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Modelista
v e s t u á r i o
emprego
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Rodrigo Garcia
Secretário
Nelson Baeta Neves Filho
Secretário-Adjunto
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Chefe de Gabinete
Ernesto Masselani Neto
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
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Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
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CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Geraldo Biasoto Jr.
Diretor Executivo
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Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais
Coordenação Executiva do Projeto
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Equipe Técnica
Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e
Laís Schalch
Textos de Referência
Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina,
Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva
Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo,
Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda
Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame
Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia
Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente,
Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo
Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,
Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima,
Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov
Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto,
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e
Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Denise Pollini, Fernanda Binotti, Gabryelle T. Feresin, José Luis Hernández Alonso, Luís André do Prado,
Maria Isabel Branco Ribeiro e SENAC São Paulo
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa
Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)
Neste Caderno, você continuará a aprender sobre a ocupação de modelista, discutin-
do, compartilhando e exercitando novos saberes indispensáveis para o exercício
dessa ocupação.
A Unidade 5 vai explicar do que são constituídos os tecidos e como eles são fabri-
cados. Apresentará, ainda, uma descrição dos tecidos mais comuns.
Na Unidade 6, você vai aprender como tomar medidas fundamentais e medidas
complementares, observando os cuidados necessários para fazer isso corretamente
e garantir a qualidade do molde. Aprenderá a ler e a interpretar tabelas de medidas-
-padrão feminina, masculina e infantil, como fundamento para prosseguir com sua
aprendizagem no curso. Conhecerá ainda os materiais indispensáveis para o mode-
lista e algumas técnicas de modelagem.
Na Unidade 7, você verá como o modelista precisa pensar o modelo em três dimen-
sões – a modelagem tridimensional –, contendo profundidade, largura e altura; ou
em apenas duas – a modelagem plana –, contendo largura e altura. Verá, também,
as etapas do trabalho do modelista em uma confecção, passando pela leitura e in-
terpretação de uma ficha técnica até a construção de uma peça-piloto, que servirá
de base para os cortes dos tecidos em grande escala.
Na Unidade 8, você conhecerá as técnicas para fazer o molde-base de saia reta,
frente e costas, pois essa é a peça básica para a coleção de roupas femininas, e, a
partir dela, verá como fazer outros moldes com outras medidas.
Na Unidade 9, ao aprender a fazer um molde de blusa com pence, poderá confec-
cionar também outros tipos de blusa e, com o molde de saia, produzir o molde de
um vestido. Estudará, ainda, a ampliação e redução das medidas da peça-piloto, e
praticará a confecção de um molde com as medidas de um colega.
Na Unidade 10, você verificará as condições do mercado de trabalho para um
trabalhador autônomo, ou seja, para quem deseja tornar-se um microempreendedor
individual (MEI), bem como os prós e os contras dessa opção.
Para terminar, na Unidade 11, você verificará o que aprendeu neste curso com base
no que já sabia, e o que, em sua opinião, precisará ainda aprender para progredir
cada vez mais na ocupação de modelista. Além disso, poderá criar ou aperfeiçoar
seu currículo.
Boa sorte!
Sumário
Unidade 5
9
Do que e como são feitos os tecidos
Unidade 6
29
A matemática na modelagem
Unidade 7
61
Molde industrial
Unidade 8
79
Modelagem de saia
Unidade 9
91
Modelagem de blusa
Unidade 10
105
Trabalhando por conta própria
Unidade 11
109
Revendo seus conhecimentos
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
	 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia. Via
Rápida Emprego: vestuário: modelista, v.2. São Paulo: SDECT, 2013.
	 il. - - (Série Arco Ocupacional Vestuário)
	 ISBN: 978-85-65278-75-1 (Impresso)
978-85-65278-83-6 (Digital)
	 1. Ensino profissionalizante 2. Vestuário - Qualificação técnica 3. Modelista – Roupa:
Confecção: Molde I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia II.Título
III. Série.
CDD: 371.425
646.4072
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 9
Unidade 5
Do que e como são feitos
os tecidos
O principal elemento de trabalho daqueles que fazem parte da
indústria da moda são os tecidos. Conhecer do que são feitos e
como são produzidos é fundamental para quem quer trabalhar
nessa ocupação. Vamos, por essa razão, detalhar alguns aspec-
tos desse assunto.
Para fabricar tecidos, as matérias-primas utilizadas são filamen-
tos ou fibras, também chamados materiais têxteis. Esses mate-
riais são utilizados na produção de fios, que, por sua vez, serão
usados na fabricação de tecidos ou de linhas para costura, ren-
das, bordados etc.
Entende-se por têxtil todas as matérias que possam ser usadas
para fiar e tecer, e que reúnam as seguintes qualidades: resistên-
cia, comprimento, plasticidade e flexibilidade.
As fibras usadas para fazer tecidos podem ser naturais ou arti-
ficiais/sintéticas. As fibras naturais são as de origem animal,
©DreamPictures/BlendImages/GettyImages
10	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
vegetal ou mineral. São encontradas na natureza, quase prontas para fiar e tecer, e
contêm características próprias: conforto, boa absorção de calor e umidade.
Já as fibras artificiais ou sintéticas são produzidas pela indústria, por ação química
ou mecânica, em processos que transformam certas matérias-primas em fios ade-
quados para tecer.
Vamos ver detalhadamente, a seguir, os diferentes tipos de fibra.
Fibras naturais
Fibras de origem animal
As fibras de origem animal são consideradas as mais ricas e valorizadas da indústria
têxtil. No entanto, apesar de servirem de base para a fabricação de alguns tecidos,
não são utilizadas na maioria deles.
Elas podem ser divididas em dois grupos:
1. As que são extraídas e fabricadas de pelos de animais domésticos e selvagens,
como:
•	 a lã extraída de ovelhas e carneiros;
•	 os pelos extraídos de cabras, camelos, lhamas, vicunhas, alpacas, coelhos, lontras etc.;
•	 os cabelos e as crinas.
2. As que são extraídas e fabricadas de filamentos de insetos e aracnídeos, como:
•	 a seda chamada de natural, produzida com filamentos retirados dos casulos de
bichos-da-seda que viviam originalmente na região norte da China;
Casulos de bichos-da-seda.
©FritzPolking/FrankLanePictureAgency/Corbis/Latinstock
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 11
•	 a seda produzida por outros tipos de inseto da família das borboletas e mariposas
(lepidópteros). Embora também seja bastante utilizada na indústria de costura,
trata-se de um tipo de seda considerado inferior à produzida pelo bicho-da-seda;
•	 os fios ou filamentos produzidos a partir de teias de certas espécies de aranhas.
As fêmeas das Nephila madagascariensis produzem um fio de tom dourado e
brilhante que dá origem a uma seda característica da região de Madagascar.
Aranha produzindo a teia. Roupa feita com a seda de Madagascar.
Linho.Linhaça repassada em cama de pregos para remover as cascas de
palha, como parte do processo de produção do linho.
Fibras de origem vegetal
As fibras de origem vegetal se dividem em quatro grupos, de acordo com as partes
da planta de onde são extraídas:
1. Fibras extraídas de sementes: algodão e paina.
2. Fibras extraídas de caules e raízes: cânhamo, juta, rami etc.
3. Fibras extraídas de folhas: ráfia, buriti, alfa, sisal ou agave, gravatá, abacaxi,
entre outros.
4. Fibras extraídas do fruto: por exemplo, coco.­
©PeterChadwick/SPL/Latinstock
©SplashNews/Corbis/Latinstock
©JacquiHurst/Corbis/Latinstock
©AlexeyKirillov/Keystone
12	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Fibras de origem mineral
Essas fibras, extraídas de minerais, podem ser dos seguintes tipos:
1. Lã de vidro ou fios de vidro.
2. Fios metálicos (brocados, rendas e bordados).
Brocado de seda.Amianto anfibólio ou tremolito fibroso.
Tecido de poliéster e fibras de náilon atadas formando
uma rede em trama, ampliada 40 vezes. Viscose.
Fibras artificiais ou sintéticas
As fibras artificiais ou sintéticas, como já dito, são criadas na indústria com a trans-
formação de matérias-primas em fios para tecer. Elas se dividem em três grupos:
1. Fibras produzidas com celulose, matéria-prima de origem vegetal, como raiom
ou a seda artificial, rayoncut ou algodão artificial.
2. Fibras produzidas com proteínas animais ou vegetais, como as lãs artificiais.
3. Fibras compostas de substâncias minerais, como o náilon, os filamentos de vidro
e, mais atuais, as fibras derivadas da reciclagem de garrafas PET.
©KenLucas/VisualsUnlimited/Corbis/Latinstock
©MassimoListri/Corbis/Latinstock
©MicroDiscovery/Corbis/Latinstock
©DinodiaPhotos/Alamy/OtherImages
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 13
Como reconhecer as fibras utilizadas em
cada tecido
Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela
aparência, identificar as fibras que compõem determina-
do tecido. Mas nem sempre isso é possível.
Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição das
fibras é aproximá-las do fogo, provocando sua combustão
ou queima. Esse processo requer muito cuidado. É pre-
ciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar uma
das pontas, segurando-o pela outra.
Mas por que esse processo permite identificar a compo-
sição das fibras? Porque a velocidade da queima varia
conforme a origem da fibra.
As fibras de origem animal queimam com certa dificuldade,
sem produzir chamas. Além disso, durante a combustão,
é possível sentir um cheiro de cabelo queimado
(experimente queimar um pedacinho de lã 100%).
As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do
que as de origem animal. Pegam fogo com mais facili-
dade, chegando a produzir chama e cinzas, mas sem
deixar cheiro.
As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa
razão, costumavam ser utilizadas para a confecção de
roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em
que há risco de incêndio.
As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapi-
damente, mas produzem pouca chama. Quando derretem,
em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante
a plástico queimado.
A fabricação dos tecidos
Vimos, até agora, algumas indicações sobre as matérias-
-primas que servem para a fabricação dos tecidos: quais
os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los.
Lembre-se de ter um recipiente no
qual você possa jogar o pedaço de
tecido e interromper a queima.
Você sabia?
O uso do amianto – fibra
de origem mineral – é
polêmico, pois foi consi-
derado cancerígeno pela
Organização Mundial da
Saúde (OMS) e pela Or-
ganização Internacional
do Trabalho (OIT).
No Brasil, encontra-se
em discussão no Supre-
mo Tribunal Federal a
permanência ou não da
Lei federal nº 9.055, de
1º de junho de 1995, que
autoriza o uso controlado
do amianto crisotila.
Fonte: BANIR o amianto: longa luta em
defesa da vida. O Engenheiro, FNE.
Edição 128, jan. 2013. Disponível em:
http://www.fne.org.br/fne/index.php/
fne/jornal/edicao_128_jan_13/banir_o_
amianto_longa_luta_em_defesa_da_
vida. Acesso em: 18 jan. 2013.
14	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Mas esse é só o começo de um processo com várias etapas, sendo as primeiras a
extração ou obtenção/produção das fibras e a transformação dessas fibras em fios,
processo chamado fiação. Com a obtenção dos fios, inicia-se o processo de tecelagem
– o entrelaçamento dos fios que dá origem aos tecidos.
Atividade 1
Tecelagens de ontem e de hoje
1. Você verá a seguir imagens de fábricas de tecidos ou tecelagens. A primeira é de
meados do século XX (20) em São Paulo, e a segunda, uma tecelagem atual.
Tecelagem atual.
Fábrica antiga de tecidos.
©AcervoMemóriaVotorantim©GaetanBally/Keystone/Corbis/Latinstock
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 15
Em dupla, comparem as duas imagens e respondam às perguntas:
a) Que mudanças vocês podem perceber nos equipamentos e maquinários? Há se-
melhanças entre as duas imagens?
b) Nas duas imagens, vemos operários no ambiente de trabalho. O que cada uma
delas diz sobre o trabalho que eles fazem?
2. No laboratório de informática, usem a internet para buscar informações sobre as
primeiras indústrias têxteis do Estado de São Paulo:
•	 Quando foram criadas?
•	 Onde estavam localizadas?
•	 Quem eram os trabalhadores?
•	 Como era a jornada de trabalho?
Essas são apenas algumas das perguntas que vocês poderão responder. Busquem
levantar outras informações.
3. Façam um cartaz com os resultados da pesquisa para apresentar à classe.
16	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Processo de tecelagem e a estrutura
dos tecidos
A base para a fabricação dos tecidos é o entrelaçamento
dos fios. Todos os tecidos fabricados em tear plano – os
chamados tecidos planos – são produzidos pelo entrelaça-
mento de dois tipos de fio: os do urdume (ou teia), dis-
postos no sentido do comprimento, e os da trama, dispos-
tos no sentido da largura. Os fios do urdume são
dispostos perpendicularmente aos da trama.
Você sabia?
Falamos que duas retas são
perpendiculares quando
elas se cruzam, formando,
na sua intersecção, um ân-
gulo reto (90°).
Já duas retas ou segmen-
tos de reta são paralelos
quando eles mantêm a
mesma distância um do
outro (são equidistantes)
em toda a sua extensão.
Não há nenhum ponto
em que se encontram.
Tear plano.
O padrão do entrecruzamento do urdume e da trama
define o tipo de estrutura de um tecido plano, como, por
exemplo, a do tafetá, da sarja e do cetim, havendo uma
que foge à regra: a do jacquard (fala-se “jacar”), como
poderá ser conferido adiante.
Conhecer as estruturas é de grande utilidade para quem
vai trabalhar com a modelagem ou o corte de peças. Há
várias razões para isso. Com base no conhecimento sobre
a composição do tecido, você poderá escolher o mais
adequado para cada modelo, pois saberá se o escolhido
vai dar, ou não, o movimento esperado à peça, ou até
mesmo o caimento esperado à roupa. Isso fará de você
um profissional mais qualificado.
Outra boa razão para você ter essa informação é que a
forma de manusear os tecidos e os acabamentos que pode-
rão ser feitos também variam de acordo com a estrutura.
©AshleyCooper/Corbis/Latinstock
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 17
Tecidos mais finos e delicados, por exemplo, exigem cuidados especiais, e o conheci-
mento de suas características será importante para determinar o modelo, o tipo de
acabamento e os equipamentos adequados para lidar com eles.
Veja, a seguir, como são as principais estruturas de tecido com as quais vai trabalhar.
Tipos de estrutura dos tecidos planos
Estrutura tela ou tafetá
Esse tipo de tecido apresenta uma estrutura básica, considerada a mais simples entre
as demais. Ela se caracteriza por ter um fio da trama passando por cima do fio do
urdume e o seguinte passando por baixo, como na imagem apresentada a seguir.
O tecido é classificado conforme é trançado e segundo a resistência dos fios. Exem-
plos: tafetá, musselina, voal, percal.
Estrutura sarja
Nessa estrutura, também considerada básica, o fio da trama, em vez de passar por
um fio do urdume, passa por dois na primeira carreira. Na segunda, vai repetir o
processo, começando, porém, um fio da trama depois de onde começou na primei-
ra. Esse processo se repete sucessivamente, avançando, a cada carreira, um ponto do
urdume, o que, ao final, dará a impressão de uma estria em diagonal.
Ilustrações:©HudsonCalasans
18	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Estrutura cetim
A estrutura cetim também se caracteriza por ter o nú-
mero de pontos tomados diferente do número de pon-
tos deixados. Mas, se comparado com a sarja, o núme-
ro de pontos deixados é maior e pode variar.
Quanto maior o número de pontos deixados, maior será
a leveza do tecido e menor sua resistência.
O próprio cetim é o exemplo mais conhecido desse tipo
de estrutura.
Ponto tomado: Aquele em
que o fio do urdume passa
por cima do fio da trama.
Ponto deixado: Aquele em
que o fio do urdume passa
por baixo do fio da trama.
Estrutura jacquard
Na estrutura jacquard, o modo de entrelaçamento dos
fios do urdume e da trama forma desenhos. Estes são
realizados na própria composição do tecido, por meio do
controle dos fios.
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 19
Conheça os tecidos
Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamen-
to do urdume e da trama, bem como as estruturas bási-
cas desse entrelaçamento. Com base nessas estruturas
básicas, ou com pequenas modificações no modo de
entrelaçamento dos fios (as diferentes combinações
de pontos tomados e deixados), são muitas as possi-
bilidades de tessitura e de tecidos resultantes.
Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de
tecido com características semelhantes, mas que nem
sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma
qualidade, dependendo esta do tipo de fibra, de sua ori-
gem e do processo de fabricação.
Por essa razão, é muito importante que você pesquise
tecidos – seja em revistas especializadas, lojas, manuais,
blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à
mão para quando tiver dúvidas sobre sua natureza e suas
características.
Atividade 2
Faça seu mostruário de tecidos
Esta é uma atividade que você começará agora, mas que
vai se prolongar durante todo o curso e poderá, até mes-
mo, continuar depois de seu encerramento.
A proposta é que você crie seu próprio mostruário de te-
cidos para que possa utilizá-lo quando estiver exercendo
a ocupação.
Para isso, use o modelo de ficha indicado a seguir. Você
pode fazer as fichas com papel-cartão ou cartolina, pois
assim garantirá que elas tenham maior durabilidade.
Além disso, deverá guardá-las em ordem alfabética – de
A até Z –, de acordo com o nome principal do tecido.
Dessa maneira, será mais fácil encontrar a ficha de que
precisa no momento de consultá-la.
Tessitura: Textura de um
tecido.
Não se prenda totalmente aos nomes
dados aos tecidos, pois eles podem
variar de um fabricante para outro.
20	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
(nome principal do tecido)
(outros nomes dados para o mesmo tecido)
Amostra
(cole aqui um pequeno
pedaço de tecido)
Fibras de origem:
(  ) animal
(  ) vegetal
(  ) mineral
(  ) artificial ou sintética
Composição: Fabricante:
Fornecedor:
Tecidos básicos
A seguir, você verá uma relação de tecidos básicos – os mais conhecidos na in-
dústria de moda e de confecção – com seus respectivos nomes e características.
•	 Adamascado – tipo de jacquard, brilhante e resistente, semelhante ao brocado.
•	 Algodão ou algodãozinho – tecido de origem hebraica, fabricado em inúme-
ras espécies e tipos.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 21
•	 Alpaca – tecido com formação de um fio de algodão
e outro de lã.
•	 Brim – tecido sarjado de algodão.
•	 Brocado – tecido laminado, com desenhos em grandes
destaques, sendo um tipo próprio para trajes sofis-
ticados.
•	 Buclê – tecido de fio crespo, que forma anéis torcidos.
O nome vem do francês e significa encaracolado,
anelado.
•	 Cambraia – tecido fino, leve e forte, que contém o
mesmo número de fios e a mesma espessura nos
dois sentidos de sua tecedura, ou seja, tanto na
urdidura quanto na trama.
•	 Camelo – tecido feito com pelo de camelo. É um
tecido raro e caro.
•	 Canvas – espécie de linho rústico e muito resisten-
te. Construção tipo tela, com trama fechada.
•	 Casimira da Índia – tecido trabalhado com lã de
cabras do Tibete; é macio, delicado e muito agra-
dável ao tato.
•	 Casimira inglesa – lã mais fina e mais leve.
•	 Cassa – espécie de voal leve (lisa ou bordada), co-
nhecida por lese ou bordado suíço.
•	 Caxemira – lã, feita de pelo de cabra, originária da
região da Caxemira, entre o Paquistão e a Índia.
•	 Cetim – tecido de fios de seda ou algodão, com-
pacto, macio e muito brilhante. É originário da
cidade de Zaitun, na China.
•	 Chamalote – tecido grosseiro feito de pelo ou lã de
camelo, em geral tecido com seda.
•	 Chiffon – tecido leve, transparente e fluido.
Urdidura: O mesmo que
urdume.
22	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
•	 Chita – tecido com fibras de algodão e de baixa qualidade e resistência.
•	 Cirrê – tecido submetido a um tratamento especial, que se torna brilhante e
lustroso, dando a impressão de encerado ou de couro.
•	 Crepe – tecido fino, transparente ou não, de aspecto ondulado, feito com fio
muito torcido de seda ou lã natural.
•	 Crepe da China – tecido com fios de seda ou mesclados com seda e algodão,
tendo textura bem fina e leve.
•	 Crepe-georgete – crepe fino e transparente de seda e sem brilho.
•	 Crepom – tecido de aparência enrugada, feito com fibra natural.
•	 Cretone – tecido de algodão de origem francesa.
•	 Damasco – tipo de cetim com desenhos que se destacam de um fundo bri-
lhante e com relevos formados pelos fios da urdidura, destacando-se dos da
trama.
•	 Denim – tecido sarjado em algodão ou fibras mistas, muito resistentes. Esse
tecido foi fabricado em Nimes, França. Mais tarde foi usado para fazer calças
rancheiras. Geralmente tingido pelo processo índigo blue. Atualmente é
conhecido pelo nome da calça que o consagrou: jeans.
•	 Drap – tecido de lã com aparência de feltro.
•	 Droguete – tecido de seda, lã ou algodão, que possui desenhos pelo efeito
dos pelos sobre o tafetá.
•	 Dupla face – tecido que não tem avesso. Próprio para capas, jaquetas, ca-
sacos etc.
•	 Entretela – tecido de boa resistência e engomado, podendo ser de linho, juta,
algodão etc. Usado durante a montagem de determinadas partes de uma peça
de roupa para “armar”, “fixar” etc. Existe também entretela de fibras
prensadas, além de entretelas simples e colantes.
•	 Escocês – tecido de lã, com desenhos xadrez em três cores.
•	 Esponjado ou felpudo – tecido com fibras de algodão ou artificiais e muito
utilizado em toalhas de banho.
•	 Étamine – espécie de voal lisa ou bordada, porém de fios mais separados que
a cassa, também conhecida por marquisete.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 23
•	 Façonné – tecido lavrado com desenhos.
•	 Faille – tecido  encorpado  de seda,  com  trama  ir-
regular  semelhante  à  do  tafetá,  levemente  bri-
lhante.
•	 Feltro – tecido consistente e encorpado. O feltro é
a agregação de filamentos através de uma máquina
especial que, por meio de pressão e calor, feltra
os pelos, formando um empastamento contínuo dos
filamentos.
•	 Filó – tecido transparente, de seda, algodão ou nái-
lon, tramado em forma de rede de furos redondos
ou hexagonais. Usado principalmente para véus,
cortinados, vestidos de noite ou saiotes de balé e
como base para rendas.
•	 Flanela – tecido de algodão, tendo em uma das
faces aspecto similar ao de lã, embora de qualidade
inferior.
•	 Fustão – tecido geralmente de algodão, cuja trama
em relevo forma desenhos. O mais comum é a casa
de abelha (piquê).
•	 Gabardine – tecido com trama característica
diagonal, podendo ser com fios de lã, algodão ou
artificiais. É de origem inglesa. Certos tipos de ga-
bardine são muito usados em capas impermeáveis,
e outros em ternos.
•	 Gaze – tipo de musselina de seda, com fios mais
espaçados, sendo a leveza sua principal caracterís-
tica. É de origem assíria.
