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SÃO PAULO
2017
ESTUDO BÍBLICO SOBRE A MÚSICA
CLEBER RODRIGUES DE PAULA
2
Índice
1- Introdução............................................................................................................................3
2- A importância da música.....................................................................................................4
3- O músico..............................................................................................................................9
4- Instrumentos bíblicos.........................................................................................................13
5- Os grupos de instrumentos ................................................................................................26
6- Dados estatísticos ..............................................................................................................34
7- Música para adoração........................................................................................................42
8- Música para evangelização................................................................................................46
9- Influência musical .............................................................................................................50
10- Os recursos financeiros e o papel da igreja .......................................................................53
3
1- Introdução
Nos dias de hoje, existe certa tendência nas pessoas em tratar a música como algo de menor
seriedade. Trata-se a música como ferramenta de descontração, diversão, hobby, etc. Quem leva
a música a sério, muitas vezes não é julgado pelas pessoas como tão importante quanto quem
exerce outras atividades. Isso acontece pelo fato de a maioria das pessoas desconhecerem o real
significado da música. Até mesmo alguns dos próprios músicos o desconhecem.
Deus criou a música. A criou com perfeição. Imagine a música com sua infinita variedade de
combinações de notas, ritmos, melodias, harmonias, timbres, etc. Por que algo tão complexo
seria criado por Deus sem um grande propósito?
Este estudo buscou compreender a música de forma completa a partir da análise de como era
utilizada nos tempos da bíblia.
Numa busca realizada em toda a bíblia, fazendo uso das versões Ferreira de Almeida Revista e
Atualizada e Ferreira de Almeida Revista e Corrigida, foram encontradas 368 menções
relacionadas a música. Aproximadamente 90% dessas menções estão no antigo testamento. O
restante (aproximadamente 10%), que estão no novo testamento, são menções indiretas, citadas
como exemplos a outros assuntos ou, em sua maioria, menções de trombetas que anunciam algo,
como comandos de guerra, quase todas essas menções feitas em apocalipse, na narração do fim
dos tempos.
O fato de não existir quase nenhuma menção concreta de coisas relacionadas à música no novo
testamento, sinaliza que nada havia a acrescentar no modo como ela já era utilizada. Assim,
concluímos que muito do que precisamos saber a respeito da música, se encontra no antigo
testamento, de onde foram extraídos a maioria dos textos que embasam este estudo.
4
2- A importância da música
A bíblia nos mostra claramente quão séria é a música, ao mencionar passagens em que Deus se
irou por conta de estarem fazendo o seu uso de maneira errada. Em Amós 6, dentre a descrição
das corrupções de Israel, Deus menciona que o povo cantava à toa ao som de instrumentos, que
os inventavam, assim como Davi, mas os usavam para sua própria glória, para seus próprios
interesses. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de liras e harpas, tamboris e flautas nos
banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso dos instrumentos, porém não
consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. Passagens
bíblicas associam a falta de música à ruína de uma cidade (no caso, a babilônia).
“Farei cessar o arruído das tuas cantigas, e já não se ouvirá o som das tuas harpas.”
Ezequiel 26:13
“E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá...”
Apocalipse 18:22
A música tem forte significado espiritual. Foi criada por Deus para estreitar os laços com seus
servos. Quando executada da forma correta, cria um momento de intimidade entre o servo e o
Senhor.
No antigo testamento, existem inúmeras passagens que relatam as leis estipuladas por Deus
acerca de sacrifícios de animais. Esses sacrifícios eram realizados para proporcionar ao povo de
Deus uma nova chance após terem cometido pecado, ou simplesmente quando queriam
voluntariamente agradecer a Deus por algo. Os sacrifícios eram algo muito importante, essencial
para manter a ligação entre Deus e o homem.
5
No Salmo de número 69, Davi diz que louvar a Deus com cânticos é um ato maior perante Deus,
se comparado a sacrifícios realizados à época. Com isso, pode-se entender muito sobre a
importância que Deus dá para a música.
“Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-lo-ei com ações de graças. Será isso muito
mais agradável ao SENHOR do que um boi ou um novilho com chifres e unhas.”
Salmos 69:30-31
Josafá, rei de Judá, vivenciou um dos maiores acontecimentos bíblicos relacionados à música.
Os Moabitas, Amonitas e habitantes do monte Seir, inimigos de Israel, marchavam em direção
a Judá para guerrear contra o povo de Deus. Josafá buscou a Deus, que por sua vez prometeu
acabar com os inimigos sem mesmo precisar da intervenção de Judá. Deus ordenou a Josafá que
no dia seguinte se dirigisse com seu exército ao encontro dos inimigos e ficassem parados,
observando o livramento. Ao saírem para o encontro com os inimigos, Josafá ordenou que
cantores vestidos de ornamentos sagrados, marchassem à frente do exército e louvassem a Deus.
A bíblia relata que ao começarem a louvar, Deus colocou os inimigos em emboscada e eles
acabaram guerreando uns contra os outros a ponto de serem completamente exterminados. O
texto de 2 crônicas 20, sugere que Deus daria a vitória a Judá somente ao chegarem perante os
inimigos, pois ordenou que se achegassem perante eles, tomassem posição de ataque, mas
ficassem parados aguardando o livramento, tanto que Josafá, ao chegar ao local, procurou pelos
inimigos, mas só encontrou mortos.
Deus, ao ouvir os cantores, agiu antes do programado. É como se Deus não tivesse resistido
quando ouviu os louvores e agiu naquele mesmo momento. A música foi o gatilho para o
livramento!
Após chegarem ao local da batalha e encontrarem os inimigos mortos, saquearam seus despojos
por 3 dias e ao quarto dia, passaram o dia todo louvando a Deus pelo livramento. Quando
6
voltaram para Jerusalém, também voltaram louvando com alegria. O acontecimento foi tão
grandioso, que a bíblia relata que até os dias de hoje o local é chamado de vale de benção.
O povo de Deus, no antigo testamento, sabia exatamente como fazer uso da música e nessa
ocasião, conseguiram “mudar” os planos de Deus por conta de tocar seu coração com a música.
O diabo trabalha para que a música perca sua essência, e vem tendo bastante sucesso! Fato é
que desde o antigo testamento até hoje, a música vem sendo distorcida na igreja. Vem sofrendo
com influências mundanas e até mesmo com o desleixo dos músicos em buscar a Deus como
buscavam no passado.
A bíblia tem muito a ensinar sobre a essência do louvor a Deus através da música:
“De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua
é como a pena de habilidoso escritor.”
Salmos 45:1
“Cantarei a bondade e a justiça; a ti, SENHOR, cantarei.”
Salmos 101:1
“Os mortos não louvam o SENHOR, nem os que descem à região do silêncio. Nós, porém,
bendiremos o SENHOR, desde agora e para sempre. Aleluia!”
Salmos 115:17-18
“Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação.”
7
Salmos 119:54
“Exalta-te, SENHOR, na tua força! Nós cantaremos e louvaremos o teu poder.”
Salmos 21:13
“O teu nome, eu o farei celebrado de geração a geração, e, assim, os povos te louvarão para
todo o sempre.”
Salmos 45:17
“Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam
instrumentos de cordas que te alegram.”
Salmos 45:8
“Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores.
Desperta, ó minha alma! Despertai, lira e harpa! Quero acordar a alva. Render-te-ei graças
entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações. Pois a tua misericórdia se eleva até aos
céus, e a tua fidelidade, até às nuvens. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra
esplenda a tua glória.”
Salmos 57:7-11
“Inclinarei os ouvidos a uma parábola, decifrarei o meu enigma ao som da harpa.”
Salmos 49:4
“Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu
me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia.”
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Salmos 59:16
“e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir,
para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas,
címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque
a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR,
se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar,
por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus.”
2 Crônicas 5:13,14
Eles cantavam a Deus porque Ele é bom, cantavam as obras de Deus em suas vidas, cantavam
porque a misericórdia de Deus dura para sempre. Cantavam o Seu poder, os Seus decretos.
Cantavam quando estavam alegres pelos feitos de Deus. Cantavam para comemorar conquistas.
Esses são motivos para cantar!
9
3- O músico
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”
João 4:23
O termo adorador vem sendo muito utilizado para descrever os cantores de música cristã e João
4:23 é um dos versículos mais conhecidos e citados quando o assunto é adoração à Deus através
da música, mas será que entendemos o que Jesus dizia nesse versículo?
O versículo está no contexto da história da mulher de Samaria, a qual Jesus pediu água da fonte
em que parou para descansar. Jesus fala o conteúdo do versículo 23 em resposta ao
questionamento da mulher a respeito do lugar certo para adorar. Jesus explica que o importante
não era o lugar em que se adorava e sim conhecer a quem se estava adorando e o adorar em
verdade.
A mulher vivia uma vida de pecado, vivia no adultério, mas ainda assim ia até o monte para
adorar. Segundo Jesus, ela sequer conhecia a Deus, logo, era impossível que ela o adorasse da
maneira certa, “em espírito”.
Só podemos adorar a Deus em espírito se conhecermos a Ele, que é espírito. Por sua vez, só
poderemos conhecer a Deus se andarmos com Ele, se tivermos experiências com Ele. Afinal,
como vou adorar a Deus sem motivo? Se o adoro pelo que Ele é, tenho que conhecer quem Ele
é. Como Jesus disse:
“Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos...”
João 4:22
10
A condição de vivencia no pecado também impedia a mulher de adorar a Deus em verdade, pois
como se pode adorar a um Deus que condena o pecado, estando em pecado? Só posso ser
verdadeiro na minha adoração a Deus, se faço o que Deus manda! É como está escrito:
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.”
Mateus 15:8
Em resumo, para adorar a Deus em espírito, precisamos nos aprofundar em conhecê-lo. Não é
conhecimento superficial, é conhecê-lo cada vez mais, ir cada vez mais fundo nas escrituras. É
estar hoje um nível acima do que estava ontem e um nível abaixo do que estará amanhã. E para
o adorar em verdade, temos que estar em santidade, sem sujeira. De nada adianta eu adorar a
Deus em espírito, pois me aprofundei em conhecê-lo, mas não o adorar em verdade, por não
estar em santidade.
O músico, assim como todo cristão, tem que ser batizado, tem que entender de mundo espiritual,
tem que “mergulhar de cabeça” nas coisas de Deus, viver Deus! O nível de comprometimento
do músico com Deus, mede a quantidade de unção liberada em suas músicas. Quem não tem
comprometimento com Deus, vai cantar na carne, por mais que suas letras sejam lindas e suas
composições espetaculares. Quando se diz “nível de comprometimento com Deus”, quer se
dizer conhecer Deus em profundidade. Essa não é uma necessidade só do músico, mas de todos
que tem um ministério. Quanto mais se aprofunda nos estudos da bíblia, mais unção se terá.
Esse assunto dá a oportunidade para citar o caso de Davi, quando tocou a harpa a pedido do rei
Saul, que na ocasião, era perturbado por demônio. O texto diz:
“E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a
harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se
retirava dele.”
11
1 Samuel 16:23
É muito importante entender o que aconteceu nesse caso.
Diferente do que muitos podem imaginar, ao Davi tocar a harpa, o espírito maligno não era
expulso de Saul. Ou melhor, o demônio não perdia a autorização para habitar ali e retornava
novamente tempos depois, sendo necessária uma nova intervenção de Davi com sua harpa.
O que acontecia na verdade, era uma liberação de unção ao ser tocada a música, por conta do
comprometimento que Davi tinha com Deus. O comprometimento era tamanho, que ao tocar,
demônio nenhum conseguiria habitar o ambiente, pois a unção de Deus enchia o local. O
demônio ficava incomodado com a presença de Deus e saía. Consequentemente, Saul se via
aliviado, mas como tinha se desviado de Deus, o demônio voltava novamente.
Davi não estava lá para receber honra de homem algum, apenas estava fazendo o que era sua
pratica comum. De maneira geral, quanto mais a pessoa se compromete com Deus, menos status
ela quer. Os músicos na bíblia não eram protagonistas, eram coadjuvantes. Não existe nenhum
caso de músico protagonista na bíblia. Davi foi protagonista no ofício de rei e não no ofício de
músico. Na qualidade de músico ele era coadjuvante.
Nos dias de hoje, cada vez mais estamos vendo músicos cristãos buscando status e
reconhecimento do mundo. Ouço relatos de músicos cristãos que até sonham em cantar junto
com cantores do mundo. O que os cantores do mundo têm a acrescentar? Não deveria ser Deus
a fonte de inspiração? Quando se está comprometido com uma causa, o seu melhor é extraído
em prol da causa, não existirão anseios secundários. Ao que parece, os músicos do mundo estão
mais comprometidos com sua causa do que muitos músicos cristãos.
12
Também entristece ver casos em que o diabo explora o dom de certo músico no mundo, extrai
o melhor dele e ele faz muito sucesso, arrasta multidões, porém, quando se converte ao
evangelho, não permite que o dom dele seja usado ao máximo em prol do reino de Deus. Não
necessariamente ele tem que fazer a mesma coisa que fazia no mundo, tocar o mesmo estilo,
etc. Afinal Deus é quem dirige, mas não parece coerente que o dom seja usado ao máximo no
mundo e depois somente parte dele em prol do Reino.
Outro fato importante para observar é que os músicos da bíblia não eram somente músicos,
possuíam outras habilidades que compunham a função dos levitas.
“Todos os levitas peritos em instrumentos músicos eram superintendentes dos carregadores e
dirigiam a todos os que faziam a obra, em qualquer sorte de trabalho. Outros levitas eram
escrivães, oficiais e porteiros.”
2 Crônicas 34:13
“Os levitas foram escolhidos por Josafá, rei de Judá, para julgarem da parte do SENHOR e
decidirem as sentenças contestadas proferidas pelos juízes.”
2 Crônicas 19:8
Deus não dá somente a habilidade de músico a uma pessoa, dá outras habilidades. Porém, não é
incomum ver músicos cristãos insistindo em desenvolver apenas uma das habilidades dadas por
Deus. É como a parábola dos talentos, não podemos enterrá-los!
De acordo com relatos bíblicos, os músicos eram pessoas que confiavam tudo em Deus, viviam
em santidade ao ponto de serem aptos a vestirem as vestimentas sagradas. Eram pessoas
objetivas, que apesar de terem muitas habilidades dadas por Deus, não queriam status, apenas
faziam o que foram chamadas para fazer. Os músicos de hoje, nada mais precisam fazer do que
isso, ser quem Deus quer que sejam, sem anseios pelas coisas do mundo.
13
4- Instrumentos bíblicos
Apesar de a bíblia mencionar claramente o nome de alguns instrumentos, muitos outros foram
utilizados e não é possível saber exatamente quantos instrumentos existiam. Davi, além de
músico habilidoso e excelente compositor, também fazia muitos instrumentos, alguns para fins
específicos, como se observa nos textos a seguir.
“e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanani, com os
instrumentos músicos de Davi, homem de Deus...”
Neemias 12:36
“...e quatro mil para louvarem o SENHOR com os instrumentos que Davi fez para esse mister.”
1 Crônicas 23:5
“...Os sacerdotes estavam nos seus devidos lugares, como também os levitas com os
instrumentos músicos do SENHOR, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações
de graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre...”
2 Crônicas 7:6
Outras citações como instrumentos de dez cordas, instrumento de cordas e instrumentos de pau
de faia, nos fazem pensar na enorme variedade de instrumentos que podem ter existido na época.
