Esta unidade explica os principais tipos de fibras e tecidos, com ênfase em:
1) As fibras podem ser naturais, de origem animal, vegetal ou mineral, ou artificiais/sintéticas criadas industrialmente;
2) As fibras naturais incluem lã, seda, linho e algodão de origem animal, e fibras de plantas como cânhamo e juta;
3) As fibras artificiais incluem raiom, náilon e poliéster, feitas industrialmente a partir de celulose, proteín
4. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Rodrigo Garcia
Secretário
Nelson Baeta Neves Filho
Secretário-Adjunto
Maria Cristina Lopes Victorino
Chefe de Gabinete
Ernesto Masselani Neto
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
5. Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Geraldo Biasoto Jr.
Diretor Executivo
Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo
Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Equipe Técnica
Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e
Laís Schalch
Textos de Referência
Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina,
Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva
Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo,
Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda
Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame
Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia
Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente,
Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo
Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,
Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima,
Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov
Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto,
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e
Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Denise Pollini, Fernanda Binotti, Gabryelle T. Feresin, José Luis Hernández Alonso, Luís André do Prado,
Maria Isabel Branco Ribeiro e SENAC São Paulo
6. Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa
Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia
7. Caro(a) Trabalhador(a)
Neste Caderno, você continuará a aprender sobre a ocupação de modelista, discutin-
do, compartilhando e exercitando novos saberes indispensáveis para o exercício
dessa ocupação.
A Unidade 5 vai explicar do que são constituídos os tecidos e como eles são fabri-
cados. Apresentará, ainda, uma descrição dos tecidos mais comuns.
Na Unidade 6, você vai aprender como tomar medidas fundamentais e medidas
complementares, observando os cuidados necessários para fazer isso corretamente
e garantir a qualidade do molde. Aprenderá a ler e a interpretar tabelas de medidas-
-padrão feminina, masculina e infantil, como fundamento para prosseguir com sua
aprendizagem no curso. Conhecerá ainda os materiais indispensáveis para o mode-
lista e algumas técnicas de modelagem.
Na Unidade 7, você verá como o modelista precisa pensar o modelo em três dimen-
sões – a modelagem tridimensional –, contendo profundidade, largura e altura; ou
em apenas duas – a modelagem plana –, contendo largura e altura. Verá, também,
as etapas do trabalho do modelista em uma confecção, passando pela leitura e in-
terpretação de uma ficha técnica até a construção de uma peça-piloto, que servirá
de base para os cortes dos tecidos em grande escala.
Na Unidade 8, você conhecerá as técnicas para fazer o molde-base de saia reta,
frente e costas, pois essa é a peça básica para a coleção de roupas femininas, e, a
partir dela, verá como fazer outros moldes com outras medidas.
Na Unidade 9, ao aprender a fazer um molde de blusa com pence, poderá confec-
cionar também outros tipos de blusa e, com o molde de saia, produzir o molde de
um vestido. Estudará, ainda, a ampliação e redução das medidas da peça-piloto, e
praticará a confecção de um molde com as medidas de um colega.
Na Unidade 10, você verificará as condições do mercado de trabalho para um
trabalhador autônomo, ou seja, para quem deseja tornar-se um microempreendedor
individual (MEI), bem como os prós e os contras dessa opção.
Para terminar, na Unidade 11, você verificará o que aprendeu neste curso com base
no que já sabia, e o que, em sua opinião, precisará ainda aprender para progredir
cada vez mais na ocupação de modelista. Além disso, poderá criar ou aperfeiçoar
seu currículo.
Boa sorte!
8. Sumário
Unidade 5
9
Do que e como são feitos os tecidos
Unidade 6
29
A matemática na modelagem
Unidade 7
61
Molde industrial
Unidade 8
79
Modelagem de saia
Unidade 9
91
Modelagem de blusa
Unidade 10
105
Trabalhando por conta própria
Unidade 11
109
Revendo seus conhecimentos
9. FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia. Via
Rápida Emprego: vestuário: modelista, v.2. São Paulo: SDECT, 2013.
il. - - (Série Arco Ocupacional Vestuário)
ISBN: 978-85-65278-75-1 (Impresso)
978-85-65278-83-6 (Digital)
1. Ensino profissionalizante 2. Vestuário - Qualificação técnica 3. Modelista – Roupa:
Confecção: Molde I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia II.Título
III. Série.
CDD: 371.425
646.4072
14. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 13
Como reconhecer as fibras utilizadas em
cada tecido
Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela
aparência, identificar as fibras que compõem determina-
do tecido. Mas nem sempre isso é possível.
Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição das
fibras é aproximá-las do fogo, provocando sua combustão
ou queima. Esse processo requer muito cuidado. É pre-
ciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar uma
das pontas, segurando-o pela outra.
Mas por que esse processo permite identificar a compo-
sição das fibras? Porque a velocidade da queima varia
conforme a origem da fibra.
As fibras de origem animal queimam com certa dificuldade,
sem produzir chamas. Além disso, durante a combustão,
é possível sentir um cheiro de cabelo queimado
(experimente queimar um pedacinho de lã 100%).
As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do
que as de origem animal. Pegam fogo com mais facili-
dade, chegando a produzir chama e cinzas, mas sem
deixar cheiro.
As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa
razão, costumavam ser utilizadas para a confecção de
roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em
que há risco de incêndio.