•	 Gorgurão – tecido encorpado com efeito de nervu-
ras transversais. Pode ser feito em seda de lã ou
algodão. Do francês gros-grain.
•	 Guipure – renda de malhas largas, de linho, seda
ou algodão. É de origem francesa.
Feltrar: Cobrir com feltro.
24	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
•	 Helanca – marca registrada de fio sintético que passou a ser mais tarde o
nome do tecido desse fio. Muito usado nos anos 1950 e 1960.
•	 Herringbone – (espinha de peixe) tecido em fios de lã, algodão ou seda, cuja
trama forma o desenho de uma espinha.
•	 Jacquard – tecido de lã, algodão ou seda que se tece em tear específico e cujo
efeito de desenhos em relevo se obtém com fios tintos.
•	 Jérsei – tecido de malha maleável, de seda ou fibra sintética, usado em
lingeries.
•	 Lã – denominação genérica dos tecidos de origem animal e próprios para o
inverno. Há diversos tipos e origens de lã, inclusive a lã sintética.
•	 Lã de Merino – tecido de aspecto leve, feito à base de lã proveniente da
ovelha Merino, originária do norte da África.
•	 Lamê – tecido de lã ou seda entremeado com fios laminados.
•	 Lastex – tecido com a trama em elástico.
•	 Lãzinha – tecido de lã, fino e leve, muito utilizado para vestidos, saias e blusas.
•	 Linho – nome comum a uma série de tecidos fabricados com fibras vegetais
de mesmo nome, proveniente da Ásia Menor. O linho pode ser de origem
belga, irlandesa, italiana etc., embora exista, também, o linho com fibras
artificiais.
•	 Lycra – tecido leve, flexível e não absorvente, de fibras artificiais. Muito uti-
lizado na confecção de peças íntimas e com modelagem bem aderente ao
corpo.
•	 Malha – tecido flexível, podendo ser de fibra de algodão ou artificial. Tem
uma característica na sua tecedura: é executada em um só fio ou em uma
série de fios, que obedecem a um determinado processo no entrelaçamento.
Pertence ao grupo de tecidos de fios não perpendiculares.
•	 Matelassê – tecido entremeado por manta de algodão, lã ou fibras sintéticas.
O volume é definido por costuras que formam desenhos.
•	 Moiré – tecido de nome francês, sedoso, espécie de tafetá, caracterizado
pelos reflexos ondulantes, brilhantes e opacos, que modulam a cor conforme
a incidência da luz.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 25
•	 Musselina (ou mousseline) – de origem francesa, da cidade de Moussoul. É
um tecido frouxo, leve, fino, vaporoso, mas opaco e forte, sendo a grossura
de seus fios quase a mesma para a urdidura e para a trama. Pode ser feito de
fios de algodão, lã, seda etc.
•	 Náilon – nome genérico dado à fibra sintética (poliamida). Por extensão, o
tecido feito com essa fibra recebe esse mesmo nome.
•	 Nanzuque – tecido fino de algodão parecido com “opala”, sendo que
passa por um processo durante a sua tecedura, ficando um pouco mais
encorpado.
•	 Opala – tecido fino de algodão. Tem origem na Índia e sua tecedura é qua-
se idêntica à do morim.
•	 Organdi – tecido leve, vaporoso e transparente, sendo uma musselina de
algodão levíssima, com tratamento especial, que lhe dá mais firmeza. É
originário de Organzi.
•	 Organza – tecido do tipo do organdi, mas mais transparente e brilhante. A
organza de seda é mais preciosa e bela.
•	 Pied-de-poule – quer dizer “pé de galinha”. Padronagem originalmente usada
em tecido de lã, com formas geométricas que sugerem uma cadeia de pés de
galinha.
•	 Piquê – tecido especial de algodão ou de seda, cuja característica é a trama
formando desenhos em alto e baixo-relevo, unidos por pontos e linhas. De
origem francesa, o piquê de seda é mais maleável do que o de algodão.
•	 Popeline – tecido de trama singela, geralmente em algodão.
•	 Renda – tecido feito com fio de linho, algodão, seda, fibra artificial etc.,
tendo como característica suas malhas bem trabalhadas e desenhadas. A
renda pode ser um tecido para confecção de determinadas peças do vestuá-
rio ou aviamentos decorativos.
•	 Sarja – tecido feito a partir da técnica de tecer, em que o batimento salteado
resulta numa trama em diagonal.
•	 Seda – tecido fino, leve, luxuoso e brilhante. Os fios de seda, misturados com
outros, dão origem a tecidos tais como: crepe de seda, jérsei de seda, cetim
de seda etc.
26	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
•	 Sentinela – tecido de pouco preparo, mas com bom
brilho, resultante da mercerização dos fios.
•	 Shantung – tipo de seda rústica, fabricado com fios
de seda pura, algodão ou fibra artificial.
•	 Suedine – malha de algodão de acabamento aca-
murçado.
•	 Surah – tecido de seda sarjada, de origem indiana.
•	 Tafetá – tecido sedoso e com brilho, podendo ser
de algodão, seda etc.
•	 Tergal – (marca registrada) tecido de fibra sintética
que não amassa nem perde o vinco.
•	 Tobralco – tecido de algodão e meio acanelado. É
encontrado em fio mercerizado ou não. É de origem
inglesa, conhecido também como fustão.
•	 Tule – tecido muito leve e transparente, podendo
ser de seda, algodão ou fibra artificial.
•	 Tweed – tecido de lã cujos fios, em duas ou mais
cores, formam pequenos relevos. De origem ingle-
sa, é muito usado nos trajes para o inverno.
•	 Veludo – tecido que tem um lado felpudo e macio
e outro liso. Pode ser de seda, algodão ou fibras
artificiais e sintéticas. O veludo de algodão é fabri-
cado com fios de algodão mercerizado e conhecido
como veludo inglês.
•	 Veludo cotelê – tecido canelado, com estrias em
relevo, sendo fabricado também em seda, algodão
ou fibras artificiais e sintéticas.
•	 Voal – tecido fino, leve e transparente. Fabricado
com fios de algodão comum ou mercerizado.
Mercerização: Tipo de aca-
bamento em que os fios de
algodão são submetidos à
ação química, para torná-los
mais resistentes, encorpados
e brilhantes.
Fonte: ESCOLA SENAI “ENGº ADRIANO JOSÉ MARCHINI”.
Terminologia do vestuário: português; espanhol-português;
inglês-português; francês-português. São Paulo, 1996.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 27
Nome Como se fala
Façonné Façonê
Faille Fáie
Guipure Guipir
Herringbone Rerínbon
Lingerie Langerri
Lycra Laicra
Moiré Muarrê
Pied-de-poule Piedepúle
Tweed Tuídi
Caso você queira visualizar
algumas imagens de tecidos, acesse
o site Teciteca Virtual, da
Universidade do Estado de Santa
Catarina (Udesc).
Disponível em: http://www.teciteca.ceart.
udesc.br/index.php?option=com_contentvie
w=categorylayout=blogid=1Itemid=5.
Acesso em: 10 jan. 2013.
28	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 29
Unidade 6
A matemática na
modelagem
As unidades de medida já são parte do nosso dia a dia e, muitas
vezes, as utilizamos sem nos dar conta: no supermercado, pe-
dimos ¼ de queijo, compramos 1 metro de tecido, calculamos
a parte do nosso salário que é paga ao Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) etc.
Atividade 1
O que é medir?
1. Responda às perguntas a seguir e depois converse com um
colega para comparar as respostas.
a) O que medimos no posto de saúde? Como medimos?
b) O que medimos em um cômodo da casa? Como medimos?
c) O que é medido na conta de luz? De que forma?
d) O que medimos e contamos na cozinha, quando seguimos
a receita de um prato? Como e com quais instrumentos?
30	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
e) E no nosso corpo, o que medimos?
2. As respostas dadas foram semelhantes? Troquem ideias sobre o que é medir.
A necessidade de medir
Esse conjunto de situações vistas na Atividade 1 apresenta uma ampla diversidade,
mas em todas elas há algo em comum. Para resolvê-las, é preciso medir ou contar
alguma coisa:
•	 em um cômodo de casa, medimos o comprimento e a altura de uma parede;
•	 em um livro qualquer, podemos medir o comprimento, a largura e a altura; mas
também contamos o número de páginas;
•	 em uma caixa de ovos, contamos quantos têm; mas também podemos medir o
comprimento da caixa, sua largura e sua altura.
Contar e medir são atividades que estão presentes em quase todas as áreas de tra-
balho e situações da vida: na construção, no comércio, na confecção, na indústria
etc. Medir é um ato tão comum em nosso cotidiano, que fica difícil imaginar um
tempo ou um lugar em que não se meça algo. Se olharmos para o passado da hu-
manidade, perceberemos que contar e medir fazem parte da vida do ser humano
desde as épocas mais remotas.
Quando o homem primitivo deixou de viver como nômade e passou a se fixar,
dedicou-se às atividades agrícolas. Com o passar do tempo e o aumento da
produção, ele notou que poderia trocar com o vizinho o que não conseguia
consumir. Foi quando surgiu a necessidade de haver um sistema de medidas
que fosse aceito entre as partes para facilitar as trocas. Tomaram-se, então, como
referência de medida, as partes do corpo humano, como palmos, polegadas etc.
A partir daí, e ao longo da evolução da história, esses parâmetros foram sendo
substituídos por outros, como metro, quilo etc. Depois de alguns acordos entre
países sobre a adoção de um padrão comum de medida, desde 1960 está em
vigor o Sistema Internacional de Unidades (SI), que vale para inúmeros países,
entre eles o Brasil.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 31
Unidades e instrumentos de medida
Para cada situação, escolhemos a unidade e o instrumento de medida mais apro-
priados. Isso nos faz perceber que, para medir algo de modo que todos entendam e
aceitem, precisamos adotar um padrão, ou seja, uma só unidade de medida. Ao
escolher a unidade de medida, devemos pensar se ela é adequada àquilo que dese-
jamos medir.
A unidade-padrão no Brasil para medir nossa altura, por exemplo, é o metro; mas
mesmo assim, precisamos de unidades menores que essa.
Para facilitar e padronizar as medições, foi criado o sistema métrico decimal – mé-
trico porque utiliza o metro como unidade-padrão, e decimal porque as unidades
derivadas do metro são obtidas por meio de divisões de dez. As mais usadas são:
•	 metro – unidade fundamental do sistema legal de medidas (símbolo: m), mas
também se chama metro o objeto que serve para medir;
•	 centímetro – unidade de comprimento equivalente à centésima parte do metro
(símbolo: cm);
•	 milímetro – unidade de comprimento equivalente à milésima parte do metro
(símbolo: mm).
Por exemplo, quando falamos em medir a altura de uma pessoa:
•	 a grandeza é o comprimento;
•	 a unidade de medida, ou unidade-padrão, é o metro;
•	 a medida é o número expresso nessa unidade.
Medir é, portanto, comparar grandezas de mesma espécie, ou seja, verificar uma
medida, tendo por base uma escala fixa.
As medidas utilizadas para confecção de roupas são de dois tipos: fundamentais e
complementares.
Ilustração:©HudsonCalasans
Foto:©AndreyKuzmin/123RF
Cada centímetro contém dez milímetros.
32	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Veja como se imaginava, nos anos 1900, a vida do modelista nos
anos 2000: máquina tomando medidas e roupas saindo prontas
imediatamente.
Villemard. En l’an 2000, 1910. Litografia colorida. Biblioteca Nacional da França.
Meiodascostas
Frente Costas
Meiodafrente
Molde-base para uma saia tamanho 38.
Medidas fundamentais
São aquelas necessárias para o traçado das bases. Ou seja,
ao realizar a modelagem, elabora-se um molde-base, que
vai servir de guia para outros moldes que exijam maior
detalhamento. São chamadas fundamentais porque são
baseadas nas medidas do corpo humano. O molde de
uma saia para o tamanho 38, por exemplo, servirá de
referência para todos os outros modelos de saia, indepen-
dentemente das particularidades que apresentarem.
Você sabia?
A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT)
desenvolveu uma norma
para padronizar a mode-
lagem do corpo humano.
É a ABNT NBR no
15 127,
válida desde 30 de agosto
de 2004, que, baseada na
ISO 7 250, estabelece reco-
mendações precisas sobre
como as medidas do corpo
humano podem e devem
ser tomadas.
Essa norma, no entanto,
é cobrada. Ela pode ser
adquirida através do site
da ABNT.
Disponível em: http://www.abnt.com.
br. Acesso em: 10 jan. 2013.
©MaryEvansPictureLibrary/Easypix
©HudsonCalasans
Molde-base é aquele que serve de
base para outros moldes, ou seja,
para que se realize a modelagem. A
partir de um molde-base, pode-se
aumentar ou diminuir as medidas de
acordo com a peça que se vai
modelar e cortar.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 33
Medidas complementares
São assim denominadas pois complementam o molde-base. Ou seja, são aquelas
necessárias para a transformação das bases no modelo desejado. Você tem o molde-
-base da saia, mas essa terá, por exemplo, uma mudança no comprimento. No caso
da blusa, a largura da manga é uma medida complementar, embora o tamanho da
peça já tenha sido definido no molde-base.
Homem Vitruviano
Você já ouviu falar em medidas ideais para o corpo humano? No século XV (15), Leonardo da Vinci
(1452-1519), considerado um gênio até hoje, construiu o homem com medidas perfeitas, tendo como base
os trabalhos de um estudioso: Marcos Vitrúvio Polião. Por essa razão, o desenho leva o nome de Homem
Vitruviano.
O desenho traz uma série de medidas consideradas ideais para o corpo humano. Conheça algumas delas:
a)	o comprimento dos braços abertos de um homem é igual à sua altura;
b)	a largura máxima dos ombros é ¼ da altura de um homem;
c)	 a distância do topo da cabeça até a linha dos mamilos é ¼ da altura de um homem;
d)	a distância do cotovelo até a axila é 1⁄8 da altura de um homem.
Leonardo da Vinci. O homem vitruviano. Lápis e nanquim marrom sobre
papel, 34 cm x 24 cm. Galleria dell’Accademia, Veneza, Itália.
©Diomedia
34	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 2
Conhecendo o Homem Vitruviano
1.	 Em dupla, no laboratório de informática, façam uma
pesquisa sobre o tema “Homem Vitruviano”.
2.	Façam um resumo das principais conclusões a que
chegaram observando o desenho do homem ideal.
3.	Na opinião da dupla, esse desenho tem relação com
o trabalho de modelista? Por quê?
4.	Preparem uma apresentação com suas conclusões para
expor à turma.
Tomando medidas
Tomar medidas é uma atividade muito importante para
o desenvolvimento da modelagem, pois é a partir do
cuidado com que elas são tomadas que a qualidade do
molde é garantida.
Nessa etapa da aprendizagem, vamos entender como
tomar as medidas fundamentais, as mais importantes na
confecção dos moldes. Mais adiante, veremos também
como tomar as medidas complementares.
No momento de tomar as
medidas, atentar para que a
pessoa a ser medida:
•	 esteja com uma roupa de tecido
fino, sem volume, a fim de
evidenciar as formas e permitir
medidas fiéis ao corpo;
•	 tenha uma fita ou cordão atado
à cintura, de modo a servir
como ponto de referência
para outras medidas;
•	 mantenha uma posição ereta, para
evitar erros nas medidas.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 35
Veja a ilustração a seguir. Ela indica os locais onde as medidas fundamentais e
complementares deverão ser tomadas.
©HudsonCalasans
Manga curta
Manga comprida sem punho
Manga 3/4
metade do antebraço
Manga 7/8
1/4 do antebraço, do
punho para cima
Circunferência de colarinho
Largura das costas
Comprimento das costas
Medida do gancho
Altura do busto
Largura do ombro
Circunferência do busto ou tórax
Circunferência da cintura
Comprimento da frente
Circunferência do quadril
Comprimento da manga +
comprimento do punho
Altura do quadril
Comprimento da minissaia
metade da coxa
Comprimento da saia longuete
1/4 da perna, do joelho para baixo
Comprimento da saia chanel
cobrindo os joelhos
Comprimento da calça comprida
Comprimento da saia 7/8
metade da perna
Comprimento da saia 1/4
1/4 da perna, acima do tornozelo
36	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Medidas fundamentais
A primeira providência para tomar medidas é ter lápis
e caderno de anotações à mão, além da fita métrica.
Cada medida tomada deve ser imediatamente anotada
no caderno.
Caso esteja medindo partes do corpo, como busto, cin-
tura, quadril, contorno do braço, e a medida resultante
for um número ímpar, utilize sempre o próximo núme-
ro, ou seja, um número par maior que o da medida
tomada.
Circunferência do busto ou tórax
Passe a fita métrica por baixo das axilas, dando a volta
pela parte mais larga das costas e contornando o busto.
Tome cuidado para a fita não escorregar, mas não aper-
te muito. Cheque e anote.
Número par é aquele que sempre
poderá ser dividido em duas partes
iguais. Por essa razão, ele é adotado
no momento da tomada de algumas
medidas, pois facilita a divisão da
medida ao meio, para permitir o corte
do tecido dobrado.
©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 37
Circunferência da cintura
Passe a fita métrica no contorno da cintura, na parte mais estreita. Peça sempre
para o cliente colocar as mãos na cintura, isso lhe dará maior segurança no início
da sua nova ocupação. Lembre-se de contornar a cintura sem apertar muito nem
deixar muita folga, assim evitará erros ou desperdícios quando for cortar ou mo-
delar a peça.
Circunferência do quadril
Para tomar essa medida, peça para o cliente manter as pernas fechadas e os pés
juntos. Circule, com a fita métrica, a parte mais saliente do quadril, que fica abaixo
da cintura, mais ou menos 20 cm nas mulheres e 14 cm nos homens.
Fotos:©PauloSavala
38	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Circunferência de colarinho
Passe a fita métrica em volta da base do pescoço, acrescentando 1 cm para dar uma
folga. Lembre-se de que o resultado medido deve ser um número par.
Comprimento do ombro
Apoie a fita métrica na base do pescoço e estique até o final do ombro na direção
do início do braço.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 39
Largura das costas
Meça as costas do cliente de ombro a ombro, ou seja, do início da articulação de um
braço com o tronco até o início da articulação do outro braço com o tronco. Outra
medida da largura das costas é a que vai de cava a cava. Cava é a dobra que está no
início da axila. Para tomar essa medida, peça para o cliente levantar os braços na altura
do ombro, assim você saberá onde começa a cava, e então meça de uma cava até a outra.
Comprimento da frente
Essa medida é tomada apoiando-se a ponta da fita métrica na base do pescoço e
descendo-a até a cintura. Deve-se tomar o cuidado de passar a fita métrica por cima
do busto.
Fotos:©PauloSavala
40	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Comprimento das costas
Coloque a extremidade da fita métrica junto à base do pescoço; estique a fita até a
cintura.
Altura do quadril
Após determinar a parte mais saliente do quadril, verifique a sua distância até a
cintura pela lateral do corpo.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 41
Medida do gancho
Com o cliente sentado, meça da cintura até o assento da cadeira.
Atividade 3
Tomando medidas fundamentais
A ideia nesta atividade é que você e seus colegas pratiquem o ato de tomar medidas
fundamentais do corpo e percebam a importância disso.
1. Com uma fita métrica, tome as medidas fundamentais de um colega; depois, ele
tomará as suas.
2. Simule que está tomando as medidas para construir um modelo de uma peça
que escolher, por exemplo, uma saia ou outra peça qualquer.
3. Construa uma ficha técnica com as medidas da peça que escolheu. A tabela a
seguir contempla as medidas de diferentes peças, portanto, preencha apenas as
necessárias para a peça escolhida.
©PauloSavala
42	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Nome do cliente: Data:
Tecido:
Peça: Desenho da peça
Medidas
Circunferência do busto ou tórax
Circunferência da cintura
Circunferência do quadril
Circunferência de colarinho
Comprimento do ombro
Largura das costas
Comprimento da frente
Comprimento das costas
Altura do quadril
Altura do gancho
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 43
4. Discuta com o colega quais foram as facilidades e as
dificuldades que cada um encontrou na tomada de
medidas.
5. Compartilhe o resultado dessa discussão com a turma.
Medidas complementares
Além das medidas fundamentais, na modelagem são
necessárias também as chamadas medidas complemen-
tares, usadas para fazer alterações no molde-base a fim
de transformá-lo em outros modelos, como, por exem-
plo, quando se quer fazer o molde de um vestido ou
blusa no modelo tomara que caia. A variação, nesse caso,
será a medida da altura do tomara que caia. Outros
exemplos de variação: profundidade de um decote, com-
primento ou largura de uma manga, comprimento de
uma saia etc.
Veja agora como tomar as medidas complementares.
Altura do busto
Posicione a fita métrica junto à base do pescoço até a
altura do busto e tome a medida.
A altura e a distância do busto
definem a localização da pence de
busto. As pences estão presentes em
saias e blusas e são utilizadas para
modelos ajustados ao corpo. Por essa
razão, nem sempre são obrigatórias
nos moldes que você vai
confeccionar.
Pence: Pequena prega do
avesso e que vai estreitando
até desaparecer, para melhor
moldar ou para ajustar uma
roupa.
© iDicionário Aulete. www.aulete.
com.br
©PauloSavala
44	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Distância ou separação do busto
Posicione a fita métrica sobre o busto de um mamilo ao outro e tome a medida.
Comprimento de saia, calça, bermuda e similares
Coloque a fita métrica na cintura e tome a medida até a altura desejada para o
comprimento da peça.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 45
Comprimento de manga
Peça para o cliente posicionar a mão logo abaixo da
cintura, formando um arco com o braço. Tome a me-
dida do início do braço (final do ombro) até o ossinho
saliente do punho, aquele que fica próximo da mão.
Essa medida servirá para a manga comprida. Se o mo-
delo for diferente, tome a medida até o comprimento
desejado.
As medidas masculinas seguem o mesmo padrão das
medidas femininas, com exceção do busto, que nos ho-
mens é equivalente à medida do tórax.
Medidas individuais
Vimos até aqui como tomar medidas individuais, im-
portantes para construir peças sob medida, que são aque-
las feitas para um único corpo. A seguir, veremos como
essas medidas também podem dar origem a uma tabela
de medidas, que auxilia a confecção de peças que se
adequam a vários corpos.
O trabalho do modelista é de
grande responsabilidade, pois
com seus moldes milhares de
peças serão cortadas.
©PauloSavala
46	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 4
Medidas médias
1. Você já realizou uma atividade em que tomou as medidas de um colega. Agora,
em grupo de quatro participantes, vocês vão tirar a média de cada uma dessas
medidas.
Média de medidas do grupo
Integrante
Medida 1 2 3 4 Média
Circunferência do busto ou tórax
Circunferência da cintura
Circunferência do quadril
Circunferência de colarinho
Comprimento do ombro
Largura das costas
Comprimento da frente
Comprimento das costas
Altura do quadril
Altura do gancho
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 47
Como tirar a média? Suponhamos que cada participante obteve as circunferên-
cias do quadril indicadas a seguir:
•	 integrante 1 – circunferência do quadril: 100 cm;
•	 integrante 2 – circunferência do quadril: 102 cm;
•	 integrante 3 – circunferência do quadril: 98 cm;
•	 integrante 4 – circunferência do quadril: 104 cm.