14
a) Identificação dos instrumentos bíblicos
Nesse estudo foram utilizadas duas traduções bíblicas, Revista e Atualizada e Revista e
Corrigida, ambas de João Ferreira de Almeida. Nessas traduções, foram encontradas menções a
nomes de 12 instrumentos, aos quais veremos a seguir.
i) Alaúde
O Alaúde é um instrumento de cordas, parecido com o violão. Sua caixa de ressonância é
arredondada na parte traseira, em forma de gota e seu tampo é plano. O braço, assim como um
violão, é trastejado. Existem, porém, na família dos alaúdes, braços não trastejados e diversas
extensões de braços. Os trastes raramente são de metal, normalmente de corda ou de tripa
torcida, amarrados à volta do braço. Os cravelhames dos alaúdes caracterizam-se pelo seu
ângulo de 90 graus. As cravelhas são de madeira e as cordas são normalmente duplas em quase
todos os tipos de alaúdes. Podem também adquirir composições mistas de cordas, duplas e
simples, em que as duplas correspondem às cordas melódicas e as simples aos graves. Como na
maioria dos casos dos instrumentos de corda de música antiga, as cordas eram de tripa torcida e
seca.
Na bíblia, encontram-se citações dos alaúdes usados para louvar a Deus no templo e em rituais
de holocaustos. Os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, profetizavam com alaúdes. A rainha
de Sabá, ao ver tamanha sabedoria e riqueza de Salomão, lhe deu madeiras de sândalo, madeira
nobre que segundo a bíblia relata, nunca se tinha visto tal qualidade de madeira em Judá.
Salomão usou essa madeira para fazer alaúdes. Alaúdes foram tocados durante a construção dos
muros, relatada no livro de Neemias.
15
Detalhe de um Alaúde
ii) Címbalo
Címbalo é um instrumento de percussão, construído a partir de uma liga de metal, geralmente,
à base de bronze, cobre e/ou prata. São percutidos golpeando-se cada um dos pratos contra o
outro, deixando-os depois vibrar livremente, ou ainda abafando a vibração imediatamente após
o impacto, de acordo com o efeito desejado.
É mencionado na bíblia o uso para louvar a Deus no templo. Os filhos de Asafe profetizavam
usando címbalos. Também foram tocados durante a construção dos muros, relatada no livro de
Neemias.
Detalhe de um Címbalo
16
Detalhe de um Címbalo
iii) Cítara ou Sacabuxa
A cítara é um instrumento de cordas esticadas dentro ou sobre uma caixa de ressonância.
Existem versões com cordas livres, e versões em que algumas cordas estão esticadas sobre uma
manga com trastos.
Na bíblia, encontram-se citações desse instrumento no livro de Daniel, quando o rei
Nabucodonosor fez uma estátua de ouro e ordenou que todos, ao ouvirem o som de instrumentos
(citando a cítara), deveriam adorar a estátua. Os títulos dos Salmos 53 e 88 sugerem que estes
foram escritos para serem cantados ao som de cítaras.
Detalhe de uma Cítara
17
iv) Clarin
O Clarim é um instrumento de sopro, da família dos metais. É composto por um tubo com um
bocal em uma das extremidades e uma campânula na outra, sem possuir orifícios ou válvulas de
qualquer espécie ao longo de seu corpo, sendo um dos instrumentos mais simples de sua família.
O controle das notas é feito pela variação da embocadura do instrumentista, já que o clarim não
possui outros meios para tal controle. Consequentemente, o clarim está limitado a soar notas
dentro da série harmônica do seu som fundamental.
Na bíblia, é mencionado seu uso para louvor a Deus. Em 2 Crônicas, o povo fez juramento ao
som de clarins, que iriam buscar a Deus. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som dos
clarins da Babilônia.
Detalhe de um Clarim
18
v) Pífaro ou Flauta
O pífaro ou flauta é um instrumento de sopro transversal, agudo, com um timbre intenso e
estridente, devido ao seu diâmetro menor. Juntamente com a harpa, é um dos instrumentos mais
antigos e o primeiro (juntamente com a harpa) a ser mencionado na bíblia.
A bíblia menciona Jubal, em Gênesis 4:21, como sendo o inventor do instrumento. Flautas foram
tocadas na unção de Saul a rei de Israel. Existem menções de seu uso para louvar a Deus. Foi
um dos instrumentos que eram tocados como sinal para o povo a adorar a imagem de ouro feita
por Nabucodonosor. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som das flautas da Babilônia.
Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de flautas nos banquetes feitos pelo povo de Israel,
dizendo que eles faziam uso desse e demais instrumentos, porém não consideravam os feitos do
SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. Existem relatos bíblicos que associam a
execução de músicas com esse instrumento à expressão de sentimentos de alegria e de tristeza.
Detalhe de um Pífaro
19
vi) Gaita de Foles
A Gaita de foles é um instrumento da família dos aerofones, composto de pelo menos um tubo
melódico (chamado ponteiro ou cantadeira, pelo qual se digita a música) e de um insuflador
mediado por uma válvula (chamado soprete ou assoprador), ambos ligados a um reservatório de
ar (chamado fole ou bolsa).
É mencionada na bíblia apenas em Daniel 3, como um dos instrumentos que eram tocados como
sinal para o povo a adorar a imagem de ouro feita por Nabucodonosor.
Detalhe de uma Gaita de Foles
vii) Harpa
Sempre triangular, lembrando um arco de caça, arma que pode ter inspirado a criação do
instrumento, a harpa é constituída pela caixa de ressonância, coluna, pescoço, cordas e por
vezes, pedais ou levers (chaves/alavancas de semitom).
Juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos e o primeiro (juntamente com a
flauta) a ser mencionado na bíblia. A bíblia menciona Jubal, em Gênesis 4:21, como sendo o
inventor do instrumento.
20
É o segundo instrumento mais mencionado na bíblia e o mais mencionado para fins de louvor a
Deus. Em apocalipse 5, é descrito um novo cântico entoado ao Cordeiro com harpas. Em
apocalipse 14, João relata que ouviu uma voz, vinda do céu, parecida com o som de muitos
harpistas. As harpas foram tocadas na unção de Saul a rei de Israel. Com o sândalo ofertado a
Salomão pela rainha de Sabá foram feitas harpas. Os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum,
profetizavam com harpas. Foram tocadas durante a construção dos muros, relatada no livro de
Neemias. É mencionada em Daniel 3, como um dos instrumentos que eram tocados como sinal
para o povo a adorar a imagem de ouro feita por Nabucodonosor. Salmos 49:4 menciona o
decifrar de enigma (revelação) ao som da harpa. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som
das harpas da Babilônia. Em Isaías 30, Deus promete castigar a Assíria ao som de harpa, dando
a entender que haverá festa durante o castigo. Em Isaías 24, na profecia contra tiro, Deus diz
que a harpa não será mais ouvida, fazendo alusão ao fim dos tempos. Em Isaías 5:12, Deus
adverte sobre o uso de harpas nos banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam
uso dos instrumentos, porém não consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as
obras das suas mãos. No Salmo 137, quando o povo de Deus se recusou a tocar as músicas
sagradas em terra estranha, as harpas foram penduradas nas árvores como sinal de que não iriam
tocar. A harpa foi o instrumento tocado por Davi para aliviar o rei Saul das perturbações de
demônios.
Detalhe de uma Harpa
21
viii) Lira
A lira é um instrumento de cordas, quase como uma pequena harpa, conhecido pela sua vasta
utilização durante a antiguidade.
A estrutura de uma lira consiste num oco (caixa de ressonância) do qual partem, verticalmente,
dois braços (montantes), que, por vezes, também são ocos. Junto ao topo, os braços ficam
ligados a uma barra (o jugo) que liga as cordas até outra saliência de madeira transversal (o
cavalete) disposta junto à caixa de ressonância e que lhe transmite as vibrações das cordas. O
número de cordas variava, geralmente entre seis e oito e eram feitas de tripa ou de tendões de
boi ou carneiro.
Na bíblia, encontram-se menções do uso da Lira para louvar a Deus. Faz menção do povo de
Israel cantando à toa ao som da Lira. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de Liras nos
banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso dos instrumentos, porém não
consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos.
Detalhe de uma Lira
22
ix) Pandeiro
Pandeiro é o nome dado a alguns instrumentos musicais de percussão que consistem numa pele
esticada numa armação (aro) estreita, que não chega a constituir uma caixa de ressonância.
São geralmente circulares, mas podem ter outros formatos. Enfiadas em intervalos ao redor do
aro, podem existir platinelas (soalhas) duplas de metal, ou não. Pode ser agitado para produzir
som contínuo, ou percutido com a palma da mão e os dedos.
Na bíblia, é mencionado em 2 Samuel, quando Davi levou a arca para Jerusalém. Nesta ocasião,
o povo se alegrava perante Deus com instrumentos, um deles era o pandeiro.
Detalhe de um Pandeiro antigo
x) Saltério
O saltério é um instrumento de cordas geralmente pulsadas ou beliscadas, como a harpa. Sua
origem remonta pelo menos a 300 a.C., quando era utilizado para acompanhamento dos salmos.
O saltério medieval (século XII) compõe-se de uma caixa de ressonância triangular ou
trapezoidal munida de cordas. Sobre a caixa de ressonância se estendem sete a dez cordas
fixadas por cavilhas. Normalmente a caixa se apresenta em forma trapezoidal, com duas ordens
de cordas em correspondência dos lados oblíquos - cordas suficientemente distanciadas para
23
serem beliscadas com os dedos ou percutidas com plectros ou com uma varinha metálica ou de
madeira, para criar uma melodia ou um acompanhamento rítmico.
Está entre os instrumentos mais citados na bíblia para louvar a Deus, sendo para esse fim as
únicas menções encontradas, exceto em Daniel 3, quando o rei Nabucodonosor ordena que
adorem a imagem de ouro ao tocar de saltérios.
Detalhe de um Saltério
xi) Tamborim ou adufe
Tamborim é um instrumento de percussão do tipo membranofone, constituído de uma
membrana esticada, em uma de suas extremidades, sobre uma armação, sem caixa de
ressonância.
O Adufe, é dotado de membrana esticada em ambas extremidades. No seu interior são colocadas
sementes ou pequenas soalhas a fim de enriquecer a sonoridade. O adufe é segurado pelos
polegares de ambas as mãos e pelo indicador da mão direita, deixando deste modo os outros
dedos livres para percutir o instrumento.
24
Tamborins e adufes, embora sejam da mesma família (tambores), certas traduções da bíblia
mencionam-nos como o mesmo instrumento. São os instrumentos em que se observa com mais
clareza um padrão em sua finalidade de uso nas menções bíblicas.
Quase 100% das menções bíblicas de tamborins e adufes estão ligados a alegria, festas e
comemorações, sejam para louvor a Deus, ou em ocasiões cotidianas. Os adufes, em especial,
sempre associados a danças e sempre tocados por mulheres.
Detalhe de um Tamborim Antigo
Detalhe de mulheres tocando Adufes
25
xii) Trombeta
A trombeta é um instrumento musical de sopro, da família dos metais, produz um som agudo e
geralmente é fabricado de metal. É constituído por corpo, chave de água, bomba de afinação,
pistões, cotovelos e bocal, e terminado em pavilhão.
É, de longe, o instrumento mais mencionado na bíblia e, apesar de ser o segundo mais
mencionado para louvor a Deus, a maioria de suas menções nas escrituras estão relacionadas a
comandos de guerra e uso para sinalizar ou anunciar algo, facilitando a orientação de pessoas.
Dentre as diversas ocasiões de uso do instrumento na bíblia, estão o uso para louvar a Deus na
construção do templo descrita em Esdras 3, festejar a subida da arca do Senhor em 2 Samuel 6,
em 2 Reis 11 para festejar a escolha do novo rei, Saul fez tocar as trombetas para anunciar a
derrota dos Filisteus, em Êxodo 19 trombetas soaram para anunciar a presença de Deus.
Trombetas foram tocadas ainda para anunciar o ano de jubileu, para convocações, para anunciar
festa, anunciar perigo (toque de rebate), anunciar chegada de alguém importante, Jesus voltará
ao soar a trombeta, segundo relatos em Mateus 24, 1 Coríntios 15, 1 Tessalonicenses 4 e diversos
relatos em Apocalipse mostram o uso do instrumento no fim dos tempos. Nas guerras era usada
para sinalizar comandos de acordo com toques específicos nas batalhas, assim como sugerem
os textos de 1 Coríntios14:8 e Jó 39:25. Em 2 Crônicas capítulos 7 e 23 mencionam sacerdotes
que exclusivamente tocavam trombetas. Trombetas de chifre de carneiro foram tocadas para
derrubar a muralha de Jericó e Gideão fez uso de trezentas trombetas como falso sinal de ataque
causando a morte dos Midianitas. Trombetas foram tocadas ainda durante holocaustos,
juramentos e sinais de honraria.
Detalhe de uma Trombeta
26
5- Os grupos de instrumentos
Sabemos que os instrumentos podem ser divididos em 3 grupos, sendo eles: cordas, sopro e
percussão. Ao reunir-se as citações bíblicas sobre os instrumentos, podemos observar que cada
um dos 3 grupos foi criado por Deus para finalidades diferentes, as quais serão tratadas a seguir.
a) Cordas
Os instrumentos de cordas, foram criados por Deus para tocar o espírito, são instrumentos
diretamente ligados às coisas espirituais. Jó, em momentos de tristeza do espírito e alma,
lamentou...
“Por isso, a minha harpa se me tornou em prantos de luto, e a minha flauta, em voz dos que
choram.”
Jó 30:31
Vemos o uso de instrumentos de cordas ligado às coisas espirituais por toda a bíblia. Harpas
eram usadas para apresentar revelações das coisas de Deus:
“Inclinarei os ouvidos a uma parábola, decifrarei o meu enigma ao som da harpa.”
Salmos 49:4
“Quanto à família de Jedutum, os filhos: Gedalias, Zeri, Jesaías, Hasabias e Matitias, seis, sob
a direção de Jedutum, seu pai, que profetizava com harpas, em ações de graças e louvores ao
SENHOR.”
1 Crônicas 25:3
No livro de apocalipse vemos que harpas serão tocadas nos céus durante os acontecimentos do
fim dos tempos:
“e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se
diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são
as orações dos santos,”
Apocalipse 5:8
27
“Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz
que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.”
Apocalipse 14:2
E harpas são mencionadas como instrumento do próprio Deus:
“Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e
do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus;”
Apocalipse 15:2
Nos tempos bíblicos, as pessoas entendiam a finalidade dos instrumentos e sabiam explorá-los.
Como exemplo, pode-se citar o caso do rei Saul, que foi aconselhado por seus servos a trazer
habilidoso harpista para ficar livre de espíritos malignos.
“Manda, pois, senhor nosso, que teus servos, que estão em tua presença, busquem um homem
que saiba tocar harpa; e será que, quando o espírito maligno, da parte do SENHOR, vier sobre
ti, então, ele a dedilhará, e te acharás melhor.”
1 Samuel 16:16
Foi chamado um harpista (instrumento de cordas mais tocado na época) com um propósito
espiritual.
a) Sopro
Os instrumentos de sopro, têm a função de tocar a alma do ser humano, seja para alegrar, como
descrito no livro de Isaías:
“Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra festa santa; e alegria de
coração, como a daquele que sai ao som da flauta para ir ao monte do SENHOR, à Rocha de
Israel.”
Isaías 30:29
Seja para momentos de tristeza da alma. Como descrito em Jeremias:
28
“Por isso, o meu coração geme como flautas por causa de Moabe, e como flautas geme por
causa dos homens de Quir-Heres; porquanto já se perdeu a abundância que ajuntou.”
Jeremias 48:36
Isso nos faz lembrar dos instrumentos de sopro tocando, que parecem conseguir alegrar ou
entristecer facilmente, de acordo com a melodia que executam. Nos lembra também do toque
militar fúnebre (toque do silêncio), sempre feito ao som de instrumentos de sopro, em momentos
de tristeza da alma.
b) Percussão
Ao tratar-se de instrumentos de percussão no contexto bíblico, torna-se indispensável
aprofundar-se também no mérito da relação do inimigo com os instrumentos.
É sabido por muitos que certas igrejas, num passado recente, impediam o uso de instrumentos
de percussão em seus cultos. Algumas delas os impedem até hoje, valendo-se do argumento de
que “percussão é do diabo”.
De fato, existe uma ligação do diabo com os tambores e ela não é pequena. O capitulo 28 de
Ezequiel fornece importantes informações a respeito de quem era o diabo antes de sua queda, o
que ele fazia e sobre o que lhe foi dada autoridade.
