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O ROI dos métodos ágeis
A dificuldade em inovar
A inovação é um processo estruturado que
exige pesquisa, experimentação,
mobilização e iteração. Cada empresa deve
decidir quais tendências tecnológicas
deseja seguir, de acordo com a percepção
que tem do mercado, para realizar este ciclo
de forma completa.
Ocorre que seres humanos têm dificuldade
em processar grandes volumes de
informações e preferem repetir decisões ou
trabalhar com opções limitadas (Ariely,
2008) e, talvez por isso, nos pareça mais
confortável trabalhar com estruturas fixas,
planejamentos anuais e processos, em vez
de monitorar e adaptar as estratégias
conforme as disrupções vão surgindo.
Estruturas fixas, sejam funcionais,
projetizadas ou matriciais (PMI, 2013), não
levam em conta que para mudar um modelo
de negócio é preciso agrupar perfis de
múltiplos departamentos, alterando a forma
de organização para compor novas jornadas
ao cliente.
Planejamentos anuais, sejam eles
estratégicos, orçamentos ou roadmaps de
projetos, são geralmente voltados a
objetivos traçados no ano anterior, sem
flexibilidade para reagir às mudanças no
mercado.
Processos orientados às tarefas ainda
são dominantes, desde os tempos de Taylor
e Fayol, requerendo que as pessoas
busquem meios para viabilizar o que pode
ser a sobrevivência do negócio.
Enquanto permanecemos no modus
operandi atual, a observação da experiência
do cliente, concorrentes e soluções
substitutivas se tornam secundárias,
causando a defasagem da empresa.
Métodos ágeis
Levando em conta que um ser humano é
incapaz de antever todas as possíveis
mudanças de cenários que ocorrerão no ano
seguinte, os métodos ágeis são focados no
envolvimento do cliente, no
desenvolvimento interativo, em equipes
auto-organizáveis e na adaptação às
mudanças (Agile Manifesto, 2009).
Esta forma de trabalho mune-se de escopos
iterativos e incrementais, balizados pelos
resultados que trazem o maior valor de
negócio. Os projetos são focados em
objetivos, permitindo que o planejamento
seja alterado, quantas vezes forem
necessárias, até o atingimento de um
resultado esperado. Para isso, utilizam-se
definições mais abrangentes e
planejamentos focados em períodos curtos,
após os quais se espera ter uma entrega
verificável.
Ganhos obtidos com métodos ágeis
O primeiro ganho obtido com métodos ágeis
é a construção de organizações
temporárias. Romper a barreira estrutural e
montar equipes multidisciplinares é
equivaler empresas convencionais às
empresas de produto e startups. Esta
mudança cultural requer a capacidade de
desafiar as estruturas fixas para mobilizar
pessoas e recursos, não mais por
agrupamentos de competências, mas pelas
missões que têm a cumprir.
O segundo benefício está relacionado aos
planejamentos cíclicos. Planos anuais são
baseados em estimativas, com premissas e
restrições identificadas no momento do
planejamento. Sabe-se bem que boa parte
das premissas não são cumpridas ao longo
do ano, seja por mudanças no mercado,
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financeiros etc. Planejamentos mais
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permitem uma melhor adaptação às
mudanças de rumo frente às oscilações
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O terceiro ganho é transformar a cultura da
estimativa na cultura do resultado. Substituir
estimativas por resultados requer a
percepção de que o tempo é uma medida
inexata. Usar escalas proporcionais, como a
sequência de Fibonacci, para estimar o
trabalho aumenta a acurácia e reduz o
tempo de planejamento, permitindo que a
empresa se adapte às mudanças com maior
facilidade.
Qual o ROI dos métodos ágeis?
O ROI (return of investment) é uma medida
que aufere a efetividade de um
investimento, através da relação entre o
retorno obtido e o valor investido ao longo
do tempo. Segundo Rico, deve-se
considerar a proporção de projetos que
utilizam método ágeis versus tradicionais e
observar custos, prazo, produtividade,
qualidade e satisfação do cliente. Em seus
estudos, aponta referências de ganhos
entre 38-100% em prazo, 25-80% em
produtividade, 83% em satisfação do cliente
e 74% na moral da equipe.
Medir o ROI dos métodos ágeis não é algo
trivial. Em projetos de escopo aberto, tempo
e custos fixos (Rodrigues, 2016), as
habilidades de priorizar o valor de negócio e
fazer entregas contínuas são diferenciais
que viabilizam o autofinanciamento dos
projetos. Acima de tudo, deve-se refletir
sobre como se quer reagir às disrupções
tecnológicas. Para uma empresa
contemporânea, é imprescindível manter
seus produtos e serviços atualizados frente
aos concorrentes e às novas tecnologias.
Uma oportunidade não aproveitada ou a
entrada tardia num novo mercado só serão
percebidas na P&L, quando as perdas talvez
sejam irreversíveis.