Para calcular a média, é preciso somar todas as medidas (100 + 102 + 98 + 104)
e dividi-las por quatro, pois é o número de participantes que integram o grupo.
A média da circunferência do quadril no exemplo é de 101 cm.
2. É importante conhecer a média das medidas? Por quê?
3. Discuta com a turma sobre as opiniões e medidas que obtiveram no seu grupo.
Medidas padronizadas
A medida padronizada é estabelecida por meio da média de uma medida, designan-
do, assim, diferentes numerações de manequim conhecidas, por exemplo: manequim
42, 44 etc. O objetivo da medida padronizada é vestir o maior número de pessoas,
dispensando a tomada de medidas diretamente em cada corpo.
O profissional que trabalha com modelagem industrial segue uma tabela de medi-
das padronizadas, que varia de acordo com cada indústria e com o público-alvo, ou
seja, se é masculino ou feminino, infantil etc. As tabelas são referências para a
construção de bases e para a composição de peças, que poderão ser confeccionadas
em grande escala.
48	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Lendo uma tabela de medidas
Para obter medidas por meio de uma tabela de medidas
padronizadas, é preciso que você encontre, na tabela
escolhida, as medidas correspondentes ao número do
manequim.
Tamanhos – manequins
Medidas (em cm) 38 40 42 44 46
Circunferência do busto 86 90 94 98 102
Circunferência da cintura 66 70 74 78 82
Circunferência do quadril 90 94 98 102 106
Largura das costas 40 42 44 46 48
Comprimento da frente 37 38 39 40 41
As medidas das tabelas são
exatas e não incluem folgas ou
margens de costuras.
Fonte: HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para
confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto
Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/
bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/
NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
Exemplo: se desejarmos saber a medida de circunferên-
cia do busto para o tamanho 42, primeiro devemos
localizar a coluna correspondente a esse número de
manequim na tabela de modelagem feminina. Em se-
guida, precisamos localizar, na linha que corresponde à
medida da circunferência do busto, o número do ma-
nequim 42: a medida é 94 cm.
Tabelas de medidas
As tabelas de medidas foram criadas com a intenção de
padronizar medidas e tamanhos de peças, porém existe
grande diversidade de tabelas, que variam de confecção
para confecção. Para que você possa conhecer alguns mo-
delos, apresentaremos aqui três exemplos de tabela de
medidas femininas, masculinas e infantis.
Já foi ressaltada a importância na precisão das medidas,
pois um erro nessa etapa poderá comprometer a peça-
-piloto e toda a coleção.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 49
Tabela de medidas-padrão – corpo feminino
Tabela de medidas
Padrão industrial para modelagem plana feminina
Tamanhos 38 40 42 44 46
Medidas fundamentais
Circunferência do busto 86 90 94 98 102
Circunferência da cintura 66 70 74 78 82
Circunferência do quadril 90 94 98 102 106
Corpo – frente
Comprimento da frente/corpo 43,5 44,5 45,5 46,5 47,5
½ largura do busto da frente 22,8 23,8 24,8 25,8 26,8
½ separação do busto da frente 8 8,5 9 10 10,5
Comprimento lateral 20 20,5 21 21,5 22
½ cintura da frente 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5
Comprimento do ombro 12 12,3 12,6 12,9 13,2
Comprimento ombro-cintura 37 38 39 40 41
Largura do decote da frente 6 6,5 7 7 7,5
Comprimento do decote da frente 6,75 7 7,25 7,5 8
Diâmetro da zona do busto 13 14 14 15 16
50	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Costado: Sinônimo de costas.
Tabela de medidas
Corpo – costas
½ largura das costas 20,2 21,2 22,2 23,2 24,2
½ costado 17 17,5 18 18,5 19
½ cintura das costas 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5
Largura do decote das costas 6,5 7 7,5 7,5 8
Comprimento do decote das
costas
2,5 2,5 2,75 2,75 3
Manga
Cabeça da manga 13 13,5 14 14,5 15
Comprimento da manga 58 58 58,5 58,5 59
Comprimento debaixo do braço 43 43,5 44 44,5 45
Cotovelo 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5
Bíceps 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5
Punho 16 17 18 19 20
Calça e saia
Altura do gancho 23,2 24 24,8 25,6 26,4
Comprimento lateral 100 101 102 103 104
Altura do joelho 59,5 60 60,5 61 61,5
Altura do quadril 18 18 20 20 20
HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para
confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto
Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/
bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/
NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 51
Tabela de medidas-padrão – corpo masculino
Tabela de medidas
Padrão industrial para modelagem plana masculina
Camisa social (colarinho) 36 38 40 42 44 46
Camisa esporte (tamanho) 0 1 2 3 4 5
Calça (tamanho/cintura) 36 38 40 42 44 46
Circunferência do tórax 88 92 96 100 104 108
Circunferência da cintura 72 76 80 84 88 92
Circunferência do quadril 88 92 96 100 104 108
Pescoço (colarinho) 36 38 40 42 44 46
Punho 21 22 23 24 25 26
Comprimento das costas 44,5 45 45,5 46 46,5 47
Costado 39 40 41 42 43 44
Comprimento da manga 60,5 61 61,5 62 62,5 63
Comprimento da calça 107 108 109 110 111 112
Altura do gancho 22,7 23,5 24,2 25 25,7 26,5
Altura do joelho 61,5 62 62,5 63 63,5 64
Altura de entrepernas 84,2 84,5 84,7 85 85,2 85,5
HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o
empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/bds/
BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
52	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Tabela de medidas-padrão – corpo infantil
Tabela de medidas
Padrão industrial para modelagem plana infantil
Idade/tamanho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Medidas
Circunferência
do busto
52 54 56 58 60 62 64 68 70 72 74 78 80
Circunferência
da cintura
52 52 54 56 58 58 60 60 60 62 63 63 65
Circunferência
do quadril
56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 78 82 86
Frente
Comprimento
da frente
20 22 23 24 25 26 28 30 31 32 33 34 36
Ombro 6,5 7 7,5 8 8 8,5 9 10 10 10,5 10,5 11 12
Queda
do ombro
2 2 2,3 2,5 2,5 2,5 2,8 3 3 3,2 3,2 3,5 3,7
Pescoço 24 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 34
Costas
Comprimento
das costas
19 21 22 23 24 25 27 29 30 31 32 33 35
Costado 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 35
Manga
Comprimento
da manga
26 28 30 32 34 36 38 40 42 46 48 50 52
Punho 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15 15,5 16 16,5 17 17,5
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 53
Tabela de medidas
Saia e calça
Comprimento
da saia
21 22 23 23 24 25 25 26 26 27 28 29 30
Gancho 42 44 45 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64
Comprimento
da calça
42 48 52 56 58 59 60 62 64 68 72 76 80
Altura do quadril 11 12 12 12 13 13 13 13,5 13,5 14 15 16 17
Guia de pence 2 2 2,5 2,5 3 3 4 4 5 5 6 7 7
HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o
empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em:
http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf.
Acesso em: 9 jan. 2013.
Materiais do modelista
O principal instrumento utilizado pelo modelista é a fita métrica: um pedaço de
plástico ou de tecido plastificado, estreito, chato e delgado, graduado com medidas
do sistema métrico decimal (metro, decímetro, centímetro ou milímetro).
Veja a seguir outros materiais importantes para o trabalho do modelista.
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54	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Papel kraft
Usado para traçar os moldes.
Lápis e borracha
O lápis comum serve para traçar o risco do molde no papel. A borracha deve ser
utilizada para apagar erros, traços ou linhas incorretas e indesejáveis dos moldes.
Régua
A régua deve ser utilizada para traçar linhas e medir os traços do molde. Na mode-
lagem industrial, utilizamos dois tipos de réguas: a milimetrada e a curva.
•	 Régua milimetrada – de madeira ou de material plástico, graduada em centí-
metros e milímetros.
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©PauloSavala
©PauloSavala©PauloSavala
©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 55
•	 Régua curva – existem vários tipos de régua curva. Ela auxilia a traçar, nos
moldes, as partes curvas equivalentes a quadril, cavas, decotes, ganchos, lapelas
etc., propiciando traçados mais exatos do que os feitos à mão livre.
Régua curva francesa para modelagem.
Esquadro
Em modelagem industrial, utilizam-se dois tipos de esquadro: o convencional e o
de alfaiate.
•	 Esquadro convencional – formado por um ângulo reto, é utilizado para traçar
linhas perpendiculares.
•	 Esquadro de alfaiate – serve para traçar linhas curvas ligeiramente acentuadas.
Esse esquadro não é um material fundamental, mesmo assim alguns modelistas
preferem utilizá-lo.
Fotos:©PauloSavala
56	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Tesoura
O modelista precisa de dois tipos de tesoura: a de alfaia-
te e a comum.
•	 Tesoura de alfaiate – ­facilita o processo de cortar o
tecido seguindo o molde, pois seu pegador é um pou-
co mais elevado do que as lâminas.
•	 Tesoura comum – deve ter um bom corte e de prefe-
rência ser grande, pois isso facilita o trabalho de cortar
os moldes.
Não use a tesoura de tecido para
cortar os moldes de papel, pois
prejudicará seu corte.
Fotos©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 57
Giz de alfaiate
Muito útil para transferir o molde feito em papel para o tecido ou fazer marcações
nas peças. Não mancha o tecido e sai com facilidade.
Descosturador
Usado para desmanchar costuras. A ponta fina, ao ser inserida no ponto que se quer
eliminar, leva a linha até a lâmina, que fica em sua curva central. É muito útil
também para abrir casas de botão.
Carretilha
É utilizada na modelagem industrial para copiar as linhas dos moldes em papel ou
tecido. Para transferi-las para o tecido, é necessário o uso de papel-carbono.
Fotos:©PauloSavala
58	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Alfinetes
São usados para fazer marcações de ajustes e prender
os moldes aos tecidos.
Punção
Serve para perfurar ou marcar um ponto em uma peça.
É muito útil para transferir a localização de furos em
gabaritos. Costuma ser feito de metal, com uma ponta
moldada em uma das extremidades.
Gabarito: Peça de plástico
ou de papel rígido produzida
para auxiliar nos processos
de modelagem, costura ou
acabamentos, como a locali-
zação de botões e caseados.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 59
Manequim
É um importante apoio para elaboração de modelagens.
No manequim, o modelista pode analisar o caimento de
mangas, visualizar golas e volumes (drapeados, por exemplo).
Você sabia?
Grande parte das confec-
ções já atua com sistemas
de modelagem feitos no
computador. Há casos,
inclusive, em que ela é
totalmente computadori-
zada. Por exemplo, digi-
taliza-se no computador
uma modelagem de saia
e, a partir dela, podem-se
criar diversos moldes. Ou,
então, faz-se primeiro o
moulage (fala-se “mulage”)
em tecido e depois ele é di-
gitalizado no computador.
Isso é possível utilizando-
-se um software para ela-
boração de moldes. O
CAD (Computer Aided
Design, que pode ser tra-
duzido livremente como
“desenho auxiliado por
computador”) é uma fer-
ramenta que tende a ser
cada vez mais utilizada na
indústria de confecção.
Esse poderá ser um curso
a ser feito posteriormen-
te, quando você estiver
mais familiarizado com a
modelagem.
Também são importantes para uso do modelista:
computador, calculadora, mesa para desenho, fita ade-
siva e grampeador.
©PauloSavala
©JoseManuelGelpiDiaz/123RF
60	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 5
Moulage
Agora que você já conhece melhor os tecidos e viu no
Caderno 1 como Madeleine Vionnet (1876-1975) criava
seus modelos, vamos tentar fazer um moulage.
1. Imagine a peça do vestuário que você vai criar e que
possa ser modelada em um manequim. Solte a ima-
ginação e pense no caimento, na cor e na estação do
ano em que ela será usada.
2. Em uma folha avulsa, esboce um desenho do modelo
que você imaginou.
3. Tente montar seu modelo no manequim.
4. Apresente à turma sua produção e, se possível, foto-
grafe-a para seu futuro portfólio.
Você sabia?
Draping (fala-se “drá-
pim”) ou moulage é uma
técnica de modelagem
tridimensional feita dire-
tamente no manequim
ou no corpo do modelo.
Essa técnica dá ao mode-
lista uma visão mais com-
pleta do caimento da
peça, o que lhe permite
verificar, modificar ou
criar novos efeitos antes
mesmo de terminar o
modelo.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 61
Unidade 7
Molde industrial
Para iniciar a produção de moldes, vamos, em primeiro lugar,
relembrar como se dá a criação de uma peça.
O papel do modelista se compara ao de um tradutor. O esti-
lista pensa no modelo, no caimento, no movimento que a rou-
pa deve ter etc., e o modelista, por sua vez, concretiza (traduz)
no papel as ideias pensadas na etapa de desenvolvimento do
modelo.
Modelagem bidimensional x modelagem
tridimensional
Além de passar para o papel a ideia do estilista, o modelista faz
outro tipo de tradução – tem de pensar um modelo que terá
três dimensões: profundidade, largura e comprimento, sendo,
portanto, tridimensional.
Para chegar a esse resultado, ele pode pensar em trabalhar com
o moulage ou com a modelagem bidimensional, conhecida como
modelagem plana, ou seja, com moldes que tenham duas di-
mensões: comprimento e largura.
Modelo desenhado pelo estilista. Molde elaborado com base no modelo idealizado pelo estilista.
©HudsonCalasans
©PauloSavala
62	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
O trabalho do modelista pode ser realizado considerando também os dois processos,
primeiro a modelagem plana e depois a modelagem tridimensional.
Compare as duas formas:
Modelagem bidimensional Modelagem tridimensional
Método Manual, no papel Manequim
Tempo 1 hora 5 horas
Estética
Apresenta maior risco de erro
na indicação de detalhes no
modelo
Apresenta maior precisão na
localização dos detalhes
Visibilidade Traça as formas e os volumes
Permite o manuseio real de
formas e volume, bem como a
percepção do comportamento
do tecido
Caimento
Requer maior quantidade de
ajustes na peça-piloto
Reduz o número de ajustes
Construção de
bases
Construído por desenho
Construído diretamente em
um modelo
Funcionalidade Limita-se à tabela de medidas
Torna possível o estudo de
dobras e o deslocamento de
linhas, estruturas, volumes e
ajustes
Conceito
Capacidade de visualizar
mentalmente o resultado final
Exige técnica manual e visual,
sensibilidade e ação criativa
Fonte: BORBAS, M. C.; BRUSCAGIM, R. R. Modelagem plana e tridimensional – moulage – na indústria do
vestuário. Revista de Ciências Empresariais da Unipar, Umuarama, v. 8, n. 1 e 2, p. 155-67, jan./dez. 2007. p.
164-5. Disponível em: http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/2679/2043. Acesso em: 17 jan. 2013.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 63
Empregar a modelagem tridimensional não elimina a
modelagem plana (que também pode ser feita de forma
computadorizada), mas o uso combinado dos dois mé-
todos traz maior qualidade ao produto final. Apesar de
serem métodos diferenciados e de, comumente, o mo-
delista encontrar mais facilidade em um deles, o ideal é
usar os dois métodos para aproveitar os pontos fortes de
cada um. Por exemplo, o modelista pode fazer o traçado
de um blazer (fala-se “blêizer”) na modelagem plana,
mas fazer a gola por moulage para chegar mais rápido ao
desenho e ao volume desejados.
As etapas da confecção de roupas
na indústria
O trabalho na indústria de moda é, geralmente, bastan-
te dividido. É o chamado trabalho especializado, no
qual as etapas e as funções de cada profissional são bas-
tante demarcadas. Contudo, dependendo do porte da
indústria, os profissionais do vestuário podem formar
uma equipe que valorize a experiência de cada um, pos-
sibilitando maior troca de informações e experiências.
Se isso ocorrer, com certeza o resultado do trabalho
será melhor.
Tomando como exemplo uma indústria com tarefas
mais divididas, o trabalho do modelista começa na
interpretação do modelo proposto pelo estilista. Esse
modelo, também conhecido como croqui, deve vir
acompanhado de uma ficha técnica muito precisa,
que considere as medidas e/ou tamanhos a serem pro-
duzidos, além da descrição completa do modelo, tal
como: o tecido, os acabamentos a serem utilizados, os
detalhes etc.
Cada empresa tem um modelo próprio de ficha técnica,
mas, ainda assim, existem dois modelos básicos. Obser-
ve-os a seguir.
A ficha técnica de uma peça deve
ser única, e todos os setores
envolvidos na produção devem ter o
mesmo documento. Portanto, se
houver qualquer alteração na ficha,
todos os departamentos precisam ser
imediatamente comunicados.
O uso adequado desse documento
permite evitar compras erradas e,
consequentemente, prejuízos para a
produção da peça, seja ela em grande
ou em pequena escala.
Ficha técnica: Documento
importante para o planeja-
mento da produção de qual-
quer peça de vestuário. Ela
tem como objetivo especifi-
car todos os passos a serem
seguidos para determinado
modelo, bem como indicar
tamanho, tecido, cor, avia-
mentos etc.
64	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Modelo 1: o foco está na descrição de todas as etapas de costura e montagem da peça.
Ficha técnica
Descrição do produto:
Fases Nº Operações Máquinas Acessórios
Observações:
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 65
Modelo 2: possibilita que o modelista visualize como a
peça ficará depois de pronta.
Ficha técnica
Descrição do produto: Modelo:
Coleção: Código:
Estilista: Modelista:
Croqui frente Croqui costas
Cores: Tamanhos:
Tecidos: Assinatura do modelista:
Aviamentos: Assinatura do costureiro:
Observações:
Aviamento: Material utili-
zado no acabamento de uma
peça de roupa, de acordo
com o tecido empregado.
66	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 1
Interpretando a ficha técnica
Observe a ficha técnica a seguir.
FICHA TÉCNICA
Modelo:
Descrição do produto:
Regata de malha Denise
Designer:
Vanessa
Modelista:
Sílvia
Grade:
P-M-G
Tamanho da piloto:
P
Data:
20/12/2012
Tecido:
Viscolycra
Fornecedor:
Sintotex
Composição:
95% viscose, 5% elastano
Consumo:
0,83 m
Rendimento:
2,70 m/kg
Aviamentos:
Cartela Hot Fix
Fornecedor:
Ornare Aviamentos
Consumo:
3255
Código:
1
Cor 1:
Preto
Cor 2:
...............
Regata de malha
com Hot Fix
Variantes:
Cor 1: preto
Cor 2: branco
Coleção:
Primavera-verão 2013
©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 67
Agora, identifique:
1. Qual é a peça a ser confeccionada?
2. Quais serão os tamanhos a serem confeccionados?
3. Quantos tipos de tecido são empregados na produção da peça?
4. Quais são os tecidos a serem empregados?
5. Quais são os aviamentos necessários?
6. Observando a peça, responda: Algum aviamento ou acabamento não foi inserido
na ficha técnica? Se sim, qual(is)?
7. 	Algum detalhe que facilitaria o trabalho do modelista foi esquecido? Se sim,
qual(is)?
68	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 2
Produzindo a ficha técnica
1. Escolha um modelo de peça (vestido, saia, blusa etc.) e faça um esboço no quadro
a seguir.
2. Como seria a ficha técnica necessária para o modelo elaborado? Você incluiria
outros detalhes na ficha? Quais? Por quê?
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 69
3. Preencha a seguir a ficha técnica idealizada por você a partir do exemplo da
página 65. Comente o resultado com os colegas.
Ficha técnica
70	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
4. No laboratório de informática, refaça a ficha técnica
que você elaborou em uma planilha eletrônica.
A geometria na modelagem
Após uma análise minuciosa do modelo com a respec-
tiva ficha técnica, é o momento de traçar o molde.
Mas, antes disso, você precisará recorrer a alguns ele-
mentos matemáticos, mais especificamente de cálculos
e da geometria. Vamos começar pela geometria. Ela é
de extrema utilidade na realização dos moldes.
Vejamos: O que é um ponto? O que é uma reta? E um
segmento de reta?
Em geometria, o ponto não tem partes, podendo ser
representado, por exemplo, pelo sinal feito com a pon-
ta do lápis no papel. Uma reta é uma linha infinita, sem
início nem fim, formada por pontos alinhados. Um
segmento de reta tem início e fim delimitados, como
mostra a imagem a seguir.
Se nesse segmento de reta for marcado um terceiro pon-
to C, teremos dois segmentos, AC e CB:
O segmento de reta AC é formado pelo ponto inicial A
ligado ao ponto C; e o segmento de reta CB é formado
pelo ponto inicial C ligado ao ponto B.
Para saber mais sobre como elaborar
planilhas, recorra ao Caderno do
Trabalhador 3 − Conteúdos Gerais –
“ABC da informática”. Você poderá
consultá-lo no site do Programa
Via Rápida Emprego.
Disponível em: http://www.viarapida.
sp.gov.br. Acesso em: 10 jan. 2013.
A B
A C B
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 71
Veja um exemplo:
Se o segmento AB for igual a 4 cm e o ponto C estiver
localizado a 2 cm do ponto A, o ponto C será chamado
de ponto médio do segmento AB.
Segmento AB = 4 cm
Segmento AC = 2 cm
Segmento CB = 2 cm
Ponto médio = ponto C
Você utilizará, conforme visto na Unidade 6, vários ins-
trumentos de trabalho, como lápis, borracha, esquadros
e réguas especiais para traçar linhas retas e curvas, com
a finalidade de ligar pontos no traçamento dos riscos dos
moldes. Para traçar linhas curvas, se preferir, você tam-
bém poderá usar um transferidor ou mesmo um
compasso.
Recorra ao Caderno do Trabalhador 3
– Conteúdos Gerais – “Fazendo
contas”, pois lá você poderá rever os
sistemas de medidas e como fazer
cálculos usando a calculadora.
Disponível em: http://www.viarapida.sp.gov.
br. Acesso em: 10 jan. 2013.
©PauloSavala
©OksanaTrachuk/123RF
©HudsonCalasans
2 cm 2 cm
A C B
72	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
O traçado dos moldes
O molde é usualmente feito em papel kraft, também conhecido por papel-manilha.
Conforme visto na Unidade 6, ele será traçado de acordo com a tabela de medidas
na qual o modelista se baseará.
Essa é a etapa em que são inseridos todos os detalhes do modelo.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 73
Quando os moldes estiverem finalizados, você poderá
inserir o acréscimo (ou margem) de costura, de acor-
do com as máquinas a serem utilizadas, o modelo e
o efeito desejado.
O tamanho das margens de costura também pode ser
definido de acordo com o padrão de cada confecção.
Algumas podem até optar por não incluir as margens
no molde e inseri-las no momento de riscar o tecido
para o corte.
Aqui sugerimos que você deixe os seguintes valores para
as margens:
•	 1 cm na cintura;
•	 2 cm nas laterais;
•	 2 cm no meio das costas;
•	 3 cm para a bainha.