O texto de Ezequiel 28:13, no qual é mencionada a ligação do diabo com os tambores, pode
variar muito em diferentes traduções, obrigando-nos assim, para uma correta interpretação, a
buscar a origem de algumas palavras a partir do hebraico, idioma em que foram escritas
originalmente.
A tradução Almeida Revista e Atualizada (R.A.) apresenta o texto da seguinte maneira:
Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio,
o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram
os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados.
Ezequiel 28:13 (R.A.)
29
Se analisarmos a palavra “engastes” nas referências de Strong, percebemos que a palavra no
texto original em hebraico é “toph”, palavra usada para menções a tambores e adufes, assim
como traduz a versão Almeida Revista e Corrigida (R.C.)
Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o
topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro;
a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram
preparados.
Ezequiel 28:13 (R.C.)
Nessa tradução, aparece a palavra “pífaro” ao invés da palavra “ornamentos” mencionada na
tradução R.A.
Se analisarmos a palavra “ornamentos” nas referências de Strong, percebemos que a palavra no
texto original em hebraico é “neqeb”, palavra usada para descrever o trabalho de um joalheiro,
uma joia.
Embora esteja claro que o instrumento pífaro não foi originalmente escrito no hebraico, existe
grande discussão no campo teológico sobre a palavra “toph” referir-se a tambores no contexto
do verso 13 de Ezequiel 28. Praticamente pode se afirmar que metade dos grandes teólogos
acreditam na menção de tambores no texto e metade não tem opinião formada a respeito ou não
acreditam na tal menção.
A menção aos tambores me parece clara, pois a palavra “toph” não é utilizada em toda a bíblia
para representar nenhuma outra coisa que não seja tambores.
Assim, correto seria dizer, que o texto diz que, no dia em que o diabo foi criado, foram
preparadas as obras dos tambores e das joias e que essas coisas estavam nele. Ou, de uma forma
mais simples para o entendimento, os tambores foram criados juntamente com o diabo, para que
ele coordenasse seu uso. Deus, de fato, deu autoridade ao diabo sobre os tambores.
Por conta das dúvidas nas traduções do hebraico, língua complexa de traduzir, algumas pessoas
se recusam a aceitar que o diabo ganhou, de Deus, autoridade sobre os tambores. Isso acontece
30
pela certeza que elas têm (certeza a qual eu compartilho), de que o instrumento não pode ser do
diabo, já que existem pessoas com dom de tocá-lo para a glória de Deus.
Apesar de a bíblia não mencionar esse assunto em mais nenhum texto, existem evidencias mais
do que suficientes, nos dias de hoje, para concluir a autoridade do diabo sobre os tambores.
Basta olhar para as religiões em que existem invocação de demônios, para perceber que os
tambores sempre estão presentes.
Sim, existem músicos e bandas consagradas ao diabo que utilizam todo tipo de instrumento e
em Isaias 14:11 é mencionada também a harpa em poder do diabo, mas na questão direta de
possessão espiritual (invocação de demônios), observa-se claramente o uso dos tambores como
carro chefe, como gatilho. Isso evidencia que o diabo tem autoridade sobre os tambores. É muito
claro!
Por conta dessa realidade, alguns acabam “demonizando” os instrumentos de percussão, em
especial os tambores. Criou-se o entendimento de que se o diabo utiliza, não se pode utilizar
para Deus.
Ficaria muito mais fácil o entendimento do assunto, se as pessoas percebessem que não existe
um conflito nessa questão. O fato de Deus dar autoridade ao diabo sobre os tambores, não faz
do diabo criador do instrumento, tão pouco o instrumento foi profanado por conta da rebeldia
do diabo, que não só tinha, mas ainda tem autoridade sobre os tambores.
O mesmo acontece com qualquer dom, dado por Deus a uma pessoa qualquer. Afinal, um dom
para fazer algo é uma autoridade conferida por Deus a uma pessoa. Se um bom advogado, que
tem dom para isso, usar o dom para se rebelar contra Deus, isso não profana a profissão de
advogado. Não impede perante Deus, que outras pessoas usem o dom da advocacia em prol do
seu Reino. Afinal, o criador do dom é Deus.
Da mesma forma, Deus deu autoridade ao diabo sobre os tambores, no entanto, Deus continua
sendo o criador dos tambores, assim como o texto bíblico relata: “no dia em que foste criado,
foram eles preparados.”. Os tambores foram preparados por Deus.
31
O fato de o diabo ter se rebelado contra Deus não altera o criador do instrumento, nem tão pouco
o fim para o qual foi criado. Afirmar o contrário seria como dizer que não podemos mais fazer
uso da galinha como alimento por conta de o animal ser usado em rituais satânicos. Percebe o
absurdo? Ainda que o diabo tenha autoridade para fazer uso desse animal, isso não profana a
criação de Deus!
Os instrumentos de percussão foram criados para levar as pessoas a adorar a Deus com o corpo
e, prova de que essa finalidade não foi alterada e de que Deus não deixou de aceitar a percussão,
está nas passagens bíblicas que mencionam o uso dos tambores juntamente com danças:
“A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela
com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque
gloriosamente triunfou...”
Êxodo 15:20
“Louvai-o com adufes e danças...”
Salmos 150:4
“...saiu-lhe a filha ao seu encontro, com adufes e com danças...”
Juízes 11:34
“...saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores...”
1 Samuel 18:6
Perceba que as religiões que invocam demônios fazendo uso dos tambores, os utilizam
juntamente com danças. Os próprios demônios, ao possuírem as pessoas, começam a rodar e
dançar. Percebemos o uso intenso desses instrumentos juntamente com danças também no
carnaval, festa “da carne” (ou do corpo). Outras passagens, evidenciam o uso dos tambores
sempre ligado à alegria:
“...para que eu te despedisse com alegria, e com cânticos, e com tamboril...”
Gênesis 31:27
“...alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com
harpas, com saltérios, com tamboris...”
32
2 Samuel 6:5
“...cantem-lhe salmos com adufe...”
Salmos 149:3
Os tambores foram criados por Deus, para serem tocados em momentos de alegria, para dançar
na presença de Deus, comemorar seus feitos. Após o diabo ter se rebelado, usou a autoridade
dada por Deus a ele, para continuar a fazer uso dos tambores, mas de maneira contrária a Deus.
Ainda assim, Deus não retirou o que foi dado a ele.
Assim também é conosco. Voltando ao exemplo do advogado, o fato de ele usar o dom de
maneira contraria, não faz com que ele perca o dom, assim como diz Romanos 11:29:
“porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.”
Romanos 11:29
No dia do juízo, cada um dará conta de acordo com o dom que recebeu, assim como toda a
autoridade que foi conferida ao diabo será “passada a limpo”!
Para se aprofundar um pouco mais nesse tema, pode-se citar apocalipse capítulos 8 e 12.
A partir do versículo 7 de apocalipse 8, ao soar das quatro primeiras trombetas, podemos ver
que serão destruídas:
1ª trombeta - a terça parte da terra, das árvores e toda erva verde
2ª trombeta - a terça parte do mar se torna em sangue e morrem a terça parte da vida no mar e
são destruídas a terça parte das embarcações
3ª trombeta - a terça parte da água doce se torna amarga e morrem muito homens
4ª trombeta - a terça parte do sol, lua e estrelas se escurecem
De acordo com o texto de apocalipse 12:3-4, o diabo e seus anjos somavam a terça parte do céu.
Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez
chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu,
33
as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à
luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
Apocalipse 12:3-4
Ao destruir a terça parte de todas as coisas relatadas em apocalipse 8, Deus mostrará ao diabo
que ele estará perdendo a autoridade que tem sobre um terço de muitas coisas, assim como tem
sobre um terço do céu (anjos caídos que trouxe com ele). Vale mencionar, que entre os três
grupos de instrumentos existentes (sopro, cordas e percussão), os tambores, aos quais o diabo
tem autoridade, se enquadra em um terço deles (percussão).
É inegável que o diabo tem autoridade sobre muitas coisas, mesmo sendo elas criadas por Deus.
Porém, o maior interessado em que o instrumento seja considerado profano pela igreja, é o
próprio diabo, pois Deus não o deixou de aceitar, e nem haveria motivo para isso. Ele criou o
instrumento com uma finalidade e não voltou atrás.
Os tambores não só podem, mas devem ser usados, assim como nunca deixaram de ser usados
no período da bíblia. Existem diversos relatos bíblicos do uso dos tambores para louvor a Deus.
Inclusive por determinação de Davi. Homem segundo o coração de Deus.
Fato é que se deve utilizar todos os grupos de instrumentos musicais, cada qual com sua
finalidade, para a glória de Deus, afinal Ele é o criador de tudo!
34
6- Dados estatísticos
Durante o levantamento realizado em toda a bíblia para a produção deste estudo, foram
registradas todas as informações relacionadas à música e sobre cada instrumento encontradas
em cada um dos livros em que são mencionados, podendo-se assim gerar alguns dados
estatísticos que servem apenas para se ter uma noção geral da dimensão de cada item no contexto
bíblico, já que não podem ser considerados como precisos por conta de variações das menções
dos instrumentos de acordo com a tradução bíblica que se utiliza.
Foram encontradas 368 menções de instrumentos musicais e palavras relacionadas à música
como instrumento, canto, músico, etc. Observa-se que a grande maioria das menções estão
concentradas no antigo testamento, conforme gráfico a seguir.
90%
10%
Quantidades de menções por testamento
Antigo Testamento
Novo Testamento
35
Analisando livro a livro, foram identificados o livro de Salmos, 1 Crônicas e 2 Crônicas como
os 3 livros que possuem o maior número de menções de palavras relacionadas à música,
respectivamente, com destaque para o fato de o livro de Salmos ter o dobro de menções em
relação a 1 Crônicas, conforme gráfico a seguir.
1%2%
1%
2%1%
1%
2%2%
4%
1%1%
12%
9%
1%
3%
1%
24%
7%
3%
0%
1%
8%
1%1%1%1%0%0%1%1%0%0%
1%
0%1%
6%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
1Samuel
2Samuel
1Reis
2Reis
1crônicas
2crônicas
Esdras
Neemias
Jó
Salmos
Isaias
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Habacuque
Sofonias
Zacarias
Mateus
Lucas
Atos
Romanos
1Corintios
1Tessalonicensses
Hebreus
Apocalipse
Quantidade de menções por livro
36
Cada capítulo do livro de Salmos, foi classificado de acordo com sete temas: Agradecimento,
Didático, Louvor, Narrativa, Oração, Revelação e Outros, resultando no gráfico a seguir, onde
observa-se o tema Oração como sendo o tema a que se destina a maioria dos Salmos, seguido
do Louvor.
36%
29%
15%
7%
6%
5%
1%
Temas de destinação dos Salmos
Oração
Louvor
Didático
Narrativa
Outros
Revelação
Agradecimento
37
Considerando apenas os instrumentos musicais, foram encontradas 225 menções na bíblia.
Observou-se que a trombeta é, de longe, o instrumento musical mais mencionado. No entanto,
muitas das suas menções não são relacionadas à música exatamente, mas à toques de sinalização
em batalhas ou toques para anunciar algo. No gráfico a seguir é possível visualizar o percentual
de menção para cada instrumento na bíblia.
45%
19%
7%
6%
6%
5%
5%
2%
2% 1% 1% 1%
Quantidade de menções por instrumento
Trombeta
Harpa
Flauta ou pifaro
Alaúde
Tamborim ou Adufe
Saltério
Címbalo
Cítara
Lira
Gaita de Foles
Clarins
Pandeiro
38
Ao separar os 12 instrumentos mencionados na bíblia de acordo com seus grupos (corda, sopro
e percussão), é possível identificar o grupo com o maior número de instrumentos.
O grupo das cordas possui 5 dos 12 instrumentos (harpa, alaúde, saltério, cítara e lira),
representando assim, o grupo com a maioria dos instrumentos, conforme gráfico a seguir.
42%
33%
25%
Quantidade de instrumentos por grupo
Corda
Sopro
Percussão
39
Reunindo-se todas as 225 menções bíblicas aos instrumentos e separando-os por grupo, pôde-
se observar qual o grupo de instrumento recebeu o maior número de menções, restando o sopro
como o grupo de maior representatividade, seguido pelo grupo das cordas e da percussão,
conforme gráfico a seguir.
55%34%
11%
Quantidade de menções por grupo de instrumento
Sopro
Corda
Percussão
40
Se retirada a trombeta, instrumento que possui grande número de menções não relacionadas
diretamente à música, observa-se o grupo das cordas em primeiro, seguido pelo grupo da
percussão e do sopro, conforme gráfico a seguir.
62%
20%
18%
Quantidade de menções por grupo de instrumento (sem trombeta)
Corda
percussão
Sopro
41
Quando observados os instrumentos mais mencionados na bíblia para louvor a Deus, conclui-
se que a harpa ocupa com folga a primeira posição, seguida pela trombeta e alaúde, na segunda
e terceira posições, respectivamente, conforme gráfico a seguir.
Na bíblia existem relatos de todo o tipo de instrumento sendo usado para Deus. Não existia
restrição e hoje também não deve existir. Não se deve ter discriminação com nenhum
instrumento. Deus é o criador da música e deu capacidade para o homem criar instrumentos.
Seja qual for o instrumento, ele foi criado para tocar notas, que foram criadas por Deus. Não só
devemos impedir que a religião restrinja a diversidade de instrumentos musicais para o louvor
da glória de Deus, mas devemos buscar fazer uso da capacidade e inspiração que Deus nos dá
para criar mais e mais instrumentos para nos alegrarmos na presença de Deus, como faziam nos
tempos bíblicos.
28%
17%
12%
11%
13%
9%
3%
3%
2% 2% 0% 0%
Menções para louvar ao Senhor
Harpa
Trombeta
Alaúde
Saltério
Címbalo
Tamborim ou Adufe
Flauta ou pifaro
Lira
Clarins
Pandeiro
Cítara ou Sacabuxa
Gaita de Foles
42
7- Música para adoração
A configuração da música para a adoração à Deus, poderia ser representada como na figura a
seguir.
O músico se consagra, mantém um comprometimento com Deus. Quando adora, faz com que a
presença de Deus se manifeste na terra e isso chega até a congregação, que por sua vez também
adora a Deus.
Existem dúvidas a respeito dos ritmos musicais quando o assunto é música para adoração.
Existem ritmos ideais para a adoração? Existem ritmos que não devem ser utilizados? Quando
se observa o contexto da música na bíblia, fica claro que as ênfases são o propósito pelo qual
ela é tocada, as letras, os instrumentos. Não mencionando nada a respeito de ritmos. Deus não
recusa ritmo, apenas julga o propósito, a letra, a condição do músico. Deus deixou o ritmo a
encargo do homem e todos podem ser utilizados desde que feito com o propósito correto e da
maneira correta.
43
É claro que, por estarem os ritmos ao nosso encargo, devemos fazer uso do bom senso ao
escolher as ocasiões certas para eles. Na hora de se alegrar por exemplo, não dá para tocar
música morna, “bater palminhas”. Assim como escrito em 2 Crônicas, tem que estremecer!
“Os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a Festa dos Pães Asmos por sete
dias, com grande júbilo; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao SENHOR de dia em dia, com
instrumentos que tocaram fortemente em honra ao SENHOR.”
2 Crônicas 30:21
Bom senso também é exigido nas letras e na forma de cantar. O apóstolo Paulo advertiu a igreja
de Corinto sobre o falar em línguas nos cultos. A igreja estava exagerando no falar em línguas,
a ponto de a pregação bíblica ter menos espaço do que essa prática. Paulo adverte, que se deve
entender (com a mente) o que se fala na igreja, caso contrário não existe a edificação das pessoas.
Ao mencionar que se deve orar em línguas, mas também com a mente, para que todos entendam,
Paulo menciona também que se deve cantar no espírito, mas também com a mente. Ou seja,
usando a inteligência, a sabedoria, para que se entenda o que se canta, para que os ouvintes,
sejam capazes de entender a revelação, a mensagem, o louvor.