As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapi-
damente, mas produzem pouca chama. Quando derretem,
em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante
a plástico queimado.
A fabricação dos tecidos
Vimos, até agora, algumas indicações sobre as matérias-
-primas que servem para a fabricação dos tecidos: quais
os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los.
Lembre-se de ter um recipiente no
qual você possa jogar o pedaço de
tecido e interromper a queima.
Você sabia?
O uso do amianto – fibra
de origem mineral – é
polêmico, pois foi consi-
derado cancerígeno pela
Organização Mundial da
Saúde (OMS) e pela Or-
ganização Internacional
do Trabalho (OIT).
No Brasil, encontra-se
em discussão no Supre-
mo Tribunal Federal a
permanência ou não da
Lei federal nº 9.055, de
1º de junho de 1995, que
autoriza o uso controlado
do amianto crisotila.
Fonte: BANIR o amianto: longa luta em
defesa da vida. O Engenheiro, FNE.
Edição 128, jan. 2013. Disponível em:
http://www.fne.org.br/fne/index.php/
fne/jornal/edicao_128_jan_13/banir_o_
amianto_longa_luta_em_defesa_da_
vida. Acesso em: 18 jan. 2013.
16. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 15
Em dupla, comparem as duas imagens e respondam às perguntas:
a) Que mudanças vocês podem perceber nos equipamentos e maquinários? Há se-
melhanças entre as duas imagens?
b) Nas duas imagens, vemos operários no ambiente de trabalho. O que cada uma
delas diz sobre o trabalho que eles fazem?
2. No laboratório de informática, usem a internet para buscar informações sobre as
primeiras indústrias têxteis do Estado de São Paulo:
• Quando foram criadas?
• Onde estavam localizadas?
• Quem eram os trabalhadores?
• Como era a jornada de trabalho?
Essas são apenas algumas das perguntas que vocês poderão responder. Busquem
levantar outras informações.
3. Façam um cartaz com os resultados da pesquisa para apresentar à classe.
20. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 19
Conheça os tecidos
Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamen-
to do urdume e da trama, bem como as estruturas bási-
cas desse entrelaçamento. Com base nessas estruturas
básicas, ou com pequenas modificações no modo de
entrelaçamento dos fios (as diferentes combinações
de pontos tomados e deixados), são muitas as possi-
bilidades de tessitura e de tecidos resultantes.
Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de
tecido com características semelhantes, mas que nem
sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma
qualidade, dependendo esta do tipo de fibra, de sua ori-
gem e do processo de fabricação.
Por essa razão, é muito importante que você pesquise
tecidos – seja em revistas especializadas, lojas, manuais,
blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à
mão para quando tiver dúvidas sobre sua natureza e suas
características.
Atividade 2
Faça seu mostruário de tecidos
Esta é uma atividade que você começará agora, mas que
vai se prolongar durante todo o curso e poderá, até mes-
mo, continuar depois de seu encerramento.
A proposta é que você crie seu próprio mostruário de te-
cidos para que possa utilizá-lo quando estiver exercendo
a ocupação.
Para isso, use o modelo de ficha indicado a seguir. Você
pode fazer as fichas com papel-cartão ou cartolina, pois
assim garantirá que elas tenham maior durabilidade.
Além disso, deverá guardá-las em ordem alfabética – de
A até Z –, de acordo com o nome principal do tecido.
Dessa maneira, será mais fácil encontrar a ficha de que
precisa no momento de consultá-la.
Tessitura: Textura de um
tecido.
Não se prenda totalmente aos nomes
dados aos tecidos, pois eles podem
variar de um fabricante para outro.
21. 20 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
(nome principal do tecido)
(outros nomes dados para o mesmo tecido)
Amostra
(cole aqui um pequeno
pedaço de tecido)
Fibras de origem:
( ) animal
( ) vegetal
( ) mineral
( ) artificial ou sintética
Composição: Fabricante:
Fornecedor:
Tecidos básicos
A seguir, você verá uma relação de tecidos básicos – os mais conhecidos na in-
dústria de moda e de confecção – com seus respectivos nomes e características.
• Adamascado – tipo de jacquard, brilhante e resistente, semelhante ao brocado.
• Algodão ou algodãozinho – tecido de origem hebraica, fabricado em inúme-
ras espécies e tipos.
22. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 21
• Alpaca – tecido com formação de um fio de algodão
e outro de lã.
• Brim – tecido sarjado de algodão.
• Brocado – tecido laminado, com desenhos em grandes
destaques, sendo um tipo próprio para trajes sofis-
ticados.
• Buclê – tecido de fio crespo, que forma anéis torcidos.
O nome vem do francês e significa encaracolado,
anelado.
• Cambraia – tecido fino, leve e forte, que contém o
mesmo número de fios e a mesma espessura nos
dois sentidos de sua tecedura, ou seja, tanto na
urdidura quanto na trama.
• Camelo – tecido feito com pelo de camelo. É um
tecido raro e caro.
• Canvas – espécie de linho rústico e muito resisten-
te. Construção tipo tela, com trama fechada.
• Casimira da Índia – tecido trabalhado com lã de
cabras do Tibete; é macio, delicado e muito agra-
dável ao tato.
• Casimira inglesa – lã mais fina e mais leve.
• Cassa – espécie de voal leve (lisa ou bordada), co-
nhecida por lese ou bordado suíço.