Para conhecer mais sobre os tipos de
máquina, você pode consultar o
Caderno 2 – Costureiro.
Disponível em: http://www.viarapida.sp.gov.
br. Acesso em: 10 jan. 2013.
Margemdecostura
Margemdecostura
Margemdecostura
Margem
decostura
Margem
decostura
Exemplo de molde traçado com 1 cm de margem de costura.
©HudsonCalasans
74	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Após traçar os moldes e, caso indicado, acrescentar as margens de costura, é neces-
sário recortar cada parte e anotar em cada uma as seguintes informações:
•	 nome da peça (anotar no molde “manga”, por exemplo);
•	 tamanho da peça (no
42, por exemplo);
•	 nome ou referência (coleção verão, ref. xxxx, por exemplo);
•	 quantidade de partes a ser cortada (X [um número], por exemplo);
•	 quantas partes compõem o molde (7 partes, por exemplo);
•	 posição do fio do urdume;
•	 nome do modelista;
•	 data do molde.
É também atribuição do modelista calcular o consumo de tecido para cada mode-
lo, assim como em relação a todos os materiais que serão usados para a peça-piloto.
A peça-piloto é o primeiro molde a ser testado e é feita, normalmente, em um
único tamanho. A partir dela, será realizada a prova de ajustes, quando se fazem
todos os acertos necessários, antes da produção em série.
.
Modelista faz ajustes em peça-piloto.
©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 75
Modelista passa para o molde os ajustes feitos na peça-piloto.
A confecção da peça-piloto passa por várias etapas e en-
volve diversos profissionais. Depois de um modelo ser
idealizado e desenhado pelo estilista, e de o molde ter
sido confeccionado pelo modelista, uma primeira peça
é cortada e transformada em peça-piloto, que é o protó-
tipo – ou seja, a primeira versão do produto – das peças
que serão produzidas em grande quantidade.
Geralmente, o costureiro pilotista é responsável por cos-
turar a peça-piloto e fazer os ajustes que o estilista e o
modelista poderão solicitar. Mas é bom esclarecer que,
muitas vezes, em confecções de micro e pequeno portes,
ou quando se trabalha por conta própria, o modelista
tem de ter conhecimento de corte e costura, porque não
é possível contar com os serviços de um pilotista.
A confecção da peça-piloto é de extrema importância,
pois evita prejuízos e perdas futuras, já que a partir dela
se definirão a quantidade de tecido, os aviamentos, os
acessórios, as cores, além de se determinar o custo final
da peça a ser comercializada.
Com o molde-base definido, é o momento da gradação,
conforme a grade de tamanhos com a qual se trabalha.
Gradação: Termo emprega-
do para se referir ao aumen-
to ou à redução do molde da
peça-piloto, ou seja, uma vez
pronta, se procede à elabo-
ração dos modelos maiores
e menores a partir dela.
©PauloSavala
76	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Atividade 3
Você na indústria
1. Imagine que você está trabalhando em uma indústria de confecção e recebeu de
seu colega estilista a ficha técnica a seguir.
FICHA TÉCNICA
Modelo:
Descrição do produto:
Saia godê
Código:
XPTO
Tamanho:
42
Modelo com 60 cm
de comprimento,
4 cm de barra
Coleção:
Primavera-verão
Cor:
Estampada
Tecido:
Algodão
©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 77
2. Com base nessa ficha, você, como modelista, tem
todas as informações necessárias para realizar o mol-
de? Explique sua resposta.
3. Caso a ficha precise de complementos, responda:
Como proceder? Com quem você deve falar? Como
vai se dirigir a essa pessoa?
4. Com base nas informações da ficha técnica, tente
traçar o molde da saia. Este é um exercício de tenta-
tiva e descoberta de volumes e proporções do corpo
feminino. Se preferir, poderá ser usado um manequim
ou o corpo de uma colega para testar ajustes e cai-
mentos.
Ao fazer essa atividade e tentar traçar
o molde, é importante considerar as
margens de costura indicadas
anteriormente:
• 1 cm na cintura;
• 2 cm nas laterais;
• 2 cm no meio das costas;
• 3 cm para a bainha.
Quando a costura for diferente de
1 cm, deve ser indicada com pique.
Piques: Pequenos recortes
de 1 mm de largura x 4 mm
de comprimento.
78	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
5. Em grupo, discutam:
a) Quais dados vocês retirariam ou incluiriam na ficha apresentada? Por quê?
b) Quais foram as dificuldades e as facilidades para elaborar o molde?
Para finalizar esta Unidade, a turma poderá realizar uma exposição com o tema
Meu primeiro molde.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 79
Unidade 8
Modelagem de saia
Esta Unidade tem como objetivo apresentar a modelagem de
saia, peça básica do vestuário feminino, também base para
vestidos.
Vamos aprender, em primeiro lugar, a fazer um molde-base para
saia reta – frente e costas –, pois, a partir dele, você poderá
confeccionar outros moldes com as medidas do modelo que será
criado.
Atividade 1
Construindo o molde-base
de saia reta
A saia reta é mais justa ao corpo, sendo utilizada em várias si-
tuações, como na composição de um tailleur (fala-se “taiêr”),
por exemplo, podendo variar no comprimento.
Seu molde é a base para muitos modelos.
1. Em grupo de três ou quatro participantes, pratiquem a con-
fecção do molde a seguir para adquirir bastante familiarida-
de com os procedimentos.
80	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Base da saia reta
Para a execução do molde-base da saia reta, você preci-
sará do material completo e da mesa organizada.
O molde-base dessa saia é traçado pela metade, em pa-
pel kraft. Quando for cortar o tecido, basta dobrá-lo e
colocar a parte reta desse molde sobre a dobra do tecido.
Por este ser um molde-base, você não precisará inserir
margens de costura, pois a base servirá de ponto de par-
tida para outros modelos de saia. Quando for definir o
molde da peça que será cortada e costurada, então você
poderá inserir as margens de costura.
Cintura
Pences
da frente
Frente
Bainha
Os moldes de peças que têm os dois
lados iguais são, normalmente, feitos
pela metade. Na hora de passá-los
para o tecido, encoste sua parte
central na dobra. Assim, quando
desdobrá-los, você terá o lado (da
frente ou das costas) completo.
Para garantir um trabalho bem-feito,
mantenha sempre sua mesa
organizada. Separe todo o material
que precisará usar na confecção do
molde da saia reta e mãos à obra!
©HudsonCalasans
1.	 Consulte a tabela de medidas da Unidade 6, “Tabela
de medidas-padrão – corpo feminino”, manequim 40.
2.	Em seguida, em uma folha de papel kraft de 1 m x 1 m
e com o auxílio da régua, trace um retângulo com as
seguintes medidas: menor lado (linha AB na figura)
equivale à metade do quadril, e o maior lado (linha
BC na figura) equivale ao comprimento da saia.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 81
A B
D C
3.	Agora, nesse retângulo, marque o ponto E na metade da medida entre A e B, e o
ponto F na metade da medida entre C e D. Trace uma linha reta unindo E e F.
A B
D C
E
F
Ilustrações:©HudsonCalasans
4. Com a régua na linha AD, marque o ponto G, a partir do ponto A, com a me-
dida do quadril. Faça o mesmo na linha BC, e marque, a partir de B, o ponto
H. Trace uma linha unindo G e H. No cruzamento entre as linhas EF e GH,
marque o ponto I. Observe que a medida AG é igual à medida BH, ou seja, essa
é a altura do quadril.
82	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
A B
D C
E
F
G H
I
Ilustrações:©HudsonCalasans
A B
D C
E
F
G H
I
3 cm3 cm
E1 E2
5.	A partir do ponto E, marque 3 cm para cada lado: pontos E1 e E2. Una E1 e E2
com I, utilizando a curva francesa, como na imagem a seguir.
Meça a reta AE1 e a reta E2B, some essas medidas e anote o resultado, pois você
o usará a seguir.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 83
6.	Volte à tabela e veja a medida da cintura. Dela, subtraia
o resultado que você encontrou no passo 5 (AE1 + E2B).
Essa diferença deverá ser eliminada por meio de pen-
ces, que serão divididas igualmente entre a frente e as
costas do molde. O comprimento das pences poderá
ser de 12 cm.
Ilustrações:©HudsonCalasans
O corpo feminino apresenta uma
diferença entre a medida do quadril e
a medida da cintura. A maioria das
mulheres tem a cintura mais fina que
o quadril. Portanto, para ajustar a
cintura é necessário fazer pences.
A B
D C
E
F
G H
I
3 cm3 cm
E1 E2
3 cm3 cm
7.	 Em seguida recorte os moldes, separando frente e
costas. Veja a seguir como deverão ficar:
Frente
Meiodafrente
Fio
Meiodascostas
Fio
Costas
8.	Para transferir os moldes ao tecido, eles devem ser
alfinetados ou colados sobre ele, com a parte reta na
dobra do tecido, para não ter perigo de se deslocar
nem de provocar marcações incorretas.
De posse dos moldes feitos para a saia reta, elabore sua
ficha técnica.
84	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Variações do molde
Saia evasê
A saia evasê – também conhecida como saia A, pois tem o formato dessa letra – pode
ser criada a partir do molde-base de saia reta, com algumas variações.
Atividade 2
Construindo um molde de saia evasê
1. Em dupla, preparem um molde-base de saia reta.
2. Tracem uma linha vertical na direção da pence e cortem o molde, da barra até ela.
3. Dobrem a pence na cintura. Ao fazer isso, a linha que vocês cortaram abrirá na
mesma proporção da dobra, transferindo para a barra um aumento que provo-
cará o caimento do modelo.
A A
Pence
fechada
E
E
B B
B
C C C
F FD
D
Linha do quadril
Meiodafrente(dobra)
Meiodafrente(dobra)
Linhavertical
Esquema 1 Esquema 2
Ilustrações©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 85
4.	Nas costas, repitam o mesmo procedimento, cortando o molde até o final da
pence. A abertura das costas é maior do que a da frente em função do contorno
das nádegas.
M M
Pence
fechada
N
N
R
R
L L L
S S
P
P
Linha do quadril
Meiodascostas
Meiodascostas
Lateral
Lateral
Linhavertical
Esquema 3 Esquema 4
Fio reto, atravessado e enviesado
Escolher a forma como o molde será colocado em relação à ourela do tecido e a peça será cortada é
importante, pois essa escolha determinará o caimento da roupa e fará com que o modelo fique mais ou
menos armado.
Então, se você cortar o tecido no sentido do fio reto, o caimento será firme, mas não rígido. Já o caimen-
to de um corte no sentido do fio atravessado será armado, enquanto o do fio enviesado deixará a roupa
mais mole e flexível. É o caso dos godês.
•	 Fio reto – é preciso traçar no molde uma linha perpendicular à cintura, que ficará paralela à ourela.
Ourela
Fio reto
Paralelo
Ilustrações©HudsonCalasans
86	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Saia godê simples
•	 Fio atravessado – a linha perpendicular do molde fica em posição transversal à ourela.
•	 Fio enviesado – a linha perpendicular traçada no molde deverá formar, com a ourela do tecido, um
ângulo de 45°. Isso se torna mais fácil com o uso de um esquadro.
Ourela
Fio atravessado
Perpendicular
Ilustrações:©HudsonCalasans
Ourela
Fio enviesado
450
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 87
Esse tipo de saia é exceção em relação ao molde de saia reta, mas é ainda mais simples.
A saia godê é o único modelo de saia em que o traçado não parte da base de saia.
Seu traçado é feito a partir de uma folha em branco. Existem dois tipos de godê:
em semicírculo (ou godê simples), e em círculo (ou godê guarda-chuva).
O molde que vamos aprender primeiro é o de saia godê simples, que é basicamente
a construção de um semicírculo.
Atividade 3
Construindo uma saia godê simples
1.	 Em dupla, tracem o molde da saia godê a seguir para o manequim 40 (ver tabe-
la de medidas na Unidade 6).
O molde desse tipo de saia parte de duas linhas retas perpendiculares, formando
um ângulo reto:
2. Antes de marcarem os pontos, façam o seguinte cálculo:
•	 dividam a medida da cintura por 3 e tirem, do resultado obtido, 2 cm – a medi-
da da cintura para o manequim 40 na tabela é 70 cm, portanto, ⅓ é aproxima-
damente 23 cm; tirando 2 cm, ficamos com 21 cm;
•	 acrescentem a essa medida o valor do comprimento da saia – no manequim 40,
a altura do joelho é 60 cm, então, 21 + 60 = 81 cm.
3. Agora, comecem a marcar os pontos:
•	 ponto A – encontro das linhas;
•	 pontos D e E – partindo do ponto A, ⅓ da medida da cintura menos 2 cm; por-
tanto, neste caso, 21 cm;
•	 pontos B e C – partindo do ponto A, comprimento total; no caso, 81 cm.
A
E
D B
C
A
E
D B
C
A
E
D B
C
©HudsonCalasans
88	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
4. Para garantir a mesma medida de comprimento em
toda a roda da saia, façam várias linhas partindo do
ponto A.
5. Marquem em cada uma delas um ponto com a medi-
da total do comprimento, igual à linha AB, e um
ponto equivalente à posição da cintura, igual ao seg-
mento de reta AD (vejam a figura a seguir).
6. Agora, unam os pontos, um a um, na altura da cintura
e na altura da barra, com um transferidor ou uma régua
curva, conforme ilustração a seguir.
7. Ao fazer a saia, lembrem-se de acrescentar 3 cm para
a barra.
8. O molde está pronto.
Caso os resultados das contas não
sejam exatos, devem-se arredondar
os valores, ou seja, aproximar o
resultado do número inteiro. Isso foi
demonstrado na página anterior no
cálculo: 1/3 de 70, cujo resultado não é
um número exato, portanto, foi
aproximado para 23 cm.
A
E
D B
C
A
F
G
H
E
D B
C
A
E
D B
C
A
E
D B
C
A
F
G
H
E
D B
C
A
E
D B
C
A
F
G
H
E
D B
C
A
E
D B
C
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 89
Instruções gerais:
•	 os moldes da saia godê são iguais, tanto para a frente
como para a parte de trás;
•	 para carretilhar o molde, é importante que você o du-
plique para posicioná-lo no tecido. A saia feita dessa
forma terá duas costuras laterais. Lembre-se de seguir
o mesmo sentido do fio, nas duas partes:
•	 caso deseje uma saia com apenas uma costura, una os
moldes de papel e coloque esse novo molde no tecido
para carretilhar:
Quando for fazer a bainha de
qualquer modelo godê, pendure a
roupa em um cabide e aguarde 12
horas para que o caimento do tecido
se complete, evitando que o
comprimento fique desigual.
Frente
Ourela
Ourela
1,40mdelargura
Costas
Ourela
1,40mdelargura
Ourela
Meio das costas Meio das costas
Meiodafrente
Ilustrações:©HudsonCalasans
Ourela
1,40mdelargura
Ourela
Meio das costas Meio das costas
Meiodafrente
90	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
•	 o raciocínio para o traçado da saia godê serve como guia para o traçado de qual-
quer molde em godê, como golas, punhos etc.;
•	 sobre a quantidade de tecido necessária:	
–	se o tecido tiver 1,40 m de largura, compre uma altura do tamanho do tecido
mais as folgas para a costura. Considera-se “altura”, na hora de comprar o te-
cido, o comprimento da peça;
–	se o tecido tiver 90 cm de largura, compre duas alturas mais as folgas para
costura.
•	 antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto;
•	 corte o tecido e, com seus colegas, discutam as correções que acreditam ser ne-
cessárias para aperfeiçoar a peça e melhorar seu caimento e conforto;
•	 após construir a base da saia, faça uma experiência com o molde-base, isto é, faça
uma peça-piloto com um tecido de baixo custo. Corte, costure e verifique se ficou
de acordo com o que esperava.
Atividade 4
Crie uma saia
1. Tome as medidas de uma colega e escolha o modelo da saia cujo molde vai preparar.
2. Faça uma saia de papel e verifique os aspectos mais fáceis e os difíceis de executar.
3. Converse com a turma, verifique as soluções encontradas e acompanhe as orien-
tações do monitor para cada situação.
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 91
Unidade 9
Modelagem de blusa
Nesta Unidade, conheceremos o molde de blusa. A partir dele
e do molde de saia, você poderá compor também vestidos.
Molde-base de blusa
Para a execução da modelagem básica da blusa, você precisará
do material completo e da mesa organizada.
Assim como para as saias, as bases para blusas com os dois lados
iguais são, normalmente, traçadas pela metade: basta você do-
brar o tecido ao meio para ter o molde completo.
Para o método a seguir, será necessária uma folha de papel kraft
de aproximadamente 1 m x 1 m.
©PauloSavala
92	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
1. Para dar início ao molde, dobre o papel ao meio e faça uma linha horizontal,
partindo da dobra do papel, em qualquer altura e com qualquer comprimento,
conforme a imagem a seguir.
2. Marque na linha, a partir da dobra, a metade da medida da largura das costas e,
a partir desse ponto, desça 2 cm.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 93
3. Meça, desse ponto para o centro do papel, o comprimento do ombro. Com a
régua inclinada, trace uma linha para fazer a inclinação do ombro, conforme
mostra a imagem.
4. Abaixo do encontro entre a dobra do papel e o início da linha horizontal, marque
a medida da circunferência do colarinho dividida por quatro e trace uma linha
curva ligando esse ponto ao da inclinação do ombro, conforme a imagem a seguir.
Fotos:©PauloSavala
94	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
5. Abaixo do encontro entre a dobra do papel e o início da linha horizontal, deter-
mine a altura do busto, da cintura e do quadril. A partir desses pontos, trace
linhas horizontais com cada uma das medidas equivalentes à circunferência do
busto, da cintura e do quadril divididas por quatro.
6. Para fazer o ponto da cava, marque 5 cm acima do fim da linha do busto. Para
desenhar a cava, você deverá utilizar a régua curva francesa, unindo o final da
linha do comprimento do ombro até o ponto da cava.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 95
7. Trace uma linha a partir do ponto da cava até a cin-
tura, unindo os finais das linhas desenhadas – do
busto, da cintura e do quadril –, que formarão a late-
ral da blusa.
8. Na metade da linha da cintura, marque as pences da
cintura com 0,5 cm para cada lado. O comprimento
delas será determinado por linhas que você deverá
traçar, do busto até a cintura, e da cintura até o qua-
dril, como mostram as imagens na próxima página.
A pence será usada dependendo
do modelo a ser cortado ou da
anatomia do corpo; mas, como é
um molde-base, é importante que
ela esteja marcada.
Fotos:©PauloSavala
96	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Para o molde das costas, faça uma cópia do molde da frente com as seguintes
alterações:
1.	Suba 1 cm a linha do comprimento do ombro.
2.	Na dobra do papel, suba 5 cm a partir do ponto do decote da frente. Este será o
ponto do decote das costas. Trace, usando a curva francesa, o decote das costas
até o ponto final do ombro.
Fotos:©PauloSavala
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 97
Modelagem da blusa com pence
Existem muitas variações de modelagem de blusa. A
partir da modelagem traçada anteriormente, podemos
criar uma nova modelagem com pence de busto. Essa
modelagem é indicada para roupas confeccionadas em
tecido plano e é essencial para mulheres com bastante
busto, pois, quando costurada, modela a peça formando
o volume do seio. O molde das costas não sofre alteração,
permanecendo o mesmo.
Para traçar o molde-base da blusa com pence, você pre-
cisará de uma folha de papel kraft, papel-carbono e car-
retilha.
1.	Coloque sobre a mesa a folha de papel kraft e, sobre
ela, o papel-carbono.
2.	Agora, pegue o molde da blusa obtido anteriormente,
coloque-o por cima do papel-carbono e carretilhe
apenas a parte da frente. Você obterá um molde como
o da imagem a seguir.
©HudsonCalasans
Carretilhe a parte da frente do
molde, pois é nela que serão
marcadas as pences do busto.
98	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
3. Depois de recortar o molde, trace uma reta do final da pence da cintura (na linha
do busto) até o centro do ombro. Em seguida, trace outra reta do final da pence
da cintura (na linha do busto) até a cava. Recorte essas duas retas conforme a
imagem a seguir.
4. Cole novamente o pedaço recortado, deixando uma abertura de 6 cm para formar
a pence do busto.
5. Retrace a cava para acertar o molde. Você obterá um molde final como o da
imagem a seguir.
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 99
Instruções gerais:
•	 vamos proceder como fizemos com a saia. Elabore um molde e, com um re-
talho de tecido, teste-o. Mas atenção: antes de carretilhar para traçar o mol-
de, feche as pences da frente e das costas, dobrando o papel e refazendo a
curva;
•	 carretilhe em outro papel, separando a parte da frente da parte das costas;
•	 transfira para o tecido, colocando o molde sobre ele e alfinetando-o;
•	 antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto;
•	 corte, separando frente e costas.
Discuta com um colega as correções que acreditam ser necessárias para aperfeiçoar
a peça e melhorar o seu caimento e conforto.
Atividade 1
Modelando blusas
1. Refaça o molde-base da blusa com pence com as medidas de uma colega.
2. Recorte em papel e observe o molde.
3. Quais foram as dificuldades e facilidades que encontrou para produzir esse
molde?
Ampliar e reduzir moldes
Agora, você vai aprender a ampliar e reduzir moldes-base de algumas peças de roupa.
Todos os processos aqui ensinados ampliam ou reduzem as peças em um manequim.
Vamos lá.
100	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Vestido
Trace no molde-base três linhas: uma vertical, que vai do ombro até a barra, e outras
duas horizontais – uma na altura da cava e outra na da cintura.
Para ampliar a medida em um manequim, corte o molde nessas linhas e coloque-o
em outro papel, ou no tecido, deixando 1 cm de vão na linha vertical, e na linha da
cava e na da cintura, 0,5 cm.
A seguir, amplie também o contorno do molde em 0,5 cm (para o lado de fora do
molde).
Ilustrações:©HudsonCalasans
1 cm
0,5 cm
0,5 cm
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 101
Para reduzir o molde em um número de manequim, risque as mesmas linhas, só
que, em vez de cortar o molde e pregá-lo com folga, faça uma pequena dobra (uma
espécie de preguinha) em cada um dos locais indicados anteriormente, com as
mesmas medidas.
Saia
Parta do molde-base:
Meiodascostas
Frente Costas
Meiodafrente
Ilustrações:©HudsonCalasans
102	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Esse molde é muito fácil de ampliar. Apoie o molde em outro papel ou no tecido e
marque na parte do meio uma linha paralela. Deixe 1 cm nas laterais e 0,5 cm de
vão na linha horizontal.
Proceda da mesma forma com o molde da parte de trás da saia.
Para reduzir, o procedimento é semelhante, só que o molde deverá ser dobrado nas
laterais e na linha horizontal antes de ser transferido para o tecido.
Calça
Para ampliar o molde de uma calça, trace no molde-base uma linha vertical, onde
cairia o vinco da calça, e duas horizontais, uma na altura do joelho e outra no meio
do gancho.