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o
espírito, mas também cantarei com a mente.
1 Coríntios 14:15
Outro ponto importante a abordar é o local da adoração a Deus. Se vê hoje com certa frequência
músicas que foram compostas para adorar a Deus sendo tocadas no mundo. Cantores cristãos
estão permitindo que músicas compostas para a adoração à Deus sejam executadas em
ambientes errados e por artistas que não servem a Deus. Permitem até mesmo que esses artistas
façam regravações de suas músicas, incluam em seus repertórios e as executem juntamente com
outras canções de letras sujas em shows e eventos. Permitem isso com o argumento de que estão
“levando a palavra”, “evangelizando”. Ora, quem disse que a adoração a Deus tem esse fim?
A adoração deve ser executada em local santo. É parte do culto à Deus. Deve levar a
congregação a cultuar a Deus. Executar música de adoração em local impuro é uma ofensa à
Deus.
44
No mundo, a música é usada como entretenimento. Imagine como é aos olhos de Deus uma
música composta para adorá-lo sendo executada como entretenimento no meio dos impuros.
A responsabilidade por “guardar” a música é do próprio músico, ninguém fará isso por ele,
afinal, Deus deu a ele o dom e inspiração para compor. A guarda da adoração é algo muito sério
e o diabo veio trabalhando desde os tempos bíblicos para cá, fazendo com que os adoradores
deixassem de considerar a adoração como sagrada. A tentação para que os músicos profanem o
sagrado não é de hoje. No salmo de número 137, se observa um relato da época em que o povo
de Deus foi levado cativo. A tradução americana king james, sugere que os inimigos não pediam,
mas exigiam que os levitas tocassem músicas de Sião para alegrá-los. Queriam entretenimento
e pretendiam fazer isso com as músicas sagradas. Os músicos, que tinham plena consciência do
significado da adoração, negaram executar as músicas sagradas em local estranho:
“Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?”
Salmos 137:4
A intrepidez desses músicos em seus atos e respostas aos inimigos é exatamente o que precisa
ser feito hoje. Eles até penduraram seus instrumentos nas árvores e diziam que podiam ter suas
mãos ressecadas e suas línguas apegadas ao paladar caso se esquecessem de Jerusalém. De fato,
eles poderiam morrer, mas não tocariam seus instrumentos em terra estranha.
O próprio Deus nos dá o exemplo ao guardar a música sagrada:
“...E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram
comprados da terra.”
Apocalipse 14:3
O texto de apocalipse 14 descreve um acontecimento do fim dos tempos, onde apenas os cento
e quarenta e quatro mil serão capazes de aprender o novo cântico. Os cento e quarenta e quatro
mil serão pessoas puras, assim como descreve os versículos seguintes:
45
“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores
do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias
para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.”
Apocalipse 14:4-5
Obviamente não se exige esse nível de pureza para ser músico hoje, mas o texto de apocalipse
explicita a importância de não deixar os impuros (ímpios) profanar a música feita para Deus.
Os músicos estão deixando o sagrado ir para o mundo. Algumas vezes, até eles mesmos vão
executar suas músicas no mundo, seja nas tvs, seja em shows. Vão para gravadoras do mundo,
se vendem por dinheiro e ainda dizem que é Deus abençoando. Estão vendendo o sagrado. Deus
está abominando tudo isso! A adoração é algo sagrado e o músico é responsável pela sua guarda.
Ao que parece, o músico cristão escolhido para a adoração está sujeito à duas coisas nos dias de
hoje. Ou o diabo pega o dom do músico o convence a usar seu dom no mundo, porque a igreja
não “dá futuro" para ninguém, ou o faz errar dentro da própria igreja, profanando o sagrado.
46
8- Música para evangelização
A música também pode ser utilizada para evangelizar, afinal é uma arma poderosa e deve ser
explorada. O evangelista, por natureza, busca formas de atrair as pessoas à Jesus e está disposto
a utilizar todo tipo de ferramenta para isso, como Paulo disse:
“Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos,
com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim
de me tornar cooperador com ele.”
1 Coríntios 9:22-23
A configuração da música para a evangelização poderia ser expressa conforme figura a seguir:
O músico se consagra, mantém um comprometimento com Deus. Deus dá estratégias para, com
o uso da música, atrair os gentios. Após serem atraídos, precisam receber a palavra, seja pelo
músico, seja por um pastor. Deus convence aos gentios sobre a verdade através da mensagem e
eles são levados à Deus.
47
Não existem barreiras de ritmos musicais também quando o objetivo é a evangelização, afinal,
todas as tribos devem ser alcançadas. Porém, algumas observações sobre as letras podem ser
feitas.
No caso da adoração. Pode-se falar em seguir as várias referências bíblicas que existem, mas
sabemos que o Espírito Santo de Deus é quem dá a inspiração para a composição.
No caso da evangelização, também deve-se considerar que a inspiração do Espírito Santo é a
melhor forma de compor, já que a partir das letras o Espírito tocará em cada ouvinte. No entanto,
cabe ressaltar o erro que muitas bandas cometem ao tentarem “camuflar” a mensagem.
Procuro estar antenado em tudo que é lançado, não só no âmbito nacional, mas também no
internacional. Vejo com bastante frequência bandas cristãs lançando discos com letras
desanimadoras. É preciso ser um mestre na interpretação, não raramente quase um adivinho,
para concluir que a letra fala de Jesus. Imagine um pregador tentando evangelizar alguém sem
falar de Jesus, parece piada, não?
”Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se
acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os
que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”
Mateus 5:14-16
Jesus disse que não veio para os sãos e sim para os doentes, como se pode levar luz para os
doentes se não falarmos abertamente de Jesus?
“Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de
lábios que confessam o seu nome.”
Hebreus 13:15
Confessar o Nome de Jesus é requisito básico da evangelização, seja ela por meio da música, ou
por qualquer outra ferramenta. É esse Nome que está acima de todo nome, é o Nome que tem o
poder, precisa ser anunciado, sem rodeios!
48
a. Tatuagens e piercings
A questão é polêmica, pois por mais que seja claro o caminho que o contexto bíblico nos leva
para entender o assunto, a igreja hoje se utiliza de argumentos frágeis para abordá-lo, fazendo
com que isso ainda não tenha sido superado em meio aos cristãos que concordam com essa
prática. Em meio a essa situação, e por se tratar de assunto muito presente quando da utilização
da música para a evangelização, faz-se necessária a abordagem do tema.
O ponto focal da questão, na verdade, não é o “rabisco” no corpo ou o furo no nariz. Não é o
ato em si de tatuar, e sim a motivação para o ato, a intenção do coração. Ninguém faz uma
tatuagem para escondê-la, quem faz, a faz para mostrar. Quer mostrar que discorda do normal,
do comum, quer expressar alguma revolta, quer ser diferente dos outros, ou mesmo parecer
descolado. Fato é que, todas as motivações para tatuar ou colocar piercings que conseguirmos
encontrar, não estarão alinhadas com a vontade de Deus. Ao pensar em fazer uma tatuagem, o
cristão deve identificar qual a intenção de fazer, se fizer isso e conhecer a bíblia, não a fará.
E quem tem tatuagem e se converte ao evangelho? Como fica?
Se o erro fosse o “rabisco” o convertido jamais teria o perdão, já que a tatuagem não sai mais.
O que faz ele obter o perdão é retirar a intenção errada do coração. Sem a intenção errada no
coração, tanto faz o rabisco continuar lá, pois o real erro foi tirado. Mas quem faz a tatuagem
ou coloca piercings, sempre está com a intenção errada no coração, por isso nunca se deve fazer.
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
Provérbios 4:23
Utiliza-se também o argumento de que o músico cristão, com a intenção de evangelizar, deve
fazer tatuagem para ser aceito em determinada tribo e assim conseguir levar a mensagem. Ora,
a música, por si só, já tem o poder de atrair, não é necessário nada mais.
Há alguns anos atrás eu comprava equipamentos musicais regularmente em determinada loja.
Sempre era atendido por um músico, baterista, que já havia tocado em diversas bandas de som
pesado e sempre conversávamos sobre esse estilo musical. Certa vez, enquanto eu testava um
equipamento, ele me observava, em pé, ao meu lado direito. Quando acabei de testar o
49
equipamento ele me falou: “Cara, já toquei em muitas bandas legais, gosto bastante do estilo
musical, mas me arrependo muito de ter feito isso aqui” e apontava para seu braço esquerdo,
onde tinha uma tatuagem enorme de um demônio. Não tenho tatuagem alguma e isso nunca me
impediu de me aproximar de tribos que fazem uso de tatuagens. Pelo contrário, as pessoas viam
em mim uma pessoa diferente, isso despertava curiosidade nelas em saber mais sobre em que
eu acreditava. Deus sabe fazer as coisas, se Ele te quer em meio a uma tribo, evangelizando, Ele
te colocará lá do jeito certo.
50
9- Influência musical
Se Deus criou a música e é o sentido da sua execução, por que buscar em outra fonte, senão em
Deus?
Muitos dizem que músicas que não falam de coisas ruins, que falam de coisas cotidianas, etc.
Não podem ser classificadas como do diabo. Porém, na medida em que o músico cristão é
influenciado por músicas do mundo, sejam elas as que falem abertamente de coisas malignas,
sejam músicas “neutras”, o diabo está conseguindo desviar o propósito da música, assim como
faz no mundo.
A música foi criada por Deus e para Deus. Tocar com outra motivação, que não seja as coisas
de Deus, é como tocar para surdos. Não faz sentido.
Por que ser influenciado por músicos que não utilizam a música para o propósito certo? É como
ter como ídolo um cara que usa uma barra de ouro para martelar pregos! Ele está inutilizando
algo precioso.
Quanto mais o músico estudar sobre a música na bíblia, menos sentido ele verá nas músicas do
mundo, por mais geniais que as composições possam ser aos ouvidos humanos.
Não se deve ter como referência o dom de ninguém, deve-se fazer uso do seu próprio dom da
maneira certa. Se uma pessoa que não serve a Deus fez algo admirável com o dom que Deus
deu a ela, o que uma pessoa que serve a Deus poderá fazer com o dom que Deus a deu?
“Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que
não o serve.”
Malaquias 3:18
Deus é a maior fonte de inspiração que um músico pode ter, recebendo dessa fonte, músicas
incríveis serão criadas. Mas é preciso estar com esse propósito no coração, caso contrário, não
dará certo.
Convido a você, músico cristão compositor, a fazer uma experiência.
51
Faça um jejum de ouvir músicas de qualquer tipo. Período suficiente para que você não lembre
mais delas, não tenha vontade de ouvi-las. No começo, pode demorar bastante para isso
acontecer, talvez meses. Pegue sua bíblia, que é uma fonte de águas vivas. Ore a Deus. Peça a
Ele inspiração. Leia a bíblia, compreenda racionalmente o que lê, peça a Deus que te revele o
significado do texto. Após ter as revelações de Deus, volte a pensar em música, use as revelações
como inspiração. Você verá música na bíblia! Algo novo, que Deus deu somente a você! Depois
julgue se prefere se inspirar em Deus ou em alguma outra coisa.
Isso não está restrito à música para adorar a Deus. Os músicos evangelistas também têm de
beber na fonte certa, em Deus. Ainda que se toque ritmos musicais já existentes, pode-se fazê-
los de uma forma que ninguém fez. Deus sabe atrair as pessoas a Ele. Por que não deixar que
Ele nos use por completo? A inspiração vinda de Deus gera coisas que não seriamos capazes de
fazer, gera algo novo.
É importante observar como Deus trata a novidade na música. Quando se faz algo novo, soa de
forma especial para Deus.
“Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor até às extremidades da terra, vós, os que
navegais pelo mar e tudo quanto há nele, vós, terras do mar e seus moradores. O SENHOR
sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito
de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos.”
Isaías 42:10 e 13
“Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras.”
Salmos 96:1
“Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu
braço santo lhe alcançaram a vitória.”
Salmos 98:1
“A ti, ó Deus, entoarei novo cântico; no saltério de dez cordas, te cantarei louvores.”
52
Salmos 144:9
“Aleluia! Cantai ao SENHOR um novo cântico e o seu louvor, na assembleia dos santos.”
Salmos 149:1
“e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque
foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação.”
Apocalipse 5:9
“Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos...”
Apocalipse 14:3
53
10- Os recursos financeiros e o papel da igreja
A música cristã nunca esteve tão em evidência quanto nos dias de hoje. São inúmeros cantores,
inúmeros discos sendo lançados, cantores aparecendo em programas de tv, etc. Por esse motivo,
muitos podem acreditar que estamos vivendo o auge da música cristã no país. O que acontece é
justamente o contrário! Estamos vivenciando uma decadência da música cristã. Estamos
descendo ladeira abaixo!
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos céus. ”
Mateus 5:20
O versículo 20 de Mateus 5, nos diz que temos que exceder em muito a justiça se comparado
aos que não servem a Deus. Porém, se olharmos para o rumo que a música cristã tem tomado
nos últimos tempos, veremos que cada vez mais estamos nos parecendo com o que fazem os
cantores do mundo. Estamos assinando contratos com grandes gravadoras do mundo, ganhando
disco de ouro pelo número de cópias vendidas, fazendo shows para milhares de pessoas e
cobrando por tudo isso ao ponto de ficarmos ricos.
Se um músico cristão ouvisse hoje alguém dizer que vender música é pecado, muito
provavelmente acharia isso algo muito duro. No entanto, se pensarmos no propósito da música,
logo entendemos que cobrar por ela é um absurdo.
No caso da música como forma de adoração, como pode o músico impedir que a congregação
experimente a unção e a presença de Deus quando ele toca, por conta de cobrar pela música? Se
eu não tiver condições para adquirir o seu cd, não posso experimentar da unção? Ainda que eu
tenha condições, preciso pagar para experimentar algo que Deus dá gratuitamente? Imagine isso
aos olhos de Deus.
No caso da música como forma de evangelização, vai se cobrar pela palavra?
“Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes,
de graça dai. ”
54
Mateus 10:8
A música está sendo tratada como um produto. Produto que usa as coisas de Deus para levantar
recursos. É como quando utilizaram o templo para vender mercadorias, situação que fez com
que Jesus tivesse a atitude mais violenta em toda sua passagem pela terra.
Nesse ponto do texto, você músico deve estar se perguntando como fará para obter o seu
sustento, já que, em muitos casos, mesmo cobrando para tocar o músico já passa por dificuldades
financeiras.
Aqui entra o papel da igreja, que, assim como nos tempos bíblicos, devem suprir TODAS as
necessidades de seus músicos, sejam necessidades pessoais ou ferramentas de trabalho. Eles
devem ser remunerados por todas as atividades que exercem, de acordos com as habilidades que
Deus deu a eles.
Será que a igreja está fazendo seu papel frente aos músicos?
Ainda que possam haver casos em que a igreja aja corretamente, pode-se encontrar muitos
outros casos de músicos que evidenciam que a maioria das igrejas ou não fazem seu papel, ou
o fazem incompleto.
Empresas do mundo estão agenciando carreira de “novos talentos” de música gospel com
interesse financeiro. Os músicos, despreparados espiritualmente, estão caindo na armadilha. E
a igreja, aonde está? Deveria estar suprindo as necessidades desses músicos, afinal, os recursos
da igreja também são para isso.
Certamente, quando a igreja não faz sua parte está perdendo muito. Em Filipenses 4, o apóstolo
Paulo, após ter sido suprido em todas as suas necessidades pela igreja, falou:
55
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de
vossas necessidades.”
Filipenses 4:19
Ao suprir os servos de Deus, a igreja recebe a provisão para todas as suas necessidades também.
Se hoje vemos as igrejas quase implorando por recursos que estão faltando, isso é resultado de
não estarem fazendo sua parte junto aos seus músicos, pastores, etc.
Mas quando a igreja não faz sua parte, o que o músico deve fazer?