Assim sendo, em vez de fazer contas para
medir o retorno sobre o valor investido,
melhor acompanhar o marketshare e ficar
atento às potenciais disrupções que possam
alavancar ou remodelar o mercado de
atuação e, para isso, nada mais coerente
que manter estruturas flexíveis, modelos de
trabalhos ágeis e o foco em resultados.
Eli Rodrigues
Gerente Digital Experience
everis
Referências
• Agile Manifesto website. Manifesto ágil. 2009.
• ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional. Editora Campus, 2008.
• BASTOS, Ercília. O que é a curva de aprendizagem?. Portal Gestão, 2015.
• COOPER, Sean. Whatever happened to Netscape?. Engadget, 2014.
• GROSSMAN, Rhys. The industries that are being disrupted the most by digital. HBR, 2016.
• HARTMANS, Avery. 15 fascinating facts you probably didn’t know about Amazon. Business
Insider, 2017.
• HUNG, Dennis. 5 major tech companies that failed and why. Innovation enterprise, 2017.
• MERIGO, Carlos. Como a Netflix destruiu a Blockbuster. B9, 2011.
• MULLINS, Jenna. This is how Facebook has changed over the past 12 years. ENews, 2016.
• THANGAVELU, Poonkulali. Companies that went bankrupt from innovation lag. Investopedia.
2001.
• SATELL, Greg. A look back at why blockbuster really failed and why it didn’t have to. Forbes,
2014.
• LOOMER, Jon. Detailed history of Facebook changes 2004-12. Jon Loomer, 2012.
• McALONE, Nathan. Netflix’s website in 1999 looked nothing like it does today. Business Insider,
2016.
• MUI, Chunka. How Kodak failed. Forbes, 2012.
• ORIBE, Claudemir. PDCA: origem, conceitos e variantes dessa ideia de 70 anos. Qualypro,
2009.
• SILVERTHORNE, Sean. How technological disruption changes everything. HBS, 2001.
• PMI, Um guia do conhecimento em gerenciamento de Projetos. Guia PMBOK® 5ª ed. Project
Management Institute, 2013.
• RICO, David. What is the ROI of Agile vs. Traditional Methods?. Davidfrico.com.
• RICO, David. What is the return of investiment of agile methods?. Research Gate, 2017.
• RODRIGUES, Eli. Posso derivar story points em horas?. Gestão de Projetos na prática, 2017.
• RODRIGUES, Eli. Como a conformidade social pode afetar os negócios. Gestão de Projetos
na prática, 2016.
• Rodrigues, Eli. Escopo variável, tempo e custos fixos. Gestão de Projetos na prática, 2016.
• Vocoli. 10 companies that failed to innovate and what happened to them. Vocoli, 2014.

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  • 1. O ROI dos métodos ágeis A dificuldade em inovar A inovação é um processo estruturado que exige pesquisa, experimentação, mobilização e iteração. Cada empresa deve decidir quais tendências tecnológicas deseja seguir, de acordo com a percepção que tem do mercado, para realizar este ciclo de forma completa. Ocorre que seres humanos têm dificuldade em processar grandes volumes de informações e preferem repetir decisões ou trabalhar com opções limitadas (Ariely, 2008) e, talvez por isso, nos pareça mais confortável trabalhar com estruturas fixas, planejamentos anuais e processos, em vez de monitorar e adaptar as estratégias conforme as disrupções vão surgindo. Estruturas fixas, sejam funcionais, projetizadas ou matriciais (PMI, 2013), não levam em conta que para mudar um modelo de negócio é preciso agrupar perfis de múltiplos departamentos, alterando a forma de organização para compor novas jornadas ao cliente. Planejamentos anuais, sejam eles estratégicos, orçamentos ou roadmaps de projetos, são geralmente voltados a objetivos traçados no ano anterior, sem flexibilidade para reagir às mudanças no mercado. Processos orientados às tarefas ainda são dominantes, desde os tempos de Taylor e Fayol, requerendo que as pessoas busquem meios para viabilizar o que pode ser a sobrevivência do negócio.