Meiodascostas
Frente Costas
Meiodafrente
Joelho
Meio
do
gancho
Vinco
Joelho
Meio
do
gancho
Vinco
Ilustrações:©HudsonCalasans
Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário	 103
Como no vestido, corte o molde nesses traços e cole-o em outro papel ou marque
no tecido, atentando para posicionar um espaço de 1 cm ao longo do comprimen-
to da calça – sentido vertical –, 1 cm no joelho e 0,8 cm no gancho.
Para reduzir, faça as mesmas marcações, só que, ao invés de cortar, faça preguinhas
no molde, diminuindo 1 cm no sentido vertical, 1 cm no joelho e 0,8 cm no gancho.
1 cm1 cm
0,8 cm 0,8 cm
1 cm1 cm
1 cm 1 cm
Ilustrações:©HudsonCalasans
104	 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
Manga
Trace, no molde-base, duas linhas: uma vertical, acom-
panhando o comprimento da manga, e outra horizontal,
que passará na altura do meio da cabeça da manga.
Para ampliar, corte nas linhas traçadas e monte o molde
novamente em outro papel ou no tecido, cuidando para
deixar um espaço entre as partes cortadas de 1 cm no
traço vertical e 0,5 cm no traço horizontal.
Para reduzir, parta dos mesmos traçados, só que faça
preguinhas com as medidas apontadas anteriormente no
molde-base.
0,5 cm
1 cm
Atividade 2
Ampliando e reduzindo um molde-base
1. Em dupla, seguindo as medidas da tabela, ampliem um molde de saia tamanho
40 para 42.
2. Em seguida, pratiquem a redução do molde tamanho 40 para 38.
3. Comentem suas impressões sobre esse processo com a turma. O que acharam
da atividade? Quais foram as dificuldades ou facilidades encontradas em sua
execução?
Ilustrações:©HudsonCalasans
Os tecidos e suas fibras
Os tecidos e suas fibras
Os tecidos e suas fibras
Os tecidos e suas fibras
Os tecidos e suas fibras
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Os tecidos e suas fibras

  • 1. g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o 2 Modelista
  • 2. 2 Modelista v e s t u á r i o emprego
  • 3.
  • 4. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Rodrigo Garcia Secretário Nelson Baeta Neves Filho Secretário-Adjunto Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete Ernesto Masselani Neto Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
  • 5. Concepção do programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Coordenação do Projeto Equipe Técnica Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr. Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Geraldo Biasoto Jr. Diretor Executivo Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Equipe Técnica Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e Laís Schalch Textos de Referência Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki Vice-presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material: Denise Pollini, Fernanda Binotti, Gabryelle T. Feresin, José Luis Hernández Alonso, Luís André do Prado, Maria Isabel Branco Ribeiro e SENAC São Paulo
  • 6. Caro(a) Trabalhador(a) Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis- sional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte e um ótimo curso! Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
  • 7. Caro(a) Trabalhador(a) Neste Caderno, você continuará a aprender sobre a ocupação de modelista, discutin- do, compartilhando e exercitando novos saberes indispensáveis para o exercício dessa ocupação. A Unidade 5 vai explicar do que são constituídos os tecidos e como eles são fabri- cados. Apresentará, ainda, uma descrição dos tecidos mais comuns. Na Unidade 6, você vai aprender como tomar medidas fundamentais e medidas complementares, observando os cuidados necessários para fazer isso corretamente e garantir a qualidade do molde. Aprenderá a ler e a interpretar tabelas de medidas- -padrão feminina, masculina e infantil, como fundamento para prosseguir com sua aprendizagem no curso. Conhecerá ainda os materiais indispensáveis para o mode- lista e algumas técnicas de modelagem. Na Unidade 7, você verá como o modelista precisa pensar o modelo em três dimen- sões – a modelagem tridimensional –, contendo profundidade, largura e altura; ou em apenas duas – a modelagem plana –, contendo largura e altura. Verá, também, as etapas do trabalho do modelista em uma confecção, passando pela leitura e in- terpretação de uma ficha técnica até a construção de uma peça-piloto, que servirá de base para os cortes dos tecidos em grande escala. Na Unidade 8, você conhecerá as técnicas para fazer o molde-base de saia reta, frente e costas, pois essa é a peça básica para a coleção de roupas femininas, e, a partir dela, verá como fazer outros moldes com outras medidas. Na Unidade 9, ao aprender a fazer um molde de blusa com pence, poderá confec- cionar também outros tipos de blusa e, com o molde de saia, produzir o molde de um vestido. Estudará, ainda, a ampliação e redução das medidas da peça-piloto, e praticará a confecção de um molde com as medidas de um colega. Na Unidade 10, você verificará as condições do mercado de trabalho para um trabalhador autônomo, ou seja, para quem deseja tornar-se um microempreendedor individual (MEI), bem como os prós e os contras dessa opção. Para terminar, na Unidade 11, você verificará o que aprendeu neste curso com base no que já sabia, e o que, em sua opinião, precisará ainda aprender para progredir cada vez mais na ocupação de modelista. Além disso, poderá criar ou aperfeiçoar seu currículo. Boa sorte!
  • 8. Sumário Unidade 5 9 Do que e como são feitos os tecidos Unidade 6 29 A matemática na modelagem Unidade 7 61 Molde industrial Unidade 8 79 Modelagem de saia Unidade 9 91 Modelagem de blusa Unidade 10 105 Trabalhando por conta própria Unidade 11 109 Revendo seus conhecimentos
  • 9. FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia. Via Rápida Emprego: vestuário: modelista, v.2. São Paulo: SDECT, 2013. il. - - (Série Arco Ocupacional Vestuário) ISBN: 978-85-65278-75-1 (Impresso) 978-85-65278-83-6 (Digital) 1. Ensino profissionalizante 2. Vestuário - Qualificação técnica 3. Modelista – Roupa: Confecção: Molde I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência eTecnologia II.Título III. Série. CDD: 371.425 646.4072
  • 10. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 9 Unidade 5 Do que e como são feitos os tecidos O principal elemento de trabalho daqueles que fazem parte da indústria da moda são os tecidos. Conhecer do que são feitos e como são produzidos é fundamental para quem quer trabalhar nessa ocupação. Vamos, por essa razão, detalhar alguns aspec- tos desse assunto. Para fabricar tecidos, as matérias-primas utilizadas são filamen- tos ou fibras, também chamados materiais têxteis. Esses mate- riais são utilizados na produção de fios, que, por sua vez, serão usados na fabricação de tecidos ou de linhas para costura, ren- das, bordados etc. Entende-se por têxtil todas as matérias que possam ser usadas para fiar e tecer, e que reúnam as seguintes qualidades: resistên- cia, comprimento, plasticidade e flexibilidade. As fibras usadas para fazer tecidos podem ser naturais ou arti- ficiais/sintéticas. As fibras naturais são as de origem animal, ©DreamPictures/BlendImages/GettyImages
  • 11. 10 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 vegetal ou mineral. São encontradas na natureza, quase prontas para fiar e tecer, e contêm características próprias: conforto, boa absorção de calor e umidade. Já as fibras artificiais ou sintéticas são produzidas pela indústria, por ação química ou mecânica, em processos que transformam certas matérias-primas em fios ade- quados para tecer. Vamos ver detalhadamente, a seguir, os diferentes tipos de fibra. Fibras naturais Fibras de origem animal As fibras de origem animal são consideradas as mais ricas e valorizadas da indústria têxtil. No entanto, apesar de servirem de base para a fabricação de alguns tecidos, não são utilizadas na maioria deles. Elas podem ser divididas em dois grupos: 1. As que são extraídas e fabricadas de pelos de animais domésticos e selvagens, como: • a lã extraída de ovelhas e carneiros; • os pelos extraídos de cabras, camelos, lhamas, vicunhas, alpacas, coelhos, lontras etc.; • os cabelos e as crinas. 2. As que são extraídas e fabricadas de filamentos de insetos e aracnídeos, como: • a seda chamada de natural, produzida com filamentos retirados dos casulos de bichos-da-seda que viviam originalmente na região norte da China; Casulos de bichos-da-seda. ©FritzPolking/FrankLanePictureAgency/Corbis/Latinstock
  • 12. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 11 • a seda produzida por outros tipos de inseto da família das borboletas e mariposas (lepidópteros). Embora também seja bastante utilizada na indústria de costura, trata-se de um tipo de seda considerado inferior à produzida pelo bicho-da-seda; • os fios ou filamentos produzidos a partir de teias de certas espécies de aranhas. As fêmeas das Nephila madagascariensis produzem um fio de tom dourado e brilhante que dá origem a uma seda característica da região de Madagascar. Aranha produzindo a teia. Roupa feita com a seda de Madagascar. Linho.Linhaça repassada em cama de pregos para remover as cascas de palha, como parte do processo de produção do linho. Fibras de origem vegetal As fibras de origem vegetal se dividem em quatro grupos, de acordo com as partes da planta de onde são extraídas: 1. Fibras extraídas de sementes: algodão e paina. 2. Fibras extraídas de caules e raízes: cânhamo, juta, rami etc. 3. Fibras extraídas de folhas: ráfia, buriti, alfa, sisal ou agave, gravatá, abacaxi, entre outros. 4. Fibras extraídas do fruto: por exemplo, coco.­ ©PeterChadwick/SPL/Latinstock ©SplashNews/Corbis/Latinstock ©JacquiHurst/Corbis/Latinstock ©AlexeyKirillov/Keystone
  • 13. 12 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Fibras de origem mineral Essas fibras, extraídas de minerais, podem ser dos seguintes tipos: 1. Lã de vidro ou fios de vidro. 2. Fios metálicos (brocados, rendas e bordados). Brocado de seda.Amianto anfibólio ou tremolito fibroso. Tecido de poliéster e fibras de náilon atadas formando uma rede em trama, ampliada 40 vezes. Viscose. Fibras artificiais ou sintéticas As fibras artificiais ou sintéticas, como já dito, são criadas na indústria com a trans- formação de matérias-primas em fios para tecer. Elas se dividem em três grupos: 1. Fibras produzidas com celulose, matéria-prima de origem vegetal, como raiom ou a seda artificial, rayoncut ou algodão artificial. 2. Fibras produzidas com proteínas animais ou vegetais, como as lãs artificiais. 3. Fibras compostas de substâncias minerais, como o náilon, os filamentos de vidro e, mais atuais, as fibras derivadas da reciclagem de garrafas PET. ©KenLucas/VisualsUnlimited/Corbis/Latinstock ©MassimoListri/Corbis/Latinstock ©MicroDiscovery/Corbis/Latinstock ©DinodiaPhotos/Alamy/OtherImages
  • 14. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 13 Como reconhecer as fibras utilizadas em cada tecido Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela aparência, identificar as fibras que compõem determina- do tecido. Mas nem sempre isso é possível. Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição das fibras é aproximá-las do fogo, provocando sua combustão ou queima. Esse processo requer muito cuidado. É pre- ciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar uma das pontas, segurando-o pela outra. Mas por que esse processo permite identificar a compo- sição das fibras? Porque a velocidade da queima varia conforme a origem da fibra. As fibras de origem animal queimam com certa dificuldade, sem produzir chamas. Além disso, durante a combustão, é possível sentir um cheiro de cabelo queimado (experimente queimar um pedacinho de lã 100%). As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do que as de origem animal. Pegam fogo com mais facili- dade, chegando a produzir chama e cinzas, mas sem deixar cheiro. As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa razão, costumavam ser utilizadas para a confecção de roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em que há risco de incêndio. As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapi- damente, mas produzem pouca chama. Quando derretem, em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante a plástico queimado. A fabricação dos tecidos Vimos, até agora, algumas indicações sobre as matérias- -primas que servem para a fabricação dos tecidos: quais os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los. Lembre-se de ter um recipiente no qual você possa jogar o pedaço de tecido e interromper a queima. Você sabia? O uso do amianto – fibra de origem mineral – é polêmico, pois foi consi- derado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Or- ganização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, encontra-se em discussão no Supre- mo Tribunal Federal a permanência ou não da Lei federal nº 9.055, de 1º de junho de 1995, que autoriza o uso controlado do amianto crisotila. Fonte: BANIR o amianto: longa luta em defesa da vida. O Engenheiro, FNE. Edição 128, jan. 2013. Disponível em: http://www.fne.org.br/fne/index.php/ fne/jornal/edicao_128_jan_13/banir_o_ amianto_longa_luta_em_defesa_da_ vida. Acesso em: 18 jan. 2013.
  • 15. 14 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Mas esse é só o começo de um processo com várias etapas, sendo as primeiras a extração ou obtenção/produção das fibras e a transformação dessas fibras em fios, processo chamado fiação. Com a obtenção dos fios, inicia-se o processo de tecelagem – o entrelaçamento dos fios que dá origem aos tecidos. Atividade 1 Tecelagens de ontem e de hoje 1. Você verá a seguir imagens de fábricas de tecidos ou tecelagens. A primeira é de meados do século XX (20) em São Paulo, e a segunda, uma tecelagem atual. Tecelagem atual. Fábrica antiga de tecidos. ©AcervoMemóriaVotorantim©GaetanBally/Keystone/Corbis/Latinstock
  • 16. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 15 Em dupla, comparem as duas imagens e respondam às perguntas: a) Que mudanças vocês podem perceber nos equipamentos e maquinários? Há se- melhanças entre as duas imagens? b) Nas duas imagens, vemos operários no ambiente de trabalho. O que cada uma delas diz sobre o trabalho que eles fazem? 2. No laboratório de informática, usem a internet para buscar informações sobre as primeiras indústrias têxteis do Estado de São Paulo: • Quando foram criadas? • Onde estavam localizadas? • Quem eram os trabalhadores? • Como era a jornada de trabalho? Essas são apenas algumas das perguntas que vocês poderão responder. Busquem levantar outras informações. 3. Façam um cartaz com os resultados da pesquisa para apresentar à classe.
  • 17. 16 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Processo de tecelagem e a estrutura dos tecidos A base para a fabricação dos tecidos é o entrelaçamento dos fios. Todos os tecidos fabricados em tear plano – os chamados tecidos planos – são produzidos pelo entrelaça- mento de dois tipos de fio: os do urdume (ou teia), dis- postos no sentido do comprimento, e os da trama, dispos- tos no sentido da largura. Os fios do urdume são dispostos perpendicularmente aos da trama. Você sabia? Falamos que duas retas são perpendiculares quando elas se cruzam, formando, na sua intersecção, um ân- gulo reto (90°). Já duas retas ou segmen- tos de reta são paralelos quando eles mantêm a mesma distância um do outro (são equidistantes) em toda a sua extensão. Não há nenhum ponto em que se encontram. Tear plano. O padrão do entrecruzamento do urdume e da trama define o tipo de estrutura de um tecido plano, como, por exemplo, a do tafetá, da sarja e do cetim, havendo uma que foge à regra: a do jacquard (fala-se “jacar”), como poderá ser conferido adiante. Conhecer as estruturas é de grande utilidade para quem vai trabalhar com a modelagem ou o corte de peças. Há várias razões para isso. Com base no conhecimento sobre a composição do tecido, você poderá escolher o mais adequado para cada modelo, pois saberá se o escolhido vai dar, ou não, o movimento esperado à peça, ou até mesmo o caimento esperado à roupa. Isso fará de você um profissional mais qualificado. Outra boa razão para você ter essa informação é que a forma de manusear os tecidos e os acabamentos que pode- rão ser feitos também variam de acordo com a estrutura. ©AshleyCooper/Corbis/Latinstock Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 18. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 17 Tecidos mais finos e delicados, por exemplo, exigem cuidados especiais, e o conheci- mento de suas características será importante para determinar o modelo, o tipo de acabamento e os equipamentos adequados para lidar com eles. Veja, a seguir, como são as principais estruturas de tecido com as quais vai trabalhar. Tipos de estrutura dos tecidos planos Estrutura tela ou tafetá Esse tipo de tecido apresenta uma estrutura básica, considerada a mais simples entre as demais. Ela se caracteriza por ter um fio da trama passando por cima do fio do urdume e o seguinte passando por baixo, como na imagem apresentada a seguir. O tecido é classificado conforme é trançado e segundo a resistência dos fios. Exem- plos: tafetá, musselina, voal, percal. Estrutura sarja Nessa estrutura, também considerada básica, o fio da trama, em vez de passar por um fio do urdume, passa por dois na primeira carreira. Na segunda, vai repetir o processo, começando, porém, um fio da trama depois de onde começou na primei- ra. Esse processo se repete sucessivamente, avançando, a cada carreira, um ponto do urdume, o que, ao final, dará a impressão de uma estria em diagonal. Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 19. 18 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Estrutura cetim A estrutura cetim também se caracteriza por ter o nú- mero de pontos tomados diferente do número de pon- tos deixados. Mas, se comparado com a sarja, o núme- ro de pontos deixados é maior e pode variar. Quanto maior o número de pontos deixados, maior será a leveza do tecido e menor sua resistência. O próprio cetim é o exemplo mais conhecido desse tipo de estrutura. Ponto tomado: Aquele em que o fio do urdume passa por cima do fio da trama. Ponto deixado: Aquele em que o fio do urdume passa por baixo do fio da trama. Estrutura jacquard Na estrutura jacquard, o modo de entrelaçamento dos fios do urdume e da trama forma desenhos. Estes são realizados na própria composição do tecido, por meio do controle dos fios. Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 20. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 19 Conheça os tecidos Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamen- to do urdume e da trama, bem como as estruturas bási- cas desse entrelaçamento. Com base nessas estruturas básicas, ou com pequenas modificações no modo de entrelaçamento dos fios (as diferentes combinações de pontos tomados e deixados), são muitas as possi- bilidades de tessitura e de tecidos resultantes. Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de tecido com características semelhantes, mas que nem sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma qualidade, dependendo esta do tipo de fibra, de sua ori- gem e do processo de fabricação. Por essa razão, é muito importante que você pesquise tecidos – seja em revistas especializadas, lojas, manuais, blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à mão para quando tiver dúvidas sobre sua natureza e suas características. Atividade 2 Faça seu mostruário de tecidos Esta é uma atividade que você começará agora, mas que vai se prolongar durante todo o curso e poderá, até mes- mo, continuar depois de seu encerramento. A proposta é que você crie seu próprio mostruário de te- cidos para que possa utilizá-lo quando estiver exercendo a ocupação. Para isso, use o modelo de ficha indicado a seguir. Você pode fazer as fichas com papel-cartão ou cartolina, pois assim garantirá que elas tenham maior durabilidade. Além disso, deverá guardá-las em ordem alfabética – de A até Z –, de acordo com o nome principal do tecido. Dessa maneira, será mais fácil encontrar a ficha de que precisa no momento de consultá-la. Tessitura: Textura de um tecido. Não se prenda totalmente aos nomes dados aos tecidos, pois eles podem variar de um fabricante para outro.
  • 21. 20 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 (nome principal do tecido) (outros nomes dados para o mesmo tecido) Amostra (cole aqui um pequeno pedaço de tecido) Fibras de origem: (  ) animal (  ) vegetal (  ) mineral (  ) artificial ou sintética Composição: Fabricante: Fornecedor: Tecidos básicos A seguir, você verá uma relação de tecidos básicos – os mais conhecidos na in- dústria de moda e de confecção – com seus respectivos nomes e características. • Adamascado – tipo de jacquard, brilhante e resistente, semelhante ao brocado. • Algodão ou algodãozinho – tecido de origem hebraica, fabricado em inúme- ras espécies e tipos.
  • 22. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 21 • Alpaca – tecido com formação de um fio de algodão e outro de lã. • Brim – tecido sarjado de algodão. • Brocado – tecido laminado, com desenhos em grandes destaques, sendo um tipo próprio para trajes sofis- ticados. • Buclê – tecido de fio crespo, que forma anéis torcidos. O nome vem do francês e significa encaracolado, anelado. • Cambraia – tecido fino, leve e forte, que contém o mesmo número de fios e a mesma espessura nos dois sentidos de sua tecedura, ou seja, tanto na urdidura quanto na trama. • Camelo – tecido feito com pelo de camelo. É um tecido raro e caro. • Canvas – espécie de linho rústico e muito resisten- te. Construção tipo tela, com trama fechada. • Casimira da Índia – tecido trabalhado com lã de cabras do Tibete; é macio, delicado e muito agra- dável ao tato. • Casimira inglesa – lã mais fina e mais leve. • Cassa – espécie de voal leve (lisa ou bordada), co- nhecida por lese ou bordado suíço. • Caxemira – lã, feita de pelo de cabra, originária da região da Caxemira, entre o Paquistão e a Índia. • Cetim – tecido de fios de seda ou algodão, com- pacto, macio e muito brilhante. É originário da cidade de Zaitun, na China. • Chamalote – tecido grosseiro feito de pelo ou lã de camelo, em geral tecido com seda. • Chiffon – tecido leve, transparente e fluido. Urdidura: O mesmo que urdume.
  • 23. 22 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 • Chita – tecido com fibras de algodão e de baixa qualidade e resistência. • Cirrê – tecido submetido a um tratamento especial, que se torna brilhante e lustroso, dando a impressão de encerado ou de couro. • Crepe – tecido fino, transparente ou não, de aspecto ondulado, feito com fio muito torcido de seda ou lã natural. • Crepe da China – tecido com fios de seda ou mesclados com seda e algodão, tendo textura bem fina e leve. • Crepe-georgete – crepe fino e transparente de seda e sem brilho. • Crepom – tecido de aparência enrugada, feito com fibra natural. • Cretone – tecido de algodão de origem francesa. • Damasco – tipo de cetim com desenhos que se destacam de um fundo bri- lhante e com relevos formados pelos fios da urdidura, destacando-se dos da trama. • Denim – tecido sarjado em algodão ou fibras mistas, muito resistentes. Esse tecido foi fabricado em Nimes, França. Mais tarde foi usado para fazer calças rancheiras. Geralmente tingido pelo processo índigo blue. Atualmente é conhecido pelo nome da calça que o consagrou: jeans. • Drap – tecido de lã com aparência de feltro. • Droguete – tecido de seda, lã ou algodão, que possui desenhos pelo efeito dos pelos sobre o tafetá. • Dupla face – tecido que não tem avesso. Próprio para capas, jaquetas, ca- sacos etc. • Entretela – tecido de boa resistência e engomado, podendo ser de linho, juta, algodão etc. Usado durante a montagem de determinadas partes de uma peça de roupa para “armar”, “fixar” etc. Existe também entretela de fibras prensadas, além de entretelas simples e colantes. • Escocês – tecido de lã, com desenhos xadrez em três cores. • Esponjado ou felpudo – tecido com fibras de algodão ou artificiais e muito utilizado em toalhas de banho. • Étamine – espécie de voal lisa ou bordada, porém de fios mais separados que a cassa, também conhecida por marquisete.