• Caxemira – lã, feita de pelo de cabra, originária da
região da Caxemira, entre o Paquistão e a Índia.
• Cetim – tecido de fios de seda ou algodão, com-
pacto, macio e muito brilhante. É originário da
cidade de Zaitun, na China.
• Chamalote – tecido grosseiro feito de pelo ou lã de
camelo, em geral tecido com seda.
• Chiffon – tecido leve, transparente e fluido.
Urdidura: O mesmo que
urdume.
23. 22 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
• Chita – tecido com fibras de algodão e de baixa qualidade e resistência.
• Cirrê – tecido submetido a um tratamento especial, que se torna brilhante e
lustroso, dando a impressão de encerado ou de couro.
• Crepe – tecido fino, transparente ou não, de aspecto ondulado, feito com fio
muito torcido de seda ou lã natural.
• Crepe da China – tecido com fios de seda ou mesclados com seda e algodão,
tendo textura bem fina e leve.
• Crepe-georgete – crepe fino e transparente de seda e sem brilho.
• Crepom – tecido de aparência enrugada, feito com fibra natural.
• Cretone – tecido de algodão de origem francesa.
• Damasco – tipo de cetim com desenhos que se destacam de um fundo bri-
lhante e com relevos formados pelos fios da urdidura, destacando-se dos da
trama.
• Denim – tecido sarjado em algodão ou fibras mistas, muito resistentes. Esse
tecido foi fabricado em Nimes, França. Mais tarde foi usado para fazer calças
rancheiras. Geralmente tingido pelo processo índigo blue. Atualmente é
conhecido pelo nome da calça que o consagrou: jeans.
• Drap – tecido de lã com aparência de feltro.
• Droguete – tecido de seda, lã ou algodão, que possui desenhos pelo efeito
dos pelos sobre o tafetá.
• Dupla face – tecido que não tem avesso. Próprio para capas, jaquetas, ca-
sacos etc.
• Entretela – tecido de boa resistência e engomado, podendo ser de linho, juta,
algodão etc. Usado durante a montagem de determinadas partes de uma peça
de roupa para “armar”, “fixar” etc. Existe também entretela de fibras
prensadas, além de entretelas simples e colantes.
• Escocês – tecido de lã, com desenhos xadrez em três cores.
• Esponjado ou felpudo – tecido com fibras de algodão ou artificiais e muito
utilizado em toalhas de banho.
• Étamine – espécie de voal lisa ou bordada, porém de fios mais separados que
a cassa, também conhecida por marquisete.
24. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 23
• Façonné – tecido lavrado com desenhos.
• Faille – tecido encorpado de seda, com trama ir-
regular semelhante à do tafetá, levemente bri-
lhante.
• Feltro – tecido consistente e encorpado. O feltro é
a agregação de filamentos através de uma máquina
especial que, por meio de pressão e calor, feltra
os pelos, formando um empastamento contínuo dos
filamentos.
• Filó – tecido transparente, de seda, algodão ou nái-
lon, tramado em forma de rede de furos redondos
ou hexagonais. Usado principalmente para véus,
cortinados, vestidos de noite ou saiotes de balé e
como base para rendas.
• Flanela – tecido de algodão, tendo em uma das
faces aspecto similar ao de lã, embora de qualidade
inferior.
• Fustão – tecido geralmente de algodão, cuja trama
em relevo forma desenhos. O mais comum é a casa
de abelha (piquê).
• Gabardine – tecido com trama característica
diagonal, podendo ser com fios de lã, algodão ou
artificiais. É de origem inglesa. Certos tipos de ga-
bardine são muito usados em capas impermeáveis,
e outros em ternos.
• Gaze – tipo de musselina de seda, com fios mais
espaçados, sendo a leveza sua principal caracterís-
tica. É de origem assíria.
• Gorgurão – tecido encorpado com efeito de nervu-
ras transversais. Pode ser feito em seda de lã ou
algodão. Do francês gros-grain.
• Guipure – renda de malhas largas, de linho, seda
ou algodão. É de origem francesa.
Feltrar: Cobrir com feltro.
25. 24 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
• Helanca – marca registrada de fio sintético que passou a ser mais tarde o
nome do tecido desse fio. Muito usado nos anos 1950 e 1960.
• Herringbone – (espinha de peixe) tecido em fios de lã, algodão ou seda, cuja
trama forma o desenho de uma espinha.
• Jacquard – tecido de lã, algodão ou seda que se tece em tear específico e cujo
efeito de desenhos em relevo se obtém com fios tintos.
• Jérsei – tecido de malha maleável, de seda ou fibra sintética, usado em
lingeries.
• Lã – denominação genérica dos tecidos de origem animal e próprios para o
inverno. Há diversos tipos e origens de lã, inclusive a lã sintética.
• Lã de Merino – tecido de aspecto leve, feito à base de lã proveniente da
ovelha Merino, originária do norte da África.
• Lamê – tecido de lã ou seda entremeado com fios laminados.
• Lastex – tecido com a trama em elástico.
• Lãzinha – tecido de lã, fino e leve, muito utilizado para vestidos, saias e blusas.
• Linho – nome comum a uma série de tecidos fabricados com fibras vegetais
de mesmo nome, proveniente da Ásia Menor. O linho pode ser de origem
belga, irlandesa, italiana etc., embora exista, também, o linho com fibras
artificiais.