Realmente é muito difícil quebrar esse ciclo errôneo em que acabamos entrando, porém, quando
se põe no coração o fazer o certo, quando o errado deixa de ser uma opção para você, aí poderá
reivindicar no mundo espiritual os seus direitos. Poderá expor a situação para Deus, dizer para
Ele que não fará o errado ainda que pareça ser essa a única opção. Ora, é do interesse de Deus
que não só o músico, mas todos os seus servos andem retamente. Não haveria Deus de prover
suas necessidades? Como tudo no evangelho, isso é uma questão de fé.
Mesmo que a igreja não faça sua parte, o músico não deve se corromper, fazendo da música um
produto. Os músicos do salmo 137, não se corromperam, não profanaram o sagrado, não o
fariam ainda que oferecessem muito dinheiro a eles. Lembre-se: O músico é o responsável pela
guarda da música. Não deve deixar que nada a profane. Não deve deixar que nada desvie seu
propósito.
Deus dará estratégias para que os músicos comprometidos com Ele não precisem usar seu dom
para coisas erradas.

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Estudo biblico sobre música

  • 1. SÃO PAULO 2017 ESTUDO BÍBLICO SOBRE A MÚSICA CLEBER RODRIGUES DE PAULA
  • 2. 2 Índice 1- Introdução............................................................................................................................3 2- A importância da música.....................................................................................................4 3- O músico..............................................................................................................................9 4- Instrumentos bíblicos.........................................................................................................13 5- Os grupos de instrumentos ................................................................................................26 6- Dados estatísticos ..............................................................................................................34 7- Música para adoração........................................................................................................42 8- Música para evangelização................................................................................................46 9- Influência musical .............................................................................................................50 10- Os recursos financeiros e o papel da igreja .......................................................................53
  • 3. 3 1- Introdução Nos dias de hoje, existe certa tendência nas pessoas em tratar a música como algo de menor seriedade. Trata-se a música como ferramenta de descontração, diversão, hobby, etc. Quem leva a música a sério, muitas vezes não é julgado pelas pessoas como tão importante quanto quem exerce outras atividades. Isso acontece pelo fato de a maioria das pessoas desconhecerem o real significado da música. Até mesmo alguns dos próprios músicos o desconhecem. Deus criou a música. A criou com perfeição. Imagine a música com sua infinita variedade de combinações de notas, ritmos, melodias, harmonias, timbres, etc. Por que algo tão complexo seria criado por Deus sem um grande propósito? Este estudo buscou compreender a música de forma completa a partir da análise de como era utilizada nos tempos da bíblia. Numa busca realizada em toda a bíblia, fazendo uso das versões Ferreira de Almeida Revista e Atualizada e Ferreira de Almeida Revista e Corrigida, foram encontradas 368 menções relacionadas a música. Aproximadamente 90% dessas menções estão no antigo testamento. O restante (aproximadamente 10%), que estão no novo testamento, são menções indiretas, citadas como exemplos a outros assuntos ou, em sua maioria, menções de trombetas que anunciam algo, como comandos de guerra, quase todas essas menções feitas em apocalipse, na narração do fim dos tempos. O fato de não existir quase nenhuma menção concreta de coisas relacionadas à música no novo testamento, sinaliza que nada havia a acrescentar no modo como ela já era utilizada. Assim, concluímos que muito do que precisamos saber a respeito da música, se encontra no antigo testamento, de onde foram extraídos a maioria dos textos que embasam este estudo.
  • 4. 4 2- A importância da música A bíblia nos mostra claramente quão séria é a música, ao mencionar passagens em que Deus se irou por conta de estarem fazendo o seu uso de maneira errada. Em Amós 6, dentre a descrição das corrupções de Israel, Deus menciona que o povo cantava à toa ao som de instrumentos, que os inventavam, assim como Davi, mas os usavam para sua própria glória, para seus próprios interesses. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de liras e harpas, tamboris e flautas nos banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso dos instrumentos, porém não consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. Passagens bíblicas associam a falta de música à ruína de uma cidade (no caso, a babilônia). “Farei cessar o arruído das tuas cantigas, e já não se ouvirá o som das tuas harpas.” Ezequiel 26:13 “E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá...” Apocalipse 18:22 A música tem forte significado espiritual. Foi criada por Deus para estreitar os laços com seus servos. Quando executada da forma correta, cria um momento de intimidade entre o servo e o Senhor. No antigo testamento, existem inúmeras passagens que relatam as leis estipuladas por Deus acerca de sacrifícios de animais. Esses sacrifícios eram realizados para proporcionar ao povo de Deus uma nova chance após terem cometido pecado, ou simplesmente quando queriam voluntariamente agradecer a Deus por algo. Os sacrifícios eram algo muito importante, essencial para manter a ligação entre Deus e o homem.
  • 5. 5 No Salmo de número 69, Davi diz que louvar a Deus com cânticos é um ato maior perante Deus, se comparado a sacrifícios realizados à época. Com isso, pode-se entender muito sobre a importância que Deus dá para a música. “Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-lo-ei com ações de graças. Será isso muito mais agradável ao SENHOR do que um boi ou um novilho com chifres e unhas.” Salmos 69:30-31 Josafá, rei de Judá, vivenciou um dos maiores acontecimentos bíblicos relacionados à música. Os Moabitas, Amonitas e habitantes do monte Seir, inimigos de Israel, marchavam em direção a Judá para guerrear contra o povo de Deus. Josafá buscou a Deus, que por sua vez prometeu acabar com os inimigos sem mesmo precisar da intervenção de Judá. Deus ordenou a Josafá que no dia seguinte se dirigisse com seu exército ao encontro dos inimigos e ficassem parados, observando o livramento. Ao saírem para o encontro com os inimigos, Josafá ordenou que cantores vestidos de ornamentos sagrados, marchassem à frente do exército e louvassem a Deus. A bíblia relata que ao começarem a louvar, Deus colocou os inimigos em emboscada e eles acabaram guerreando uns contra os outros a ponto de serem completamente exterminados. O texto de 2 crônicas 20, sugere que Deus daria a vitória a Judá somente ao chegarem perante os inimigos, pois ordenou que se achegassem perante eles, tomassem posição de ataque, mas ficassem parados aguardando o livramento, tanto que Josafá, ao chegar ao local, procurou pelos inimigos, mas só encontrou mortos. Deus, ao ouvir os cantores, agiu antes do programado. É como se Deus não tivesse resistido quando ouviu os louvores e agiu naquele mesmo momento. A música foi o gatilho para o livramento! Após chegarem ao local da batalha e encontrarem os inimigos mortos, saquearam seus despojos por 3 dias e ao quarto dia, passaram o dia todo louvando a Deus pelo livramento. Quando
  • 6. 6 voltaram para Jerusalém, também voltaram louvando com alegria. O acontecimento foi tão grandioso, que a bíblia relata que até os dias de hoje o local é chamado de vale de benção. O povo de Deus, no antigo testamento, sabia exatamente como fazer uso da música e nessa ocasião, conseguiram “mudar” os planos de Deus por conta de tocar seu coração com a música. O diabo trabalha para que a música perca sua essência, e vem tendo bastante sucesso! Fato é que desde o antigo testamento até hoje, a música vem sendo distorcida na igreja. Vem sofrendo com influências mundanas e até mesmo com o desleixo dos músicos em buscar a Deus como buscavam no passado. A bíblia tem muito a ensinar sobre a essência do louvor a Deus através da música: “De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor.” Salmos 45:1 “Cantarei a bondade e a justiça; a ti, SENHOR, cantarei.” Salmos 101:1 “Os mortos não louvam o SENHOR, nem os que descem à região do silêncio. Nós, porém, bendiremos o SENHOR, desde agora e para sempre. Aleluia!” Salmos 115:17-18 “Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação.”
  • 7. 7 Salmos 119:54 “Exalta-te, SENHOR, na tua força! Nós cantaremos e louvaremos o teu poder.” Salmos 21:13 “O teu nome, eu o farei celebrado de geração a geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre.” Salmos 45:17 “Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que te alegram.” Salmos 45:8 “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores. Desperta, ó minha alma! Despertai, lira e harpa! Quero acordar a alva. Render-te-ei graças entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações. Pois a tua misericórdia se eleva até aos céus, e a tua fidelidade, até às nuvens. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra esplenda a tua glória.” Salmos 57:7-11 “Inclinarei os ouvidos a uma parábola, decifrarei o meu enigma ao som da harpa.” Salmos 49:4 “Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia.”
  • 8. 8 Salmos 59:16 “e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus.” 2 Crônicas 5:13,14 Eles cantavam a Deus porque Ele é bom, cantavam as obras de Deus em suas vidas, cantavam porque a misericórdia de Deus dura para sempre. Cantavam o Seu poder, os Seus decretos. Cantavam quando estavam alegres pelos feitos de Deus. Cantavam para comemorar conquistas. Esses são motivos para cantar!
  • 9. 9 3- O músico “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” João 4:23 O termo adorador vem sendo muito utilizado para descrever os cantores de música cristã e João 4:23 é um dos versículos mais conhecidos e citados quando o assunto é adoração à Deus através da música, mas será que entendemos o que Jesus dizia nesse versículo? O versículo está no contexto da história da mulher de Samaria, a qual Jesus pediu água da fonte em que parou para descansar. Jesus fala o conteúdo do versículo 23 em resposta ao questionamento da mulher a respeito do lugar certo para adorar. Jesus explica que o importante não era o lugar em que se adorava e sim conhecer a quem se estava adorando e o adorar em verdade. A mulher vivia uma vida de pecado, vivia no adultério, mas ainda assim ia até o monte para adorar. Segundo Jesus, ela sequer conhecia a Deus, logo, era impossível que ela o adorasse da maneira certa, “em espírito”. Só podemos adorar a Deus em espírito se conhecermos a Ele, que é espírito. Por sua vez, só poderemos conhecer a Deus se andarmos com Ele, se tivermos experiências com Ele. Afinal, como vou adorar a Deus sem motivo? Se o adoro pelo que Ele é, tenho que conhecer quem Ele é. Como Jesus disse: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos...” João 4:22
  • 10. 10 A condição de vivencia no pecado também impedia a mulher de adorar a Deus em verdade, pois como se pode adorar a um Deus que condena o pecado, estando em pecado? Só posso ser verdadeiro na minha adoração a Deus, se faço o que Deus manda! É como está escrito: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Mateus 15:8 Em resumo, para adorar a Deus em espírito, precisamos nos aprofundar em conhecê-lo. Não é conhecimento superficial, é conhecê-lo cada vez mais, ir cada vez mais fundo nas escrituras. É estar hoje um nível acima do que estava ontem e um nível abaixo do que estará amanhã. E para o adorar em verdade, temos que estar em santidade, sem sujeira. De nada adianta eu adorar a Deus em espírito, pois me aprofundei em conhecê-lo, mas não o adorar em verdade, por não estar em santidade. O músico, assim como todo cristão, tem que ser batizado, tem que entender de mundo espiritual, tem que “mergulhar de cabeça” nas coisas de Deus, viver Deus! O nível de comprometimento do músico com Deus, mede a quantidade de unção liberada em suas músicas. Quem não tem comprometimento com Deus, vai cantar na carne, por mais que suas letras sejam lindas e suas composições espetaculares. Quando se diz “nível de comprometimento com Deus”, quer se dizer conhecer Deus em profundidade. Essa não é uma necessidade só do músico, mas de todos que tem um ministério. Quanto mais se aprofunda nos estudos da bíblia, mais unção se terá. Esse assunto dá a oportunidade para citar o caso de Davi, quando tocou a harpa a pedido do rei Saul, que na ocasião, era perturbado por demônio. O texto diz: “E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.”
  • 11. 11 1 Samuel 16:23 É muito importante entender o que aconteceu nesse caso. Diferente do que muitos podem imaginar, ao Davi tocar a harpa, o espírito maligno não era expulso de Saul. Ou melhor, o demônio não perdia a autorização para habitar ali e retornava novamente tempos depois, sendo necessária uma nova intervenção de Davi com sua harpa. O que acontecia na verdade, era uma liberação de unção ao ser tocada a música, por conta do comprometimento que Davi tinha com Deus. O comprometimento era tamanho, que ao tocar, demônio nenhum conseguiria habitar o ambiente, pois a unção de Deus enchia o local. O demônio ficava incomodado com a presença de Deus e saía. Consequentemente, Saul se via aliviado, mas como tinha se desviado de Deus, o demônio voltava novamente. Davi não estava lá para receber honra de homem algum, apenas estava fazendo o que era sua pratica comum. De maneira geral, quanto mais a pessoa se compromete com Deus, menos status ela quer. Os músicos na bíblia não eram protagonistas, eram coadjuvantes. Não existe nenhum caso de músico protagonista na bíblia. Davi foi protagonista no ofício de rei e não no ofício de músico. Na qualidade de músico ele era coadjuvante. Nos dias de hoje, cada vez mais estamos vendo músicos cristãos buscando status e reconhecimento do mundo. Ouço relatos de músicos cristãos que até sonham em cantar junto com cantores do mundo. O que os cantores do mundo têm a acrescentar? Não deveria ser Deus a fonte de inspiração? Quando se está comprometido com uma causa, o seu melhor é extraído em prol da causa, não existirão anseios secundários. Ao que parece, os músicos do mundo estão mais comprometidos com sua causa do que muitos músicos cristãos.
  • 12. 12 Também entristece ver casos em que o diabo explora o dom de certo músico no mundo, extrai o melhor dele e ele faz muito sucesso, arrasta multidões, porém, quando se converte ao evangelho, não permite que o dom dele seja usado ao máximo em prol do reino de Deus. Não necessariamente ele tem que fazer a mesma coisa que fazia no mundo, tocar o mesmo estilo, etc. Afinal Deus é quem dirige, mas não parece coerente que o dom seja usado ao máximo no mundo e depois somente parte dele em prol do Reino. Outro fato importante para observar é que os músicos da bíblia não eram somente músicos, possuíam outras habilidades que compunham a função dos levitas. “Todos os levitas peritos em instrumentos músicos eram superintendentes dos carregadores e dirigiam a todos os que faziam a obra, em qualquer sorte de trabalho. Outros levitas eram escrivães, oficiais e porteiros.” 2 Crônicas 34:13 “Os levitas foram escolhidos por Josafá, rei de Judá, para julgarem da parte do SENHOR e decidirem as sentenças contestadas proferidas pelos juízes.” 2 Crônicas 19:8 Deus não dá somente a habilidade de músico a uma pessoa, dá outras habilidades. Porém, não é incomum ver músicos cristãos insistindo em desenvolver apenas uma das habilidades dadas por Deus. É como a parábola dos talentos, não podemos enterrá-los! De acordo com relatos bíblicos, os músicos eram pessoas que confiavam tudo em Deus, viviam em santidade ao ponto de serem aptos a vestirem as vestimentas sagradas. Eram pessoas objetivas, que apesar de terem muitas habilidades dadas por Deus, não queriam status, apenas faziam o que foram chamadas para fazer. Os músicos de hoje, nada mais precisam fazer do que isso, ser quem Deus quer que sejam, sem anseios pelas coisas do mundo.
  • 13. 13 4- Instrumentos bíblicos Apesar de a bíblia mencionar claramente o nome de alguns instrumentos, muitos outros foram utilizados e não é possível saber exatamente quantos instrumentos existiam. Davi, além de músico habilidoso e excelente compositor, também fazia muitos instrumentos, alguns para fins específicos, como se observa nos textos a seguir. “e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanani, com os instrumentos músicos de Davi, homem de Deus...” Neemias 12:36 “...e quatro mil para louvarem o SENHOR com os instrumentos que Davi fez para esse mister.” 1 Crônicas 23:5 “...Os sacerdotes estavam nos seus devidos lugares, como também os levitas com os instrumentos músicos do SENHOR, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre...” 2 Crônicas 7:6 Outras citações como instrumentos de dez cordas, instrumento de cordas e instrumentos de pau de faia, nos fazem pensar na enorme variedade de instrumentos que podem ter existido na época.
