais importante: sustentável é característica reflexiva – se é.
Se é-se. Se é se... Ser sustentável é sustentar o que se é. Não é apontar o dedo e acusar. É fechar o olho
e (re)pensar. Antes de ter a ver com o tempo no banho ou o destino do seu lixo, ser sustentável tem a ver
com consciência e coerência. É preciso ter consciência de quem se é e de quem se quer ser. Depois é só
ter coerência entre as duas coisas: a pessoa que você é hoje caminha pra quem você quer ser?
A pessoa que você é hoje constrói o que quer?
Um conceito chave pra entender sustentabilidade e aprimorar as ideias de quem se é, o que se quer
e quem se quer ser, muito mais do que o de ecologia, é o de empatia. Empatia: capacidade de se colocar
no lugar do outro! Assim é mais fácil se preocupar com o ribeirinho que você não vê, com o moleque de
rua que te assusta sem querer, com o vizinho, com a mulher e até consigo mesmo. Só através da empatia
conseguimos tornar importantes coisas que antes ignorávamos e essa é a mudança de que precisamos
pro mundo finalmente voltar a se sustentar. Precisamos ser capazes de transformar o que ignoramos
no que nos importa.
É preciso ser o ribeirinho e o ribeirinho ser o único responsável pela mudança – porque a primeira
mudança é a que faz a gente querer todas as outras.
A diferença entre a primeira vez e as outras é que a primeira nos
faz querer que todas as outras aconteçam. A primeira vez que fui
à Amazônia foi em 2009 e eu tinha 16 anos. Não faz tanto tempo
assim… Fui quase como um turista, apesar de estar participando
de um projeto missionário. Não sabia muito bem como eu,
com 16 anos e todas as futilidades que me caracterizavam,
poderia ajudar comunidades ribeirinhas no meio da Amazônia.
Bom, ao menos boas fotos eu poderia tirar... Era o que eu achava.
Assim cheguei em Belém, como um turista. Há quem chame
Belém de Nova Iorque brasileira (pra raiva de muitos paulistas)
por conta da chegada incrível de avião. Depois de sobrevoar parte
da Amazônia, atravessamos o rio Guamá até pousarmos na cidade.
É lindo - NY fica mesmo no chinelo. Em seguida, embarquei pro
Marajó (norte do Pará) ainda como um turista. A viagem de barco,
se o vôo tivesse deixado dúvidas, mostrava claramente onde
eu estava. Definitivamente, não era em NY.
Voltando pro Rio, no entanto, senti que não estava ansioso pra
chegar em casa com a câmera cheia de boas lembranças a serem
compartilhadas no Facebook. As fotos não bastavam e eu mesmo
já estava longe daquele garoto-turista que embarcou.
De 2009 pra cá, a Amazônia se tornou minha segunda casa,
meu laboratório secreto, minha amante, meu trabalho, meu futuro.
A Amazônia me tornou quem eu sou.
Explico e rebobino. Em 2009, viajei pro Marajó participando
de um projeto social da minha escola, no qual faríamos algumas
visitas a comunidades ribeirinhas. Eu tinha só 16 anos e não
imaginava o que vinha pela frente. Fui. Mas a Amazônia,
meus amigos, não é pra iniciante. A realidade e a surrealidade
daquela floresta encanta e apavora.
Primeiro dei de cara com as paredes de árvores que cercavam
o rio, depois com a colcha de retalhos de estrelas que nos cobria
44
25. Eu não sou
cachorro não
7676POLOMINIPIQUÊBÁSICAMC8195SWEATERMINILISTRADOROCK4770CALÇAMINICASUALALFAIATARIA8295DRIVERMINIBICOLOR
MAKE CAROL BICUDO E CARLA BIRIBA (BLISS ME)
FOTOS FERNANDO YOUNG
STYLING MARIA CECÍLIA SAAD
ENSAIOMINI
USERESERVA.COM/REVISTAQuer comprar os produtos desTe ensaio?
26. 9584 CAMISA MINI DOUBLE FACE POÁ
8059 CALÇA JEANS MINI DARK BLUE
8295 DRIVER MINI BICOLOR
6972 CINTO MINI CADARÇO COURO
9347 T-SHIRT MINI LISTRAS DEGRADÊ
9488 TÊNIS MINI MUJI LONA
9503 BERMUDA MINI CASUAL COOL
9447 T-SHIRT MINI POÁ
8063 CALÇA JEANS MINI COLOR BLUE (CORTADA)
9488 TÊNIS MINI MUJI LONA
8294 DRIVER MINI XADREZ
9539 CALÇA CASUAL COTTON LINEN
8623 T-SHIRT MINI HOODIE LISTRADO DAVID
9526 BERMUDA MINI ARMY XADREZ BERDINAZE
9473 POLO MINI PIQUÊ FLAMÊ
9544 HOODIE MINI LISTRAS ME LAVE
9490 TÊNIS MINI NICK
9486 TÊNIS MINI IATE
9467 POLO MINI RUGBY LISTRAS RSV
27. 9502 BERMUDA MINI CASUAL DENIM PÁSSAROS
9588 CAMISA MINI CHAMBRAY JEANS
10161 T-SHIRT MINI DEGRADÊ CARECA ML
3071 BERMUDA MINI ARMY CONTÍNUO
3305 CAMISA MINI OXFORD
7836 BANDANA RESERVA
9486 TÊNIS MINI IATE
9329 T-SHIRT MINI LISTRAS PEITILHO COLOR
3071 BERMUDA MINI ARMY CONTÍNUO
3665 T-SHIRT MINI V NECK MC
7836 BANDANA RESERVA
9490 TÊNIS MINI NICK
8062 CALÇA MINI BLACK
8882 CORRENTE PICANÇO
9488 TÊNIS MINI MUJI LONA
9681 CALÇA MINI MOLETINHO
9352 T-SHIRT MINI LISTRAS MAFRA
9468 POLO MINI LISTRAS IVY
9540 CALÇA JEANS RSV003 LIXADA
8153 T-SHIRT MINI LISTRAS DEGRADÊ
9488 TÊNIS MINI MUJI LONA
52
28. 9347 T-SHIRT MINI LISTRAS DEGRADÊ
9682 MACACÃO MINI JEANS ÍNDIGO
9463 POLO MINI BÁSICA MC
9547 SWEATER MINI TRICÔ BICOLOR
9499 BERMUDA MINI CASUAL LISTRADO LINEN
8295 DRIVER MINI BICOLOR
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29. CAPA
O número 1
TEXTO JOSY FISCHBERG
FOTOS PATRICK SISTER [foto grande] e FERNANDO YOUNG
Existe um cara que sabe tanto da Reserva quanto os próprios
meninos que criaram a marca. Que conta em detalhes como era
o estoque na época em que as peças eram vendidas apenas em
multimarcas, como o pica-pau foi escolhido como símbolo da grife,
como foi a inauguração da primeira loja, quais foram os perrengues
do primeiro desfile no Fashion Rio... Ele é o primeiro funcionário
da Reserva. Isso mesmo, o primeiro contratado. Seu nome é Cleber
de Oliveira, mas podem chamá-lo de Clebinho.
As histórias do Clebinho e da Reserva se encontram em 2006.
Um dia ele foi de terno e gravata para uma entrevista e deu de cara
com um menino de calça jeans rasgada e um outro cabeludo
de boné. Eram Rony Meisler e Fernando Sigal, os fundadores da
marca, que se apertavam em um escritório mínimo em Copacabana.
