Este documento resume as principais informações sobre o vírus da herpes simples (HSV). Discute a classificação, histórico, replicação e manifestações clínicas do HSV-1 e HSV-2, incluindo sua capacidade de latência nos gânglios nervosos. Fornece detalhes sobre a patogênese, transmissão, citotropismo e diagnóstico laboratorial dessas viroses comumente encontradas em humanos.
Virologia Clínica Parte 3 Viroses Humanas [Profa.Zilka]
1. VIROLOGIA CLÍNICA
Parte 3 –
VIROSES HUMANAS
Professora Zilka Nanes Lima
Especialização em Microbiologia
Gripe H1N1 ou Influenza A
2. Referências:
• Aula predominante retirada dos seguintes livros:
Santos, N.S.de O.; Romanos, M.T.V.; Wigg, M.D. Introdução à Virologia
Humana. 2ª edição. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro - RJ, 2008.
Playfair, J.H.L.; Chain, B.M. – Imunologia Básica: Guia ilustrado de conceitos
fundamentais. 9ª edição. Editora Manole, Barueri-SP. 2013.
Levinson, W. Microbiologia Médica e Imunologia. 13a Edição. Ed. ArtMed.
Porto Alegre – RS, 2016.
Koneman et al. Diagnóstico Microbiológico. Texto e Atlas Colorido : 6ª Edição
São Paulo, SP. Panamericana, 2008.
Jawets, Melnick e Adelberg. Microbiologia Médica. 25ª Edição. Ed. ArtMed.
Porto Alegre – RS, 2012.
Declaro que não há conflito de interesses.
(Professora Zilka Nanes Lima)
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3. Introdução
Não existe uma taxonomia apropriada para os vírus.
Eles podem ser classificados de acordo com tamanho, formato,
natureza do genoma, modo de disseminação e – de especial interesse –
se são eliminados ou meramente forçados, pelo sistema imune, a se
esconder.
Sendo assim selecionamos grupos importantes de vírus que
infectam células. Algumas espécies vamos estudar com mais detalhes.
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4. Taxonomia vernacular
(*Família – Taxonomia de Lineu)
Poxvírus (*Poxviridae) - varíola, vacínia
Herpes-vírus (*Herpesviridae) - herpes simples, catapora, vírus
Epstein Baar, citomegalovírus, herpes vírus associado ao Sarcoma
de Kaposi
Adenovírus (*Adenoviridae) – adenovírus
Hepadnavírus (*Hepadnaviridae) – vírus da hepatite B
Papilomavírus (*Papillomaviridae) - HPV
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D
N
A
6. Poxviridae (varíola, vacínia)
Histórico da varíola – Jenner 1796
2000 a.C. –
primeiro
caso
relatado
1157 a.C.
– causa
da morte
de
Ramsés V
710 a.C. –
atingiu a
Europa
através
das
Cruzadas
1519 –
chegou
nas
Américas
Século XVIII
(1701-1800) –
Praga
epidêmica
1977 –
último caso
da doença
na Somália
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7. Poxvírus (varíola)
Classificação
Família: Poxviridae Subfamília: Chordopoxviridae Gênero: Orthopoxvirus
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Estirpes: Duas [varíola maior – 5 subtipos (cowpox - varíola
bovina), e varíola menor (smallpox – varíola humana)]
Período de incubação: cerca de doze dias
Transmissão: contato direto prolongado
Características:
vírus com dois envelopes
– tamanho grande – 250-400 nm,
genoma de DNA dupla fita linear
Morfologia: simetria do capsídeo
complexa. Semelhante a um tijolo.
8. Vírus da varíola humana
(Vaccinia virus – varíola bovina)
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9. Poxvírus (varíola)
Gênero: Orthopoxvirus
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Entrada no organismo: via respiratória
Citotropismo: células epiteliais da orofaringe e mucosa
respiratória, sistema reticuloendotelial, leucócitos maduros.
Biossíntese viral: ocorre inteiramente no citoplasma da
célula infectada.
Patogênese e manifestações clínicas: pústulas na orofaringe
e pele por cerca de 8 dias, febre, calafrios, dores musculares,
cefaléia, dificuldade respiratória, vômitos violentos. Na
infecção sistêmica – CIVD, hipotensão e colapso
cardiovascular. Podendo haver ainda hemorragia.
11. Poxvírus (varíola)
Diagnóstico Laboratorial
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Cultura de células vivas
Exame ao microscópio eletrônico
dos fluidos das vesículas, pústulas
ou crostas
Sorologia: estudos imunológicos
Biologia molecular: PCR – Reação de Polimerase em cadeia.
12. Poxvírus (varíola)
Gênero: Orthopoxvirus
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Epidemiologia:
A varíola foi erradicada pela vacinação em 1979.
Taxa de fatalidade ronda os 30%.
Dos 76 laboratórios identificados como possuidores da vacina em
1980, 74 cumpriram as recomendações da OMS. Correntemente apenas
dois laboratórios são conhecidos por reterem o vírus da varíola: os Centros
para o Controle e Prevenção das Doenças (CDC) em Atlanta, e no Centro de
Investigação Russo de Virologia e Biotecnologia no Koltsovo.