  • 14. 14 a) Identificação dos instrumentos bíblicos Nesse estudo foram utilizadas duas traduções bíblicas, Revista e Atualizada e Revista e Corrigida, ambas de João Ferreira de Almeida. Nessas traduções, foram encontradas menções a nomes de 12 instrumentos, aos quais veremos a seguir. i) Alaúde O Alaúde é um instrumento de cordas, parecido com o violão. Sua caixa de ressonância é arredondada na parte traseira, em forma de gota e seu tampo é plano. O braço, assim como um violão, é trastejado. Existem, porém, na família dos alaúdes, braços não trastejados e diversas extensões de braços. Os trastes raramente são de metal, normalmente de corda ou de tripa torcida, amarrados à volta do braço. Os cravelhames dos alaúdes caracterizam-se pelo seu ângulo de 90 graus. As cravelhas são de madeira e as cordas são normalmente duplas em quase todos os tipos de alaúdes. Podem também adquirir composições mistas de cordas, duplas e simples, em que as duplas correspondem às cordas melódicas e as simples aos graves. Como na maioria dos casos dos instrumentos de corda de música antiga, as cordas eram de tripa torcida e seca. Na bíblia, encontram-se citações dos alaúdes usados para louvar a Deus no templo e em rituais de holocaustos. Os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, profetizavam com alaúdes. A rainha de Sabá, ao ver tamanha sabedoria e riqueza de Salomão, lhe deu madeiras de sândalo, madeira nobre que segundo a bíblia relata, nunca se tinha visto tal qualidade de madeira em Judá. Salomão usou essa madeira para fazer alaúdes. Alaúdes foram tocados durante a construção dos muros, relatada no livro de Neemias.
  • 15. 15 Detalhe de um Alaúde ii) Címbalo Címbalo é um instrumento de percussão, construído a partir de uma liga de metal, geralmente, à base de bronze, cobre e/ou prata. São percutidos golpeando-se cada um dos pratos contra o outro, deixando-os depois vibrar livremente, ou ainda abafando a vibração imediatamente após o impacto, de acordo com o efeito desejado. É mencionado na bíblia o uso para louvar a Deus no templo. Os filhos de Asafe profetizavam usando címbalos. Também foram tocados durante a construção dos muros, relatada no livro de Neemias. Detalhe de um Címbalo
  • 16. 16 Detalhe de um Címbalo iii) Cítara ou Sacabuxa A cítara é um instrumento de cordas esticadas dentro ou sobre uma caixa de ressonância. Existem versões com cordas livres, e versões em que algumas cordas estão esticadas sobre uma manga com trastos. Na bíblia, encontram-se citações desse instrumento no livro de Daniel, quando o rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro e ordenou que todos, ao ouvirem o som de instrumentos (citando a cítara), deveriam adorar a estátua. Os títulos dos Salmos 53 e 88 sugerem que estes foram escritos para serem cantados ao som de cítaras. Detalhe de uma Cítara
  • 17. 17 iv) Clarin O Clarim é um instrumento de sopro, da família dos metais. É composto por um tubo com um bocal em uma das extremidades e uma campânula na outra, sem possuir orifícios ou válvulas de qualquer espécie ao longo de seu corpo, sendo um dos instrumentos mais simples de sua família. O controle das notas é feito pela variação da embocadura do instrumentista, já que o clarim não possui outros meios para tal controle. Consequentemente, o clarim está limitado a soar notas dentro da série harmônica do seu som fundamental. Na bíblia, é mencionado seu uso para louvor a Deus. Em 2 Crônicas, o povo fez juramento ao som de clarins, que iriam buscar a Deus. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som dos clarins da Babilônia. Detalhe de um Clarim
  • 18. 18 v) Pífaro ou Flauta O pífaro ou flauta é um instrumento de sopro transversal, agudo, com um timbre intenso e estridente, devido ao seu diâmetro menor. Juntamente com a harpa, é um dos instrumentos mais antigos e o primeiro (juntamente com a harpa) a ser mencionado na bíblia. A bíblia menciona Jubal, em Gênesis 4:21, como sendo o inventor do instrumento. Flautas foram tocadas na unção de Saul a rei de Israel. Existem menções de seu uso para louvar a Deus. Foi um dos instrumentos que eram tocados como sinal para o povo a adorar a imagem de ouro feita por Nabucodonosor. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som das flautas da Babilônia. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de flautas nos banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso desse e demais instrumentos, porém não consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. Existem relatos bíblicos que associam a execução de músicas com esse instrumento à expressão de sentimentos de alegria e de tristeza. Detalhe de um Pífaro
  • 19. 19 vi) Gaita de Foles A Gaita de foles é um instrumento da família dos aerofones, composto de pelo menos um tubo melódico (chamado ponteiro ou cantadeira, pelo qual se digita a música) e de um insuflador mediado por uma válvula (chamado soprete ou assoprador), ambos ligados a um reservatório de ar (chamado fole ou bolsa). É mencionada na bíblia apenas em Daniel 3, como um dos instrumentos que eram tocados como sinal para o povo a adorar a imagem de ouro feita por Nabucodonosor. Detalhe de uma Gaita de Foles vii) Harpa Sempre triangular, lembrando um arco de caça, arma que pode ter inspirado a criação do instrumento, a harpa é constituída pela caixa de ressonância, coluna, pescoço, cordas e por vezes, pedais ou levers (chaves/alavancas de semitom). Juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos e o primeiro (juntamente com a flauta) a ser mencionado na bíblia. A bíblia menciona Jubal, em Gênesis 4:21, como sendo o inventor do instrumento.
  • 20. 20 É o segundo instrumento mais mencionado na bíblia e o mais mencionado para fins de louvor a Deus. Em apocalipse 5, é descrito um novo cântico entoado ao Cordeiro com harpas. Em apocalipse 14, João relata que ouviu uma voz, vinda do céu, parecida com o som de muitos harpistas. As harpas foram tocadas na unção de Saul a rei de Israel. Com o sândalo ofertado a Salomão pela rainha de Sabá foram feitas harpas. Os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, profetizavam com harpas. Foram tocadas durante a construção dos muros, relatada no livro de Neemias. É mencionada em Daniel 3, como um dos instrumentos que eram tocados como sinal para o povo a adorar a imagem de ouro feita por Nabucodonosor. Salmos 49:4 menciona o decifrar de enigma (revelação) ao som da harpa. Em apocalipse, Deus promete extinguir o som das harpas da Babilônia. Em Isaías 30, Deus promete castigar a Assíria ao som de harpa, dando a entender que haverá festa durante o castigo. Em Isaías 24, na profecia contra tiro, Deus diz que a harpa não será mais ouvida, fazendo alusão ao fim dos tempos. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de harpas nos banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso dos instrumentos, porém não consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. No Salmo 137, quando o povo de Deus se recusou a tocar as músicas sagradas em terra estranha, as harpas foram penduradas nas árvores como sinal de que não iriam tocar. A harpa foi o instrumento tocado por Davi para aliviar o rei Saul das perturbações de demônios. Detalhe de uma Harpa
  • 21. 21 viii) Lira A lira é um instrumento de cordas, quase como uma pequena harpa, conhecido pela sua vasta utilização durante a antiguidade. A estrutura de uma lira consiste num oco (caixa de ressonância) do qual partem, verticalmente, dois braços (montantes), que, por vezes, também são ocos. Junto ao topo, os braços ficam ligados a uma barra (o jugo) que liga as cordas até outra saliência de madeira transversal (o cavalete) disposta junto à caixa de ressonância e que lhe transmite as vibrações das cordas. O número de cordas variava, geralmente entre seis e oito e eram feitas de tripa ou de tendões de boi ou carneiro. Na bíblia, encontram-se menções do uso da Lira para louvar a Deus. Faz menção do povo de Israel cantando à toa ao som da Lira. Em Isaías 5:12, Deus adverte sobre o uso de Liras nos banquetes feitos pelo povo de Israel, dizendo que eles faziam uso dos instrumentos, porém não consideravam os feitos do SENHOR, nem olhavam para as obras das suas mãos. Detalhe de uma Lira
  • 22. 22 ix) Pandeiro Pandeiro é o nome dado a alguns instrumentos musicais de percussão que consistem numa pele esticada numa armação (aro) estreita, que não chega a constituir uma caixa de ressonância. São geralmente circulares, mas podem ter outros formatos. Enfiadas em intervalos ao redor do aro, podem existir platinelas (soalhas) duplas de metal, ou não. Pode ser agitado para produzir som contínuo, ou percutido com a palma da mão e os dedos. Na bíblia, é mencionado em 2 Samuel, quando Davi levou a arca para Jerusalém. Nesta ocasião, o povo se alegrava perante Deus com instrumentos, um deles era o pandeiro. Detalhe de um Pandeiro antigo x) Saltério O saltério é um instrumento de cordas geralmente pulsadas ou beliscadas, como a harpa. Sua origem remonta pelo menos a 300 a.C., quando era utilizado para acompanhamento dos salmos. O saltério medieval (século XII) compõe-se de uma caixa de ressonância triangular ou trapezoidal munida de cordas. Sobre a caixa de ressonância se estendem sete a dez cordas fixadas por cavilhas. Normalmente a caixa se apresenta em forma trapezoidal, com duas ordens de cordas em correspondência dos lados oblíquos - cordas suficientemente distanciadas para
  • 23. 23 serem beliscadas com os dedos ou percutidas com plectros ou com uma varinha metálica ou de madeira, para criar uma melodia ou um acompanhamento rítmico. Está entre os instrumentos mais citados na bíblia para louvar a Deus, sendo para esse fim as únicas menções encontradas, exceto em Daniel 3, quando o rei Nabucodonosor ordena que adorem a imagem de ouro ao tocar de saltérios. Detalhe de um Saltério xi) Tamborim ou adufe Tamborim é um instrumento de percussão do tipo membranofone, constituído de uma membrana esticada, em uma de suas extremidades, sobre uma armação, sem caixa de ressonância. O Adufe, é dotado de membrana esticada em ambas extremidades. No seu interior são colocadas sementes ou pequenas soalhas a fim de enriquecer a sonoridade. O adufe é segurado pelos polegares de ambas as mãos e pelo indicador da mão direita, deixando deste modo os outros dedos livres para percutir o instrumento.
  • 24. 24 Tamborins e adufes, embora sejam da mesma família (tambores), certas traduções da bíblia mencionam-nos como o mesmo instrumento. São os instrumentos em que se observa com mais clareza um padrão em sua finalidade de uso nas menções bíblicas. Quase 100% das menções bíblicas de tamborins e adufes estão ligados a alegria, festas e comemorações, sejam para louvor a Deus, ou em ocasiões cotidianas. Os adufes, em especial, sempre associados a danças e sempre tocados por mulheres. Detalhe de um Tamborim Antigo Detalhe de mulheres tocando Adufes
  • 25. 25 xii) Trombeta A trombeta é um instrumento musical de sopro, da família dos metais, produz um som agudo e geralmente é fabricado de metal. É constituído por corpo, chave de água, bomba de afinação, pistões, cotovelos e bocal, e terminado em pavilhão. É, de longe, o instrumento mais mencionado na bíblia e, apesar de ser o segundo mais mencionado para louvor a Deus, a maioria de suas menções nas escrituras estão relacionadas a comandos de guerra e uso para sinalizar ou anunciar algo, facilitando a orientação de pessoas. Dentre as diversas ocasiões de uso do instrumento na bíblia, estão o uso para louvar a Deus na construção do templo descrita em Esdras 3, festejar a subida da arca do Senhor em 2 Samuel 6, em 2 Reis 11 para festejar a escolha do novo rei, Saul fez tocar as trombetas para anunciar a derrota dos Filisteus, em Êxodo 19 trombetas soaram para anunciar a presença de Deus. Trombetas foram tocadas ainda para anunciar o ano de jubileu, para convocações, para anunciar festa, anunciar perigo (toque de rebate), anunciar chegada de alguém importante, Jesus voltará ao soar a trombeta, segundo relatos em Mateus 24, 1 Coríntios 15, 1 Tessalonicenses 4 e diversos relatos em Apocalipse mostram o uso do instrumento no fim dos tempos. Nas guerras era usada para sinalizar comandos de acordo com toques específicos nas batalhas, assim como sugerem os textos de 1 Coríntios14:8 e Jó 39:25. Em 2 Crônicas capítulos 7 e 23 mencionam sacerdotes que exclusivamente tocavam trombetas. Trombetas de chifre de carneiro foram tocadas para derrubar a muralha de Jericó e Gideão fez uso de trezentas trombetas como falso sinal de ataque causando a morte dos Midianitas. Trombetas foram tocadas ainda durante holocaustos, juramentos e sinais de honraria. Detalhe de uma Trombeta
  • 26. 26 5- Os grupos de instrumentos Sabemos que os instrumentos podem ser divididos em 3 grupos, sendo eles: cordas, sopro e percussão. Ao reunir-se as citações bíblicas sobre os instrumentos, podemos observar que cada um dos 3 grupos foi criado por Deus para finalidades diferentes, as quais serão tratadas a seguir. a) Cordas Os instrumentos de cordas, foram criados por Deus para tocar o espírito, são instrumentos diretamente ligados às coisas espirituais. Jó, em momentos de tristeza do espírito e alma, lamentou... “Por isso, a minha harpa se me tornou em prantos de luto, e a minha flauta, em voz dos que choram.” Jó 30:31 Vemos o uso de instrumentos de cordas ligado às coisas espirituais por toda a bíblia. Harpas eram usadas para apresentar revelações das coisas de Deus: “Inclinarei os ouvidos a uma parábola, decifrarei o meu enigma ao som da harpa.” Salmos 49:4 “Quanto à família de Jedutum, os filhos: Gedalias, Zeri, Jesaías, Hasabias e Matitias, seis, sob a direção de Jedutum, seu pai, que profetizava com harpas, em ações de graças e louvores ao SENHOR.” 1 Crônicas 25:3 No livro de apocalipse vemos que harpas serão tocadas nos céus durante os acontecimentos do fim dos tempos: “e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,” Apocalipse 5:8
  • 27. 27 “Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.” Apocalipse 14:2 E harpas são mencionadas como instrumento do próprio Deus: “Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus;” Apocalipse 15:2 Nos tempos bíblicos, as pessoas entendiam a finalidade dos instrumentos e sabiam explorá-los. Como exemplo, pode-se citar o caso do rei Saul, que foi aconselhado por seus servos a trazer habilidoso harpista para ficar livre de espíritos malignos. “Manda, pois, senhor nosso, que teus servos, que estão em tua presença, busquem um homem que saiba tocar harpa; e será que, quando o espírito maligno, da parte do SENHOR, vier sobre ti, então, ele a dedilhará, e te acharás melhor.” 1 Samuel 16:16 Foi chamado um harpista (instrumento de cordas mais tocado na época) com um propósito espiritual. a) Sopro Os instrumentos de sopro, têm a função de tocar a alma do ser humano, seja para alegrar, como descrito no livro de Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra festa santa; e alegria de coração, como a daquele que sai ao som da flauta para ir ao monte do SENHOR, à Rocha de Israel.” Isaías 30:29 Seja para momentos de tristeza da alma. Como descrito em Jeremias:
  • 28. 28 “Por isso, o meu coração geme como flautas por causa de Moabe, e como flautas geme por causa dos homens de Quir-Heres; porquanto já se perdeu a abundância que ajuntou.” Jeremias 48:36 Isso nos faz lembrar dos instrumentos de sopro tocando, que parecem conseguir alegrar ou entristecer facilmente, de acordo com a melodia que executam. Nos lembra também do toque militar fúnebre (toque do silêncio), sempre feito ao som de instrumentos de sopro, em momentos de tristeza da alma. b) Percussão Ao tratar-se de instrumentos de percussão no contexto bíblico, torna-se indispensável aprofundar-se também no mérito da relação do inimigo com os instrumentos. É sabido por muitos que certas igrejas, num passado recente, impediam o uso de instrumentos de percussão em seus cultos. Algumas delas os impedem até hoje, valendo-se do argumento de que “percussão é do diabo”. De fato, existe uma ligação do diabo com os tambores e ela não é pequena. O capitulo 28 de Ezequiel fornece importantes informações a respeito de quem era o diabo antes de sua queda, o que ele fazia e sobre o que lhe foi dada autoridade. O texto de Ezequiel 28:13, no qual é mencionada a ligação do diabo com os tambores, pode variar muito em diferentes traduções, obrigando-nos assim, para uma correta interpretação, a buscar a origem de algumas palavras a partir do hebraico, idioma em que foram escritas originalmente. A tradução Almeida Revista e Atualizada (R.A.) apresenta o texto da seguinte maneira: Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Ezequiel 28:13 (R.A.)