– Eu estava aflito atrás de um emprego. Encontrei dois camaradas
muito mais novos que eu, moradores de bairros bem diferentes
do lugar onde eu moro, usando roupas esquisitas. Eu não conhecia
ninguém dessas bandas da cidade... E não é que, contrariando
todas as expectativas, eles viraram meus irmãos? - brinca.
Não, nenhuma expectativa foi contrariada. Dois cariocas típicos
da Zona Sul, que estavam criando uma marca tipicamente carioca,
encontraram um carioca típico da Zona Norte. Impossível não
dar samba. Foi então que os três passaram a arregaçar as mangas
juntos. Clebinho fazia de tudo: contava as peças e cuidava do
estoque, efetuava pagamentos, entregava roupas nas multimarcas,
passava as notas, ajudava na contabilidade. Dizia para a galera
do seu bairro, Quintino, que trabalhava na Reserva.
Ninguém nunca tinha ouvido falar.
– Era engraçado. Às vezes eu estava na rua, fazendo algum
pagamento, e o Rony e o Nandão me ligavam para eu largar tudo e ir
para o samba com eles. Eu até ficava encucado, cheguei a dizer que
estava preocupado com o futuro da empresa, que não dava para ser
assim... – conta ele, às gargalhadas. Mas eu sempre acreditei que
ia dar certo. Esses meninos são muito espertos! Sempre deu para
perceber que eles tinham muita confiança no que falavam.
Quem conversa com Clebinho também percebe confiança
não só quando ele fala da Reserva, mas também ao tratar de
moda, área em que nunca havia trabalhado. Quase todo o seu
guarda-roupa é de peças da marca. Sua preferida é uma calça
preta que está toda retalhada:
– Detonei de tanto que já usei. Toda desbotada, a lingueta
do bolso está até aparecendo (risos). Mas eu gosto dela assim!
Uso com uma camisa de linho bem nova para dar um contraste,
coloco um chinelão e um chapéu Panamá, tudo da Reserva,
e faço o maior sucesso no samba.
Clebinho é sambista de primeira e comanda o “samba de subúrbio”,
uma roda que acontece sempre no terceiro sábado de cada mês
em Oswaldo Cruz. Um de seus objetivos é abrir espaço para
aqueles que ainda não tiveram chance de aparecer no cenário
musical. É lá que uma das suas composições, “Shopping VM”,
uma homenagem à Vila Mimosa (“centro de diversões masculinas”,
como ele explica, rindo), é cantada por todos, sem exceção.
– Se tem uma coisa que eu sei na vida é que o samba e a Reserva
vão me acompanhar para sempre. Mesmo que eu faça muito sucesso
como sambista um dia, não largo mais meus camaradas da moda.
Tanto afeto por essa família da qual faz parte há sete anos talvez
explique o sucesso que Clebinho fez na “barraquinha Reserva”.
Era só um cenário montado para a foto que está na capa desta
revista, com camisetas que nem são originais da marca, mas ele
quase vendeu uma peça para uma senhora que passava.
“Olha, dona, esta aqui não é reserva, é titular!”, mandou, com seu
sorriso eterno. Clebinho, que continua como faz-tudo na Reserva,
já pode se candidatar seriamente a vendedor da marca.
– Ah, eu sou um camaleão. Já fui artesão, trabalhei em oficina
mecânica, fui backing vocal, dançarino... Eu me diverti muito
fazendo essa foto. Assim como me divirto há anos na Reserva.
Existe um cara que todos os dias segue feliz da vida para
o trabalho, pois sabe que tudo aquilo que encontra por lá faz
parte da sua história. Seu nome é Cleber de Oliveira,
mas podem chamá-lo de Clebinho.
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30. Desde que saí de agência e voltei para produtora, um dos assuntos que mais me intriga é a distribuição do conteúdo em geral.
Filmes, música, literatura e, por que não, games. Diferente do passado, onde canais de TV, salas de cinema, livros impressos,
rádio e consoles (Nintendo/Atari) eram as únicas opções, hoje contamos com centenas de soluções. Desde as mais conhecidas,
como Vimeo e Youtube para vídeo e SoundClound para música, até outras mais personalizadas como: BandPage (www.bandpage.com)
– plataforma de música para bandas; VHX (www.vhx.tv) – para filmmakers que querem vender e distribuir seu próprio conteúdo e OUYA
– um console de game diferente, que foi lançado no KickStarter e arrecadou 8.5 milhões de dólares. Produtores de games independentes
podem ter sua conta de desenvolvedor (assim como no iTunes) e ganhar dinheiro vendendo jogos.
Fica claro, pelos negócios listados acima, que tem gente olhando (e faturando) com o mercado de distribuição de conteúdo.
Os americanos estão com um mindset bem afinado sobre o tema (de conteúdo independente ou não), o que para os artistas e produtores
abre uma nova possibilidade maravilhosa: criar sua própria audiência. Pra quem não viu e não conhece o case Amanda Palmer,
a apresentação dela está no TED.com e é uma aula.
Só para terem uma ideia, aproximadamente 25% dos livros vendidos na Amazon são de escritores independentes. Hoje, os casos de sucesso
não são poucos quando falamos de produção de conteúdo dessa natureza.
De todas as ferramentas, a mais bem sucedida para lançar projetos é o KickStarter. Pra quem tem curiosidade de saber quais são os projetos
de sucesso, basta acessar kickstarter.com/help/stats. Lá você encontra informações do tipo: quase 50% dos projetos publicados foram
financiados; as categorias mais bem sucedidas são música, arte e filme; 22 projetos captaram mais de 1 milhão de dólares; 28 dólares
é a média de investimento por pessoa/projeto. Além do dinheiro, o mais importante para um projeto lançado no KickStarter é a audiência
que você constrói com ele. Sendo bem claro: se o seu projeto consegue financiamento, isso significa que ele tem audiência e que é bom
de verdade (pelo menos para o público pagante). E esse público deve ser cuidado com carinho, pois são os mesmos que vão apoiar seu
futuro projeto e divulgar o atual. Afinal, quando falamos de audiência e visibilidade de conteúdo é melhor e mais poderoso conseguir
1 milhão de 50 mil apoiadores/entusiastas do que de uma pessoa só.
Finalmente: não esqueçam as outras ferramentas como Facebook, website e e-mail marketing para exibir, distribuir conteúdo e construir
público (que é seu e não de um projeto apenas). Monte sua base e ela estará sempre lá quando precisar. A Amanda Palmer conseguiu
mais de 1 milhão de dólares de seus 25 mil fãs do Facebook. E o ImprovEverywhere viabilizou um longa com seus seguidores do Youtube.
Tempos modernos.
ToméfilhodeLeeLandell,coordenador
deEstilodaReservaepaicoruja.
PEQUENOGRANDEMINI
no tom da moda
Tom presentou a
equipe de criacão
da Reserva com
croquis exclusivos
do desfile, feitos
por ele.