Prevenção e controle: vacinação. A vacina é feita do vírus atenuado
da varíola bovina (Vaccinia virus)
13. Poxvírus (varíola, vacínia)
Gênero: Orthopoxvirus
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Imunologia:
Disseminam-se localmente, evitando anticorpos; expressam antígenos na
célula infectada, induzido a imunidade mediada por células (Th1 – citotóxica).
A reação cruzada antigênica entre os dois vírus é a base para o uso do vírus da
varíola bovina conferir proteção contra a varíola humana.
Tratamento: Os casos suspeitos devem ser isolados num quarto de pressão
negativa, e serem vacinados. Suporte de hidratação e nutrição contínua.
Administrar cidofovir.
SUSPEITA DE CASO DE VARÍOLA HUMANA – INFORMAR A OMS
Atualidade: Em 2016, com o degelo dos permafrosts árticos das áreas subpolares ou semi-subpolares
mais continentais no Extremo Norte da Europa Setentrional como a Nenétsia, onde nesses permafrosts havia
cadáveres antigos (do final Século XIX e início do Século XX) com amostras antigas de vírus extremamente
perigosos datadas da mesma época dos cadáveres, acabam se tornando livres e passam a contaminar as
pessoas atuais, com isso aumentando as chances da varíola retornar e voltar a gerar surtos como gerava na
época da Idade Média, o temor surgiu após a morte de um menino de 12 anos em algum parte remota,
inóspita, pouco habitada e bem interiorana da Nenétsia morrer da doença e 20 pessoas ficarem infectadas
após 75 anos sem casos graves de carbúnculo. (UOL. 12 de setembro de 2016.)
15. Família Herpesviridae
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As lesões muco-cutâneas causadas por herpesvírus:
Tipo 1- O vírus permanece no local da infecção, restrito a
superfície corpórea (vesículas causadas por HSV-1 e HSV-2)
Tipo 2 – O vírus se aloja no tecido epitelial após
disseminação sistêmica (varicela-zoster, HHV-6 e HHV-7,
HHV-8)
Biossíntese viral de HSV-1 e HSV-2:
Predomina replicação lítica. Vírus ficam em latência.
17. Gênero: Simplexvirus (HSV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesviridae Espécie: Herpesvirus Humano
Histórico: O HSV foi o primeiro herpesvírus
humano a ser reconhecido. Herpes (rastejar) - a
etiologia herpes labial foi estabelecida em 1919.
Estirpes: Dois tipos
(HSV-1/ predominantemente oral) (HSV-2/ predominatemente genital)
Período de incubação: 2 a 12 dias
Transmissão: contato direto, o vírus liga-se ao
receptor de fator de crescimento do fibroblasto
Características: vírus com envelope duplo, pode
ter até 200 nm (médio), genoma de DNA linear
dupla fita.
Morfologia: Simetria do capsídeo - icosaédrico,
apresenta uma camada amorfa denominada
tegumento.
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18. Gênero: Simplexvirus (HSV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesviridae Espécie: Herpesvirus Humano
Entrada no organismo: pele, mucosas oral e genital
Vias de eliminação: saliva, sêmen e secreções.
Citotropismo: Virose dermotrópica (epiderme), mucosa oral e genital.
Os vírus penetram pelas terminações nervosas axônio gânglio
sensorial
Latência: HSV-1 latência nos gânglios do nervo trigêmeo /
HSV-2 latência nos gânglios sacrais próxima a coluna.
Biossíntese viral: 1. Partículas virais adsorvem a superfície da célula e
2. posteriormente tem interação irreversível entre o envelope viral e a
membrana celular 3. fica só o nucleocapsídeo, 4. liberação do DNA
viral dentro do núcleo, 5. DNA viral circulariza, 6. replicação pela DNA
polimerase viral, 7. montagem do capsídeo, 8.adquire envelope da
carioteca, 9. adquire outro envelope da membrana plasmática, 10.
vírus liberado por exocitose no meio extracelular.
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19. Gênero: Simplexvirus (HSV) – REPLICAÇÃO HSV-1 E HSV-2
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O vírus é liberado
por exocitose ou lise
celular.
Pode se disseminar
entre células através
de pontes
escapando de
anticorpos.
Formação de
sincícios também
dissemina a infecção
A infecção de
neurônios pode
resultar em
replicação viral ou
latência dependendo
dos genes virais que
o neurônio seja
capaz de transcrever.
Tendem a persistir e
causar diferentes
sintomas quando
reativados.
23. Gênero: Simplexvirus (HSV)
Epidemiologia / Prevenção e controle (Não há vacina)
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Imunologia: o vírus evita os
anticorpos pela disseminação direta
célula a célula e formação de sincícios.
Alguns herpesvírus parecem ter
adquirido genes do hospedeiro
durante a evolução, modificando
assim a função imune normal. Já é que
é latente não há imunidade
permanente à doença.
24. Espécie: Vírus Epstein Barr (EBV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Gammaherpesviridae Gênero: Lymphocryptovirus
Sorotipo: Um (HHV-4)
Doenças: Mononuclose infecciosa, linfoma de Burkitt,
carcinoma naso-faríngeo, leucoplasia pilosa.
