O mercado náutico no Amazonas deve crescer 12% este ano, impulsionado pelo crescimento do polo naval do estado. O Amazonas é o segundo maior polo de construção naval do Brasil e possui 61 mil barcos navegando em seus rios. Além disso, está em estudo a implantação de um Polo Naval Ecológico para atrair novas empresas e organizar os estaleiros da região.
Crescimento de 12% esperado para mercado náutico no AM em 2012
1. Clipping Sindnaval site BOMBARCO 2012mar01 – abrangente multiconsultoria clipagem
Expectativa de crescimento para o mercado náutico no
Amazonas é de 12% para este ano
Segmento é impulsionado pelo crescimento do polo naval do estado
01/03/2012
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Banhado pela Bacia Hidrográfica Amazônica, e cortado por importantes rios como o Negro e
Solimões, o Amazonas – o maior estado do Brasil – é considerado hoje o segundo maior polo de
construção naval do país e caminha para assumir a ponta neste ramo de atividade durante este
ano.
Aproveitando a “boa onda” do setor naval, o mercado náutico também navega em “águas
tranqüilas” na região norte do país. Matheus de Oliveira Araújo, empresário do setor naval,
formado em logística de transporte da Amazônia e presidente do Sindnaval (Sindicato da
Indústria Naval, Offshore e Reparos do Amazonas) acredita que o crescimento para o polo naval
do Amazonas em 2012 será de 10%, enquanto a parte náutica deverá crescer 12%.
Estima-se que o Amazonas tenha hoje 61 mil barcos navegando em suas águas, segundo
números informados pelo Sindnaval. Por conta da extensa malha viária que o estado oferece, os
barcos são o meio de locomoção mais utilizado pela população, por oferecerem mais agilidade e
facilidade para irem de um local para o outro.
O transporte de passageiros, seja municipal, interestadual e de longas distâncias, é o principal
ramo do segmento náutico no estado, além do transporte de carga interestadual entre Manaus
para Porto Velho ou de Manaus até o Acre.
2. “Por aqui são realizadas algumas competições esportivas de motonáutica e jet ski. E, como em
todo lugar, as embarcações também são usadas nos finais de semana nos rios da capital, onde
nossos lagos oferecem uma gama de atrativos para turistas e frequentadores locais”, explica
Araújo.
Porém, se engana quem imagina que o mercado náutico no Amazonas se fortaleceu apenas por
conta dos investimentos do governo federal na parte naval. “O mercado náutico já está a
bastante tempo no estado, mais precisamente desde 1955. Mas foi no governo do presidente Lula
que o setor teve um impulso de 300% por causa do polo naval do estado”, avalia Araújo.
Ainda segundo o presidente, não existe um público preferencial para as embarcações de lazer e
esporte na região norte do país. “Muitas pessoas possuem lanchas para trabalho ou para
deslocamento. Para este tipo de mercado, o público alvo são as pessoas que gostam de rios, o
que fascina a todos por aqui”.
Para atender essa demanda de público, o estado possui revendas de lojas do ramo de todos os
locais do mundo. “Também fabricamos iates, lanchas de grande e pequeno porte, jet skis, além
de motores de popa de diversas marcas como Yamaha, Mercury e Honda. Somos consumidores e
exportadores para todo o Brasil deste tipo de produtos”, enfatiza Araújo. O estado, inclusive, já
realizou um salão náutico, o Manaus Boat Show que aconteceu nos dias 5 e 6 de junho de 2010
na capital do estado. Embora tenha sido realizada apenas uma edição da feira até agora, Araújo
avalia que o Amazonas possui público e mercado para este tipo de evento.
Polo Naval – Atualmente, a indústria naval do Amazonas – que atende o mercado de
embarcações offshore, como grandes navios – emprega nove mil pessoas e conta com cerca de
40 estaleiros de pequeno porte e uma frota regional estimada em 50 mil embarcações. Em 2011,
o Polo Naval do estado terminou o ano com um faturamento próximo a R$ 1 bilhão, de acordo
com dados divulgados pelo Sindnaval.
Para aquecer ainda mais a economia e manter os bons resultados alcançados no setor, está em
fase de estudos econômicos a implantação de um Polo Naval Ecológico em Manaus, o que
ajudaria a acabar com a atuação de estaleiros clandestinos na cidade e os levaria para um local
seguro de trabalho, acabando com o desordenamento na orla da capital. O projeto, orçado em R$
6 bilhões de reais, inclui questões ecológicas, com uma gestão de coleta de resíduos sólidos que
reduzirão o impacto ambiental causado pelas ações desenvolvidas no local.
Com esse novo investimento no estado, Araújo avisa que já existem projetos de empresas da
Europa, China e Japão para serem instalados no Amazonas “No mesmo bojo, temos os italianos
com projetos de implantação de estaleiros já em andamento na SUFRAMA – zona franca de
Manaus – e quatro fabricantes de iates e lanchas que devem se instalar no polo naval do
Amazonas” conclui.