TEXTO ADRIANA OMENA
ILUSTRA TOM LANDELL
Fazemos
qualquer negócio
FAZENDOARTE
TEXTO FÁBIO SEIXAS
ILUSTRA LUIZ GOMES
Na última edição do Fashion Rio, a Reserva apresentou sua coleção “Moda, Foque!” e mais uma vez
sacudiu o “mundinho fashion”. O desfile, que trouxe além de roupas de verdade, fantasias de mentira,
deu o que falar. Muitos acharam um absurdo, um despautério e até falta de respeito levar heróis pra
passarela. Resolvemos então ouvir a opinião de uma autoridade no assunto. Pra comentar nosso desfile,
convidamos Tom Noguchi Landell de Moura, 5 anos de idade dedicados à especialização em super-heróis.
Play! A animação é grande e Tom não controla sua ansiedade: “Começa! Começa!” O primeiro look
já recebe um elogio: “Gostei do palhaço!”, refere-se à fantasia de pierrot pendurada no arco.
Segue o desfile e surge a fantasia do Poderoso Chefão. Tom destaca a sofisticação: “Isso é roupa de
casamento.” Nosso convidado cantarola um “papára, papára, papára”, da música Amigo, do Rei Roberto.
Concluímos que a trilha também agradou. Nossa equipe de criação se alegra, mas vem a primeira crítica
negativa para a roupa de prisioneiro 171: “Isso parece pijama.” A apreensão toma conta da sala.
Tom solta mais uma, dessa vez direcionada a um modelo. Fica evidente a sua insatisfação
com o excesso de “carão” nas semanas de moda: “Esse aí tá se achando!” Segue o show e Tom
mostra toda a sua experiência em super-heróis quando reconhece um ícone das antigas, o Chapolin:
“Já vi esse aí no Cartoon”.
Chega o ponto alto do desfile na análise de Tom. Sua reação revela como é importante levar celebridades
para as passarelas. Ele arregala os olhos e grita exultante: “O Homem de Ferro!!!” A partir daí, foi difícil
manter a concentração no restante do show. Tom ficou mais interessado em reproduzir os movimentos
do seu herói favorito. Finalmente ele faz seu último comentário quando vê a roupa de padre entrar
ao som de “Jesus Cristo”: “Essa é a roupa de Deus.”
Obrigado pelo seu tempo, Tom. Pra nós foi uma honra. Até o próximo desfile.
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31. RODAEAVISA
um novo tempo
Ano passado quando foi anunciado o vencedor do prestigioso
prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte)
na categoria melhor programa de humor na TV muita gente
ficou sem entender. O resultado era algo inédito na história
da tradicional premiação entregue desde 1972 e até bem
pouco tempo atrás completamente impensável. O laureado
não foi um programa de TV aberta ou mesmo a cabo e sim
um fenômeno da internet: o “Porta dos Fundos”.
Os impactos da cada vez mais acelerada revolução tecnológica
são imensos na televisão. Há pouco mais de uma década,
TV a cabo no Brasil era algo embrionário. Havia pouca,
quase nenhuma, produção de conteúdo de dramaturgia
nacional para esse segmento. Aliás, produção de conteúdo
audiovisual em larga escala com qualidade técnica de exibição
ainda era algo muito caro, quase inviável para pequenas e médias
produtoras independentes. Quem sonhava em fazer dramaturgia
para televisão no Brasil, sonhava em trabalhar para os grandes
canais, vislumbrava o Eldorado nas novelas, não havia muita
alternativa a isso. Agora o cenário mudou.
Com o boom dos canais a cabo e as novas leis que os obrigam
a preencher boa parte de sua grade com produções nacionais,
há uma demanda imensa por programação. Com o avanço
avassalador da tecnologia e facilidades para produção,
um sem número de produtoras independentes e jovens
(ou nem tão jovens) profissionais estão dispostos a agarrar essa
oportunidade. Mais do que isso: a internet assumiu um novo papel
na vida cotidiana das pessoas e muita gente, como a premiada
galera do “Porta dos Fundos”, já nem cogita mais utilizar
as plataformas de exibição tradicionais. Por que se ater a velhos
veículos e suas antigas convenções quando há um mundo novo
a ser desbravado e todo um novo público a ser conquistado
de forma direta, sem interferência de um “patrão”
ou interesses comerciais imediatos?
OS BATUTINHAS
PEQUENOS GRANDES HOMENS EM:
TEXTO PEDRO NESCHILING
ILUSTRA LUIZ GOMES
O momento é único para quem trabalha no universo da televisão.
Com o sucesso dessas novas propostas, velhas verdades estão
sendo reescritas e novas fórmulas experimentadas. Aquilo que
até outro dia era padrão e definitivo já não vale mais aos olhos
de novos profissionais que buscam caminhos e formatos até ontem
considerados imponderáveis. Numa competição voraz pela atenção
da audiência em tantas frentes, mais do que nunca a qualidade
passou a ser o diferencial.
Se há alguns anos atrás trabalhar na TV significava estar sujeito
a determinadas regras de um grupo restrito e algumas barreiras
e mitos pareciam intransponíveis, hoje significa estar de frente
a um novo campo de possibilidades e desafios que exigem preparo
e dedicação, onde o talento se impõe ao status quo. É uma tsunami
que estamos surfando sem saber onde vai dar, um terremoto de
larga escala que segue abalando as antigas estruturas e nos liberta
para um futuro mais democrático e instigante. E isso faz bem
a todos, desde os grandes e tradicionais produtores até o garoto
que começa a criar em casa seus vídeos para exibir no Youtube.
Que assim seja.
32. TEC&TAL
o tempo voa
Há 3 meses meu pai chegou aos 60 anos de idade e me disse
algo interessante. Ele se sente e se enxerga no espelho como
um adolescente, apesar de ter a imagem de seu pai – meu avô
– , aos 60, em sua memória, como a de um senhor idoso
e debilitado, sobrevivente da 2ª Guerra Mundial.
Isso não pode ser apenas a visão de um Babyboomer* otimista
em relação à vida. Há algo na afirmação que me intriga
profundamente. Resolvi não apenas investigar, como também
me divertir tentando adivinhar como será a minha vida quando
eu chegar à terceira idade.
Li outro dia que em 2045 cerca de 1/3 da população do mundo
terá 65 anos ou mais. E desde então tenho pensado sobre
como a minha geração (nascida na década de 80) chegará
à terceira idade. X’s** e Y’s*** envelhecidos. Um monte deles!!
Acho que vai ser legal ser idoso. Porque quando éramos
jovens era muito mais legal ser jovem.
Boa parte daqueles que hoje chegam aos 70 anos chegou
à maioridade tendo passado pelos fartos e permissivos
anos 50, 60 e 70. Foram criados para o bom casamento,
para a poupança eterna e para o trabalho público e cresceram
em um habitat onde ser velho é aceitar o fato de que o destino
é a incapacidade e a enfermidade.
Eu acho que em 2045 não seremos velhinhos(as) caminhando
por Copacabana com andadores ou enfermeiros(as),
enquanto nosso carro comprado em 2015 mofa na garagem.
Estaremos circulando pela cidade com um carro esportivo
completamente equipado, vestiremos Reserva e tiraremos
onda ao estacionar nas milhares de vagas disponíveis para
pessoas da terceira idade. O transporte público, os shoppings,
cinemas e restaurantes estarão totalmente preparados para
receber nossas possantes e tecnológicas cadeiras de rodas
Apple; o quase sexagenário Neymar será o garoto propaganda
principal da Nike; as tipografias das embalagens e dos menus
serão maiores e preparadas para nossas córneas; “Se Beber
não Case” - e não os personagens da Disney - será o tema
do McLanche Feliz; os lugares públicos terão mais bancos;
os velcros substituirão os pequenos botões; as rádios
substituirão os sertanejos universitários por clássicos
do rock das décadas de 80 e 90 etc. Por quê?