• Lycra – tecido leve, flexível e não absorvente, de fibras artificiais. Muito uti-
lizado na confecção de peças íntimas e com modelagem bem aderente ao
corpo.
• Malha – tecido flexível, podendo ser de fibra de algodão ou artificial. Tem
uma característica na sua tecedura: é executada em um só fio ou em uma
série de fios, que obedecem a um determinado processo no entrelaçamento.
Pertence ao grupo de tecidos de fios não perpendiculares.
• Matelassê – tecido entremeado por manta de algodão, lã ou fibras sintéticas.
O volume é definido por costuras que formam desenhos.
• Moiré – tecido de nome francês, sedoso, espécie de tafetá, caracterizado
pelos reflexos ondulantes, brilhantes e opacos, que modulam a cor conforme
a incidência da luz.
26. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 25
• Musselina (ou mousseline) – de origem francesa, da cidade de Moussoul. É
um tecido frouxo, leve, fino, vaporoso, mas opaco e forte, sendo a grossura
de seus fios quase a mesma para a urdidura e para a trama. Pode ser feito de
fios de algodão, lã, seda etc.
• Náilon – nome genérico dado à fibra sintética (poliamida). Por extensão, o
tecido feito com essa fibra recebe esse mesmo nome.
• Nanzuque – tecido fino de algodão parecido com “opala”, sendo que
passa por um processo durante a sua tecedura, ficando um pouco mais
encorpado.
• Opala – tecido fino de algodão. Tem origem na Índia e sua tecedura é qua-
se idêntica à do morim.
• Organdi – tecido leve, vaporoso e transparente, sendo uma musselina de
algodão levíssima, com tratamento especial, que lhe dá mais firmeza. É
originário de Organzi.
• Organza – tecido do tipo do organdi, mas mais transparente e brilhante. A
organza de seda é mais preciosa e bela.
• Pied-de-poule – quer dizer “pé de galinha”. Padronagem originalmente usada
em tecido de lã, com formas geométricas que sugerem uma cadeia de pés de
galinha.
• Piquê – tecido especial de algodão ou de seda, cuja característica é a trama
formando desenhos em alto e baixo-relevo, unidos por pontos e linhas. De
origem francesa, o piquê de seda é mais maleável do que o de algodão.
• Popeline – tecido de trama singela, geralmente em algodão.
• Renda – tecido feito com fio de linho, algodão, seda, fibra artificial etc.,
tendo como característica suas malhas bem trabalhadas e desenhadas. A
renda pode ser um tecido para confecção de determinadas peças do vestuá-
rio ou aviamentos decorativos.
• Sarja – tecido feito a partir da técnica de tecer, em que o batimento salteado
resulta numa trama em diagonal.
• Seda – tecido fino, leve, luxuoso e brilhante. Os fios de seda, misturados com
outros, dão origem a tecidos tais como: crepe de seda, jérsei de seda, cetim
de seda etc.
27. 26 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
• Sentinela – tecido de pouco preparo, mas com bom
brilho, resultante da mercerização dos fios.
• Shantung – tipo de seda rústica, fabricado com fios
de seda pura, algodão ou fibra artificial.
• Suedine – malha de algodão de acabamento aca-
murçado.
• Surah – tecido de seda sarjada, de origem indiana.
• Tafetá – tecido sedoso e com brilho, podendo ser
de algodão, seda etc.
• Tergal – (marca registrada) tecido de fibra sintética
que não amassa nem perde o vinco.
• Tobralco – tecido de algodão e meio acanelado. É
encontrado em fio mercerizado ou não. É de origem
inglesa, conhecido também como fustão.
• Tule – tecido muito leve e transparente, podendo
ser de seda, algodão ou fibra artificial.
• Tweed – tecido de lã cujos fios, em duas ou mais
cores, formam pequenos relevos. De origem ingle-
sa, é muito usado nos trajes para o inverno.
• Veludo – tecido que tem um lado felpudo e macio
e outro liso. Pode ser de seda, algodão ou fibras
artificiais e sintéticas. O veludo de algodão é fabri-
cado com fios de algodão mercerizado e conhecido
como veludo inglês.
• Veludo cotelê – tecido canelado, com estrias em
relevo, sendo fabricado também em seda, algodão
ou fibras artificiais e sintéticas.
• Voal – tecido fino, leve e transparente. Fabricado
com fios de algodão comum ou mercerizado.
Mercerização: Tipo de aca-
bamento em que os fios de
algodão são submetidos à
ação química, para torná-los
mais resistentes, encorpados
e brilhantes.
Fonte: ESCOLA SENAI “ENGº ADRIANO JOSÉ MARCHINI”.
Terminologia do vestuário: português; espanhol-português;
inglês-português; francês-português. São Paulo, 1996.
28. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 27
Nome Como se fala
Façonné Façonê
Faille Fáie
Guipure Guipir
Herringbone Rerínbon
Lingerie Langerri
Lycra Laicra
Moiré Muarrê
Pied-de-poule Piedepúle
Tweed Tuídi
Caso você queira visualizar
algumas imagens de tecidos, acesse
o site Teciteca Virtual, da
Universidade do Estado de Santa
Catarina (Udesc).
Disponível em: http://www.teciteca.ceart.
udesc.br/index.php?option=com_contentvie
w=categorylayout=blogid=1Itemid=5.
Acesso em: 10 jan. 2013.
30. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 29
Unidade 6
A matemática na
modelagem
As unidades de medida já são parte do nosso dia a dia e, muitas
vezes, as utilizamos sem nos dar conta: no supermercado, pe-
dimos ¼ de queijo, compramos 1 metro de tecido, calculamos
a parte do nosso salário que é paga ao Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) etc.
Atividade 1
O que é medir?
1. Responda às perguntas a seguir e depois converse com um
colega para comparar as respostas.
a) O que medimos no posto de saúde? Como medimos?
b) O que medimos em um cômodo da casa? Como medimos?
c) O que é medido na conta de luz? De que forma?
d) O que medimos e contamos na cozinha, quando seguimos
a receita de um prato? Como e com quais instrumentos?
31. 30 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
e) E no nosso corpo, o que medimos?
2. As respostas dadas foram semelhantes? Troquem ideias sobre o que é medir.
A necessidade de medir
Esse conjunto de situações vistas na Atividade 1 apresenta uma ampla diversidade,
mas em todas elas há algo em comum. Para resolvê-las, é preciso medir ou contar
alguma coisa:
• em um cômodo de casa, medimos o comprimento e a altura de uma parede;
• em um livro qualquer, podemos medir o comprimento, a largura e a altura; mas
também contamos o número de páginas;
• em uma caixa de ovos, contamos quantos têm; mas também podemos medir o
comprimento da caixa, sua largura e sua altura.
Contar e medir são atividades que estão presentes em quase todas as áreas de tra-
balho e situações da vida: na construção, no comércio, na confecção, na indústria
etc. Medir é um ato tão comum em nosso cotidiano, que fica difícil imaginar um
tempo ou um lugar em que não se meça algo. Se olharmos para o passado da hu-
manidade, perceberemos que contar e medir fazem parte da vida do ser humano
desde as épocas mais remotas.
Quando o homem primitivo deixou de viver como nômade e passou a se fixar,
dedicou-se às atividades agrícolas. Com o passar do tempo e o aumento da
produção, ele notou que poderia trocar com o vizinho o que não conseguia
consumir. Foi quando surgiu a necessidade de haver um sistema de medidas
que fosse aceito entre as partes para facilitar as trocas. Tomaram-se, então, como
referência de medida, as partes do corpo humano, como palmos, polegadas etc.
A partir daí, e ao longo da evolução da história, esses parâmetros foram sendo
substituídos por outros, como metro, quilo etc. Depois de alguns acordos entre
países sobre a adoção de um padrão comum de medida, desde 1960 está em
vigor o Sistema Internacional de Unidades (SI), que vale para inúmeros países,
entre eles o Brasil.
35. 34 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 2
Conhecendo o Homem Vitruviano
1. Em dupla, no laboratório de informática, façam uma
pesquisa sobre o tema “Homem Vitruviano”.
2. Façam um resumo das principais conclusões a que
chegaram observando o desenho do homem ideal.
3. Na opinião da dupla, esse desenho tem relação com
o trabalho de modelista? Por quê?
4. Preparem uma apresentação com suas conclusões para
expor à turma.
Tomando medidas
Tomar medidas é uma atividade muito importante para
o desenvolvimento da modelagem, pois é a partir do
cuidado com que elas são tomadas que a qualidade do
molde é garantida.
Nessa etapa da aprendizagem, vamos entender como
tomar as medidas fundamentais, as mais importantes na
confecção dos moldes. Mais adiante, veremos também
como tomar as medidas complementares.
No momento de tomar as
medidas, atentar para que a
pessoa a ser medida:
• esteja com uma roupa de tecido
fino, sem volume, a fim de
evidenciar as formas e permitir
medidas fiéis ao corpo;
• tenha uma fita ou cordão atado
à cintura, de modo a servir
como ponto de referência
para outras medidas;
• mantenha uma posição ereta, para
evitar erros nas medidas.
43. 42 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Nome do cliente: Data:
Tecido:
Peça: Desenho da peça
Medidas
Circunferência do busto ou tórax
Circunferência da cintura
Circunferência do quadril
Circunferência de colarinho
Comprimento do ombro
Largura das costas
Comprimento da frente
Comprimento das costas
Altura do quadril
Altura do gancho
47. 46 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 4
Medidas médias
1. Você já realizou uma atividade em que tomou as medidas de um colega. Agora,
em grupo de quatro participantes, vocês vão tirar a média de cada uma dessas
medidas.
Média de medidas do grupo
Integrante
Medida 1 2 3 4 Média
Circunferência do busto ou tórax
Circunferência da cintura
Circunferência do quadril
Circunferência de colarinho
Comprimento do ombro
Largura das costas
Comprimento da frente
Comprimento das costas
Altura do quadril
Altura do gancho
48. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 47
Como tirar a média? Suponhamos que cada participante obteve as circunferên-
cias do quadril indicadas a seguir:
• integrante 1 – circunferência do quadril: 100 cm;
• integrante 2 – circunferência do quadril: 102 cm;
• integrante 3 – circunferência do quadril: 98 cm;
• integrante 4 – circunferência do quadril: 104 cm.
Para calcular a média, é preciso somar todas as medidas (100 + 102 + 98 + 104)
e dividi-las por quatro, pois é o número de participantes que integram o grupo.
A média da circunferência do quadril no exemplo é de 101 cm.
2. É importante conhecer a média das medidas? Por quê?