  • 2. Enquanto permanecemos no modus operandi atual, a observação da experiência do cliente, concorrentes e soluções substitutivas se tornam secundárias, causando a defasagem da empresa. Métodos ágeis Levando em conta que um ser humano é incapaz de antever todas as possíveis mudanças de cenários que ocorrerão no ano seguinte, os métodos ágeis são focados no envolvimento do cliente, no desenvolvimento interativo, em equipes auto-organizáveis e na adaptação às mudanças (Agile Manifesto, 2009). Esta forma de trabalho mune-se de escopos iterativos e incrementais, balizados pelos resultados que trazem o maior valor de negócio. Os projetos são focados em objetivos, permitindo que o planejamento seja alterado, quantas vezes forem necessárias, até o atingimento de um resultado esperado. Para isso, utilizam-se definições mais abrangentes e planejamentos focados em períodos curtos, após os quais se espera ter uma entrega verificável. Ganhos obtidos com métodos ágeis O primeiro ganho obtido com métodos ágeis é a construção de organizações temporárias. Romper a barreira estrutural e montar equipes multidisciplinares é equivaler empresas convencionais às empresas de produto e startups. Esta mudança cultural requer a capacidade de desafiar as estruturas fixas para mobilizar pessoas e recursos, não mais por agrupamentos de competências, mas pelas missões que têm a cumprir. O segundo benefício está relacionado aos planejamentos cíclicos. Planos anuais são baseados em estimativas, com premissas e restrições identificadas no momento do planejamento. Sabe-se bem que boa parte das premissas não são cumpridas ao longo do ano, seja por mudanças no mercado, rotatividade de pessoas, falta de recursos financeiros etc. Planejamentos mais abrangentes, executados em ciclos curtos, permitem uma melhor adaptação às mudanças de rumo frente às oscilações internas e externas. O terceiro ganho é transformar a cultura da estimativa na cultura do resultado. Substituir estimativas por resultados requer a percepção de que o tempo é uma medida inexata. Usar escalas proporcionais, como a sequência de Fibonacci, para estimar o trabalho aumenta a acurácia e reduz o tempo de planejamento, permitindo que a empresa se adapte às mudanças com maior facilidade. Qual o ROI dos métodos ágeis? O ROI (return of investment) é uma medida que aufere a efetividade de um investimento, através da relação entre o retorno obtido e o valor investido ao longo do tempo. Segundo Rico, deve-se
  • 3. considerar a proporção de projetos que utilizam método ágeis versus tradicionais e observar custos, prazo, produtividade, qualidade e satisfação do cliente. Em seus estudos, aponta referências de ganhos entre 38-100% em prazo, 25-80% em produtividade, 83% em satisfação do cliente e 74% na moral da equipe. Medir o ROI dos métodos ágeis não é algo trivial. Em projetos de escopo aberto, tempo e custos fixos (Rodrigues, 2016), as habilidades de priorizar o valor de negócio e fazer entregas contínuas são diferenciais que viabilizam o autofinanciamento dos projetos. Acima de tudo, deve-se refletir sobre como se quer reagir às disrupções tecnológicas. Para uma empresa contemporânea, é imprescindível manter seus produtos e serviços atualizados frente aos concorrentes e às novas tecnologias. Uma oportunidade não aproveitada ou a entrada tardia num novo mercado só serão percebidas na P&L, quando as perdas talvez sejam irreversíveis. Assim sendo, em vez de fazer contas para medir o retorno sobre o valor investido, melhor acompanhar o marketshare e ficar atento às potenciais disrupções que possam alavancar ou remodelar o mercado de atuação e, para isso, nada mais coerente que manter estruturas flexíveis, modelos de trabalhos ágeis e o foco em resultados. Eli Rodrigues Gerente Digital Experience everis Referências • Agile Manifesto website. Manifesto ágil. 2009. • ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional. Editora Campus, 2008. • BASTOS, Ercília. O que é a curva de aprendizagem?. Portal Gestão, 2015. • COOPER, Sean. Whatever happened to Netscape?. Engadget, 2014. • GROSSMAN, Rhys. The industries that are being disrupted the most by digital. HBR, 2016. • HARTMANS, Avery. 15 fascinating facts you probably didn’t know about Amazon. Business Insider, 2017. • HUNG, Dennis. 5 major tech companies that failed and why. Innovation enterprise, 2017. • MERIGO, Carlos. Como a Netflix destruiu a Blockbuster. B9, 2011. • MULLINS, Jenna. This is how Facebook has changed over the past 12 years. ENews, 2016. • THANGAVELU, Poonkulali. Companies that went bankrupt from innovation lag. Investopedia. 2001. • SATELL, Greg. A look back at why blockbuster really failed and why it didn’t have to. Forbes, 2014. • LOOMER, Jon. Detailed history of Facebook changes 2004-12. Jon Loomer, 2012. • McALONE, Nathan. Netflix’s website in 1999 looked nothing like it does today. Business Insider, 2016. • MUI, Chunka. How Kodak failed. Forbes, 2012. • ORIBE, Claudemir. PDCA: origem, conceitos e variantes dessa ideia de 70 anos. Qualypro, 2009. • SILVERTHORNE, Sean. How technological disruption changes everything. HBS, 2001. • PMI, Um guia do conhecimento em gerenciamento de Projetos. Guia PMBOK® 5ª ed. Project Management Institute, 2013. • RICO, David. What is the ROI of Agile vs. Traditional Methods?. Davidfrico.com.
  • 4. • RICO, David. What is the return of investiment of agile methods?. Research Gate, 2017. • RODRIGUES, Eli. Posso derivar story points em horas?. Gestão de Projetos na prática, 2017. • RODRIGUES, Eli. Como a conformidade social pode afetar os negócios. Gestão de Projetos na prática, 2016. • Rodrigues, Eli. Escopo variável, tempo e custos fixos. Gestão de Projetos na prática, 2016. • Vocoli. 10 companies that failed to innovate and what happened to them. Vocoli, 2014.