Período de incubação: 2 a 7 semanas
Transmissão: saliva (doença do beijo)
Características: vírus envelopado – tamanho médio,250-400 nm,
genoma de DNA linear dupla fita.
Morfologia: simetria do capsídeo- icosaédrico.
Entrada no organismo: via respiratória
Eliminação: saliva
Citotropismo: células da faringe, células linfóides (linfócito B) . O vírus
liga-se ao receptor do complemento.
Latência: permanece latente nos linfócitos B
Biossíntese viral e replicação: similar ao vírus da herpes simples.
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28. Espécie: Vírus Epstein Barr (EBV)
Manifestações clínicas:
A mononucleose infecciosa, originalmente descrita como
febre glandular, precisamente queixas somáticas sistêmicas
consistindo principalmente em fadiga, mal-estar, febre, dor de
garganta e linfadenopatia generalizada, é a síndrome clínica
mais bem conhecida causada pelo EBV.
Durante a infância a infecção primária em geral é
inaparente ou indistinguível.
Um terço dos casos ocorre durante a adolescência
manifestando-se, em mais de 50% dos casos, pela tríade
clássica - as principais manifestações clínicas da mononucleose
infecciosa: fadiga, faringite, linfadenopatia generalizada
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30. Espécie: Vírus Epstein Barr (HHV-4)
Família: Herpesviridae
Patogênese e Imunologia:
A resposta imune adquirida é permanente, um dos anticorpos gerados é
IgM anti-VCA, posteriormente é produzido IgG anti-VCA.
Há também de anticorpos heterofilos que desaparecem seis meses após
a infecção (que são detectados no soro com anticorpos diferentes).
O EBV penetra no linfócito B no local do receptor para o componente C3
do complemento. Imunidade permanente a doença.
Os linfócito T citotóxicos são os “linfócitos atípicos” encontrados no hemograma.
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31. Espécie: Vírus Epstein Barr (HHV-4)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Gammaherpesviridae Gênero: Lymphocryptovirus
Diagnóstico Laboratorial:
1. Abordagem hematológica – linfocitose absoluta com cerca
de 30% dos linfócitos atípicos.
2. Abordagem imunológica:
2a. Sorologia para anticorpos heterofilos, reage em duas
semanas da infecção.
2b. Sorologia para anticorpos específicos para EBV (IgM e
IgG anti-VCA)
Epidemiologia: Mais de 90% dos adultos possuem
anticorpos. Frequência mais elevada em estudantes
universitários.
Prevenção: Não há vacina.
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33. Gênero: Cytomegalovirus humano (HHV-5 - HCMV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesviridae
Espécie: Herpesvirus Humano 5
Histórico: As inclusões citomegáligas foram descritas em 1908 por Ribbert. A etiologia
viral foi em 1921 por Lipschutz que nomeou de doença de inclusão citomegálica.
Somente em 1956 o isolamento viral foi descrito. É um vírus linfotrópico. Na infecção
se formam células gigantes multinucleadas, por isso o nome Citomegalo, que podem
ser vistos como corpúsculos de inclusão em forma de “olho de coruja” à
miscroscopia.
Estirpes: Um sorotipo humano
Período de incubação: 4 a 12 semanas
Transmissão: contato direto, fluídos biológicos – saliva, sangue, semen, secreção
vaginal, leite materno, urina – infectados. Transplantes de órgãos.
Características: vírus com envelope duplo, pode ter até 250 nm (médio), genoma de
DNA linear dupla fita não segmentado associado a proteínas
Morfologia: Simetria do capsídeo - icosaédrico, apresenta uma camada amorfa
denominada tegumento.
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34. Gênero: Cytomegalovirus HUMANO (HHV-5 - HCMV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesviridae Espécie: Herpesvirus Humano 5
Latência: permanece latente e reativa-se em condições de imunossupressão.
Citotropismo: predileção por glândulas salivares e endócrinas. Linfócitos T. Podendo
também infectar pulmão, fígado, rins e cérebro. Em doença aguda - macrófagos, células
dendríticas, endoteliais e epiteliais.
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Células gigantes
multinucleadas.
35. Gênero: Cytomegalovirus HUMANO (HHV-5 - HCMV)
Classificação -Família: Herpesviridae Subfamília: Alphaherpesviridae Espécie: Herpesvirus Humano 5
Doença de inclusão citomegálica durante a gravidez
Atualmente esta é a causa mais comum de anormalidade congênita após infecção
primária da mãe. Os danos são mais comum ao feto infectado através da via placentária
durante o primeiro trimestre da gestação.
Danos ao feto: microcefalia, convulsões, surdez, retinopatia, icterícia, e púrpura
(lesões semelhantes a “bolinhos de arroz”) . Hepatoesplenomegalia. Deficiência intelectual.
Doença de inclusão citomegálica em humanos imunocompetentes.
Geralmente a infecção é assintomática.
Sintómatica: Mononucleose heterofíla negativa (febre, letargia e linfócitos atípicos)
Doença de inclusão citomegálica em adultos imunossuprimidos
Pneumonias, esofagite e hepatites.