  • 29. 29 Se analisarmos a palavra “engastes” nas referências de Strong, percebemos que a palavra no texto original em hebraico é “toph”, palavra usada para menções a tambores e adufes, assim como traduz a versão Almeida Revista e Corrigida (R.C.) Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados. Ezequiel 28:13 (R.C.) Nessa tradução, aparece a palavra “pífaro” ao invés da palavra “ornamentos” mencionada na tradução R.A. Se analisarmos a palavra “ornamentos” nas referências de Strong, percebemos que a palavra no texto original em hebraico é “neqeb”, palavra usada para descrever o trabalho de um joalheiro, uma joia. Embora esteja claro que o instrumento pífaro não foi originalmente escrito no hebraico, existe grande discussão no campo teológico sobre a palavra “toph” referir-se a tambores no contexto do verso 13 de Ezequiel 28. Praticamente pode se afirmar que metade dos grandes teólogos acreditam na menção de tambores no texto e metade não tem opinião formada a respeito ou não acreditam na tal menção. A menção aos tambores me parece clara, pois a palavra “toph” não é utilizada em toda a bíblia para representar nenhuma outra coisa que não seja tambores. Assim, correto seria dizer, que o texto diz que, no dia em que o diabo foi criado, foram preparadas as obras dos tambores e das joias e que essas coisas estavam nele. Ou, de uma forma mais simples para o entendimento, os tambores foram criados juntamente com o diabo, para que ele coordenasse seu uso. Deus, de fato, deu autoridade ao diabo sobre os tambores. Por conta das dúvidas nas traduções do hebraico, língua complexa de traduzir, algumas pessoas se recusam a aceitar que o diabo ganhou, de Deus, autoridade sobre os tambores. Isso acontece
  • 30. 30 pela certeza que elas têm (certeza a qual eu compartilho), de que o instrumento não pode ser do diabo, já que existem pessoas com dom de tocá-lo para a glória de Deus. Apesar de a bíblia não mencionar esse assunto em mais nenhum texto, existem evidencias mais do que suficientes, nos dias de hoje, para concluir a autoridade do diabo sobre os tambores. Basta olhar para as religiões em que existem invocação de demônios, para perceber que os tambores sempre estão presentes. Sim, existem músicos e bandas consagradas ao diabo que utilizam todo tipo de instrumento e em Isaias 14:11 é mencionada também a harpa em poder do diabo, mas na questão direta de possessão espiritual (invocação de demônios), observa-se claramente o uso dos tambores como carro chefe, como gatilho. Isso evidencia que o diabo tem autoridade sobre os tambores. É muito claro! Por conta dessa realidade, alguns acabam “demonizando” os instrumentos de percussão, em especial os tambores. Criou-se o entendimento de que se o diabo utiliza, não se pode utilizar para Deus. Ficaria muito mais fácil o entendimento do assunto, se as pessoas percebessem que não existe um conflito nessa questão. O fato de Deus dar autoridade ao diabo sobre os tambores, não faz do diabo criador do instrumento, tão pouco o instrumento foi profanado por conta da rebeldia do diabo, que não só tinha, mas ainda tem autoridade sobre os tambores. O mesmo acontece com qualquer dom, dado por Deus a uma pessoa qualquer. Afinal, um dom para fazer algo é uma autoridade conferida por Deus a uma pessoa. Se um bom advogado, que tem dom para isso, usar o dom para se rebelar contra Deus, isso não profana a profissão de advogado. Não impede perante Deus, que outras pessoas usem o dom da advocacia em prol do seu Reino. Afinal, o criador do dom é Deus. Da mesma forma, Deus deu autoridade ao diabo sobre os tambores, no entanto, Deus continua sendo o criador dos tambores, assim como o texto bíblico relata: “no dia em que foste criado, foram eles preparados.”. Os tambores foram preparados por Deus.
  • 31. 31 O fato de o diabo ter se rebelado contra Deus não altera o criador do instrumento, nem tão pouco o fim para o qual foi criado. Afirmar o contrário seria como dizer que não podemos mais fazer uso da galinha como alimento por conta de o animal ser usado em rituais satânicos. Percebe o absurdo? Ainda que o diabo tenha autoridade para fazer uso desse animal, isso não profana a criação de Deus! Os instrumentos de percussão foram criados para levar as pessoas a adorar a Deus com o corpo e, prova de que essa finalidade não foi alterada e de que Deus não deixou de aceitar a percussão, está nas passagens bíblicas que mencionam o uso dos tambores juntamente com danças: “A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou...” Êxodo 15:20 “Louvai-o com adufes e danças...” Salmos 150:4 “...saiu-lhe a filha ao seu encontro, com adufes e com danças...” Juízes 11:34 “...saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores...” 1 Samuel 18:6 Perceba que as religiões que invocam demônios fazendo uso dos tambores, os utilizam juntamente com danças. Os próprios demônios, ao possuírem as pessoas, começam a rodar e dançar. Percebemos o uso intenso desses instrumentos juntamente com danças também no carnaval, festa “da carne” (ou do corpo). Outras passagens, evidenciam o uso dos tambores sempre ligado à alegria: “...para que eu te despedisse com alegria, e com cânticos, e com tamboril...” Gênesis 31:27 “...alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris...”
  • 32. 32 2 Samuel 6:5 “...cantem-lhe salmos com adufe...” Salmos 149:3 Os tambores foram criados por Deus, para serem tocados em momentos de alegria, para dançar na presença de Deus, comemorar seus feitos. Após o diabo ter se rebelado, usou a autoridade dada por Deus a ele, para continuar a fazer uso dos tambores, mas de maneira contrária a Deus. Ainda assim, Deus não retirou o que foi dado a ele. Assim também é conosco. Voltando ao exemplo do advogado, o fato de ele usar o dom de maneira contraria, não faz com que ele perca o dom, assim como diz Romanos 11:29: “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.” Romanos 11:29 No dia do juízo, cada um dará conta de acordo com o dom que recebeu, assim como toda a autoridade que foi conferida ao diabo será “passada a limpo”! Para se aprofundar um pouco mais nesse tema, pode-se citar apocalipse capítulos 8 e 12. A partir do versículo 7 de apocalipse 8, ao soar das quatro primeiras trombetas, podemos ver que serão destruídas: 1ª trombeta - a terça parte da terra, das árvores e toda erva verde 2ª trombeta - a terça parte do mar se torna em sangue e morrem a terça parte da vida no mar e são destruídas a terça parte das embarcações 3ª trombeta - a terça parte da água doce se torna amarga e morrem muito homens 4ª trombeta - a terça parte do sol, lua e estrelas se escurecem De acordo com o texto de apocalipse 12:3-4, o diabo e seus anjos somavam a terça parte do céu. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu,
  • 33. 33 as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Apocalipse 12:3-4 Ao destruir a terça parte de todas as coisas relatadas em apocalipse 8, Deus mostrará ao diabo que ele estará perdendo a autoridade que tem sobre um terço de muitas coisas, assim como tem sobre um terço do céu (anjos caídos que trouxe com ele). Vale mencionar, que entre os três grupos de instrumentos existentes (sopro, cordas e percussão), os tambores, aos quais o diabo tem autoridade, se enquadra em um terço deles (percussão). É inegável que o diabo tem autoridade sobre muitas coisas, mesmo sendo elas criadas por Deus. Porém, o maior interessado em que o instrumento seja considerado profano pela igreja, é o próprio diabo, pois Deus não o deixou de aceitar, e nem haveria motivo para isso. Ele criou o instrumento com uma finalidade e não voltou atrás. Os tambores não só podem, mas devem ser usados, assim como nunca deixaram de ser usados no período da bíblia. Existem diversos relatos bíblicos do uso dos tambores para louvor a Deus. Inclusive por determinação de Davi. Homem segundo o coração de Deus. Fato é que se deve utilizar todos os grupos de instrumentos musicais, cada qual com sua finalidade, para a glória de Deus, afinal Ele é o criador de tudo!
  • 34. 34 6- Dados estatísticos Durante o levantamento realizado em toda a bíblia para a produção deste estudo, foram registradas todas as informações relacionadas à música e sobre cada instrumento encontradas em cada um dos livros em que são mencionados, podendo-se assim gerar alguns dados estatísticos que servem apenas para se ter uma noção geral da dimensão de cada item no contexto bíblico, já que não podem ser considerados como precisos por conta de variações das menções dos instrumentos de acordo com a tradução bíblica que se utiliza. Foram encontradas 368 menções de instrumentos musicais e palavras relacionadas à música como instrumento, canto, músico, etc. Observa-se que a grande maioria das menções estão concentradas no antigo testamento, conforme gráfico a seguir. 90% 10% Quantidades de menções por testamento Antigo Testamento Novo Testamento
  • 35. 35 Analisando livro a livro, foram identificados o livro de Salmos, 1 Crônicas e 2 Crônicas como os 3 livros que possuem o maior número de menções de palavras relacionadas à música, respectivamente, com destaque para o fato de o livro de Salmos ter o dobro de menções em relação a 1 Crônicas, conforme gráfico a seguir. 1%2% 1% 2%1% 1% 2%2% 4% 1%1% 12% 9% 1% 3% 1% 24% 7% 3% 0% 1% 8% 1%1%1%1%0%0%1%1%0%0% 1% 0%1% 6% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes 1Samuel 2Samuel 1Reis 2Reis 1crônicas 2crônicas Esdras Neemias Jó Salmos Isaias Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Habacuque Sofonias Zacarias Mateus Lucas Atos Romanos 1Corintios 1Tessalonicensses Hebreus Apocalipse Quantidade de menções por livro
  • 36. 36 Cada capítulo do livro de Salmos, foi classificado de acordo com sete temas: Agradecimento, Didático, Louvor, Narrativa, Oração, Revelação e Outros, resultando no gráfico a seguir, onde observa-se o tema Oração como sendo o tema a que se destina a maioria dos Salmos, seguido do Louvor. 36% 29% 15% 7% 6% 5% 1% Temas de destinação dos Salmos Oração Louvor Didático Narrativa Outros Revelação Agradecimento
  • 37. 37 Considerando apenas os instrumentos musicais, foram encontradas 225 menções na bíblia. Observou-se que a trombeta é, de longe, o instrumento musical mais mencionado. No entanto, muitas das suas menções não são relacionadas à música exatamente, mas à toques de sinalização em batalhas ou toques para anunciar algo. No gráfico a seguir é possível visualizar o percentual de menção para cada instrumento na bíblia. 45% 19% 7% 6% 6% 5% 5% 2% 2% 1% 1% 1% Quantidade de menções por instrumento Trombeta Harpa Flauta ou pifaro Alaúde Tamborim ou Adufe Saltério Címbalo Cítara Lira Gaita de Foles Clarins Pandeiro
  • 38. 38 Ao separar os 12 instrumentos mencionados na bíblia de acordo com seus grupos (corda, sopro e percussão), é possível identificar o grupo com o maior número de instrumentos. O grupo das cordas possui 5 dos 12 instrumentos (harpa, alaúde, saltério, cítara e lira), representando assim, o grupo com a maioria dos instrumentos, conforme gráfico a seguir. 42% 33% 25% Quantidade de instrumentos por grupo Corda Sopro Percussão
  • 39. 39 Reunindo-se todas as 225 menções bíblicas aos instrumentos e separando-os por grupo, pôde- se observar qual o grupo de instrumento recebeu o maior número de menções, restando o sopro como o grupo de maior representatividade, seguido pelo grupo das cordas e da percussão, conforme gráfico a seguir. 55%34% 11% Quantidade de menções por grupo de instrumento Sopro Corda Percussão
  • 40. 40 Se retirada a trombeta, instrumento que possui grande número de menções não relacionadas diretamente à música, observa-se o grupo das cordas em primeiro, seguido pelo grupo da percussão e do sopro, conforme gráfico a seguir. 62% 20% 18% Quantidade de menções por grupo de instrumento (sem trombeta) Corda percussão Sopro
  • 41. 41 Quando observados os instrumentos mais mencionados na bíblia para louvor a Deus, conclui- se que a harpa ocupa com folga a primeira posição, seguida pela trombeta e alaúde, na segunda e terceira posições, respectivamente, conforme gráfico a seguir. Na bíblia existem relatos de todo o tipo de instrumento sendo usado para Deus. Não existia restrição e hoje também não deve existir. Não se deve ter discriminação com nenhum instrumento. Deus é o criador da música e deu capacidade para o homem criar instrumentos. Seja qual for o instrumento, ele foi criado para tocar notas, que foram criadas por Deus. Não só devemos impedir que a religião restrinja a diversidade de instrumentos musicais para o louvor da glória de Deus, mas devemos buscar fazer uso da capacidade e inspiração que Deus nos dá para criar mais e mais instrumentos para nos alegrarmos na presença de Deus, como faziam nos tempos bíblicos. 28% 17% 12% 11% 13% 9% 3% 3% 2% 2% 0% 0% Menções para louvar ao Senhor Harpa Trombeta Alaúde Saltério Címbalo Tamborim ou Adufe Flauta ou pifaro Lira Clarins Pandeiro Cítara ou Sacabuxa Gaita de Foles
  • 42. 42 7- Música para adoração A configuração da música para a adoração à Deus, poderia ser representada como na figura a seguir. O músico se consagra, mantém um comprometimento com Deus. Quando adora, faz com que a presença de Deus se manifeste na terra e isso chega até a congregação, que por sua vez também adora a Deus. Existem dúvidas a respeito dos ritmos musicais quando o assunto é música para adoração. Existem ritmos ideais para a adoração? Existem ritmos que não devem ser utilizados? Quando se observa o contexto da música na bíblia, fica claro que as ênfases são o propósito pelo qual ela é tocada, as letras, os instrumentos. Não mencionando nada a respeito de ritmos. Deus não recusa ritmo, apenas julga o propósito, a letra, a condição do músico. Deus deixou o ritmo a encargo do homem e todos podem ser utilizados desde que feito com o propósito correto e da maneira correta.
  • 43. 43 É claro que, por estarem os ritmos ao nosso encargo, devemos fazer uso do bom senso ao escolher as ocasiões certas para eles. Na hora de se alegrar por exemplo, não dá para tocar música morna, “bater palminhas”. Assim como escrito em 2 Crônicas, tem que estremecer! “Os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a Festa dos Pães Asmos por sete dias, com grande júbilo; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao SENHOR de dia em dia, com instrumentos que tocaram fortemente em honra ao SENHOR.” 2 Crônicas 30:21 Bom senso também é exigido nas letras e na forma de cantar. O apóstolo Paulo advertiu a igreja de Corinto sobre o falar em línguas nos cultos. A igreja estava exagerando no falar em línguas, a ponto de a pregação bíblica ter menos espaço do que essa prática. Paulo adverte, que se deve entender (com a mente) o que se fala na igreja, caso contrário não existe a edificação das pessoas. Ao mencionar que se deve orar em línguas, mas também com a mente, para que todos entendam, Paulo menciona também que se deve cantar no espírito, mas também com a mente. Ou seja, usando a inteligência, a sabedoria, para que se entenda o que se canta, para que os ouvintes, sejam capazes de entender a revelação, a mensagem, o louvor. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente. 1 Coríntios 14:15 Outro ponto importante a abordar é o local da adoração a Deus. Se vê hoje com certa frequência músicas que foram compostas para adorar a Deus sendo tocadas no mundo. Cantores cristãos estão permitindo que músicas compostas para a adoração à Deus sejam executadas em ambientes errados e por artistas que não servem a Deus. Permitem até mesmo que esses artistas façam regravações de suas músicas, incluam em seus repertórios e as executem juntamente com outras canções de letras sujas em shows e eventos. Permitem isso com o argumento de que estão “levando a palavra”, “evangelizando”. Ora, quem disse que a adoração a Deus tem esse fim? A adoração deve ser executada em local santo. É parte do culto à Deus. Deve levar a congregação a cultuar a Deus. Executar música de adoração em local impuro é uma ofensa à Deus.