  • 24. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 23 • Façonné – tecido lavrado com desenhos. • Faille – tecido  encorpado  de seda,  com  trama  ir- regular  semelhante  à  do  tafetá,  levemente  bri- lhante. • Feltro – tecido consistente e encorpado. O feltro é a agregação de filamentos através de uma máquina especial que, por meio de pressão e calor, feltra os pelos, formando um empastamento contínuo dos filamentos. • Filó – tecido transparente, de seda, algodão ou nái- lon, tramado em forma de rede de furos redondos ou hexagonais. Usado principalmente para véus, cortinados, vestidos de noite ou saiotes de balé e como base para rendas. • Flanela – tecido de algodão, tendo em uma das faces aspecto similar ao de lã, embora de qualidade inferior. • Fustão – tecido geralmente de algodão, cuja trama em relevo forma desenhos. O mais comum é a casa de abelha (piquê). • Gabardine – tecido com trama característica diagonal, podendo ser com fios de lã, algodão ou artificiais. É de origem inglesa. Certos tipos de ga- bardine são muito usados em capas impermeáveis, e outros em ternos. • Gaze – tipo de musselina de seda, com fios mais espaçados, sendo a leveza sua principal caracterís- tica. É de origem assíria. • Gorgurão – tecido encorpado com efeito de nervu- ras transversais. Pode ser feito em seda de lã ou algodão. Do francês gros-grain. • Guipure – renda de malhas largas, de linho, seda ou algodão. É de origem francesa. Feltrar: Cobrir com feltro.
  • 25. 24 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 • Helanca – marca registrada de fio sintético que passou a ser mais tarde o nome do tecido desse fio. Muito usado nos anos 1950 e 1960. • Herringbone – (espinha de peixe) tecido em fios de lã, algodão ou seda, cuja trama forma o desenho de uma espinha. • Jacquard – tecido de lã, algodão ou seda que se tece em tear específico e cujo efeito de desenhos em relevo se obtém com fios tintos. • Jérsei – tecido de malha maleável, de seda ou fibra sintética, usado em lingeries. • Lã – denominação genérica dos tecidos de origem animal e próprios para o inverno. Há diversos tipos e origens de lã, inclusive a lã sintética. • Lã de Merino – tecido de aspecto leve, feito à base de lã proveniente da ovelha Merino, originária do norte da África. • Lamê – tecido de lã ou seda entremeado com fios laminados. • Lastex – tecido com a trama em elástico. • Lãzinha – tecido de lã, fino e leve, muito utilizado para vestidos, saias e blusas. • Linho – nome comum a uma série de tecidos fabricados com fibras vegetais de mesmo nome, proveniente da Ásia Menor. O linho pode ser de origem belga, irlandesa, italiana etc., embora exista, também, o linho com fibras artificiais. • Lycra – tecido leve, flexível e não absorvente, de fibras artificiais. Muito uti- lizado na confecção de peças íntimas e com modelagem bem aderente ao corpo. • Malha – tecido flexível, podendo ser de fibra de algodão ou artificial. Tem uma característica na sua tecedura: é executada em um só fio ou em uma série de fios, que obedecem a um determinado processo no entrelaçamento. Pertence ao grupo de tecidos de fios não perpendiculares. • Matelassê – tecido entremeado por manta de algodão, lã ou fibras sintéticas. O volume é definido por costuras que formam desenhos. • Moiré – tecido de nome francês, sedoso, espécie de tafetá, caracterizado pelos reflexos ondulantes, brilhantes e opacos, que modulam a cor conforme a incidência da luz.
  • 26. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 25 • Musselina (ou mousseline) – de origem francesa, da cidade de Moussoul. É um tecido frouxo, leve, fino, vaporoso, mas opaco e forte, sendo a grossura de seus fios quase a mesma para a urdidura e para a trama. Pode ser feito de fios de algodão, lã, seda etc. • Náilon – nome genérico dado à fibra sintética (poliamida). Por extensão, o tecido feito com essa fibra recebe esse mesmo nome. • Nanzuque – tecido fino de algodão parecido com “opala”, sendo que passa por um processo durante a sua tecedura, ficando um pouco mais encorpado. • Opala – tecido fino de algodão. Tem origem na Índia e sua tecedura é qua- se idêntica à do morim. • Organdi – tecido leve, vaporoso e transparente, sendo uma musselina de algodão levíssima, com tratamento especial, que lhe dá mais firmeza. É originário de Organzi. • Organza – tecido do tipo do organdi, mas mais transparente e brilhante. A organza de seda é mais preciosa e bela. • Pied-de-poule – quer dizer “pé de galinha”. Padronagem originalmente usada em tecido de lã, com formas geométricas que sugerem uma cadeia de pés de galinha. • Piquê – tecido especial de algodão ou de seda, cuja característica é a trama formando desenhos em alto e baixo-relevo, unidos por pontos e linhas. De origem francesa, o piquê de seda é mais maleável do que o de algodão. • Popeline – tecido de trama singela, geralmente em algodão. • Renda – tecido feito com fio de linho, algodão, seda, fibra artificial etc., tendo como característica suas malhas bem trabalhadas e desenhadas. A renda pode ser um tecido para confecção de determinadas peças do vestuá- rio ou aviamentos decorativos. • Sarja – tecido feito a partir da técnica de tecer, em que o batimento salteado resulta numa trama em diagonal. • Seda – tecido fino, leve, luxuoso e brilhante. Os fios de seda, misturados com outros, dão origem a tecidos tais como: crepe de seda, jérsei de seda, cetim de seda etc.
  • 27. 26 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 • Sentinela – tecido de pouco preparo, mas com bom brilho, resultante da mercerização dos fios. • Shantung – tipo de seda rústica, fabricado com fios de seda pura, algodão ou fibra artificial. • Suedine – malha de algodão de acabamento aca- murçado. • Surah – tecido de seda sarjada, de origem indiana. • Tafetá – tecido sedoso e com brilho, podendo ser de algodão, seda etc. • Tergal – (marca registrada) tecido de fibra sintética que não amassa nem perde o vinco. • Tobralco – tecido de algodão e meio acanelado. É encontrado em fio mercerizado ou não. É de origem inglesa, conhecido também como fustão. • Tule – tecido muito leve e transparente, podendo ser de seda, algodão ou fibra artificial. • Tweed – tecido de lã cujos fios, em duas ou mais cores, formam pequenos relevos. De origem ingle- sa, é muito usado nos trajes para o inverno. • Veludo – tecido que tem um lado felpudo e macio e outro liso. Pode ser de seda, algodão ou fibras artificiais e sintéticas. O veludo de algodão é fabri- cado com fios de algodão mercerizado e conhecido como veludo inglês. • Veludo cotelê – tecido canelado, com estrias em relevo, sendo fabricado também em seda, algodão ou fibras artificiais e sintéticas. • Voal – tecido fino, leve e transparente. Fabricado com fios de algodão comum ou mercerizado. Mercerização: Tipo de aca- bamento em que os fios de algodão são submetidos à ação química, para torná-los mais resistentes, encorpados e brilhantes. Fonte: ESCOLA SENAI “ENGº ADRIANO JOSÉ MARCHINI”. Terminologia do vestuário: português; espanhol-português; inglês-português; francês-português. São Paulo, 1996.
  • 28. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 27 Nome Como se fala Façonné Façonê Faille Fáie Guipure Guipir Herringbone Rerínbon Lingerie Langerri Lycra Laicra Moiré Muarrê Pied-de-poule Piedepúle Tweed Tuídi Caso você queira visualizar algumas imagens de tecidos, acesse o site Teciteca Virtual, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Disponível em: http://www.teciteca.ceart. udesc.br/index.php?option=com_contentvie w=categorylayout=blogid=1Itemid=5. Acesso em: 10 jan. 2013.
  • 29. 28 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2
  • 30. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 29 Unidade 6 A matemática na modelagem As unidades de medida já são parte do nosso dia a dia e, muitas vezes, as utilizamos sem nos dar conta: no supermercado, pe- dimos ¼ de queijo, compramos 1 metro de tecido, calculamos a parte do nosso salário que é paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) etc. Atividade 1 O que é medir? 1. Responda às perguntas a seguir e depois converse com um colega para comparar as respostas. a) O que medimos no posto de saúde? Como medimos? b) O que medimos em um cômodo da casa? Como medimos? c) O que é medido na conta de luz? De que forma? d) O que medimos e contamos na cozinha, quando seguimos a receita de um prato? Como e com quais instrumentos?
  • 31. 30 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 e) E no nosso corpo, o que medimos? 2. As respostas dadas foram semelhantes? Troquem ideias sobre o que é medir. A necessidade de medir Esse conjunto de situações vistas na Atividade 1 apresenta uma ampla diversidade, mas em todas elas há algo em comum. Para resolvê-las, é preciso medir ou contar alguma coisa: • em um cômodo de casa, medimos o comprimento e a altura de uma parede; • em um livro qualquer, podemos medir o comprimento, a largura e a altura; mas também contamos o número de páginas; • em uma caixa de ovos, contamos quantos têm; mas também podemos medir o comprimento da caixa, sua largura e sua altura. Contar e medir são atividades que estão presentes em quase todas as áreas de tra- balho e situações da vida: na construção, no comércio, na confecção, na indústria etc. Medir é um ato tão comum em nosso cotidiano, que fica difícil imaginar um tempo ou um lugar em que não se meça algo. Se olharmos para o passado da hu- manidade, perceberemos que contar e medir fazem parte da vida do ser humano desde as épocas mais remotas. Quando o homem primitivo deixou de viver como nômade e passou a se fixar, dedicou-se às atividades agrícolas. Com o passar do tempo e o aumento da produção, ele notou que poderia trocar com o vizinho o que não conseguia consumir. Foi quando surgiu a necessidade de haver um sistema de medidas que fosse aceito entre as partes para facilitar as trocas. Tomaram-se, então, como referência de medida, as partes do corpo humano, como palmos, polegadas etc. A partir daí, e ao longo da evolução da história, esses parâmetros foram sendo substituídos por outros, como metro, quilo etc. Depois de alguns acordos entre países sobre a adoção de um padrão comum de medida, desde 1960 está em vigor o Sistema Internacional de Unidades (SI), que vale para inúmeros países, entre eles o Brasil.
  • 32. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 31 Unidades e instrumentos de medida Para cada situação, escolhemos a unidade e o instrumento de medida mais apro- priados. Isso nos faz perceber que, para medir algo de modo que todos entendam e aceitem, precisamos adotar um padrão, ou seja, uma só unidade de medida. Ao escolher a unidade de medida, devemos pensar se ela é adequada àquilo que dese- jamos medir. A unidade-padrão no Brasil para medir nossa altura, por exemplo, é o metro; mas mesmo assim, precisamos de unidades menores que essa. Para facilitar e padronizar as medições, foi criado o sistema métrico decimal – mé- trico porque utiliza o metro como unidade-padrão, e decimal porque as unidades derivadas do metro são obtidas por meio de divisões de dez. As mais usadas são: • metro – unidade fundamental do sistema legal de medidas (símbolo: m), mas também se chama metro o objeto que serve para medir; • centímetro – unidade de comprimento equivalente à centésima parte do metro (símbolo: cm); • milímetro – unidade de comprimento equivalente à milésima parte do metro (símbolo: mm). Por exemplo, quando falamos em medir a altura de uma pessoa: • a grandeza é o comprimento; • a unidade de medida, ou unidade-padrão, é o metro; • a medida é o número expresso nessa unidade. Medir é, portanto, comparar grandezas de mesma espécie, ou seja, verificar uma medida, tendo por base uma escala fixa. As medidas utilizadas para confecção de roupas são de dois tipos: fundamentais e complementares. Ilustração:©HudsonCalasans Foto:©AndreyKuzmin/123RF Cada centímetro contém dez milímetros.
  • 33. 32 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Veja como se imaginava, nos anos 1900, a vida do modelista nos anos 2000: máquina tomando medidas e roupas saindo prontas imediatamente. Villemard. En l’an 2000, 1910. Litografia colorida. Biblioteca Nacional da França. Meiodascostas Frente Costas Meiodafrente Molde-base para uma saia tamanho 38. Medidas fundamentais São aquelas necessárias para o traçado das bases. Ou seja, ao realizar a modelagem, elabora-se um molde-base, que vai servir de guia para outros moldes que exijam maior detalhamento. São chamadas fundamentais porque são baseadas nas medidas do corpo humano. O molde de uma saia para o tamanho 38, por exemplo, servirá de referência para todos os outros modelos de saia, indepen- dentemente das particularidades que apresentarem. Você sabia? A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu uma norma para padronizar a mode- lagem do corpo humano. É a ABNT NBR no 15 127, válida desde 30 de agosto de 2004, que, baseada na ISO 7 250, estabelece reco- mendações precisas sobre como as medidas do corpo humano podem e devem ser tomadas. Essa norma, no entanto, é cobrada. Ela pode ser adquirida através do site da ABNT. Disponível em: http://www.abnt.com. br. Acesso em: 10 jan. 2013. ©MaryEvansPictureLibrary/Easypix ©HudsonCalasans Molde-base é aquele que serve de base para outros moldes, ou seja, para que se realize a modelagem. A partir de um molde-base, pode-se aumentar ou diminuir as medidas de acordo com a peça que se vai modelar e cortar.
  • 34. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 33 Medidas complementares São assim denominadas pois complementam o molde-base. Ou seja, são aquelas necessárias para a transformação das bases no modelo desejado. Você tem o molde- -base da saia, mas essa terá, por exemplo, uma mudança no comprimento. No caso da blusa, a largura da manga é uma medida complementar, embora o tamanho da peça já tenha sido definido no molde-base. Homem Vitruviano Você já ouviu falar em medidas ideais para o corpo humano? No século XV (15), Leonardo da Vinci (1452-1519), considerado um gênio até hoje, construiu o homem com medidas perfeitas, tendo como base os trabalhos de um estudioso: Marcos Vitrúvio Polião. Por essa razão, o desenho leva o nome de Homem Vitruviano. O desenho traz uma série de medidas consideradas ideais para o corpo humano. Conheça algumas delas: a) o comprimento dos braços abertos de um homem é igual à sua altura; b) a largura máxima dos ombros é ¼ da altura de um homem; c) a distância do topo da cabeça até a linha dos mamilos é ¼ da altura de um homem; d) a distância do cotovelo até a axila é 1⁄8 da altura de um homem. Leonardo da Vinci. O homem vitruviano. Lápis e nanquim marrom sobre papel, 34 cm x 24 cm. Galleria dell’Accademia, Veneza, Itália. ©Diomedia
  • 35. 34 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 2 Conhecendo o Homem Vitruviano 1. Em dupla, no laboratório de informática, façam uma pesquisa sobre o tema “Homem Vitruviano”. 2. Façam um resumo das principais conclusões a que chegaram observando o desenho do homem ideal. 3. Na opinião da dupla, esse desenho tem relação com o trabalho de modelista? Por quê? 4. Preparem uma apresentação com suas conclusões para expor à turma. Tomando medidas Tomar medidas é uma atividade muito importante para o desenvolvimento da modelagem, pois é a partir do cuidado com que elas são tomadas que a qualidade do molde é garantida. Nessa etapa da aprendizagem, vamos entender como tomar as medidas fundamentais, as mais importantes na confecção dos moldes. Mais adiante, veremos também como tomar as medidas complementares. No momento de tomar as medidas, atentar para que a pessoa a ser medida: • esteja com uma roupa de tecido fino, sem volume, a fim de evidenciar as formas e permitir medidas fiéis ao corpo; • tenha uma fita ou cordão atado à cintura, de modo a servir como ponto de referência para outras medidas; • mantenha uma posição ereta, para evitar erros nas medidas.
  • 36. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 35 Veja a ilustração a seguir. Ela indica os locais onde as medidas fundamentais e complementares deverão ser tomadas. ©HudsonCalasans Manga curta Manga comprida sem punho Manga 3/4 metade do antebraço Manga 7/8 1/4 do antebraço, do punho para cima Circunferência de colarinho Largura das costas Comprimento das costas Medida do gancho Altura do busto Largura do ombro Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Comprimento da frente Circunferência do quadril Comprimento da manga + comprimento do punho Altura do quadril Comprimento da minissaia metade da coxa Comprimento da saia longuete 1/4 da perna, do joelho para baixo Comprimento da saia chanel cobrindo os joelhos Comprimento da calça comprida Comprimento da saia 7/8 metade da perna Comprimento da saia 1/4 1/4 da perna, acima do tornozelo
  • 37. 36 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Medidas fundamentais A primeira providência para tomar medidas é ter lápis e caderno de anotações à mão, além da fita métrica. Cada medida tomada deve ser imediatamente anotada no caderno. Caso esteja medindo partes do corpo, como busto, cin- tura, quadril, contorno do braço, e a medida resultante for um número ímpar, utilize sempre o próximo núme- ro, ou seja, um número par maior que o da medida tomada. Circunferência do busto ou tórax Passe a fita métrica por baixo das axilas, dando a volta pela parte mais larga das costas e contornando o busto. Tome cuidado para a fita não escorregar, mas não aper- te muito. Cheque e anote. Número par é aquele que sempre poderá ser dividido em duas partes iguais. Por essa razão, ele é adotado no momento da tomada de algumas medidas, pois facilita a divisão da medida ao meio, para permitir o corte do tecido dobrado. ©PauloSavala
  • 38. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 37 Circunferência da cintura Passe a fita métrica no contorno da cintura, na parte mais estreita. Peça sempre para o cliente colocar as mãos na cintura, isso lhe dará maior segurança no início da sua nova ocupação. Lembre-se de contornar a cintura sem apertar muito nem deixar muita folga, assim evitará erros ou desperdícios quando for cortar ou mo- delar a peça. Circunferência do quadril Para tomar essa medida, peça para o cliente manter as pernas fechadas e os pés juntos. Circule, com a fita métrica, a parte mais saliente do quadril, que fica abaixo da cintura, mais ou menos 20 cm nas mulheres e 14 cm nos homens. Fotos:©PauloSavala
  • 39. 38 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Circunferência de colarinho Passe a fita métrica em volta da base do pescoço, acrescentando 1 cm para dar uma folga. Lembre-se de que o resultado medido deve ser um número par. Comprimento do ombro Apoie a fita métrica na base do pescoço e estique até o final do ombro na direção do início do braço. Fotos:©PauloSavala
  • 40. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 39 Largura das costas Meça as costas do cliente de ombro a ombro, ou seja, do início da articulação de um braço com o tronco até o início da articulação do outro braço com o tronco. Outra medida da largura das costas é a que vai de cava a cava. Cava é a dobra que está no início da axila. Para tomar essa medida, peça para o cliente levantar os braços na altura do ombro, assim você saberá onde começa a cava, e então meça de uma cava até a outra. Comprimento da frente Essa medida é tomada apoiando-se a ponta da fita métrica na base do pescoço e descendo-a até a cintura. Deve-se tomar o cuidado de passar a fita métrica por cima do busto. Fotos:©PauloSavala
  • 41. 40 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Comprimento das costas Coloque a extremidade da fita métrica junto à base do pescoço; estique a fita até a cintura. Altura do quadril Após determinar a parte mais saliente do quadril, verifique a sua distância até a cintura pela lateral do corpo. Fotos:©PauloSavala
  • 42. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 41 Medida do gancho Com o cliente sentado, meça da cintura até o assento da cadeira. Atividade 3 Tomando medidas fundamentais A ideia nesta atividade é que você e seus colegas pratiquem o ato de tomar medidas fundamentais do corpo e percebam a importância disso. 1. Com uma fita métrica, tome as medidas fundamentais de um colega; depois, ele tomará as suas. 2. Simule que está tomando as medidas para construir um modelo de uma peça que escolher, por exemplo, uma saia ou outra peça qualquer. 3. Construa uma ficha técnica com as medidas da peça que escolheu. A tabela a seguir contempla as medidas de diferentes peças, portanto, preencha apenas as necessárias para a peça escolhida. ©PauloSavala
  • 43. 42 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Nome do cliente: Data: Tecido: Peça: Desenho da peça Medidas Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Circunferência do quadril Circunferência de colarinho Comprimento do ombro Largura das costas Comprimento da frente Comprimento das costas Altura do quadril Altura do gancho
  • 44. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 43 4. Discuta com o colega quais foram as facilidades e as dificuldades que cada um encontrou na tomada de medidas. 5. Compartilhe o resultado dessa discussão com a turma. Medidas complementares Além das medidas fundamentais, na modelagem são necessárias também as chamadas medidas complemen- tares, usadas para fazer alterações no molde-base a fim de transformá-lo em outros modelos, como, por exem- plo, quando se quer fazer o molde de um vestido ou blusa no modelo tomara que caia. A variação, nesse caso, será a medida da altura do tomara que caia. Outros exemplos de variação: profundidade de um decote, com- primento ou largura de uma manga, comprimento de uma saia etc. Veja agora como tomar as medidas complementares. Altura do busto Posicione a fita métrica junto à base do pescoço até a altura do busto e tome a medida. A altura e a distância do busto definem a localização da pence de busto. As pences estão presentes em saias e blusas e são utilizadas para modelos ajustados ao corpo. Por essa razão, nem sempre são obrigatórias nos moldes que você vai confeccionar. Pence: Pequena prega do avesso e que vai estreitando até desaparecer, para melhor moldar ou para ajustar uma roupa. © iDicionário Aulete. www.aulete. com.br ©PauloSavala
  • 45. 44 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Distância ou separação do busto Posicione a fita métrica sobre o busto de um mamilo ao outro e tome a medida. Comprimento de saia, calça, bermuda e similares Coloque a fita métrica na cintura e tome a medida até a altura desejada para o comprimento da peça. Fotos:©PauloSavala
  • 46. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 45 Comprimento de manga Peça para o cliente posicionar a mão logo abaixo da cintura, formando um arco com o braço. Tome a me- dida do início do braço (final do ombro) até o ossinho saliente do punho, aquele que fica próximo da mão. Essa medida servirá para a manga comprida. Se o mo- delo for diferente, tome a medida até o comprimento desejado. As medidas masculinas seguem o mesmo padrão das medidas femininas, com exceção do busto, que nos ho- mens é equivalente à medida do tórax. Medidas individuais Vimos até aqui como tomar medidas individuais, im- portantes para construir peças sob medida, que são aque- las feitas para um único corpo. A seguir, veremos como essas medidas também podem dar origem a uma tabela de medidas, que auxilia a confecção de peças que se adequam a vários corpos. O trabalho do modelista é de grande responsabilidade, pois com seus moldes milhares de peças serão cortadas. ©PauloSavala
  • 47. 46 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 4 Medidas médias 1. Você já realizou uma atividade em que tomou as medidas de um colega. Agora, em grupo de quatro participantes, vocês vão tirar a média de cada uma dessas medidas. Média de medidas do grupo Integrante Medida 1 2 3 4 Média Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Circunferência do quadril Circunferência de colarinho Comprimento do ombro Largura das costas Comprimento da frente Comprimento das costas Altura do quadril Altura do gancho
  • 48. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 47 Como tirar a média? Suponhamos que cada participante obteve as circunferên- cias do quadril indicadas a seguir: • integrante 1 – circunferência do quadril: 100 cm; • integrante 2 – circunferência do quadril: 102 cm; • integrante 3 – circunferência do quadril: 98 cm; • integrante 4 – circunferência do quadril: 104 cm. Para calcular a média, é preciso somar todas as medidas (100 + 102 + 98 + 104) e dividi-las por quatro, pois é o número de participantes que integram o grupo. A média da circunferência do quadril no exemplo é de 101 cm. 2. É importante conhecer a média das medidas? Por quê? 3. Discuta com a turma sobre as opiniões e medidas que obtiveram no seu grupo. Medidas padronizadas A medida padronizada é estabelecida por meio da média de uma medida, designan- do, assim, diferentes numerações de manequim conhecidas, por exemplo: manequim 42, 44 etc. O objetivo da medida padronizada é vestir o maior número de pessoas, dispensando a tomada de medidas diretamente em cada corpo. O profissional que trabalha com modelagem industrial segue uma tabela de medi- das padronizadas, que varia de acordo com cada indústria e com o público-alvo, ou seja, se é masculino ou feminino, infantil etc. As tabelas são referências para a construção de bases e para a composição de peças, que poderão ser confeccionadas em grande escala.