A evolução da medicina, do preparo físico, da cirurgia e do
mercado cosmético farão com que sejamos setentões com
corpinho e alma de quarenta. Aprendemos com os erros
morais e cívicos da geração anterior e nossos filhos não serão
filhos pobres de pais ricos, estarão crescidos e encaminhados
profissionalmente na vida, brigando por um lugar ao sol,
enquanto nós ... nós estaremos tomando sol.
Financeiramente, além do que herdaremos de nossos falecidos
pais (o que, levando em conta as circunstâncias de criação
de riqueza contemporânea, deverá ser a maior transferência
de renda da história), estaremos aproveitando os frutos
de nossas enormes contribuições previdenciárias.
TEXTO RONY MEISLER
ILUSTRA LUIZ GOMES
Além de sermos maioria, teremos a maior parte do dinheiro
do mundo em nossas mãos e teremos aprendido com o
passado a importância de se viver a vida que se deseja.
Seremos ‘bons vivants’, e, por consequência, os maiores
gastadores do mundo.
Hoje reclama-se de falta de acesso. Hoje reclama-se
de desrespeito. Os idosos de amanhã são como
os adolescentes de hoje.
O mundo capitalista contemporâneo está sempre
se preparando para o novo rico. Tolinhos, num futuro
breve deverão se adaptar porque serão obrigados
a se preocuparem com os velhos ricos.
Num mundo mais velho, por consequência (infelizmente)
e não causa, tapetes vermelhos serão estendidos aos idosos.
E haverá a quarta idade porque a terceira, hoje dos 60 ao fim
da vida, deverá ser dividida em duas, porque certamente
na média não morreremos mais aos 80 e sim aos 120.
Citando outro recém-sexagenário, Lulu Santos:
eu, definitivamente, vejo a vida melhor no futuro.
Eu vejo a vida mais clara e farta, repleta de toda satisfação.
Hoje o tempo voa, amor.
* Babyboomers – Nascidos entre 1940 e 1960
** Geração X – Nascidos entre 1960 e 1980
*** Geração Y – Nascidos a partir de 1980
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33. FORADACASINHA
TEXTO JOSY FISCHBERG
ILUSTRA CAIO JUNGER
TEXTO ADRIANA OMENA
FOTO JUNIOR MARQUES
Pra ficar na cola do Majella, é só acessar facebook.com/marcusmajellaoficial
Mais sobre o João, antes e depois do Johnny, aqui: joaoestrella.com
Marcus Vicente Lemos Majella nasceu em Cabo Frio, RJ, e desde
criança apresentava “sintomas” de artista. “Adorava o palco da escola.
Tirava zero em matemática, ninguém queria ser do meu grupo
nos trabalhos de química, mas arrasava nos eventos culturais.”
Veio pro Rio e depois de tentar ingressar em algumas faculdades,
resolveu focar na sua veia humorística e se rendeu às artes dramáticas.
“Foi na CAL (escola de teatro) que conheci grandes amigos com quem
trabalho até hoje, como o Paulo Gustavo e o Fábio Porchat.”
O começo de carreira não foi só piada não: “Passei muito perrengue
de grana e minha mãe era quem me salvava. Hoje, minha maior
satisfação é ver a carinha de orgulho dela.”
De lá pra cá foi ladeira acima. Marcus vive um impagável assistente
de direção no programa “220V” e integra a turma do Porta dos Fundos,
fenômeno do humor na internet e mania nacional. O cara ainda está
no ar de segunda a sexta no “Vai que Cola”, do canal Multishow
– série, com ares de teatro, que tem como palco uma pensão no
subúrbio carioca. “A gravação foi uma jornada de 4 meses numa
arena com plateia. 40 episódios e mais de 1.600 páginas de texto
pra decorar!” Pra variar, Majella está ao lado de feras como Fernando
Caruso e novamente o inseparável Paulo Gustavo. “Esse trabalho me
transformou como pessoa e como ator” – conta. Este ano ele ainda dá
as caras no filme “Mato sem Cachorro” de Pedro Amorim (estreia 4
de outubro nos cinemas) e filma o longa do Porta dos Fundos.
O futuro é só alegria: em 2014 ele grava a quinta temporada de “220V”
e possivelmente uma nova do “Vai que Cola”. “Também voltarei a
fazer teatro. Sempre bom!” Ufa! Haja humor pra tanto trabalho. Risos.
Ele se chama João Guilherme Estrella. Se você não ligou o nome à
pessoa, um certo livro ou um certo filme podem ajudar. Já ouviu falar
em “Meu nome não é Johnny”, que conta a história de um ex-usuário
de drogas e traficante de classe média alta do Rio? Pois é, o próprio!
Quer saber o que aconteceu na vida desse cara depois que subiram
os créditos do longa-metragem? João hoje é empresário do Exalta
Rei, a banda que começou como bloco de carnaval tocando sucessos
de Roberto Carlos e que se apresentou ao vivo no último desfile da
Reserva. Está montando uma banda/bloco com alguns amigos como
Rodrigo Santos e Guto Goffi, do Barão Vermelho, George Israel,
do Kid Abelha, Kadu Menezes, Lenhadores e Nani Dias, dos Britos.
Dá palestras sobre drogas com frequência em instituições de ensino,
empresas, centros de detenção para menores infratores, entre outros.
Tem planos de gravar suas próprias músicas. Em vez de lançar o
segundo álbum, João planeja ir soltando as canções aos poucos
em mais de uma língua, possivelmente três. E ainda está captando
recursos para a peça “Meu nome não é Johnny”. Ufa. Cansou só de
ler? Ele não. Na época em que o livro com a sua história foi lançado,
veio o filme quase ao mesmo tempo e também o seu disco.
“Havia um interesse da mídia pelos três produtos juntos e separados.
Foi uma loucura porque meu filho também nasceu nessa época,
hoje ele tem 5 anos. Foi muito, mas foi show”. Fique de olho nele,
vem coisa boa por aí.
depois de johnny
sorria, meu bem
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34. SOMNACAIXA
foco
gatunaDa REUNIDA
namúsica
TEXTOS ADRIANA OMENA
FOTOS MARCELO OMENA
Já assistiu ao desfile Moda, Foque!? Chega mais: youtube.com/usereserva
Mário, Rodrigo, Dalessandro, Marcos, Felipe e Ana. Todos com o mesmo sobrenome incorporado
há 3 anos: do Rocha. Os Gatunos do Rocha surgiram despretenciosamente, pra levar um som numa festa
de amigos. “Banda que começa em festa só pode acabar em festa” – diz Rodrigo, o responsável por juntar
todo mundo. O porquê do nome? Queriam uma pegada anos 60 e que remetesse à malandragem carioca,
aos artistas da noite. O “do Rocha” veio pra arremetar, dando o toque de baile de subúrbio.
A banda, que faz versões engraçadíssimas de músicas bem conhecidas do público, se apresenta com
figurinos divertidos, no melhor estilo “meio expediente”: em cima paletó e gravata, embaixo bermuda
e tênis. Mas os Gatunos também levam a diversão a sério. Se apresentam mensalmente no tradicional
Levianos, no bairro da Lapa, no Rio. O próximo passo é a gravação de um DVD. Felipe explica:
“Só vendo a gente ao vivo dá pra ter a experiência do que é o show e o DVD vai captar isso muito bem.”