  • 44. 44 No mundo, a música é usada como entretenimento. Imagine como é aos olhos de Deus uma música composta para adorá-lo sendo executada como entretenimento no meio dos impuros. A responsabilidade por “guardar” a música é do próprio músico, ninguém fará isso por ele, afinal, Deus deu a ele o dom e inspiração para compor. A guarda da adoração é algo muito sério e o diabo veio trabalhando desde os tempos bíblicos para cá, fazendo com que os adoradores deixassem de considerar a adoração como sagrada. A tentação para que os músicos profanem o sagrado não é de hoje. No salmo de número 137, se observa um relato da época em que o povo de Deus foi levado cativo. A tradução americana king james, sugere que os inimigos não pediam, mas exigiam que os levitas tocassem músicas de Sião para alegrá-los. Queriam entretenimento e pretendiam fazer isso com as músicas sagradas. Os músicos, que tinham plena consciência do significado da adoração, negaram executar as músicas sagradas em local estranho: “Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?” Salmos 137:4 A intrepidez desses músicos em seus atos e respostas aos inimigos é exatamente o que precisa ser feito hoje. Eles até penduraram seus instrumentos nas árvores e diziam que podiam ter suas mãos ressecadas e suas línguas apegadas ao paladar caso se esquecessem de Jerusalém. De fato, eles poderiam morrer, mas não tocariam seus instrumentos em terra estranha. O próprio Deus nos dá o exemplo ao guardar a música sagrada: “...E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.” Apocalipse 14:3 O texto de apocalipse 14 descreve um acontecimento do fim dos tempos, onde apenas os cento e quarenta e quatro mil serão capazes de aprender o novo cântico. Os cento e quarenta e quatro mil serão pessoas puras, assim como descreve os versículos seguintes:
  • 45. 45 “São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.” Apocalipse 14:4-5 Obviamente não se exige esse nível de pureza para ser músico hoje, mas o texto de apocalipse explicita a importância de não deixar os impuros (ímpios) profanar a música feita para Deus. Os músicos estão deixando o sagrado ir para o mundo. Algumas vezes, até eles mesmos vão executar suas músicas no mundo, seja nas tvs, seja em shows. Vão para gravadoras do mundo, se vendem por dinheiro e ainda dizem que é Deus abençoando. Estão vendendo o sagrado. Deus está abominando tudo isso! A adoração é algo sagrado e o músico é responsável pela sua guarda. Ao que parece, o músico cristão escolhido para a adoração está sujeito à duas coisas nos dias de hoje. Ou o diabo pega o dom do músico o convence a usar seu dom no mundo, porque a igreja não “dá futuro" para ninguém, ou o faz errar dentro da própria igreja, profanando o sagrado.
  • 46. 46 8- Música para evangelização A música também pode ser utilizada para evangelizar, afinal é uma arma poderosa e deve ser explorada. O evangelista, por natureza, busca formas de atrair as pessoas à Jesus e está disposto a utilizar todo tipo de ferramenta para isso, como Paulo disse: “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.” 1 Coríntios 9:22-23 A configuração da música para a evangelização poderia ser expressa conforme figura a seguir: O músico se consagra, mantém um comprometimento com Deus. Deus dá estratégias para, com o uso da música, atrair os gentios. Após serem atraídos, precisam receber a palavra, seja pelo músico, seja por um pastor. Deus convence aos gentios sobre a verdade através da mensagem e eles são levados à Deus.
  • 47. 47 Não existem barreiras de ritmos musicais também quando o objetivo é a evangelização, afinal, todas as tribos devem ser alcançadas. Porém, algumas observações sobre as letras podem ser feitas. No caso da adoração. Pode-se falar em seguir as várias referências bíblicas que existem, mas sabemos que o Espírito Santo de Deus é quem dá a inspiração para a composição. No caso da evangelização, também deve-se considerar que a inspiração do Espírito Santo é a melhor forma de compor, já que a partir das letras o Espírito tocará em cada ouvinte. No entanto, cabe ressaltar o erro que muitas bandas cometem ao tentarem “camuflar” a mensagem. Procuro estar antenado em tudo que é lançado, não só no âmbito nacional, mas também no internacional. Vejo com bastante frequência bandas cristãs lançando discos com letras desanimadoras. É preciso ser um mestre na interpretação, não raramente quase um adivinho, para concluir que a letra fala de Jesus. Imagine um pregador tentando evangelizar alguém sem falar de Jesus, parece piada, não? ”Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:14-16 Jesus disse que não veio para os sãos e sim para os doentes, como se pode levar luz para os doentes se não falarmos abertamente de Jesus? “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” Hebreus 13:15 Confessar o Nome de Jesus é requisito básico da evangelização, seja ela por meio da música, ou por qualquer outra ferramenta. É esse Nome que está acima de todo nome, é o Nome que tem o poder, precisa ser anunciado, sem rodeios!
  • 48. 48 a. Tatuagens e piercings A questão é polêmica, pois por mais que seja claro o caminho que o contexto bíblico nos leva para entender o assunto, a igreja hoje se utiliza de argumentos frágeis para abordá-lo, fazendo com que isso ainda não tenha sido superado em meio aos cristãos que concordam com essa prática. Em meio a essa situação, e por se tratar de assunto muito presente quando da utilização da música para a evangelização, faz-se necessária a abordagem do tema. O ponto focal da questão, na verdade, não é o “rabisco” no corpo ou o furo no nariz. Não é o ato em si de tatuar, e sim a motivação para o ato, a intenção do coração. Ninguém faz uma tatuagem para escondê-la, quem faz, a faz para mostrar. Quer mostrar que discorda do normal, do comum, quer expressar alguma revolta, quer ser diferente dos outros, ou mesmo parecer descolado. Fato é que, todas as motivações para tatuar ou colocar piercings que conseguirmos encontrar, não estarão alinhadas com a vontade de Deus. Ao pensar em fazer uma tatuagem, o cristão deve identificar qual a intenção de fazer, se fizer isso e conhecer a bíblia, não a fará. E quem tem tatuagem e se converte ao evangelho? Como fica? Se o erro fosse o “rabisco” o convertido jamais teria o perdão, já que a tatuagem não sai mais. O que faz ele obter o perdão é retirar a intenção errada do coração. Sem a intenção errada no coração, tanto faz o rabisco continuar lá, pois o real erro foi tirado. Mas quem faz a tatuagem ou coloca piercings, sempre está com a intenção errada no coração, por isso nunca se deve fazer. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4:23 Utiliza-se também o argumento de que o músico cristão, com a intenção de evangelizar, deve fazer tatuagem para ser aceito em determinada tribo e assim conseguir levar a mensagem. Ora, a música, por si só, já tem o poder de atrair, não é necessário nada mais. Há alguns anos atrás eu comprava equipamentos musicais regularmente em determinada loja. Sempre era atendido por um músico, baterista, que já havia tocado em diversas bandas de som pesado e sempre conversávamos sobre esse estilo musical. Certa vez, enquanto eu testava um equipamento, ele me observava, em pé, ao meu lado direito. Quando acabei de testar o
  • 49. 49 equipamento ele me falou: “Cara, já toquei em muitas bandas legais, gosto bastante do estilo musical, mas me arrependo muito de ter feito isso aqui” e apontava para seu braço esquerdo, onde tinha uma tatuagem enorme de um demônio. Não tenho tatuagem alguma e isso nunca me impediu de me aproximar de tribos que fazem uso de tatuagens. Pelo contrário, as pessoas viam em mim uma pessoa diferente, isso despertava curiosidade nelas em saber mais sobre em que eu acreditava. Deus sabe fazer as coisas, se Ele te quer em meio a uma tribo, evangelizando, Ele te colocará lá do jeito certo.
  • 50. 50 9- Influência musical Se Deus criou a música e é o sentido da sua execução, por que buscar em outra fonte, senão em Deus? Muitos dizem que músicas que não falam de coisas ruins, que falam de coisas cotidianas, etc. Não podem ser classificadas como do diabo. Porém, na medida em que o músico cristão é influenciado por músicas do mundo, sejam elas as que falem abertamente de coisas malignas, sejam músicas “neutras”, o diabo está conseguindo desviar o propósito da música, assim como faz no mundo. A música foi criada por Deus e para Deus. Tocar com outra motivação, que não seja as coisas de Deus, é como tocar para surdos. Não faz sentido. Por que ser influenciado por músicos que não utilizam a música para o propósito certo? É como ter como ídolo um cara que usa uma barra de ouro para martelar pregos! Ele está inutilizando algo precioso. Quanto mais o músico estudar sobre a música na bíblia, menos sentido ele verá nas músicas do mundo, por mais geniais que as composições possam ser aos ouvidos humanos. Não se deve ter como referência o dom de ninguém, deve-se fazer uso do seu próprio dom da maneira certa. Se uma pessoa que não serve a Deus fez algo admirável com o dom que Deus deu a ela, o que uma pessoa que serve a Deus poderá fazer com o dom que Deus a deu? “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” Malaquias 3:18 Deus é a maior fonte de inspiração que um músico pode ter, recebendo dessa fonte, músicas incríveis serão criadas. Mas é preciso estar com esse propósito no coração, caso contrário, não dará certo. Convido a você, músico cristão compositor, a fazer uma experiência.
  • 51. 51 Faça um jejum de ouvir músicas de qualquer tipo. Período suficiente para que você não lembre mais delas, não tenha vontade de ouvi-las. No começo, pode demorar bastante para isso acontecer, talvez meses. Pegue sua bíblia, que é uma fonte de águas vivas. Ore a Deus. Peça a Ele inspiração. Leia a bíblia, compreenda racionalmente o que lê, peça a Deus que te revele o significado do texto. Após ter as revelações de Deus, volte a pensar em música, use as revelações como inspiração. Você verá música na bíblia! Algo novo, que Deus deu somente a você! Depois julgue se prefere se inspirar em Deus ou em alguma outra coisa. Isso não está restrito à música para adorar a Deus. Os músicos evangelistas também têm de beber na fonte certa, em Deus. Ainda que se toque ritmos musicais já existentes, pode-se fazê- los de uma forma que ninguém fez. Deus sabe atrair as pessoas a Ele. Por que não deixar que Ele nos use por completo? A inspiração vinda de Deus gera coisas que não seriamos capazes de fazer, gera algo novo. É importante observar como Deus trata a novidade na música. Quando se faz algo novo, soa de forma especial para Deus. “Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor até às extremidades da terra, vós, os que navegais pelo mar e tudo quanto há nele, vós, terras do mar e seus moradores. O SENHOR sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos.” Isaías 42:10 e 13 “Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras.” Salmos 96:1 “Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.” Salmos 98:1 “A ti, ó Deus, entoarei novo cântico; no saltério de dez cordas, te cantarei louvores.”
  • 52. 52 Salmos 144:9 “Aleluia! Cantai ao SENHOR um novo cântico e o seu louvor, na assembleia dos santos.” Salmos 149:1 “e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.” Apocalipse 5:9 “Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos...” Apocalipse 14:3
  • 53. 53 10- Os recursos financeiros e o papel da igreja A música cristã nunca esteve tão em evidência quanto nos dias de hoje. São inúmeros cantores, inúmeros discos sendo lançados, cantores aparecendo em programas de tv, etc. Por esse motivo, muitos podem acreditar que estamos vivendo o auge da música cristã no país. O que acontece é justamente o contrário! Estamos vivenciando uma decadência da música cristã. Estamos descendo ladeira abaixo! “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus. ” Mateus 5:20 O versículo 20 de Mateus 5, nos diz que temos que exceder em muito a justiça se comparado aos que não servem a Deus. Porém, se olharmos para o rumo que a música cristã tem tomado nos últimos tempos, veremos que cada vez mais estamos nos parecendo com o que fazem os cantores do mundo. Estamos assinando contratos com grandes gravadoras do mundo, ganhando disco de ouro pelo número de cópias vendidas, fazendo shows para milhares de pessoas e cobrando por tudo isso ao ponto de ficarmos ricos. Se um músico cristão ouvisse hoje alguém dizer que vender música é pecado, muito provavelmente acharia isso algo muito duro. No entanto, se pensarmos no propósito da música, logo entendemos que cobrar por ela é um absurdo. No caso da música como forma de adoração, como pode o músico impedir que a congregação experimente a unção e a presença de Deus quando ele toca, por conta de cobrar pela música? Se eu não tiver condições para adquirir o seu cd, não posso experimentar da unção? Ainda que eu tenha condições, preciso pagar para experimentar algo que Deus dá gratuitamente? Imagine isso aos olhos de Deus. No caso da música como forma de evangelização, vai se cobrar pela palavra? “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. ”
  • 54. 54 Mateus 10:8 A música está sendo tratada como um produto. Produto que usa as coisas de Deus para levantar recursos. É como quando utilizaram o templo para vender mercadorias, situação que fez com que Jesus tivesse a atitude mais violenta em toda sua passagem pela terra. Nesse ponto do texto, você músico deve estar se perguntando como fará para obter o seu sustento, já que, em muitos casos, mesmo cobrando para tocar o músico já passa por dificuldades financeiras. Aqui entra o papel da igreja, que, assim como nos tempos bíblicos, devem suprir TODAS as necessidades de seus músicos, sejam necessidades pessoais ou ferramentas de trabalho. Eles devem ser remunerados por todas as atividades que exercem, de acordos com as habilidades que Deus deu a eles. Será que a igreja está fazendo seu papel frente aos músicos? Ainda que possam haver casos em que a igreja aja corretamente, pode-se encontrar muitos outros casos de músicos que evidenciam que a maioria das igrejas ou não fazem seu papel, ou o fazem incompleto. Empresas do mundo estão agenciando carreira de “novos talentos” de música gospel com interesse financeiro. Os músicos, despreparados espiritualmente, estão caindo na armadilha. E a igreja, aonde está? Deveria estar suprindo as necessidades desses músicos, afinal, os recursos da igreja também são para isso. Certamente, quando a igreja não faz sua parte está perdendo muito. Em Filipenses 4, o apóstolo Paulo, após ter sido suprido em todas as suas necessidades pela igreja, falou:
  • 55. 55 “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” Filipenses 4:19 Ao suprir os servos de Deus, a igreja recebe a provisão para todas as suas necessidades também. Se hoje vemos as igrejas quase implorando por recursos que estão faltando, isso é resultado de não estarem fazendo sua parte junto aos seus músicos, pastores, etc. Mas quando a igreja não faz sua parte, o que o músico deve fazer? Realmente é muito difícil quebrar esse ciclo errôneo em que acabamos entrando, porém, quando se põe no coração o fazer o certo, quando o errado deixa de ser uma opção para você, aí poderá reivindicar no mundo espiritual os seus direitos. Poderá expor a situação para Deus, dizer para Ele que não fará o errado ainda que pareça ser essa a única opção. Ora, é do interesse de Deus que não só o músico, mas todos os seus servos andem retamente. Não haveria Deus de prover suas necessidades? Como tudo no evangelho, isso é uma questão de fé. Mesmo que a igreja não faça sua parte, o músico não deve se corromper, fazendo da música um produto. Os músicos do salmo 137, não se corromperam, não profanaram o sagrado, não o fariam ainda que oferecessem muito dinheiro a eles. Lembre-se: O músico é o responsável pela guarda da música. Não deve deixar que nada a profane. Não deve deixar que nada desvie seu propósito. Deus dará estratégias para que os músicos comprometidos com Ele não precisem usar seu dom para coisas erradas.