  • 49. 48 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Lendo uma tabela de medidas Para obter medidas por meio de uma tabela de medidas padronizadas, é preciso que você encontre, na tabela escolhida, as medidas correspondentes ao número do manequim. Tamanhos – manequins Medidas (em cm) 38 40 42 44 46 Circunferência do busto 86 90 94 98 102 Circunferência da cintura 66 70 74 78 82 Circunferência do quadril 90 94 98 102 106 Largura das costas 40 42 44 46 48 Comprimento da frente 37 38 39 40 41 As medidas das tabelas são exatas e não incluem folgas ou margens de costuras. Fonte: HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/ bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/ NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013. Exemplo: se desejarmos saber a medida de circunferên- cia do busto para o tamanho 42, primeiro devemos localizar a coluna correspondente a esse número de manequim na tabela de modelagem feminina. Em se- guida, precisamos localizar, na linha que corresponde à medida da circunferência do busto, o número do ma- nequim 42: a medida é 94 cm. Tabelas de medidas As tabelas de medidas foram criadas com a intenção de padronizar medidas e tamanhos de peças, porém existe grande diversidade de tabelas, que variam de confecção para confecção. Para que você possa conhecer alguns mo- delos, apresentaremos aqui três exemplos de tabela de medidas femininas, masculinas e infantis. Já foi ressaltada a importância na precisão das medidas, pois um erro nessa etapa poderá comprometer a peça- -piloto e toda a coleção.
  • 50. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 49 Tabela de medidas-padrão – corpo feminino Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana feminina Tamanhos 38 40 42 44 46 Medidas fundamentais Circunferência do busto 86 90 94 98 102 Circunferência da cintura 66 70 74 78 82 Circunferência do quadril 90 94 98 102 106 Corpo – frente Comprimento da frente/corpo 43,5 44,5 45,5 46,5 47,5 ½ largura do busto da frente 22,8 23,8 24,8 25,8 26,8 ½ separação do busto da frente 8 8,5 9 10 10,5 Comprimento lateral 20 20,5 21 21,5 22 ½ cintura da frente 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5 Comprimento do ombro 12 12,3 12,6 12,9 13,2 Comprimento ombro-cintura 37 38 39 40 41 Largura do decote da frente 6 6,5 7 7 7,5 Comprimento do decote da frente 6,75 7 7,25 7,5 8 Diâmetro da zona do busto 13 14 14 15 16
  • 51. 50 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Costado: Sinônimo de costas. Tabela de medidas Corpo – costas ½ largura das costas 20,2 21,2 22,2 23,2 24,2 ½ costado 17 17,5 18 18,5 19 ½ cintura das costas 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5 Largura do decote das costas 6,5 7 7,5 7,5 8 Comprimento do decote das costas 2,5 2,5 2,75 2,75 3 Manga Cabeça da manga 13 13,5 14 14,5 15 Comprimento da manga 58 58 58,5 58,5 59 Comprimento debaixo do braço 43 43,5 44 44,5 45 Cotovelo 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5 Bíceps 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5 Punho 16 17 18 19 20 Calça e saia Altura do gancho 23,2 24 24,8 25,6 26,4 Comprimento lateral 100 101 102 103 104 Altura do joelho 59,5 60 60,5 61 61,5 Altura do quadril 18 18 20 20 20 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/ bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/ NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
  • 52. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 51 Tabela de medidas-padrão – corpo masculino Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana masculina Camisa social (colarinho) 36 38 40 42 44 46 Camisa esporte (tamanho) 0 1 2 3 4 5 Calça (tamanho/cintura) 36 38 40 42 44 46 Circunferência do tórax 88 92 96 100 104 108 Circunferência da cintura 72 76 80 84 88 92 Circunferência do quadril 88 92 96 100 104 108 Pescoço (colarinho) 36 38 40 42 44 46 Punho 21 22 23 24 25 26 Comprimento das costas 44,5 45 45,5 46 46,5 47 Costado 39 40 41 42 43 44 Comprimento da manga 60,5 61 61,5 62 62,5 63 Comprimento da calça 107 108 109 110 111 112 Altura do gancho 22,7 23,5 24,2 25 25,7 26,5 Altura do joelho 61,5 62 62,5 63 63,5 64 Altura de entrepernas 84,2 84,5 84,7 85 85,2 85,5 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/bds/ BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013.
  • 53. 52 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Tabela de medidas-padrão – corpo infantil Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana infantil Idade/tamanho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Medidas Circunferência do busto 52 54 56 58 60 62 64 68 70 72 74 78 80 Circunferência da cintura 52 52 54 56 58 58 60 60 60 62 63 63 65 Circunferência do quadril 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 78 82 86 Frente Comprimento da frente 20 22 23 24 25 26 28 30 31 32 33 34 36 Ombro 6,5 7 7,5 8 8 8,5 9 10 10 10,5 10,5 11 12 Queda do ombro 2 2 2,3 2,5 2,5 2,5 2,8 3 3 3,2 3,2 3,5 3,7 Pescoço 24 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 34 Costas Comprimento das costas 19 21 22 23 24 25 27 29 30 31 32 33 35 Costado 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 35 Manga Comprimento da manga 26 28 30 32 34 36 38 40 42 46 48 50 52 Punho 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15 15,5 16 16,5 17 17,5
  • 54. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 53 Tabela de medidas Saia e calça Comprimento da saia 21 22 23 23 24 25 25 26 26 27 28 29 30 Gancho 42 44 45 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 Comprimento da calça 42 48 52 56 58 59 60 62 64 68 72 76 80 Altura do quadril 11 12 12 12 13 13 13 13,5 13,5 14 15 16 17 Guia de pence 2 2 2,5 2,5 3 3 4 4 5 5 6 7 7 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf. Acesso em: 9 jan. 2013. Materiais do modelista O principal instrumento utilizado pelo modelista é a fita métrica: um pedaço de plástico ou de tecido plastificado, estreito, chato e delgado, graduado com medidas do sistema métrico decimal (metro, decímetro, centímetro ou milímetro). Veja a seguir outros materiais importantes para o trabalho do modelista. ©JakubKrechowicz/123RF
  • 55. 54 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Papel kraft Usado para traçar os moldes. Lápis e borracha O lápis comum serve para traçar o risco do molde no papel. A borracha deve ser utilizada para apagar erros, traços ou linhas incorretas e indesejáveis dos moldes. Régua A régua deve ser utilizada para traçar linhas e medir os traços do molde. Na mode- lagem industrial, utilizamos dois tipos de réguas: a milimetrada e a curva. • Régua milimetrada – de madeira ou de material plástico, graduada em centí- metros e milímetros. ©PauloSavala ©JillFromer/Photodisc/GettyImages ©PauloSavala ©PauloSavala©PauloSavala ©PauloSavala
  • 56. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 55 • Régua curva – existem vários tipos de régua curva. Ela auxilia a traçar, nos moldes, as partes curvas equivalentes a quadril, cavas, decotes, ganchos, lapelas etc., propiciando traçados mais exatos do que os feitos à mão livre. Régua curva francesa para modelagem. Esquadro Em modelagem industrial, utilizam-se dois tipos de esquadro: o convencional e o de alfaiate. • Esquadro convencional – formado por um ângulo reto, é utilizado para traçar linhas perpendiculares. • Esquadro de alfaiate – serve para traçar linhas curvas ligeiramente acentuadas. Esse esquadro não é um material fundamental, mesmo assim alguns modelistas preferem utilizá-lo. Fotos:©PauloSavala
  • 57. 56 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Tesoura O modelista precisa de dois tipos de tesoura: a de alfaia- te e a comum. • Tesoura de alfaiate – ­facilita o processo de cortar o tecido seguindo o molde, pois seu pegador é um pou- co mais elevado do que as lâminas. • Tesoura comum – deve ter um bom corte e de prefe- rência ser grande, pois isso facilita o trabalho de cortar os moldes. Não use a tesoura de tecido para cortar os moldes de papel, pois prejudicará seu corte. Fotos©PauloSavala
  • 58. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 57 Giz de alfaiate Muito útil para transferir o molde feito em papel para o tecido ou fazer marcações nas peças. Não mancha o tecido e sai com facilidade. Descosturador Usado para desmanchar costuras. A ponta fina, ao ser inserida no ponto que se quer eliminar, leva a linha até a lâmina, que fica em sua curva central. É muito útil também para abrir casas de botão. Carretilha É utilizada na modelagem industrial para copiar as linhas dos moldes em papel ou tecido. Para transferi-las para o tecido, é necessário o uso de papel-carbono. Fotos:©PauloSavala
  • 59. 58 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Alfinetes São usados para fazer marcações de ajustes e prender os moldes aos tecidos. Punção Serve para perfurar ou marcar um ponto em uma peça. É muito útil para transferir a localização de furos em gabaritos. Costuma ser feito de metal, com uma ponta moldada em uma das extremidades. Gabarito: Peça de plástico ou de papel rígido produzida para auxiliar nos processos de modelagem, costura ou acabamentos, como a locali- zação de botões e caseados. Fotos:©PauloSavala
  • 60. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 59 Manequim É um importante apoio para elaboração de modelagens. No manequim, o modelista pode analisar o caimento de mangas, visualizar golas e volumes (drapeados, por exemplo). Você sabia? Grande parte das confec- ções já atua com sistemas de modelagem feitos no computador. Há casos, inclusive, em que ela é totalmente computadori- zada. Por exemplo, digi- taliza-se no computador uma modelagem de saia e, a partir dela, podem-se criar diversos moldes. Ou, então, faz-se primeiro o moulage (fala-se “mulage”) em tecido e depois ele é di- gitalizado no computador. Isso é possível utilizando- -se um software para ela- boração de moldes. O CAD (Computer Aided Design, que pode ser tra- duzido livremente como “desenho auxiliado por computador”) é uma fer- ramenta que tende a ser cada vez mais utilizada na indústria de confecção. Esse poderá ser um curso a ser feito posteriormen- te, quando você estiver mais familiarizado com a modelagem. Também são importantes para uso do modelista: computador, calculadora, mesa para desenho, fita ade- siva e grampeador. ©PauloSavala ©JoseManuelGelpiDiaz/123RF
  • 61. 60 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 5 Moulage Agora que você já conhece melhor os tecidos e viu no Caderno 1 como Madeleine Vionnet (1876-1975) criava seus modelos, vamos tentar fazer um moulage. 1. Imagine a peça do vestuário que você vai criar e que possa ser modelada em um manequim. Solte a ima- ginação e pense no caimento, na cor e na estação do ano em que ela será usada. 2. Em uma folha avulsa, esboce um desenho do modelo que você imaginou. 3. Tente montar seu modelo no manequim. 4. Apresente à turma sua produção e, se possível, foto- grafe-a para seu futuro portfólio. Você sabia? Draping (fala-se “drá- pim”) ou moulage é uma técnica de modelagem tridimensional feita dire- tamente no manequim ou no corpo do modelo. Essa técnica dá ao mode- lista uma visão mais com- pleta do caimento da peça, o que lhe permite verificar, modificar ou criar novos efeitos antes mesmo de terminar o modelo.
  • 62. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 61 Unidade 7 Molde industrial Para iniciar a produção de moldes, vamos, em primeiro lugar, relembrar como se dá a criação de uma peça. O papel do modelista se compara ao de um tradutor. O esti- lista pensa no modelo, no caimento, no movimento que a rou- pa deve ter etc., e o modelista, por sua vez, concretiza (traduz) no papel as ideias pensadas na etapa de desenvolvimento do modelo. Modelagem bidimensional x modelagem tridimensional Além de passar para o papel a ideia do estilista, o modelista faz outro tipo de tradução – tem de pensar um modelo que terá três dimensões: profundidade, largura e comprimento, sendo, portanto, tridimensional. Para chegar a esse resultado, ele pode pensar em trabalhar com o moulage ou com a modelagem bidimensional, conhecida como modelagem plana, ou seja, com moldes que tenham duas di- mensões: comprimento e largura. Modelo desenhado pelo estilista. Molde elaborado com base no modelo idealizado pelo estilista. ©HudsonCalasans ©PauloSavala
  • 63. 62 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 O trabalho do modelista pode ser realizado considerando também os dois processos, primeiro a modelagem plana e depois a modelagem tridimensional. Compare as duas formas: Modelagem bidimensional Modelagem tridimensional Método Manual, no papel Manequim Tempo 1 hora 5 horas Estética Apresenta maior risco de erro na indicação de detalhes no modelo Apresenta maior precisão na localização dos detalhes Visibilidade Traça as formas e os volumes Permite o manuseio real de formas e volume, bem como a percepção do comportamento do tecido Caimento Requer maior quantidade de ajustes na peça-piloto Reduz o número de ajustes Construção de bases Construído por desenho Construído diretamente em um modelo Funcionalidade Limita-se à tabela de medidas Torna possível o estudo de dobras e o deslocamento de linhas, estruturas, volumes e ajustes Conceito Capacidade de visualizar mentalmente o resultado final Exige técnica manual e visual, sensibilidade e ação criativa Fonte: BORBAS, M. C.; BRUSCAGIM, R. R. Modelagem plana e tridimensional – moulage – na indústria do vestuário. Revista de Ciências Empresariais da Unipar, Umuarama, v. 8, n. 1 e 2, p. 155-67, jan./dez. 2007. p. 164-5. Disponível em: http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/2679/2043. Acesso em: 17 jan. 2013.
  • 64. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 63 Empregar a modelagem tridimensional não elimina a modelagem plana (que também pode ser feita de forma computadorizada), mas o uso combinado dos dois mé- todos traz maior qualidade ao produto final. Apesar de serem métodos diferenciados e de, comumente, o mo- delista encontrar mais facilidade em um deles, o ideal é usar os dois métodos para aproveitar os pontos fortes de cada um. Por exemplo, o modelista pode fazer o traçado de um blazer (fala-se “blêizer”) na modelagem plana, mas fazer a gola por moulage para chegar mais rápido ao desenho e ao volume desejados. As etapas da confecção de roupas na indústria O trabalho na indústria de moda é, geralmente, bastan- te dividido. É o chamado trabalho especializado, no qual as etapas e as funções de cada profissional são bas- tante demarcadas. Contudo, dependendo do porte da indústria, os profissionais do vestuário podem formar uma equipe que valorize a experiência de cada um, pos- sibilitando maior troca de informações e experiências. Se isso ocorrer, com certeza o resultado do trabalho será melhor. Tomando como exemplo uma indústria com tarefas mais divididas, o trabalho do modelista começa na interpretação do modelo proposto pelo estilista. Esse modelo, também conhecido como croqui, deve vir acompanhado de uma ficha técnica muito precisa, que considere as medidas e/ou tamanhos a serem pro- duzidos, além da descrição completa do modelo, tal como: o tecido, os acabamentos a serem utilizados, os detalhes etc. Cada empresa tem um modelo próprio de ficha técnica, mas, ainda assim, existem dois modelos básicos. Obser- ve-os a seguir. A ficha técnica de uma peça deve ser única, e todos os setores envolvidos na produção devem ter o mesmo documento. Portanto, se houver qualquer alteração na ficha, todos os departamentos precisam ser imediatamente comunicados. O uso adequado desse documento permite evitar compras erradas e, consequentemente, prejuízos para a produção da peça, seja ela em grande ou em pequena escala. Ficha técnica: Documento importante para o planeja- mento da produção de qual- quer peça de vestuário. Ela tem como objetivo especifi- car todos os passos a serem seguidos para determinado modelo, bem como indicar tamanho, tecido, cor, avia- mentos etc.
  • 65. 64 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Modelo 1: o foco está na descrição de todas as etapas de costura e montagem da peça. Ficha técnica Descrição do produto: Fases Nº Operações Máquinas Acessórios Observações:
  • 66. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 65 Modelo 2: possibilita que o modelista visualize como a peça ficará depois de pronta. Ficha técnica Descrição do produto: Modelo: Coleção: Código: Estilista: Modelista: Croqui frente Croqui costas Cores: Tamanhos: Tecidos: Assinatura do modelista: Aviamentos: Assinatura do costureiro: Observações: Aviamento: Material utili- zado no acabamento de uma peça de roupa, de acordo com o tecido empregado.
  • 67. 66 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 1 Interpretando a ficha técnica Observe a ficha técnica a seguir. FICHA TÉCNICA Modelo: Descrição do produto: Regata de malha Denise Designer: Vanessa Modelista: Sílvia Grade: P-M-G Tamanho da piloto: P Data: 20/12/2012 Tecido: Viscolycra Fornecedor: Sintotex Composição: 95% viscose, 5% elastano Consumo: 0,83 m Rendimento: 2,70 m/kg Aviamentos: Cartela Hot Fix Fornecedor: Ornare Aviamentos Consumo: 3255 Código: 1 Cor 1: Preto Cor 2: ............... Regata de malha com Hot Fix Variantes: Cor 1: preto Cor 2: branco Coleção: Primavera-verão 2013 ©HudsonCalasans
  • 68. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 67 Agora, identifique: 1. Qual é a peça a ser confeccionada? 2. Quais serão os tamanhos a serem confeccionados? 3. Quantos tipos de tecido são empregados na produção da peça? 4. Quais são os tecidos a serem empregados? 5. Quais são os aviamentos necessários? 6. Observando a peça, responda: Algum aviamento ou acabamento não foi inserido na ficha técnica? Se sim, qual(is)? 7. Algum detalhe que facilitaria o trabalho do modelista foi esquecido? Se sim, qual(is)?
  • 69. 68 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 2 Produzindo a ficha técnica 1. Escolha um modelo de peça (vestido, saia, blusa etc.) e faça um esboço no quadro a seguir. 2. Como seria a ficha técnica necessária para o modelo elaborado? Você incluiria outros detalhes na ficha? Quais? Por quê?
  • 70. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 69 3. Preencha a seguir a ficha técnica idealizada por você a partir do exemplo da página 65. Comente o resultado com os colegas. Ficha técnica
  • 71. 70 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 4. No laboratório de informática, refaça a ficha técnica que você elaborou em uma planilha eletrônica. A geometria na modelagem Após uma análise minuciosa do modelo com a respec- tiva ficha técnica, é o momento de traçar o molde. Mas, antes disso, você precisará recorrer a alguns ele- mentos matemáticos, mais especificamente de cálculos e da geometria. Vamos começar pela geometria. Ela é de extrema utilidade na realização dos moldes. Vejamos: O que é um ponto? O que é uma reta? E um segmento de reta? Em geometria, o ponto não tem partes, podendo ser representado, por exemplo, pelo sinal feito com a pon- ta do lápis no papel. Uma reta é uma linha infinita, sem início nem fim, formada por pontos alinhados. Um segmento de reta tem início e fim delimitados, como mostra a imagem a seguir. Se nesse segmento de reta for marcado um terceiro pon- to C, teremos dois segmentos, AC e CB: O segmento de reta AC é formado pelo ponto inicial A ligado ao ponto C; e o segmento de reta CB é formado pelo ponto inicial C ligado ao ponto B. Para saber mais sobre como elaborar planilhas, recorra ao Caderno do Trabalhador 3 − Conteúdos Gerais – “ABC da informática”. Você poderá consultá-lo no site do Programa Via Rápida Emprego. Disponível em: http://www.viarapida. sp.gov.br. Acesso em: 10 jan. 2013. A B A C B Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 72. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 71 Veja um exemplo: Se o segmento AB for igual a 4 cm e o ponto C estiver localizado a 2 cm do ponto A, o ponto C será chamado de ponto médio do segmento AB. Segmento AB = 4 cm Segmento AC = 2 cm Segmento CB = 2 cm Ponto médio = ponto C Você utilizará, conforme visto na Unidade 6, vários ins- trumentos de trabalho, como lápis, borracha, esquadros e réguas especiais para traçar linhas retas e curvas, com a finalidade de ligar pontos no traçamento dos riscos dos moldes. Para traçar linhas curvas, se preferir, você tam- bém poderá usar um transferidor ou mesmo um compasso. Recorra ao Caderno do Trabalhador 3 – Conteúdos Gerais – “Fazendo contas”, pois lá você poderá rever os sistemas de medidas e como fazer cálculos usando a calculadora. Disponível em: http://www.viarapida.sp.gov. br. Acesso em: 10 jan. 2013. ©PauloSavala ©OksanaTrachuk/123RF ©HudsonCalasans 2 cm 2 cm A C B
  • 73. 72 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 O traçado dos moldes O molde é usualmente feito em papel kraft, também conhecido por papel-manilha. Conforme visto na Unidade 6, ele será traçado de acordo com a tabela de medidas na qual o modelista se baseará. Essa é a etapa em que são inseridos todos os detalhes do modelo. Fotos:©PauloSavala
  • 74. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 73 Quando os moldes estiverem finalizados, você poderá inserir o acréscimo (ou margem) de costura, de acor- do com as máquinas a serem utilizadas, o modelo e o efeito desejado. O tamanho das margens de costura também pode ser definido de acordo com o padrão de cada confecção. Algumas podem até optar por não incluir as margens no molde e inseri-las no momento de riscar o tecido para o corte. Aqui sugerimos que você deixe os seguintes valores para as margens: • 1 cm na cintura; • 2 cm nas laterais; • 2 cm no meio das costas; • 3 cm para a bainha. Para conhecer mais sobre os tipos de máquina, você pode consultar o Caderno 2 – Costureiro. Disponível em: http://www.viarapida.sp.gov. br. Acesso em: 10 jan. 2013. Margemdecostura Margemdecostura Margemdecostura Margem decostura Margem decostura Exemplo de molde traçado com 1 cm de margem de costura. ©HudsonCalasans
  • 75. 74 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Após traçar os moldes e, caso indicado, acrescentar as margens de costura, é neces- sário recortar cada parte e anotar em cada uma as seguintes informações: • nome da peça (anotar no molde “manga”, por exemplo); • tamanho da peça (no 42, por exemplo); • nome ou referência (coleção verão, ref. xxxx, por exemplo); • quantidade de partes a ser cortada (X [um número], por exemplo); • quantas partes compõem o molde (7 partes, por exemplo); • posição do fio do urdume; • nome do modelista; • data do molde. É também atribuição do modelista calcular o consumo de tecido para cada mode- lo, assim como em relação a todos os materiais que serão usados para a peça-piloto. A peça-piloto é o primeiro molde a ser testado e é feita, normalmente, em um único tamanho. A partir dela, será realizada a prova de ajustes, quando se fazem todos os acertos necessários, antes da produção em série. . Modelista faz ajustes em peça-piloto. ©PauloSavala
  • 76. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 75 Modelista passa para o molde os ajustes feitos na peça-piloto. A confecção da peça-piloto passa por várias etapas e en- volve diversos profissionais. Depois de um modelo ser idealizado e desenhado pelo estilista, e de o molde ter sido confeccionado pelo modelista, uma primeira peça é cortada e transformada em peça-piloto, que é o protó- tipo – ou seja, a primeira versão do produto – das peças que serão produzidas em grande quantidade. Geralmente, o costureiro pilotista é responsável por cos- turar a peça-piloto e fazer os ajustes que o estilista e o modelista poderão solicitar. Mas é bom esclarecer que, muitas vezes, em confecções de micro e pequeno portes, ou quando se trabalha por conta própria, o modelista tem de ter conhecimento de corte e costura, porque não é possível contar com os serviços de um pilotista. A confecção da peça-piloto é de extrema importância, pois evita prejuízos e perdas futuras, já que a partir dela se definirão a quantidade de tecido, os aviamentos, os acessórios, as cores, além de se determinar o custo final da peça a ser comercializada. Com o molde-base definido, é o momento da gradação, conforme a grade de tamanhos com a qual se trabalha. Gradação: Termo emprega- do para se referir ao aumen- to ou à redução do molde da peça-piloto, ou seja, uma vez pronta, se procede à elabo- ração dos modelos maiores e menores a partir dela. ©PauloSavala
  • 77. 76 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Atividade 3 Você na indústria 1. Imagine que você está trabalhando em uma indústria de confecção e recebeu de seu colega estilista a ficha técnica a seguir. FICHA TÉCNICA Modelo: Descrição do produto: Saia godê Código: XPTO Tamanho: 42 Modelo com 60 cm de comprimento, 4 cm de barra Coleção: Primavera-verão Cor: Estampada Tecido: Algodão ©HudsonCalasans
  • 78. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 77 2. Com base nessa ficha, você, como modelista, tem todas as informações necessárias para realizar o mol- de? Explique sua resposta. 3. Caso a ficha precise de complementos, responda: Como proceder? Com quem você deve falar? Como vai se dirigir a essa pessoa? 4. Com base nas informações da ficha técnica, tente traçar o molde da saia. Este é um exercício de tenta- tiva e descoberta de volumes e proporções do corpo feminino. Se preferir, poderá ser usado um manequim ou o corpo de uma colega para testar ajustes e cai- mentos. Ao fazer essa atividade e tentar traçar o molde, é importante considerar as margens de costura indicadas anteriormente: • 1 cm na cintura; • 2 cm nas laterais; • 2 cm no meio das costas; • 3 cm para a bainha. Quando a costura for diferente de 1 cm, deve ser indicada com pique. Piques: Pequenos recortes de 1 mm de largura x 4 mm de comprimento.