“Também tocamos onde os amigos e a diversão estão: de casamento a funeral” – conta Mário.
O repertório vai de Wando, com direito a perucas e calcinhas na cabeça, a Zezé de Camargo em versão
rock’n roll de “É o Amor”. O clima de baile contagia o público, que canta junto e ainda sobe ao palco
pra participar da festa. “Nunca vi uma banda desconhecida ter fãs, mas nós temos as Gatunetes.
E não são TV à cabo, a gente garante” – contam às gargalhadas. Brincadeiras a parte, os Gatunos estão
super focados no próximo lançamento da banda: o Bailão dos Gatunos, projeto em parceria com
a Reserva que vai trazer um DJ convidado pra tocar junto com os caras. Diversão é solução sim.
Mais sobre os Gatunos e a agenda da banda em facebook.com/osgatunosdorocha
“Meu tesão é no processo”. Esse é Bernardo Pauleira, 32 anos, carioca, músico, produtor, empresário
da Bolacha Discos e da Embolacha – plataforma de crowdfunding focada em artistas independentes.
Bê é amigo da Reserva de longa data: produziu shows na Reserva + e foi DJ convidado no projeto Morro
Acima, que sacudiu o Cantagalo no verão passado. Ninguém melhor do que ele pra tocar a produção musical
do desfile Moda, Foque!: 2 bandas, 2 palcos, um repertório de 14 músicas de Roberto Carlos em 12 minutos
de desfile, percorrendo canções do preto ao branco. “Foi um desafio imenso. Começamos pelo preto,
com um Roberto que falava de revoluções, migramos pro azul romântico e terminamos no branco, com as
mensagens filosóficas do Rei.” 2 meses de trabalho intenso com muitos tons de cor e música. O resultado
não ficou só nas passarelas: “Quero montar um show com as músicas do desfile completas. Vai ser foda!”
Bernardo produz nomes como Qinho, Lettuce e Botika e acaba de lançar um projeto que é a cara da geração
80. “Tenho um estúdio em casa e no tempo livre levo uma batida, brincando com as músicas que me marcaram
pela vida”– conta Bê. A brincadeira rendeu mais de 50 gravações, com versões de INXS, Madonna, U2 e muitos
outros. “As músicas que ninguém fez pra mim”, que ele assina com o pseudônimo de Willian Nerey, só tem
classiqueira da melhor qualidade (ouça aqui: soundcloud.com/bolachadiscos/sets/willian-i-nerey-as-can-es-que).
Perguntamos sobre a crise do mercado fonográfico e Bê dispara: “Crise é a do petróleo! Na música a gente se
reinventa!” E pra terminar o papo, uma reflexão: “O importante é que os artistas foquem na música e não em si
mesmos. Parece incoerente, mas as vezes o bom foco é o que dá uma dispersada.” Falou e disse.
66
35.
36. FACEAFACE
PLANETA FACEBOOK
Alexander Khokhlov e Valerya Kutsan
A série “Beleza Estranha” é uma parceria entre o fotógrafo Khokhlov e a maquiadora
Valerya. O projeto reúne fotos de modelos com pinturas faciais em PB.
O resultado é lindo e intrigante.
Fonte das imagens: alexanderkhokhlov.com
François Abélanet
Pra criar esta obra de 1.500 m2, ele teve ajuda de 90 jardineiros! Uma perfeita ilusão
tridimensional que recriou o Globo Terrestre a partir de grama. E o cara só levou
5 dias pra concluir!
Fonte da imagem: francois-abelanet.com
Oleg Shuplyak
Mais um brincalhão talentoso pra nossa lista. Este ucraniano cria pinturas que
distorcem nossa visão e percepcão. Suas obras têm sempre 2 interpretações diferentes.
Parece mas não é: ilusão de ótica pura!
Fonte das imagens: art.ber.te.ua
Julian Beever
Esse maluco cria desenhos tridimensionais usando giz. Isso mesmo, giz. Sua arte está
espalhada pelas ruas do mundo. Técnica perfeita, uma dose de matemática e um resultado
que é quase um deboche à realidade.
Fonte da imagem: julianbeever.net
Maurits Cornelis Escher
Conhecido como o mestre da ilusão de ótica, o artista holandês teve suas obras
exibidas no Brasil há 2 anos. Seus desenhos e gravuras são de pirar o cabeçote.
Fonte da imagem: mcescher.com
Caetano Veloso: Alegria, Alegria
Lançada em 67, a música é uma mistura de ironia, rebeldia e denúncia. Em cada verso,
uma crítica clara ao abuso do poder e da violência militar, numa época em que o Brasil
gritava por liberdade.
migre.me/fcT23 | 368 mil views
Gabriel, o Pensador: Até Quando?
A música é um verdadeiro sacode na sociedade brasileira. Até quando você vai
levando? Até quando vai ficar sem fazer nada? Questionamento com recado direto
e reto. O clipe também marcou época e levou prêmio de melhor edição.
migre.me/fP5aC | 491 mil views
U2: Sunday Bloody Sunday
Conhecida pela batida militarista e guitarra dura, é uma das músicas mais políticas
do U2. A letra narra o Domingo Sangrento em Derry, onde uma passeata civil
foi violentamente reprimida.
migre.me/fcVmz | 6,9 milhões de views
Legião Urbana: Geração Coca-Cola
A música foi composta na década de 80, quando os adolescentes só queriam
saber do que vinha dos Estados Unidos. Renato Russo se apropriou da Coca-Cola,
um dos maiores símbolos do capitalismo americano e mandou ver.
migre.me/fcWOU | 150 mil views
Plastic Ono Band: Give Peace a Chance
Lennon e Yoko Ono são os autores deste verdadeiro hino de paz e esperança.
A música se tornou um símbolo do movimento anti-guerra na década de 70
e foi regravada diversas vezes, inclusive após o 11 de setembro.
migre.me/fcXoJ | 4,7 milhões de views
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37. QUERQUEDESENHE?
caso de amor
Este texto poderia começar citando todos os prêmios que ele já ganhou – e foram muitos. Ou poderia
discorrer sobre a sensibilidade de um sujeito de 33 anos que cria móveis e objetos que são verdadeiras
obras de arte. Mas nada disso dá conta de explicar esta história e porque ela é tão especial. Vamos, então,
pelo mais simples: Rodrigo Calixto ama madeira. Entender esse caso de amor é fácil, os motivos são vários.
Por exemplo: quando Calixto entrou na faculdade (de Desenho Industrial, na PUC-Rio), havia um boom do
plástico. Os colegas faziam projetos de liquidificadores e de carros, quase tudo difícil de ser concretizado.
“Foi aí que eu pensei: e se eu quisesse fazer uma mesa? Isso só dependia de mim e da madeira. Comecei
pelas coisas que tinha vontade de fazer, uns pufes, umas mesas de centro” – conta ele.
A paixão não se explica só pela concretização instantânea dos sonhos. A madeira, como diz Calixto,
sempre revela uma história, seja ela do plantio, da sua procedência, da sua espécie ou dos móveis
e objetos para os quais foi usada. Ela também conta a história do Brasil. O nome do nosso país vem
de uma madeira, o Pau-Brasil, algo que todos aprendemos na escola, mas pouco refletimos sobre.