Doença de inclusão citomegálica em soro-positivos com AIDS.
Retinite cegueira; trato intestinal colite diarréica intratável
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36. Família Adenoviridae
Classificação: Gênero: Mastadenovirus Espécie: Adenovírus Humano C
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Sorotipos: 41, dos quais dois causam diarréia
Transmissão: saliva, perdigoto, espirro
Período de incubação: 5 a 10 dias
Características: Desnudo, 75 nm, genoma de DNA linear fita dupla.
Morfologia: Simetria – capsídeo icosaédrico
Citotropismo: líticas em mucosas da orofaringe, ocular e entérica,
latentes nos linfócitos e adenoides.
Latência viral: existe. A proteína E3 atua impedindo a eliminação de
linfócitos infectados.
Patogenia e manifestações clínicas: Virose respiratória. Faringite febril.
Febre faringo-conjuntival. Ceratoconjuntivite epidêmica. Pneumonia e
doença respiratória em recrutas. Cistite hemorrágica aguda em crianças
jovens. Meningoencefalite. Quadro geral: resfriado com congestão
nasal, coriza, dor de garganta, tosse e rouquidão.
37. Família Adenoviridae
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Biossíntese viral e replicação: causa infecções líticas,
persistentes e latentes.
Prevenção e controle: Vacina atenuada disponível
(somente para militares nos EUA)
Imunologia: Não há imunidade permanente para estas doenças.
Nos vértices do capsídeo se encontram fibras que contém
as proteínas de fixação viral e agem como hemaglutinina sendo
tóxicas para as células.
A marca anatomopatológica é uma inclusão intranuclear densa
e central dentro da célula epitelial infectada. Infiltrados de células
mononucleadas e necrose de células epiteliais são observados.
38. Família Adenoviridae
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Diagnóstico Laboratorial:
- Material para análise: swab de garganta ou conjuntival,
saliva, aspirado do trato respiratório coletados na fase
aguda da doença.
- Aglutinação pelo látex
- Imunofluorescência (direta ou indireta) - kits
- Ensaio imunoenzimático (EIA)
- Reação de polimerase em cadeia (PCR)
- Cultura de células após tratamento – evidenciação da
propagação observa-se células aglomeradas com
aparência de cachos de uva. Posteriormente emprega-se
reações sorológicas de fixação do complemento.
39. Hepatites
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HAV – disseminação fecal-oral, não é
citolítico, liberado por exocitose.
41. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Classificação: Gênero: Orthohepadnavirus Espécie: Hepatitis B virus
Sorotipos: Existem 4 sorotipos com 9 subtipos do HBsAg,
são: ayw, ayr, adw e adr.
Transmissão: sexual, perinatal e parenteral.
Incubação: 45 a 160 dias
Características: Envelopado, 42 nm, genoma de DNA dupla
fita incompleto
Morfologia: simetria do capsídeo – icosaédrica
Latência: estado portador
Biossíntese viral e replicação: Replica-se o DNA no núcleo,
montagem no citoplasma, liberação por brotamento.
Citotropismo: hepatócitos
Prevenção e controle: existe vacina
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42. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Imunologia:
* HBsAg - É o
chamado antígeno de
superfície do vírus,
um marcador que
indica infecção atual.
* Anti HBs - Indica se
existem anticorpos
contra a hepatite B,
os quais podem ser
por causa da vacina
ou de uma infecção
anterior curada
espontaneamente.
* Anti HBc total -
Chamado anticorpo
"core" da hepatite B
indicando uma
infecção prévia.
- Anti HBc IGM -
Anticorpo que indica
uma infecção que
aconteceu
recentemente.
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No envelope lipoproteíco está o HBsAg , que é
composto das proteínas L(large). M(medium) e
S (small). Nucleocapsídeo icosaédrico composto
pelo antígeno do core HBcAg.
43. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Imunologia:
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Nas hepatites B e C, são encontrados imunocomplexos e
autoanticorpos, sendo que o vírus persiste nos indivíduos “portadores”,
particularmente em países tropicais e na China, onde está fortemente
associado ao desenvolvimento de cirrose e câncer hepático.
44. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Classificação: Gênero: Orthohepadnavirus Espécie: Hepatitis B virus
Replicação: O HBV permite a produção de três tipos de
partículas virais.
1. Completas infecciosas
2. Incompletas filamentosas
3. Incompletas esféricas
Genes importantes:
Gene S HBsAg
Gene X HBxAg
Gene C HBcAg e HBeAg
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45. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Partículas virais na microscopia óptica.
As partículas incompletas esféricas e filamentosas são compostas
pelo HBsAg (predominantemente pela proteína S).