  • 79. 78 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 5. Em grupo, discutam: a) Quais dados vocês retirariam ou incluiriam na ficha apresentada? Por quê? b) Quais foram as dificuldades e as facilidades para elaborar o molde? Para finalizar esta Unidade, a turma poderá realizar uma exposição com o tema Meu primeiro molde.
  • 80. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 79 Unidade 8 Modelagem de saia Esta Unidade tem como objetivo apresentar a modelagem de saia, peça básica do vestuário feminino, também base para vestidos. Vamos aprender, em primeiro lugar, a fazer um molde-base para saia reta – frente e costas –, pois, a partir dele, você poderá confeccionar outros moldes com as medidas do modelo que será criado. Atividade 1 Construindo o molde-base de saia reta A saia reta é mais justa ao corpo, sendo utilizada em várias si- tuações, como na composição de um tailleur (fala-se “taiêr”), por exemplo, podendo variar no comprimento. Seu molde é a base para muitos modelos. 1. Em grupo de três ou quatro participantes, pratiquem a con- fecção do molde a seguir para adquirir bastante familiarida- de com os procedimentos.
  • 81. 80 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Base da saia reta Para a execução do molde-base da saia reta, você preci- sará do material completo e da mesa organizada. O molde-base dessa saia é traçado pela metade, em pa- pel kraft. Quando for cortar o tecido, basta dobrá-lo e colocar a parte reta desse molde sobre a dobra do tecido. Por este ser um molde-base, você não precisará inserir margens de costura, pois a base servirá de ponto de par- tida para outros modelos de saia. Quando for definir o molde da peça que será cortada e costurada, então você poderá inserir as margens de costura. Cintura Pences da frente Frente Bainha Os moldes de peças que têm os dois lados iguais são, normalmente, feitos pela metade. Na hora de passá-los para o tecido, encoste sua parte central na dobra. Assim, quando desdobrá-los, você terá o lado (da frente ou das costas) completo. Para garantir um trabalho bem-feito, mantenha sempre sua mesa organizada. Separe todo o material que precisará usar na confecção do molde da saia reta e mãos à obra! ©HudsonCalasans 1. Consulte a tabela de medidas da Unidade 6, “Tabela de medidas-padrão – corpo feminino”, manequim 40. 2. Em seguida, em uma folha de papel kraft de 1 m x 1 m e com o auxílio da régua, trace um retângulo com as seguintes medidas: menor lado (linha AB na figura) equivale à metade do quadril, e o maior lado (linha BC na figura) equivale ao comprimento da saia.
  • 82. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 81 A B D C 3. Agora, nesse retângulo, marque o ponto E na metade da medida entre A e B, e o ponto F na metade da medida entre C e D. Trace uma linha reta unindo E e F. A B D C E F Ilustrações:©HudsonCalasans 4. Com a régua na linha AD, marque o ponto G, a partir do ponto A, com a me- dida do quadril. Faça o mesmo na linha BC, e marque, a partir de B, o ponto H. Trace uma linha unindo G e H. No cruzamento entre as linhas EF e GH, marque o ponto I. Observe que a medida AG é igual à medida BH, ou seja, essa é a altura do quadril.
  • 83. 82 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 A B D C E F G H I Ilustrações:©HudsonCalasans A B D C E F G H I 3 cm3 cm E1 E2 5. A partir do ponto E, marque 3 cm para cada lado: pontos E1 e E2. Una E1 e E2 com I, utilizando a curva francesa, como na imagem a seguir. Meça a reta AE1 e a reta E2B, some essas medidas e anote o resultado, pois você o usará a seguir.
  • 84. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 83 6. Volte à tabela e veja a medida da cintura. Dela, subtraia o resultado que você encontrou no passo 5 (AE1 + E2B). Essa diferença deverá ser eliminada por meio de pen- ces, que serão divididas igualmente entre a frente e as costas do molde. O comprimento das pences poderá ser de 12 cm. Ilustrações:©HudsonCalasans O corpo feminino apresenta uma diferença entre a medida do quadril e a medida da cintura. A maioria das mulheres tem a cintura mais fina que o quadril. Portanto, para ajustar a cintura é necessário fazer pences. A B D C E F G H I 3 cm3 cm E1 E2 3 cm3 cm 7. Em seguida recorte os moldes, separando frente e costas. Veja a seguir como deverão ficar: Frente Meiodafrente Fio Meiodascostas Fio Costas 8. Para transferir os moldes ao tecido, eles devem ser alfinetados ou colados sobre ele, com a parte reta na dobra do tecido, para não ter perigo de se deslocar nem de provocar marcações incorretas. De posse dos moldes feitos para a saia reta, elabore sua ficha técnica.
  • 85. 84 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Variações do molde Saia evasê A saia evasê – também conhecida como saia A, pois tem o formato dessa letra – pode ser criada a partir do molde-base de saia reta, com algumas variações. Atividade 2 Construindo um molde de saia evasê 1. Em dupla, preparem um molde-base de saia reta. 2. Tracem uma linha vertical na direção da pence e cortem o molde, da barra até ela. 3. Dobrem a pence na cintura. Ao fazer isso, a linha que vocês cortaram abrirá na mesma proporção da dobra, transferindo para a barra um aumento que provo- cará o caimento do modelo. A A Pence fechada E E B B B C C C F FD D Linha do quadril Meiodafrente(dobra) Meiodafrente(dobra) Linhavertical Esquema 1 Esquema 2 Ilustrações©HudsonCalasans
  • 86. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 85 4. Nas costas, repitam o mesmo procedimento, cortando o molde até o final da pence. A abertura das costas é maior do que a da frente em função do contorno das nádegas. M M Pence fechada N N R R L L L S S P P Linha do quadril Meiodascostas Meiodascostas Lateral Lateral Linhavertical Esquema 3 Esquema 4 Fio reto, atravessado e enviesado Escolher a forma como o molde será colocado em relação à ourela do tecido e a peça será cortada é importante, pois essa escolha determinará o caimento da roupa e fará com que o modelo fique mais ou menos armado. Então, se você cortar o tecido no sentido do fio reto, o caimento será firme, mas não rígido. Já o caimen- to de um corte no sentido do fio atravessado será armado, enquanto o do fio enviesado deixará a roupa mais mole e flexível. É o caso dos godês. • Fio reto – é preciso traçar no molde uma linha perpendicular à cintura, que ficará paralela à ourela. Ourela Fio reto Paralelo Ilustrações©HudsonCalasans
  • 87. 86 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Saia godê simples • Fio atravessado – a linha perpendicular do molde fica em posição transversal à ourela. • Fio enviesado – a linha perpendicular traçada no molde deverá formar, com a ourela do tecido, um ângulo de 45°. Isso se torna mais fácil com o uso de um esquadro. Ourela Fio atravessado Perpendicular Ilustrações:©HudsonCalasans Ourela Fio enviesado 450
  • 88. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 87 Esse tipo de saia é exceção em relação ao molde de saia reta, mas é ainda mais simples. A saia godê é o único modelo de saia em que o traçado não parte da base de saia. Seu traçado é feito a partir de uma folha em branco. Existem dois tipos de godê: em semicírculo (ou godê simples), e em círculo (ou godê guarda-chuva). O molde que vamos aprender primeiro é o de saia godê simples, que é basicamente a construção de um semicírculo. Atividade 3 Construindo uma saia godê simples 1. Em dupla, tracem o molde da saia godê a seguir para o manequim 40 (ver tabe- la de medidas na Unidade 6). O molde desse tipo de saia parte de duas linhas retas perpendiculares, formando um ângulo reto: 2. Antes de marcarem os pontos, façam o seguinte cálculo: • dividam a medida da cintura por 3 e tirem, do resultado obtido, 2 cm – a medi- da da cintura para o manequim 40 na tabela é 70 cm, portanto, ⅓ é aproxima- damente 23 cm; tirando 2 cm, ficamos com 21 cm; • acrescentem a essa medida o valor do comprimento da saia – no manequim 40, a altura do joelho é 60 cm, então, 21 + 60 = 81 cm. 3. Agora, comecem a marcar os pontos: • ponto A – encontro das linhas; • pontos D e E – partindo do ponto A, ⅓ da medida da cintura menos 2 cm; por- tanto, neste caso, 21 cm; • pontos B e C – partindo do ponto A, comprimento total; no caso, 81 cm. A E D B C A E D B C A E D B C ©HudsonCalasans
  • 89. 88 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 4. Para garantir a mesma medida de comprimento em toda a roda da saia, façam várias linhas partindo do ponto A. 5. Marquem em cada uma delas um ponto com a medi- da total do comprimento, igual à linha AB, e um ponto equivalente à posição da cintura, igual ao seg- mento de reta AD (vejam a figura a seguir). 6. Agora, unam os pontos, um a um, na altura da cintura e na altura da barra, com um transferidor ou uma régua curva, conforme ilustração a seguir. 7. Ao fazer a saia, lembrem-se de acrescentar 3 cm para a barra. 8. O molde está pronto. Caso os resultados das contas não sejam exatos, devem-se arredondar os valores, ou seja, aproximar o resultado do número inteiro. Isso foi demonstrado na página anterior no cálculo: 1/3 de 70, cujo resultado não é um número exato, portanto, foi aproximado para 23 cm. A E D B C A F G H E D B C A E D B C A E D B C A F G H E D B C A E D B C A F G H E D B C A E D B C Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 90. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 89 Instruções gerais: • os moldes da saia godê são iguais, tanto para a frente como para a parte de trás; • para carretilhar o molde, é importante que você o du- plique para posicioná-lo no tecido. A saia feita dessa forma terá duas costuras laterais. Lembre-se de seguir o mesmo sentido do fio, nas duas partes: • caso deseje uma saia com apenas uma costura, una os moldes de papel e coloque esse novo molde no tecido para carretilhar: Quando for fazer a bainha de qualquer modelo godê, pendure a roupa em um cabide e aguarde 12 horas para que o caimento do tecido se complete, evitando que o comprimento fique desigual. Frente Ourela Ourela 1,40mdelargura Costas Ourela 1,40mdelargura Ourela Meio das costas Meio das costas Meiodafrente Ilustrações:©HudsonCalasans Ourela 1,40mdelargura Ourela Meio das costas Meio das costas Meiodafrente
  • 91. 90 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 • o raciocínio para o traçado da saia godê serve como guia para o traçado de qual- quer molde em godê, como golas, punhos etc.; • sobre a quantidade de tecido necessária: – se o tecido tiver 1,40 m de largura, compre uma altura do tamanho do tecido mais as folgas para a costura. Considera-se “altura”, na hora de comprar o te- cido, o comprimento da peça; – se o tecido tiver 90 cm de largura, compre duas alturas mais as folgas para costura. • antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto; • corte o tecido e, com seus colegas, discutam as correções que acreditam ser ne- cessárias para aperfeiçoar a peça e melhorar seu caimento e conforto; • após construir a base da saia, faça uma experiência com o molde-base, isto é, faça uma peça-piloto com um tecido de baixo custo. Corte, costure e verifique se ficou de acordo com o que esperava. Atividade 4 Crie uma saia 1. Tome as medidas de uma colega e escolha o modelo da saia cujo molde vai preparar. 2. Faça uma saia de papel e verifique os aspectos mais fáceis e os difíceis de executar. 3. Converse com a turma, verifique as soluções encontradas e acompanhe as orien- tações do monitor para cada situação.
  • 92. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 91 Unidade 9 Modelagem de blusa Nesta Unidade, conheceremos o molde de blusa. A partir dele e do molde de saia, você poderá compor também vestidos. Molde-base de blusa Para a execução da modelagem básica da blusa, você precisará do material completo e da mesa organizada. Assim como para as saias, as bases para blusas com os dois lados iguais são, normalmente, traçadas pela metade: basta você do- brar o tecido ao meio para ter o molde completo. Para o método a seguir, será necessária uma folha de papel kraft de aproximadamente 1 m x 1 m. ©PauloSavala
  • 93. 92 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 1. Para dar início ao molde, dobre o papel ao meio e faça uma linha horizontal, partindo da dobra do papel, em qualquer altura e com qualquer comprimento, conforme a imagem a seguir. 2. Marque na linha, a partir da dobra, a metade da medida da largura das costas e, a partir desse ponto, desça 2 cm. Fotos:©PauloSavala
  • 94. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 93 3. Meça, desse ponto para o centro do papel, o comprimento do ombro. Com a régua inclinada, trace uma linha para fazer a inclinação do ombro, conforme mostra a imagem. 4. Abaixo do encontro entre a dobra do papel e o início da linha horizontal, marque a medida da circunferência do colarinho dividida por quatro e trace uma linha curva ligando esse ponto ao da inclinação do ombro, conforme a imagem a seguir. Fotos:©PauloSavala
  • 95. 94 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 5. Abaixo do encontro entre a dobra do papel e o início da linha horizontal, deter- mine a altura do busto, da cintura e do quadril. A partir desses pontos, trace linhas horizontais com cada uma das medidas equivalentes à circunferência do busto, da cintura e do quadril divididas por quatro. 6. Para fazer o ponto da cava, marque 5 cm acima do fim da linha do busto. Para desenhar a cava, você deverá utilizar a régua curva francesa, unindo o final da linha do comprimento do ombro até o ponto da cava. Fotos:©PauloSavala
  • 96. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 95 7. Trace uma linha a partir do ponto da cava até a cin- tura, unindo os finais das linhas desenhadas – do busto, da cintura e do quadril –, que formarão a late- ral da blusa. 8. Na metade da linha da cintura, marque as pences da cintura com 0,5 cm para cada lado. O comprimento delas será determinado por linhas que você deverá traçar, do busto até a cintura, e da cintura até o qua- dril, como mostram as imagens na próxima página. A pence será usada dependendo do modelo a ser cortado ou da anatomia do corpo; mas, como é um molde-base, é importante que ela esteja marcada. Fotos:©PauloSavala
  • 97. 96 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Para o molde das costas, faça uma cópia do molde da frente com as seguintes alterações: 1. Suba 1 cm a linha do comprimento do ombro. 2. Na dobra do papel, suba 5 cm a partir do ponto do decote da frente. Este será o ponto do decote das costas. Trace, usando a curva francesa, o decote das costas até o ponto final do ombro. Fotos:©PauloSavala
  • 98. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 97 Modelagem da blusa com pence Existem muitas variações de modelagem de blusa. A partir da modelagem traçada anteriormente, podemos criar uma nova modelagem com pence de busto. Essa modelagem é indicada para roupas confeccionadas em tecido plano e é essencial para mulheres com bastante busto, pois, quando costurada, modela a peça formando o volume do seio. O molde das costas não sofre alteração, permanecendo o mesmo. Para traçar o molde-base da blusa com pence, você pre- cisará de uma folha de papel kraft, papel-carbono e car- retilha. 1. Coloque sobre a mesa a folha de papel kraft e, sobre ela, o papel-carbono. 2. Agora, pegue o molde da blusa obtido anteriormente, coloque-o por cima do papel-carbono e carretilhe apenas a parte da frente. Você obterá um molde como o da imagem a seguir. ©HudsonCalasans Carretilhe a parte da frente do molde, pois é nela que serão marcadas as pences do busto.
  • 99. 98 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 3. Depois de recortar o molde, trace uma reta do final da pence da cintura (na linha do busto) até o centro do ombro. Em seguida, trace outra reta do final da pence da cintura (na linha do busto) até a cava. Recorte essas duas retas conforme a imagem a seguir. 4. Cole novamente o pedaço recortado, deixando uma abertura de 6 cm para formar a pence do busto. 5. Retrace a cava para acertar o molde. Você obterá um molde final como o da imagem a seguir. Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 100. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 99 Instruções gerais: • vamos proceder como fizemos com a saia. Elabore um molde e, com um re- talho de tecido, teste-o. Mas atenção: antes de carretilhar para traçar o mol- de, feche as pences da frente e das costas, dobrando o papel e refazendo a curva; • carretilhe em outro papel, separando a parte da frente da parte das costas; • transfira para o tecido, colocando o molde sobre ele e alfinetando-o; • antes de cortar, não se esqueça de marcar o fio reto; • corte, separando frente e costas. Discuta com um colega as correções que acreditam ser necessárias para aperfeiçoar a peça e melhorar o seu caimento e conforto. Atividade 1 Modelando blusas 1. Refaça o molde-base da blusa com pence com as medidas de uma colega. 2. Recorte em papel e observe o molde. 3. Quais foram as dificuldades e facilidades que encontrou para produzir esse molde? Ampliar e reduzir moldes Agora, você vai aprender a ampliar e reduzir moldes-base de algumas peças de roupa. Todos os processos aqui ensinados ampliam ou reduzem as peças em um manequim. Vamos lá.
  • 101. 100 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Vestido Trace no molde-base três linhas: uma vertical, que vai do ombro até a barra, e outras duas horizontais – uma na altura da cava e outra na da cintura. Para ampliar a medida em um manequim, corte o molde nessas linhas e coloque-o em outro papel, ou no tecido, deixando 1 cm de vão na linha vertical, e na linha da cava e na da cintura, 0,5 cm. A seguir, amplie também o contorno do molde em 0,5 cm (para o lado de fora do molde). Ilustrações:©HudsonCalasans 1 cm 0,5 cm 0,5 cm
  • 102. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 101 Para reduzir o molde em um número de manequim, risque as mesmas linhas, só que, em vez de cortar o molde e pregá-lo com folga, faça uma pequena dobra (uma espécie de preguinha) em cada um dos locais indicados anteriormente, com as mesmas medidas. Saia Parta do molde-base: Meiodascostas Frente Costas Meiodafrente Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 103. 102 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Esse molde é muito fácil de ampliar. Apoie o molde em outro papel ou no tecido e marque na parte do meio uma linha paralela. Deixe 1 cm nas laterais e 0,5 cm de vão na linha horizontal. Proceda da mesma forma com o molde da parte de trás da saia. Para reduzir, o procedimento é semelhante, só que o molde deverá ser dobrado nas laterais e na linha horizontal antes de ser transferido para o tecido. Calça Para ampliar o molde de uma calça, trace no molde-base uma linha vertical, onde cairia o vinco da calça, e duas horizontais, uma na altura do joelho e outra no meio do gancho. Meiodascostas Frente Costas Meiodafrente Joelho Meio do gancho Vinco Joelho Meio do gancho Vinco Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 104. Modelista 2 Arco Ocupacional Vestuário 103 Como no vestido, corte o molde nesses traços e cole-o em outro papel ou marque no tecido, atentando para posicionar um espaço de 1 cm ao longo do comprimen- to da calça – sentido vertical –, 1 cm no joelho e 0,8 cm no gancho. Para reduzir, faça as mesmas marcações, só que, ao invés de cortar, faça preguinhas no molde, diminuindo 1 cm no sentido vertical, 1 cm no joelho e 0,8 cm no gancho. 1 cm1 cm 0,8 cm 0,8 cm 1 cm1 cm 1 cm 1 cm Ilustrações:©HudsonCalasans
  • 105. 104 Arco Ocupacional Vestuário Modelista 2 Manga Trace, no molde-base, duas linhas: uma vertical, acom- panhando o comprimento da manga, e outra horizontal, que passará na altura do meio da cabeça da manga. Para ampliar, corte nas linhas traçadas e monte o molde novamente em outro papel ou no tecido, cuidando para deixar um espaço entre as partes cortadas de 1 cm no traço vertical e 0,5 cm no traço horizontal. Para reduzir, parta dos mesmos traçados, só que faça preguinhas com as medidas apontadas anteriormente no molde-base. 0,5 cm 1 cm Atividade 2 Ampliando e reduzindo um molde-base 1. Em dupla, seguindo as medidas da tabela, ampliem um molde de saia tamanho 40 para 42. 2. Em seguida, pratiquem a redução do molde tamanho 40 para 38. 3. Comentem suas impressões sobre esse processo com a turma. O que acharam da atividade? Quais foram as dificuldades ou facilidades encontradas em sua execução? Ilustrações:©HudsonCalasans