3. Discuta com a turma sobre as opiniões e medidas que obtiveram no seu grupo.
Medidas padronizadas
A medida padronizada é estabelecida por meio da média de uma medida, designan-
do, assim, diferentes numerações de manequim conhecidas, por exemplo: manequim
42, 44 etc. O objetivo da medida padronizada é vestir o maior número de pessoas,
dispensando a tomada de medidas diretamente em cada corpo.
O profissional que trabalha com modelagem industrial segue uma tabela de medi-
das padronizadas, que varia de acordo com cada indústria e com o público-alvo, ou
seja, se é masculino ou feminino, infantil etc. As tabelas são referências para a
construção de bases e para a composição de peças, que poderão ser confeccionadas
em grande escala.
49. 48 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Lendo uma tabela de medidas
Para obter medidas por meio de uma tabela de medidas
padronizadas, é preciso que você encontre, na tabela
escolhida, as medidas correspondentes ao número do
manequim.
Tamanhos – manequins
Medidas (em cm) 38 40 42 44 46
Circunferência do busto 86 90 94 98 102
Circunferência da cintura 66 70 74 78 82
Circunferência do quadril 90 94 98 102 106
Largura das costas 40 42 44 46 48
Comprimento da frente 37 38 39 40 41
As medidas das tabelas são
exatas e não incluem folgas ou
margens de costuras.
Fonte: HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para
confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto
Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/
bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/
NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
Exemplo: se desejarmos saber a medida de circunferên-
cia do busto para o tamanho 42, primeiro devemos
localizar a coluna correspondente a esse número de
manequim na tabela de modelagem feminina. Em se-
guida, precisamos localizar, na linha que corresponde à
medida da circunferência do busto, o número do ma-
nequim 42: a medida é 94 cm.
Tabelas de medidas
As tabelas de medidas foram criadas com a intenção de
padronizar medidas e tamanhos de peças, porém existe
grande diversidade de tabelas, que variam de confecção
para confecção. Para que você possa conhecer alguns mo-
delos, apresentaremos aqui três exemplos de tabela de
medidas femininas, masculinas e infantis.
Já foi ressaltada a importância na precisão das medidas,
pois um erro nessa etapa poderá comprometer a peça-
-piloto e toda a coleção.
50. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 49
Tabela de medidas-padrão – corpo feminino
Tabela de medidas
Padrão industrial para modelagem plana feminina
Tamanhos 38 40 42 44 46
Medidas fundamentais
Circunferência do busto 86 90 94 98 102
Circunferência da cintura 66 70 74 78 82
Circunferência do quadril 90 94 98 102 106
Corpo – frente
Comprimento da frente/corpo 43,5 44,5 45,5 46,5 47,5
½ largura do busto da frente 22,8 23,8 24,8 25,8 26,8
½ separação do busto da frente 8 8,5 9 10 10,5
Comprimento lateral 20 20,5 21 21,5 22
½ cintura da frente 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5
Comprimento do ombro 12 12,3 12,6 12,9 13,2
Comprimento ombro-cintura 37 38 39 40 41
Largura do decote da frente 6 6,5 7 7 7,5
Comprimento do decote da frente 6,75 7 7,25 7,5 8
Diâmetro da zona do busto 13 14 14 15 16
51. 50 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Costado: Sinônimo de costas.
Tabela de medidas
Corpo – costas
½ largura das costas 20,2 21,2 22,2 23,2 24,2
½ costado 17 17,5 18 18,5 19
½ cintura das costas 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5
Largura do decote das costas 6,5 7 7,5 7,5 8
Comprimento do decote das
costas
2,5 2,5 2,75 2,75 3
Manga
Cabeça da manga 13 13,5 14 14,5 15
Comprimento da manga 58 58 58,5 58,5 59
Comprimento debaixo do braço 43 43,5 44 44,5 45
Cotovelo 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5
Bíceps 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5
Punho 16 17 18 19 20
Calça e saia
Altura do gancho 23,2 24 24,8 25,6 26,4
Comprimento lateral 100 101 102 103 104
Altura do joelho 59,5 60 60,5 61 61,5
Altura do quadril 18 18 20 20 20
HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para
confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto
Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/
bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/
NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
52. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 51
Tabela de medidas-padrão – corpo masculino
Tabela de medidas
Padrão industrial para modelagem plana masculina
Camisa social (colarinho) 36 38 40 42 44 46
Camisa esporte (tamanho) 0 1 2 3 4 5
Calça (tamanho/cintura) 36 38 40 42 44 46
Circunferência do tórax 88 92 96 100 104 108
Circunferência da cintura 72 76 80 84 88 92
Circunferência do quadril 88 92 96 100 104 108
Pescoço (colarinho) 36 38 40 42 44 46
Punho 21 22 23 24 25 26
Comprimento das costas 44,5 45 45,5 46 46,5 47
Costado 39 40 41 42 43 44
Comprimento da manga 60,5 61 61,5 62 62,5 63
Comprimento da calça 107 108 109 110 111 112
Altura do gancho 22,7 23,5 24,2 25 25,7 26,5
Altura do joelho 61,5 62 62,5 63 63,5 64
Altura de entrepernas 84,2 84,5 84,7 85 85,2 85,5
HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o
empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/bds/
BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
61. 60 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 5
Moulage
Agora que você já conhece melhor os tecidos e viu no
Caderno 1 como Madeleine Vionnet (1876-1975) criava
seus modelos, vamos tentar fazer um moulage.