Partículas virais na microscopia óptica.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 45
46. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Classificação: Gênero: Orthohepadnavirus Espécie: Hepatitis B virus
Evolução da doença:
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 46
47. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Diagnóstico Laboratorial:
* MARCADORES DE INFECÇÃO AGUDA: HBsAg, Anti-HBc IgM
* MARCADORES DE EVOLUÇÃO: HBsAg, HBeAg, Anti-HBe
*MARCADORES PARA CONTROLE DE CURA: HBsAg, Anti-HBs
* MARCADORES EPIDEMIOLÓGICOS: HBsAg, Anti-HBc Total, Anti-HBs
*MARCADOR DE VACINAÇÃO: Anti-HBs
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48. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Classificação: Gênero: Orthohepadnavirus Espécie: Hepatitis B virus
Patogênese e manifestações clínicas:
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49. Família Hepadnaviridae (vírus da hepatite B)
Classificação: Gênero: Orthohepadnavirus Espécie: Hepatitis B virus
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50. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Gênero: Alphapapillomavirus
Espécie: Papilomavirus Humano 16
Sorotipos: 118 tipos descritos,
cerca de 100 tipos que acometem o humano.
Histórico: A associação do vírus HPV com o câncer de colo de útero
começou em 1949, quando o patologista George Papanicolaou
introduziu o exame mais difundido no mundo para detectar a doença: o
exame Papanicolaou.
Período de incubação: de 6 semanas a 2 anos.
Transmissão: contato genital e pele a pele.
Características: desnudo, 55 nm, genoma de DNA circular fita dupla
superenovelado.
Morfologia: simetria – capsídeo icosaédrico
Citotropismo: Células epitelias escamosas
Latência: Pode ficar latente durante anos.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 50
51. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Gênero: Alphapapillomavirus
Espécie: Papilomavirus Humano 16
Biossíntese viral e replicação: Não se multiplica em culturas de células. Pouco
se sabe sobre a replicação do HPV. Em humanos, as partículas virais
inicialmente infectam células basais e a proliferação ocorre em células
escamosas.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica
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52. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Gênero: Alphapapillomavirus
Espécie: Papilomavirus Humano 16
Biossíntese viral e replicação:
Os genes precoces são transcritos primeiro,
posteriormente os genes tardios.
Em células não-malignas o DNA viral
é epissomal, E6 e E7 não são superexpressos.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica
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53. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Espécie: Papilomavirus Humano 16
Carcinogênese:
Proto-oncogenes – E6 e E7-são genes que normalmente ajudam às células a crescer.
Genes supressores de tumor – p53, pRb - são genes normais que retardam a divisão
celular, reparam erros do DNA ou indicam quando as células devem morrer (processo
conhecido como apoptose ou morte celular programada).
53
55. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Espécie: Papilomavirus Humano 16
Patogênese e manifestações clínicas: Aparecimento de verrugas na boca, garganta e na
região genital (vulva, ânus, colo do útero). Alguns sorotipos tem relação com o
desenvolvimento de câncer do colo uterino.
Diagnóstico Laboratorial:
1. Papanicolau (citopatológico)
2. Colposcopia
3.Histopatológico
4.Imunocitoquímica
5. Testes para detecção do DNA viral
Epidemiologia:
Segundo a OMS, sugerem que a prevalência mundial da infecção pelo HPV
está em torno de 630 milhões de pessoas infectadas (em 2008).
A infecção está diretamente relacionada ao número de parceiros sexuais e
à idade
Profa. Zilka Nanes Lima/ Virologia Clínica
55
56. Família Papillomaviridae (HPV-16)
Classificação: Espécie: Papilomavirus Humano 16
Prevenção e controle: existe vacina (HPV-6, 11, 16 e 18).
Profa. Zilka Nanes Lima/ Virologia Clínica
56
A resposta imune celular é mais
importante para a regressão da infecção,
enquanto a imunidade humoral ajuda a impedir
o espalhamento e impede reinfecção.
58. Família Orthomixoviridae (Influenza)
Classificação: Gênero: Mixovirus Espécie: Influenzavirus A (subtipo H1N1)
H1N1 é somente um dos muitos sorotipos.
Ele é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do
vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína, que infectaram porcos simultaneamente.
Existem vários sorotipos.
Período de incubação: 3 a 5 dias.
Entrada no organismo: via respiratória
Características: Envelopado, 80 a 120 nm, genoma de RNA de fita
simples com oito segmentos e de polaridade negativa.
Morfologia: Simetria do capsídeo – helicoidal.
Latência viral: não existe
Prevenção e controle: vacina disponível
Citotropismo: Há um tropismo (atração) deste vírus H1N1
maior pelo pulmão em comparação com o vírus da gripe comum
(sazonal) que possui tropismo pelo nariz e pela garganta.
Imunologia: Não há imunidade permanente.
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59. Família Orthomixoviridae (Influenza)
Classificação: Gênero: Mixovirus Espécie: Influenzavirus A (subtipo H1N1)
Biossíntese e replicação viral:
Esquema simplificado do ciclo replicativo do virus de Influenza. . Adaptado de
www.micro.msb.le.ac.uk/335/orthomyxoviruses.html
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61. Família Orthomixoviridae (Influenza)
Classificação: Gênero: Mixovirus Espécie: Influenzavirus A (subtipo H1N1)
Diagnóstico laboratorial:
Infecção pelo H1N1- PCR em tempo real em laboratório de referência.