E a madeira faz parte da história do próprio Rodrigo Calixto: “Todo mundo na minha geração ou
nas anteriores tem um pai, um tio ou alguém próximo cujo hobby é a marcenaria. Fazem uma cadeira
aqui, um brinquedo ali. Meu pai é economista, mas também brincava disso. E eu brincava junto.”
Duas décadas depois, Calixto começava a se tornar profissional naquilo que começou como brincadeira.
No início da faculdade, ele juntou uma grana (parte com o que ganhou em concursos de design) e comprou
algumas máquinas de um marceneiro que estava se aposentando. “Sabia que máquinas comprar, mas não
sabia mexer em todas ainda. Lembro que tudo custou R$ 9.200, até guardei o recibo. Aluguei um espaço
na Frei Caneca, no Centro do Rio, e meu pai me ajudou. Passei a ficar extremamente dividido entre
faculdade e oficina. Ali era meu laboratório, eu experimentava o dia inteiro e foi assim que aprendi.”
Aprendeu tanto que, se você procurar pelo rapaz hoje, vai encontrá-lo na sua Oficina Ethos, já em outro
endereço também na região central do Rio. Quem passa pela calçada nem imagina o que eles produzem
ali. Quem entra fica encantado. São banquetas, bancos, poltronas, balanços, gangorras, mesas, estantes,
todos com um design e um acabamento incríveis. Tudo em madeira maciça. Algumas peças podem
demorar até três meses para ficarem prontas, tamanho o trabalho. No meio disso tudo, existe uma
biblioteca da madeira, a Xiloteca Brasilis, não por acaso a obra preferida de Calixto. A estrutura de acrílico
tem 90 vãos, onde são colocados cubos feitos com madeiras diferentes do país, cada um com o nome
de sua espécie gravado. A Xiloteca não vai completa para quem compra: a cada espécie de madeira
que Calixto encontra, novos cubos são produzidos e enviados aos clientes que já possuem a estrutura.
“Eu não tinha a dimensão dessa obra durante a sua criação, não sabia que mexeria tanto com a emoção
das pessoas. Agora tem cliente que torce mesmo pela chegada de novas madeiras. Ligam, perguntam...
É bem aquela história de que um objeto só ganha vida quando as pessoas interagem com ele.
Um pedaço de pedra retirado do Muro de Berlim não é só um pedaço de pedra, sabe?”
Se até hoje sua carteira de clientes só cresce e ele faz questão de saber para onde vão todas as peças
que produz (isso é que é amor pelo que se faz!), na sua própria casa não tem nem armário. O que há
de móveis produzidos por ele pararam lá por acaso. “Eu amo tudo o que eu faço, sou meu primeiro
cliente. Se não gosto, nem produzo. Mas acho que a minha casa tem que estar aberta para móveis
e objetos que os outros fazem, para que eu conviva sempre com outros olhares. É uma maneira
de me oxigenar. É assim que eu vejo o mundo.“
O marceneiro de reflexões tão profundas também surpreende quando a gente pergunta o que ele acha
de quebrar tantos padrões, como é sair do lugar comum. “Quando eu comecei o trabalho com a madeira,
nunca me passou pela cabeça que estava fazendo algo diferente. Foi a maneira como fui criado pelos meus
pais, foi a maneira como eu fui induzido a olhar o trabalho. Eu só sabia e só sei fazer assim. E eu amo o que
faço.” Aqueles que veem de perto o que ele faz também passam a amar. É inevitável.
TEXTO JOSY FISCHBERG
FOTO MARCELO OMENA
Apaixone-se pelo trabalho do Rodrigo em oficinaethos.com.br
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38.
39. EMCENA,AÇÃO!
NO teatro ou na vida?A arte requer atitude!!! É um abismo cego… sem volta e de eco seco. Murmura, em silêncio opaco, o som de todas as almas.
A arte. O duro, o seco e a forma. O EU. E o outro? Quando o outro se fez, criou-se o teatro. O diferente… o antagonista.
O que pensa de outra maneira. O que cria. A sua imagem e semelhança? A transgressão!!! Seria transgredir pensar diferente?
Pensar diferente poderia ofender? Por que algumas pessoas se ofedem tanto ao se depararem com uma opinião contrária?
Vai ver, riem pouco de si mesmas. Me parece saudável que a diferença exista. O teatro promove a diferença. Um olhar subjetivo,
que recorta o mundo em molduras, observando o único teatro palpável: a vida. Mas a vida nos inunda com seu cotidiano ríspido,
alegre, enfadonho, previsível e palpável. A arte nos transborda com sua força, seu vigor e intensidade. Nestes momentos,
gosto de lembrar do bom Nietzsche: a arte existe para que a verdade não nos destrua. Então, o que falta para vivermos a vida
e não o cotidiano? Atitude!!! Estar vivo é fácil, mas viver é dificil. Viver implica. Desloca o indivíduo para o campo da afetividade
e do sensível. O homem que manifesta seu olhar na arte promove momentos sinceros … do olho no olho, do toque de pele …
das intensidades que a vida nos propõe. O lugar do estar. Não do ser ou não ser. Do estar no momento presente. Inteiro.
Infinito enquanto dure. A vida nos apresenta personagens que observamos como retrato de uma época. Habitá-los de forma
banal, faz a vida banal. O impulso natural do homem é criar. O teatro nos faz desenhar contornos em corpos turvos moldados
pelo cotidiano. Mas de que teatro estamos falando? Eu defendo um teatro da comunicação. A arte comunica!!!
O tangível e o intangível!!! O lúdico e o concreto!!! O homem se fez humano com a necessidade de se comunicar.
De contar ao outro a sua história. Construída, dia a dia, com fragmentos de memórias que se apagam logo após o boa noite.
Mas reiniciam com a vitalidade de ver a vida acontecer no hoje, no agora e com tudo o que ela pode oferecer. A vida e a arte.
A arte e a vida. E os heróis viraram figuras em que projetamos nossos ideais inalcançaveis. Fantasmas do nosso querer.
Queremos encontrar em nós as complexas existências, sensações legítimas, paixões violentas e muito mais. Resta a pergunta:
na arte ou na vida, ou melhor, no teatro ou na vida? Nesse momento recorro ao meu fiel filósofo: a arte deve antes de tudo
e em primeiro lugar embelezar a vida. Obrigado Nietzsche!!!
DesfileReservaModa,Foque!Verão2014,FashionRio,maiode2013.
TEXTO FRED TOLIPAN
FOTO MARCELO OMENA
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40. NÃO ADIANTA NEM TENTAR...
NOVA POLO RESERVA:
DETALHES MUITO GRANDES
PRA ESQUECER.
41. Alan e os camelos no deserto de Negev: “aprendizado
e amigos pra toda a vida.”
PARTIU?!
BAGAGEM,
NA
“Israel?? Que diferente...bacana! Mas foi fazer o que lá?!”
Essa é a reação mais típica depois que falo que passei um ano
por aquelas bandas. Mas como judeu, essa era uma experiência
que eu queria muito viver. Fui então pra Israel no ano de 2011
com mais de 170 jovens da América do Sul. Pra quê? Pra fazer
um curso de formação de liderança, um super desafio. Em 12 meses
que passaram voando, morei em 4 lugares diferentes. Comecei por
Jerusalém, sem dúvida, o lugar mais multicultural em que já estive.