1. Imagine a peça do vestuário que você vai criar e que
possa ser modelada em um manequim. Solte a ima-
ginação e pense no caimento, na cor e na estação do
ano em que ela será usada.
2. Em uma folha avulsa, esboce um desenho do modelo
que você imaginou.
3. Tente montar seu modelo no manequim.
4. Apresente à turma sua produção e, se possível, foto-
grafe-a para seu futuro portfólio.
Você sabia?
Draping (fala-se “drá-
pim”) ou moulage é uma
técnica de modelagem
tridimensional feita dire-
tamente no manequim
ou no corpo do modelo.
Essa técnica dá ao mode-
lista uma visão mais com-
pleta do caimento da
peça, o que lhe permite
verificar, modificar ou
criar novos efeitos antes
mesmo de terminar o
modelo.
63. 62 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
O trabalho do modelista pode ser realizado considerando também os dois processos,
primeiro a modelagem plana e depois a modelagem tridimensional.
Compare as duas formas:
Modelagem bidimensional Modelagem tridimensional
Método Manual, no papel Manequim
Tempo 1 hora 5 horas
Estética
Apresenta maior risco de erro
na indicação de detalhes no
modelo
Apresenta maior precisão na
localização dos detalhes
Visibilidade Traça as formas e os volumes
Permite o manuseio real de
formas e volume, bem como a
percepção do comportamento
do tecido
Caimento
Requer maior quantidade de
ajustes na peça-piloto
Reduz o número de ajustes
Construção de
bases
Construído por desenho
Construído diretamente em
um modelo
Funcionalidade Limita-se à tabela de medidas
Torna possível o estudo de
dobras e o deslocamento de
linhas, estruturas, volumes e
ajustes
Conceito
Capacidade de visualizar
mentalmente o resultado final
Exige técnica manual e visual,
sensibilidade e ação criativa
Fonte: BORBAS, M. C.; BRUSCAGIM, R. R. Modelagem plana e tridimensional – moulage – na indústria do
vestuário. Revista de Ciências Empresariais da Unipar, Umuarama, v. 8, n. 1 e 2, p. 155-67, jan./dez. 2007. p.
164-5. Disponível em: http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/2679/2043. Acesso em: 17 jan. 2013.
64. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 63
Empregar a modelagem tridimensional não elimina a
modelagem plana (que também pode ser feita de forma
computadorizada), mas o uso combinado dos dois mé-
todos traz maior qualidade ao produto final. Apesar de
serem métodos diferenciados e de, comumente, o mo-
delista encontrar mais facilidade em um deles, o ideal é
usar os dois métodos para aproveitar os pontos fortes de
cada um. Por exemplo, o modelista pode fazer o traçado
de um blazer (fala-se “blêizer”) na modelagem plana,
mas fazer a gola por moulage para chegar mais rápido ao
desenho e ao volume desejados.
As etapas da confecção de roupas
na indústria
O trabalho na indústria de moda é, geralmente, bastan-
te dividido. É o chamado trabalho especializado, no
qual as etapas e as funções de cada profissional são bas-
tante demarcadas. Contudo, dependendo do porte da
indústria, os profissionais do vestuário podem formar
uma equipe que valorize a experiência de cada um, pos-
sibilitando maior troca de informações e experiências.
Se isso ocorrer, com certeza o resultado do trabalho
será melhor.
Tomando como exemplo uma indústria com tarefas
mais divididas, o trabalho do modelista começa na
interpretação do modelo proposto pelo estilista. Esse
modelo, também conhecido como croqui, deve vir
acompanhado de uma ficha técnica muito precisa,
que considere as medidas e/ou tamanhos a serem pro-
duzidos, além da descrição completa do modelo, tal
como: o tecido, os acabamentos a serem utilizados, os
detalhes etc.
Cada empresa tem um modelo próprio de ficha técnica,
mas, ainda assim, existem dois modelos básicos. Obser-
ve-os a seguir.
A ficha técnica de uma peça deve
ser única, e todos os setores
envolvidos na produção devem ter o
mesmo documento. Portanto, se
houver qualquer alteração na ficha,
todos os departamentos precisam ser
imediatamente comunicados.
O uso adequado desse documento
permite evitar compras erradas e,
consequentemente, prejuízos para a
produção da peça, seja ela em grande
ou em pequena escala.
Ficha técnica: Documento
importante para o planeja-
mento da produção de qual-
quer peça de vestuário. Ela
tem como objetivo especifi-
car todos os passos a serem
seguidos para determinado
modelo, bem como indicar
tamanho, tecido, cor, avia-
mentos etc.
65. 64 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Modelo 1: o foco está na descrição de todas as etapas de costura e montagem da peça.
Ficha técnica
Descrição do produto:
Fases Nº Operações Máquinas Acessórios
Observações:
66. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 65
Modelo 2: possibilita que o modelista visualize como a
peça ficará depois de pronta.
Ficha técnica
Descrição do produto: Modelo:
Coleção: Código:
Estilista: Modelista:
Croqui frente Croqui costas
Cores: Tamanhos:
Tecidos: Assinatura do modelista:
Aviamentos: Assinatura do costureiro:
Observações:
Aviamento: Material utili-
zado no acabamento de uma
peça de roupa, de acordo
com o tecido empregado.
68. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 67
Agora, identifique:
1. Qual é a peça a ser confeccionada?
2. Quais serão os tamanhos a serem confeccionados?
3. Quantos tipos de tecido são empregados na produção da peça?
4. Quais são os tecidos a serem empregados?
5. Quais são os aviamentos necessários?
6. Observando a peça, responda: Algum aviamento ou acabamento não foi inserido
na ficha técnica? Se sim, qual(is)?
7. Algum detalhe que facilitaria o trabalho do modelista foi esquecido? Se sim,
qual(is)?
69. 68 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 2
Produzindo a ficha técnica
1. Escolha um modelo de peça (vestido, saia, blusa etc.) e faça um esboço no quadro
a seguir.
2. Como seria a ficha técnica necessária para o modelo elaborado? Você incluiria
outros detalhes na ficha? Quais? Por quê?
70. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 69
3. Preencha a seguir a ficha técnica idealizada por você a partir do exemplo da
página 65. Comente o resultado com os colegas.
Ficha técnica
78. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 77
2. Com base nessa ficha, você, como modelista, tem
todas as informações necessárias para realizar o mol-
de? Explique sua resposta.
3. Caso a ficha precise de complementos, responda:
Como proceder? Com quem você deve falar? Como
vai se dirigir a essa pessoa?
4. Com base nas informações da ficha técnica, tente
traçar o molde da saia. Este é um exercício de tenta-
tiva e descoberta de volumes e proporções do corpo
feminino. Se preferir, poderá ser usado um manequim
ou o corpo de uma colega para testar ajustes e cai-
mentos.
Ao fazer essa atividade e tentar traçar
o molde, é importante considerar as
margens de costura indicadas
anteriormente:
• 1 cm na cintura;
• 2 cm nas laterais;
• 2 cm no meio das costas;
• 3 cm para a bainha.
Quando a costura for diferente de
1 cm, deve ser indicada com pique.
Piques: Pequenos recortes
de 1 mm de largura x 4 mm
de comprimento.
79. 78 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
5. Em grupo, discutam:
a) Quais dados vocês retirariam ou incluiriam na ficha apresentada? Por quê?
b) Quais foram as dificuldades e as facilidades para elaborar o molde?
Para finalizar esta Unidade, a turma poderá realizar uma exposição com o tema
Meu primeiro molde.
80. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 79
Unidade 8
Modelagem de saia
Esta Unidade tem como objetivo apresentar a modelagem de
saia, peça básica do vestuário feminino, também base para
vestidos.
Vamos aprender, em primeiro lugar, a fazer um molde-base para
saia reta – frente e costas –, pois, a partir dele, você poderá
confeccionar outros moldes com as medidas do modelo que será
criado.
Atividade 1
Construindo o molde-base
de saia reta
A saia reta é mais justa ao corpo, sendo utilizada em várias si-
tuações, como na composição de um tailleur (fala-se “taiêr”),
por exemplo, podendo variar no comprimento.
Seu molde é a base para muitos modelos.
1. Em grupo de três ou quatro participantes, pratiquem a con-
fecção do molde a seguir para adquirir bastante familiarida-
de com os procedimentos.
91. 90 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
• o raciocínio para o traçado da saia godê serve como guia para o traçado de qual-
quer molde em godê, como golas, punhos etc.;
• sobre a quantidade de tecido necessária:
– se o tecido tiver 1,40 m de largura, compre uma altura do tamanho do tecido
mais as folgas para a costura. Considera-se “altura”, na hora de comprar o te-
cido, o comprimento da peça;
– se o tecido tiver 90 cm de largura, compre duas alturas mais as folgas para
costura.
• antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto;
• corte o tecido e, com seus colegas, discutam as correções que acreditam ser ne-
cessárias para aperfeiçoar a peça e melhorar seu caimento e conforto;
• após construir a base da saia, faça uma experiência com o molde-base, isto é, faça
uma peça-piloto com um tecido de baixo custo. Corte, costure e verifique se ficou
de acordo com o que esperava.
Atividade 4
Crie uma saia
1. Tome as medidas de uma colega e escolha o modelo da saia cujo molde vai preparar.
2. Faça uma saia de papel e verifique os aspectos mais fáceis e os difíceis de executar.
3. Converse com a turma, verifique as soluções encontradas e acompanhe as orien-
tações do monitor para cada situação.
100. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 99
Instruções gerais:
• vamos proceder como fizemos com a saia. Elabore um molde e, com um re-
talho de tecido, teste-o. Mas atenção: antes de carretilhar para traçar o mol-
de, feche as pences da frente e das costas, dobrando o papel e refazendo a
curva;
• carretilhe em outro papel, separando a parte da frente da parte das costas;
• transfira para o tecido, colocando o molde sobre ele e alfinetando-o;
• antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto;
• corte, separando frente e costas.
Discuta com um colega as correções que acreditam ser necessárias para aperfeiçoar
a peça e melhorar o seu caimento e conforto.
Atividade 1
Modelando blusas
1. Refaça o molde-base da blusa com pence com as medidas de uma colega.
2. Recorte em papel e observe o molde.
3. Quais foram as dificuldades e facilidades que encontrou para produzir esse
molde?
Ampliar e reduzir moldes
Agora, você vai aprender a ampliar e reduzir moldes-base de algumas peças de roupa.
Todos os processos aqui ensinados ampliam ou reduzem as peças em um manequim.
Vamos lá.