Prevenção e controle: existe vacina
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 61
63. Co-infecção por dois sorotipos de
Influenza na mesma célula
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 63
64. Família Togaviridae*
Classificação: Gênero: Rubivirus Espécie: Vírus da rubeóla
Sorotipos: Um
Histórico: doença conhecida como “sarampo alemão”
Período de incubação: 14 a 21 dias
Transmissão: Secreções do nariz e saliva
Características: Envelopado, 60 nm, genoma de RNA linear
fita simples não segmentado com polaridade negativa.
Morfologia: Simetria – capsídeo icosaédrico
* Nesta famíla também está o vírus da Chikunguya,
envelopado, RNA fita simples com polaridade positiva,
icosaédrico e que causas virose multissistêmica. O vetor
principal é o Aedes aegypti.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 64
65. Família Togaviridae*
Classificação: Gênero: Rubivirus Espécie: Vírus da rubeóla
Citotropismo: células da nasofarige
Biossíntese e replicação viral: Participação de
vesículas intracelulares na replicação deste vírus.
Latência: Não
Patogênese e manifestações clínicas: febre baixa e
mal estar, erupções na pele e aumento dos gânglios
cervicais. Só trás complicações em transmissão
vertical (retinopatia, surdez e cardiopatias no
recém-nascido)
Prevenção e controle: vacina disponível
Imunologia: Imunidade permanente a doença
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 65
66. Família Togaviridae*
Classificação: Gênero: Rubivirus Espécie: Vírus da rubeóla
Rubéola na gestação:
CAP – conduto arterial persistente
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 66
67. Ordem: Monomegavirales Família Rabdoviridae
Classificação: Gênero: Lysavirus Espécie: Vírus da raiva
Sorotipos: único tipo
Período de incubação: No homem - 2 a 10 semanas, em
média 45 dias. No cão – 21 dias a 2 meses.
Transmissão: mordida de animal (cachorro, gato, gambá,
guaxinin, morcego).
Características: Envelopado, 75x180 nm, genoma de RNA
linear fita simples não segmentado com polaridade negativa.
Morfologia: Simetria do capsídeo – helicoidal.
Citotropismo: neurônios
Biossíntese e replicação viral: Reconhecimento pelo
receptor de acetilcolina, sai da célula por brotamento.
Patogênese: encefalite com morte de neurônios
Prevenção e controle: vacina inativada
Imunologia: Não há informações, poucos indivíduos
sobreviveram à raiva
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 67
68. Ordem: Monomegavirales Família Rabdoviridae
Classificação: Gênero: Lysavirus Espécie: Vírus da raiva
HIDROFOBIA
SALIVAÇÃO
EXCESSIVA
AGRESSIVIDADE ALUCINAÇÕES
DIFICULDADE
DE DEGLUTIR
PARALISIA
MOTORA
ESPASMOS
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 68
MORTE
SINTOMAS DE RAIVA HUMANA
69. Ordem: Monomegavirales Família Rabdoviridae
Classificação: Gênero: Lysavirus Espécie: Vírus da raiva
Vacina anti-rábica (contra a raiva) :
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Louis Pasteur (1822-1895):
Em 1880, o cientista francês
iniciou os seus estudos sobre a
raiva e em 1885 aplicou pela
primeira vez a vacina em um ser
humano. A descoberta da vacina
anti-rábica foi o primeiro resultado
de grande repercussão da
microbiologia aplicada à medicina.
70. Família Flaviviridae (Febre amarela, dengue, Zika)
Classificação: Gênero: Flavivirus Espécie: Vírus da febre amarela
FEBRE AMARELA
Sorotipos: Um só
Histórico: são arbovírus, assim como o vírus da dengue e
Zika vírus.
Período de incubação: 3 a 6 dias
Transmissão: picada de Aedes aegypti
Características: Envelopado, 45 nm, genoma de RNA
linear de fita simples não segmentado com polaridade
positiva
Morfologia: simetria do capsídeo – icosaédrico.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 70
71. Família Flaviviridae (Febre amarela, dengue, Zika)
Classificação: Gênero: Flavivirus Espécie: Vírus da febre amarela
Patogênese e manifestações clínicas da febre amarela: Doença de
aparecimento súbito - Icterícia, febre, hemorragia, cefaleia, mialgias
e fotofobia. Oferece risco à vida, doença grave. Prostração e choque.
Prevenção e controle:
existem vacinas
para febre amarela
e dengue.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 71
FEBRE AMARELA
73. Família Flaviviridae (Dengue, Zika)
Classificação: Gênero: Flavivirus
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 73
Zika vírus
Sorotipos: Dois
* Chikungunya é de outra família
(Togaviridae)
74. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação: Gênero: Enterovirus Espécie: Poliovírus
Sorotipos: Três
Histórico: Em 1908, o biólogo e médico
austríaco Karl Landsteiner descobriu que
a poliomielite era causada por um vírus.
Desde do Egito Antigo tem relatos da doença. Por volta de 1910
haviam epidemias nas cidades durante o verão. No Brasil há relato do
primeiro surto em 1933 no Sul-Sudeste. Em 1953 ocorre a maior epidemia
no Rio de Janeiro.