Respeitando cada um de seus limites, a cidade velha (como é
conhecida) é dividida por bairros de judeus, cristãos, muçulmanos
e armênios. Em seguida me mudei para Tel-Aviv, quase um Rio de
Janeiro israelense. Praia, noite agitada e vida cultural efervecente.
TEXTO E FOTOS ALAN ROCHLIN
O país se articulava politicamente, rumo a uma das maiores
reestruturações de sua história. O povo lutava por justiça social.
Na principal avenida da cidade, milhares de barracas e muita
gente nas ruas. Debates, shows e muita movimentação.
Vivi tudo aquilo intensamente, tentando tirar onda com meu
hebraico e posar de local. Risos.
Na metade do programa fui pra Tibérias, uma cidadezinha ao norte
do país. Meu foco por lá era ajudar os mais necessitados da forma
que fosse possível. Cuidei de crianças carentes, pintei muros na rua,
varri jardins abandonados e lavei pratos em pleno verão israelense
(que é bem mais hot do que o nosso) #nãotavafácilpraningúem.
Ralei um bocado, mas a gratidão era enorme. Ficava evidente
como eu e meu grupo fazíamos diferença na vida daquelas pessoas.
Em troca: cama, comida e roupa lavada. A bagagem voltou muito
mais cheia do que foi. Experiências, aprendizados, muitos amigos
pra vida toda e uma cultura encantadora. Partiu voltar?!
Alan estuda Comunicação na PUC-Rio e integra o time
de Encantamento da Reserva.
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42. SOLTAOVERBO
a mil por hora
NATáLIA
Dá tempo de ficar linda?
Não... (risos) Eu estou precisando ir ao salão, fazer ginástica,
jogar tênis, andar de bicicleta... Ainda peguei a maior gripe.
E agora estou aproveitando a maquiagem que fiz no dia, já que gravei
o “Revista” hoje, para a festinha de um amigo que tenho logo mais!
Dá para ir aproveitando essas maquiagens? É uma boa, hein?
Sim! A Lucilene (personagem em “Tapas & Beijos”), por exemplo,
deu uma peruada em mim. Ela tem um cabelão enorme. Não estou
com ele agora porque tive que tirar o megahair por uns dias para
o cabelo descansar. Mas amanhã recoloco e vou levar 5 horas
fazendo isso! Os personagens trazem essas coisas. Eu nunca teria
cabelo cacheado e, de repente, eu tenho! Na última peça que eu fiz
fiquei loira platinada, algo que eu não faria como uma “civil” (risos).
Achei muito legal.
De tudo o que faz, o que curte mais? Teatro, TV ou cinema?
Teatro. Porque é uma cachaça. É difícil, cansativo, a gente se esfola,
eu me quebro nos ensaios, você repete mil vezes, é pouco público,
dá pouco dinheiro... E você não para! Tem uma coisa do
“ao vivo” e do risco, é um perigo que eu gosto. Mas eu adoro
cinema também porque eu gosto de assistir. O cinema tem um
tempo de elaboração, é como se você fizesse um pouquinho de
teatro com câmera. Tem ensaio, é uma obra fechada, tem começo,
meio e fim. Já na TV o engraçado é que o personagem pode
ir a qualquer lugar.
A Lucilene (personagem) me dá muito susto: pega um cara,
pega dois, no final já pegou o programa inteiro (risos)!
É difícil ser sensual na TV?
Hoje eu lido bem melhor com isso. Na minha história, como eu
cresci na TV, teve essa coisa de as pessoas verem uma menina se
transformando em mulher. Tanto que eu dei uma engordada nesse
tempo, acho que foi uma maneira de fugir desse lugar. Tinha medo
de virar desejada, eu sempre fui mais reservada, nunca foi fácil fazer
cena de sexo. Eu me fechei e hoje trato com mais naturalidade,
já fiz cenas de sexo em filme. Porque tem sexo na vida, nudez na
vida e, se isso for usado em um bom trabalho, se fizer sentido, vale.
E com a Lucilene é mais fácil porque tem o humor.
Você também ama poesia, certo? De onde vem isso?
Eu sempre gostei, desde menina. As primeiras coisas que li,
quando era adolescente, eram poemas. Fernando Pessoa,
Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Paulo Leminski, Cecília
Meireles... A poesia tem um olhar meio melancólico sobre as coisas,
existe uma introspecção e uma metáfora nela que são importantes
para o trabalho de atriz. Ela dá a possibilidade de vermos símbolo
nas coisas. O Mário Quintana é que dizia: “E nunca me perguntes
o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa”.
Conhecer os símbolos é muito importante: se você está em um
cenário, uma cadeira nunca é só uma cadeira, um gesto que
o ator faz nunca é gratuito.
Para além da poesia, conta aí o que você está ouvindo e lendo no momento.
Ah, em termos de música, eu gosto dos velhos. Tom Waits, Van Morrison, Tim Maia.
Mas a música do momento mesmo é a do Dirty Projectors, sou apaixonada,
enlouquecida. Tem uns meninos de São Paulo, Moustache & Os Apaches, que eu também
adoro. E gosto também de Vampire Weekend, White Stripes. João Gilberto sempre,
curto um sambinha. É meio cafona dizer isso, mas eu sou eclética. Sou mesmo.
Botou Timbalada eu danço (risos)! E, de livros, o do momento é o “1Q84”,
do Haruki Murakami. Estou no segundo volume. Recomendo muito.
No que você foca e no que não foca de jeito nenhum?
Eu queria dizer que foco na minha saúde, mas agora meu foco é no trabalho. Não foco
de jeito nenhum nas coisas que me fazem mal. Eu já sei quais são, já entendi. E fujo delas.
Você disse lá no início que não tem um padrão, mas dá para saber qual foi a última vez
que você quebrou um padrão?
A minha relação com o corpo é um padrão que eu venho quebrando. Tenho aprendido
a lidar com ele, a comer bem, a achar um exercício que gosto. Esse é um padrão que
acho que quebrei. De outro lado, já fui mais melancólica, muito mais introvertida.
De uns tempos para cá estou mais comunicativa, mais aberta e até mais diurna.
Hoje eu quero mais coisas solares e alegres.
Natália Lage está fazendo tudo ao mesmo tempo agora: teatro, TV –
como atriz e apresentadora – e cinema. Como se isso tudo não fosse
suficiente, tem projetos para várias outras peças e ainda estrela,
ao lado de outras mulheres, a campanha Verão 2014 da EVA.
Tanto é que conseguimos nos encontrar só por Skype (santa
tecnologia!). Mas, mesmo pela tela do computador, a moça
surpreende muito. Não só pela quantidade de coisas que tem para
contar, mas também pela profundidade com que aborda assuntos
tão diversos. Aquelas imagens da Natália ainda pequenina na TV,
definitivamente, são só boas lembranças do passado.
Você disse, no vídeo da campanha da EVA, que, por ser atriz,
“tem muita gente aí dentro”. Quem está aí dentro?
Eu acho que me permito viver muitas coisas e as personagens
que encarno também me trazem possibilidades. Elas são ficcionais,
mas são de verdade. Se você leva um tapa na cara em cena, aquilo
é ficção, mas é você quem leva o tapa. Se beija 30 homens em 30
trabalhos diferentes, a mesma coisa. Experiências que, talvez eu
não tivesse na minha vida privada, eu tenho na profissional – e não
dá para desvencilhar! Assim eu fiquei com muitas características
diferentes. Eu não tenho um padrão definido, eu sou até meio
contraditória (risos).