Período de incubação: 7 a 12 dias
Transmissão: via oral-oral (fonte orofaríngea) e fecal-oral
(fonte intestinal) Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 74
75. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação: Gênero: Enterovirus Espécie: Poliovírus
Características: Desnudo, 28 nm, genoma de RNA
linear de fita simples não segmentado com polaridade
positiva. Não é inativado o trato GI.
Morfologia: simetria do capsídeo – icosaédrico
Citotropismo: faringe e intestino delgado, neurônios
motores do corno anterior.
Biossíntese viral e replicação: O vírus interage com
receptores específicos da membrana e penetra na
célula. Ele então perde o capsídeo. Depois de replicar
o material genético, os novos vírus acumulam-se no
citoplasma e são liberados quando a célula infectada
lisa. Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 75
76. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação:
Gênero: Enterovirus
Espécie: Poliovírus
Biossíntese
viral e
replicação:
Professora Zilka Nanes /
Virologia Clínica 76
77. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação: Gênero: Enterovirus Espécie: Poliovírus
Patogênese e manifestações clínicas: É uma doença
infecciosa aguda, em sua forma grave afeta o SNC. A destruição
dos neurônios motores nos cornos anteriores da medula espinhal
resulta em paralisia flácida.
1. Poliomielite abortiva
2. Poliomielite não-paralitíca
(meningite viral)
1. Poliomielite paralítica
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 77
Localização e anatomia da região bulbar
(em laranja), abaixo da ponte.
78. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação: Gênero: Enterovirus Espécie: Poliovírus
Prevenção e controle:
A vacina foi desenvolvida na década de 1950, a vacina contra a pólio reduziu o
número global de casos da doença por ano de centenas de milhares para menos de mil.
Os esforços pela vacinação, apoiados pelo Rotary International, Organização
Mundial da Saúde e UNICEF devem resultar na erradicação global desta doença.
Epidemiologia no Brasil: Após a vacinação das crianças de zero a cinco
anos iniciada em 1980, a partir de 1990, não houve mais casos de poliomielite
(paralisia flácida aguda) confirmados.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 78
Jonas Salk
Albert
Sabin
A vacina Salk (1950) é eficaz, não
impede a infecção intestinal inicial e as pessoas
transmitiam o vírus.
A vacina oral de Sabin (1960) entra no
intestino e impede que o vírus entre na
circulação sanguínea. As pessoas não
transmitem o vírus.
79. Família Picornaviridae (vírus da poliemielite)
Classificação: Gênero: Enterovirus Espécie: Poliovírus
Imunologia: São vírus pequenos. “Vistos” pelo sistema
imune durante a entrada (via intestino) e, em seguida, quando as
células do hospedeiro são lisadas. Sendo assim, são susceptíveis
aos anticorpos (incluindo IgA) produzidos na resposta imune
humoral. Imunidade permanente a doença tipo-específica
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 79
80. Família Filoviridae
Classificação: Gênero: Ebolavirus Espécie: Vírus Ebola Zaire
Gênero: Marburgvirus Espécie: Vírus de Marburg
Sorotipos: quatro (ébola-Zaire, ébola-Sudão, ébola-
Bundibugyo e o ébola-Costa do Marfim)
Período de incubação: 5 a 12 dias
Transmissão: sangue ou fluidos corporais
Reservatório natural: morcegos
Características: Envelopado, 80 nm de largura com
milhares de nm de comprimento, genoma de RNA
linear de fita simples não segmentado com polaridade
negativa.
Morfologia: simetria do capsídeo – helicoidal
Citotropismo: predileção células endoteliais, fagócitos,
hepatócitos.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 80
82. Família Filoviridae
Classificação: Gênero: Ebolavirus Espécie: Vírus Ebola Zaire
Prevenção e controle: Não existe vacina.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 82
83. Família Retroviridae (HIV*, HTLV**)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
** Gênero: Deltaretrovírus Espécie: vírus linfotrópico da célula T humana
Sorotipos: HIV (Dois subtipos)
Período de incubação: Por tempo indeterminado
Transmissão: contato sexual, transfusão sanguínea,
perinatal.
Características: Envelopado, 100 nm, genoma de RNA
linear não segmentado com polaridade positiva,
carreador de transcriptase reversa.
Morfologia: simetria do capsídeo – icosaédrica
Citotropismo: Células dendríticas que revestem a
mucosa genital e anal, células T auxiliares (CD4-positivas,
sendo esta proteína o receptor para o vírus) e células
Th17. Monócitos e macrófagos do encéfalo.
Latência: existe
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 83
84. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus
Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Biossíntese viral e replicação:
Entrada na célula : ligação da proteína do envelope viral
gp120 à proteína CD4 da superfície celular Depois gp120
também interage com CCR5 (receptor de quimiocina no
linfócito T) ou CXCR4 (receptor de quimiocina no
macrófago).
No citoplasma a transcriptase reversa transcreve RNA
DNA. O DNA viral se integra no genoma humano e transcreve
cópias de mRNA viral e RNA genômico.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 84
85. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Biossíntese e replicação viral
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 85
86. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Biossíntese e replicação viral
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 86
87. Biossíntese viral e replicação - HIV
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 87
88. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Patogênese e manifestações clínicas:
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica
88
89. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Patogênese e manifestações clínicas:
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica
89
91. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Diagnóstico Laboratorial:
Detecção de
anticorpos
(ELISA para Ac contra p24)
Detecção de
antígenos
(Western blotting)
Cultura viral
(células mononucleares)
Amplificação do
genoma do vírus
(PCR em tempo real)
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 91
92. Formação de sincícios de linfócitos TCD4+
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 92
95. Família Retroviridae (HIV*)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
* Gênero: Lentivirus Espécie: Vírus da Imunodeficîência Humana 1
Prevenção e controle: Usar preservativo nas relações sexuais.
Não existe vacina.
Imunologia: (Imunidade humoral) Anticorpos contra as
proteínas p24, p41 e gp120. Alguns anticorpos contra gp120
são neutralizantes com alta especificidade para a estirpe
infectante. (Imunidade celular)Na fase assintomática persiste
uma forte resposta T CD8.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 95
96. Família Retroviridae (HTLV**)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
** Gênero: Deltaretrovírus Espécie: vírus linfotrópico da célula T humana 1
Sorotipos: HTLV (Quatro)
Período de incubação: O período de incubação do HTLV-1 é
longo e por esta razão, a sintomática é inexistente.
Transmissão: contato sexual, transfusão sanguínea, perinatal.
Características: Envelopado, 100-140 nm, genoma com duas
cópias RNA linear com polaridade positiva, carreador de
transcriptase reversa.
Morfologia: simetria do capsídeo – icosaédrica
Citotropismo: Predominantemente células T auxiliares (CD4-
positivas), células T (CD8-positivas). A infecção inicia-se pelas
células dendriticas.
Latência: existe
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 96
97. Família Retroviridae (HTLV**)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
** Gênero: Deltaretrovírus Espécie: vírus linfotrópico da célula T humana 1
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 97
98. Família Retroviridae (HTLV**)
Classificação: Subfamília: Orthoretroviridae
** Gênero: Deltaretrovírus Espécie: vírus linfotrópico da célula T humana 1
A Leucemia de célula T (LTA) ocorre em 1 a 5% de pessoas
infectadas com o HTLV-1 e é mais frequente em homens. São cerca
de 30 anos entre a infecção e o desenvolvimento da leucemia.
A LTA aguda é caracterizada por uma contagem elevada de
leucócitos com células multilobuladas, adenopatia periférica e
hepatoesplenomegalia.
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 98
101. Caso 1 - Analisado
Células de Downey
(Linfócitos atípicos) no
esfregaço sanguíneo.
Encontradas no Leucograma.
102. Caso clínico 2
Uma menina de três meses de idade
apresenta diarréia aquosa, não saguinolenta.
A coprocultura revela apenas a microbiota
entérica normal.
Resposta: Considera-se que o organismo
associado seja o rotavírus, a causa mais
comum da diarréia em crianças. O ensaio
imunoadsorvente ligado à enzima (ELISA),
para a detecção do antígeno do rotavírus nas
fezes, é positivo, o que conforma o
diagnóstico.
Teste rápido para
detecção de anticorpos contra
rotavírus. Imunocromatografia
de alta sensibilidade.
103. Caso clínico 3
Um neonato nasceu com cabeça pequena (microcefalia), icterícia e
hepatoesplenomegalia. A urina contêm células gigantes multinucleadas com
inclusões nucleares.
Resposta: Infecção por citomegalovírus adquirida no útero. Citomegalovírus é a
principal causa de anomalias congênitas. Para ocorrer infecção fetal, a mãe
deve ser infectada pela primeira vez durante a gestação. Desse modo, ela não
possuirá anticorpos preexistentes para neutralizar o vírus antes de infectar a
placenta e o feto.
Pré-natal (IgG e IgM para
citomegalovírus.
Não existe vacina contra
citomegalovírus aprovada pela
Organização Mundial da Saúde.
104. Caso clínico 4
Uma mulher de 65 anos relata ter sofrido
vários episódios de confusão e perda de
memória durante as últimas semanas. Ao
exame, ela mostra-se afebril, mas apresenta
marcha vacilante (sem equilíbrio) e há relato de
mioclonia (contração muscular súbita e
involuntária nas mão e pés). Nos meses
seguintes, sua condição piorou e ela faleceu. Na
autópsia, o exame microscópico do encéfalo
revelou diversos vacúolos, mas com ausência de
corpos de inclusão viral.
Resposta: Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD)
causada por príons. CJD é uma encefalopatia
espongiforme. Os vacúolos conferem ao
encéfalo aspecto similar a uma esponja.
Aspecto espongiforme do
cerebelo.
108. “Sonhos determinam o que você quer. Ação determina. Ação
determina o que você conquista.” Aldo Novak
“ Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que você
quer que elas façam porque elas o querem fazer.”
Dwight Elsenhower
“ Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z.
O trabalho é X; Y é o lazer; E Z é manter a boca fechada.”
Albert Einstein
Quando mais aprendo sobre vírus, mais tenho certeza que este
amontoado de moléculas orgânicas são “malwares” celulares.
Zilka Nanes Lima
Professora Zilka Nanes / Virologia Clínica 108