Você está nos cinemas, com o filme “Vai que dá certo”; no teatro,
com “Edukators”; e na TV, com “Tapas e Beijos”. Como faz isso
tudo caber na agenda?
Ainda tem o “Revista do Cinema Brasileiro”, que apresento
na TV Brasil. Estou produzindo mais uma peça, estou com nome
em outra... Não sei como me viro, mas sou apaixonada pelo
trabalho, é o que me realiza. Mas é meio sazonal também.
Tem épocas em que acontecem um monte de coisas, outras em
que você fica parado. A verdade é que eu preciso aprender também
a ficar parada, saber ter tempo livre. Eu fico livre dois dias
e já acho que poderia estar fazendo alguma coisa.
TEXTO JOSY FISCHBERG
FOTOS PEDRO LORETO
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44. 0009785 BLUSA ALÇA ESPINHO
0009931 SAIA PLISSADA EST ONÇA
0010209 CINTO ANIMAL
0009940 CAMISA MANGA FRANJAS
0009936 PANTALONA CINTURA ALTA
45. 0009762 MACAQUINHO TROPICAL FARPADO
0009735 PULSEIRA TEM Q TER
0009942 REGATA CAVA GGT BORDADO
0010056 CALÇA COURO
0010174 PULSEIRA PRI
0009403 BLAZER MANGA TRANSPARÊNCIA
0009863 REGATA TOKIO
0009317 CALÇA ESCRITO NAS ESTRELAS
0009582 CAMISA JEANS DELAVÊ
0009587 CALÇA WOODSTOCK
46. 0010396 PERFECTO ARARAS COLOR
0009995 TSHIRT BASIC
0009554 SHORT SARJA COLOR
0009774 MACACÃO OVER SEDA
0009739 PULSEIRA SHIRRA
47. 0009301 VESTIDO BURACOS DA VIDA TIGRE
0009730 PULSEIRA ZÍPER
0009954 REGATA LISTRA PEDRARIA
0009414 BLAZER MODERNINHO
0010373 SAIA ANIMAL
0010400 BOLSA ARY
48. 0009348 TOP RENDA CLASSIC
0009803 PERFECTO BLANCHE
0009316 SHORT ESCRITO NAS ESTRELAS
0009363 BIQUINI LISTRA ASSIMÉTRICA
49.
50. QUANTO+GENTEMELHOR
1 O coordenador de Estilo Lee Landell atento aos detalhes de cada look minutos antes do desfile Moda, Foque!
2 Évans Queiróz, diretor criativo da Reserva, comandando o ensaio Moda, Foque! no centro do Rio. 3 Chove, chuva! Ao
final do ensaio pra esta edição, a foto com a chuva cenográfica vira uma festa. 4 Jayme Nigri, a gerente de Marketing
Karen Arman e o Sorridente Rony Meisler num momento descontraído da nossa convenção de atacado. 5 Paloma
Terra, coordenadora de produção e Kim Courbet, nosso modelo desta edição, na festa junina da nova sede Reserva.
6 Rick Yates, gestor da marca Eva e sua banda Beligerantes, na passagem de som pouco antes do desfile Moda,
Foque! 7 Kim e Lee preparam o modelo Tiago Vivas pra receber o polêmico arco do desfile. 8 Rick e suas Evas na
convenção de atacado. 9 Energia total e vibração máxima antes de entrar na passarela do Fashion Rio. 10 Tom,
estrela da campanha Reserva Mini e filho do orgulhoso Lee Landell, nos bastidores do ensaio pra temporada Verão
14. 11 O abraçaço de Évans e Rony depois do desfile. Missão dada é missão cumprida.
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4 5
1098
6
7
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51. FANFARRONICES
quanto RISO
Garanta sua dose de humor diária. É só curtir a Reserva no Facebook: facebook.com/usereserva
A nossa já tradicional seleção impagável do melhor (ou pior) do nosso humor facebookiano.
FB.COM/USERESERVA1
FB.COM/USERESERVA2
FB.COM/USERESERVA3
FB.COM/USERESERVA7
FB.COM/USERESERVA8
FB.COM/USERESERVA9
FB.COM/USERESERVA10
FB.COM/USERESERVA4
FB.COM/USERESERVA5
FB.COM/USERESERVA6
NUNCA JULGUE O LIVRO
PELA CAPA.
PEGUE LEVE.
MALHE A MENTE.
AH, QUE BOM. TÁ FICANDO
IGUALZINHO!
QUE A FORÇA ESTEJA
COM VOCÊ.
NINGUÉM É DE FERRO.
NEM ELE.
CADERNO?
NÃO, NÃO CONHEÇO.
É JASON, VAI TER
QUE ESPERAR…
CHURRASQUEIRA
É PROS FRACOS.
CADA UM TEM A BARRIGA
QUE MERECE.
MAMADEIRA NÃO
TEM IDADE.
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ANTISSOCIAL
Antiantissocial
TEXTO MICHEL MELAMED
ILUSTRA CARLOS DENISIESKI
Nada mais social que o antissocial. Como a noite tem o dia,
como João e petisco Maria, tudo começa no dois: seja o antes
e o depois, seja o que quiser e o seu contrário. Quem nunca
uma coisa e também seu oposto, que conheça o Mário.
Isto dito, vamos ao que não interessa: o antiantissocial. Este não
engulo. Se todo mundo quer festinha e na hora H quer I ou sumir
do mapa; se toda gente brinda cicuta e bochecha uma gelada;
se todo mundo é pop e bicho e se todo e qualquer e cada um somos
luz e lixo; e, fundamentalmente, se eu poderia ficar aqui o dia
inteirinho rimando feliz da vida, é porque tem certa graça até
em pinicar ferida. O que dói mesmo é aquilo, que para além de tudo
e nada, é contra ser à favor ou contra – aí acabou não rima fim.
Porque o antiantissocial, não se engane, não é o social travestido.
Se o social quer e o anti de jeito nenhum, o antianti – seja
antiantissocial ou antiantidesportivo, antiAntígona, antiantílope
ou antiantidepressivo – não quer é que os outros queiram
ou não queiram, ex- a questão. Em outras palavras, sem palavras.
Aí eu não tava aqui escrevendo, nem você lendo, sua linda,
seu lindo, ainda indo. Daí não restaria nem ditado porque será
muito pior só do que de si mesmo mal acompanhado.
Entre o nada e a dor, um nadador e assim por adiante.
Por isso digo mendigo e réptil repito: tudo mais antiantissocial
que o antiantiantiantiantissocial. Mastigo a noite tempero o dia,
degusto José e como Maria, nada começa no um: seja o que
quiser e o seu contrário.
Aí você está aqui escrevendo e eu lendo lento, rindo.
Daí não restaria um ditador porque “antes só se au”, isto é:
antecipadamente somente sob a condição de latir. E ao que
isso quer se referir? Nada melhor que a dúvida, sem dúvida.
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52. INSPIRAGRAM
Curto, logo existo. Contamos com o seu like! Siga a Reserva no Instagram: @usereserva
Foco: pais e filhos
@danimjung
Foco: amor
@jessicabarone
Foco: paz
@jorgebadaue
Foco: fim de tarde
@luanbattista
Foco: viagens
@rafaelgome
A pergunta era “qual é o seu foco?”. A turma do Instagram respondeu
com imagens que realmente valem mais do que mil palavras.
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