1) O documento fornece detalhes históricos sobre o contexto político e religioso em que João Batista e Jesus começaram seu ministério, incluindo nomes de governantes e sumos sacerdotes da época.
2) Discutiu os ensinamentos de João Batista sobre o batismo de arrependimento e a necessidade de frutos dignos de arrependimento.
3) Descreve as tentações de Jesus no deserto e como Ele venceu usando a Palavra de Deus.
2. «E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da
Judéia, e Herodes tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da
província de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, Sendo Anás e Caifás sumos
sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.» (Lucas 3:1-2)
Lucas nos proporciona seis dados históricos que nos permitem colocar claramente o
começo do ministério de João e de Jesus na história.
1. O 15º ano de Tibério César. Foi nomeado imperador em 18 de
setembro de 14. Os judeus computavam os anos de reinado
de outono a outono. Portanto, o primeiro ano de Tibério
terminou ao começar o outono do ano 14, e seu 15º ano
começou no outono do ano 27.
2. Governador da Judeia: Pôncio Pilatos. Entre os anos 26 e 36.
3. Tetrarca de Galileia: Herodes. Desde 4 a.C. até 39 d.C.
4. Tetrarca de Ituréia: Felipe. Desde 4 a.C. até 34 d.C.
5. Tetrarca de Abilene: Lisânias. Segundo uma inscrição em um
templo de Abilene, governou, ao menos, dos anos 14 ao 29.
6. Sumos sacerdotes: Anás e Caifás. Caifás foi Sumo Sacerdote
desde o ano 18 até o ano 36. Ainda que Anás tenha sido
destituído, o povo o seguiu considerando como o legítimo
Sumo Sacerdote.
3. «E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de
arrependimento, para o perdão dos pecados;» (Lucas 3:3)
O batismo por imersão realizado por João
constava de duas fases:
1. Submergir na água.
Um reconhecimento público de
arrependimento.
2. Emergir da água.
Nascer para uma nova vida sem
pecado. Uma mudança interior que
se manifesta na pratica da justiça
(Lucas 3:10-14)
Ao sair das águas batismais, João os instava a
produzir «frutos dignos de arrependimento»,
e lhes recordava que ainda faltava um
batismo mais: «mas vem um que é mais
poderoso que eu… Ele os batizará com o
Espírito Santo e fogo» (Lucas 3:16)
Em que consiste este batismo?
4. «E ele lhes disse: Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar
dos negócios de meu Pai?» (Lucas 2:49)
«Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o
templo...Viu a ensangüentada vítima sobre o altar
do sacrifício. ... Dia a dia, observava mais
claramente a significação dos mesmos. ... O
mistério de Sua missão desvendava-se ao Salvador.»
E.G.W. (O Desejado de todas as nações, pg. 57)
5. Uns 20 anos depois destes
fatos, Jesus se dirigiu ao
Jordão para ser batizado por
João. Sem pecado algum do
qual arrepender-se, Jesus
quis deixar-nos seu exemplo.
O começo de seu ministério
foi marcado por três
declarações solenes:
Era o
«Cordeiro de
Deus», o
Salvador do
mundo
(João 1:29).
Era o ungido
[Cristo] pelo
Espírito
Santo
(Lucas 3:22).
Era o Filho
de Deus, em
quem o Pai
se comprazia
(Lucas 3:22).
6. «E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo
Espírito ao deserto; E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles
dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.» (Lucas 4:1-2)
A voz de seu Pai acabava de dizer a Jesus: «Tu
és meu Filho amado» (Lc. 3:22). Porém o
diabo lhe sugeriu uma dúvida: «Se és o Filho
de Deus…» (Lc. 4:3). Porém Jesus não
duvidou, mas se apegou à Palavra de seu Pai.
«Porque não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas;
porém, um que, como nós, em tudo foi tentado,
mas sem pecado.» (Hebreus 4:15)
Deus disse a Adão e a Eva: «no dia que dele comeres,
certamente morrerás» (Gn. 2:17). O diabo lhes disse
«Não morrereis» (Gn. 3:4). E eles, duvidando de Deus,
creram no diabo.
7. «E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de
tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo
este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem
quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.» (Lucas 4:5-7)
Novamente, uso a Palavra
revelada para rejeitar a
tentação. Assim como Jesus,
não devemos confiar em
nossas próprias forças ou
sabedoria para enfrentar a
tentação, mas na eterna
Palavra de Deus.
Assim como Ele, só Deus
deve ser o único centro de
nossa adoração.
Desde começo de sua rebelião, Satanás quis ser adorado como deus (Isaías 14:13-
14). Estava disposto a renunciar a sua «soberania» sobre este mundo por apenas
um gesto de adoração de parte de seu Senhor.
Porém Jesus não foi enganado por sua «generosidade», sua lealdade pertencia
somente a Deus, o único que pode e deve ser adorado.
8. «E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-
se dele por algum tempo.» (Lucas 4:13)
A última tentação registrada por Lucas, nos
mostra a Jesus visitando pela segunda vez em
sua vida a cidade de Jerusalém.
Novamente no templo, Jesus é confrontado
pelo diabo. Desta vez é o diabo que usa a
Palavra de Deus e lhe pede de novo a Jesus que
demonstre que realmente é o Filho de Deus
(Lucas 4:9-12).
Realizar esta ação temerária teria sido
aceitar que acalentava alguma dúvida
sobre sua divindade ou sua missão. Mas
nenhuma dúvida havia em Jesus, Ele
confiava plenamente em seu Pai e não
necessitava demonstrá-lo neste momento.
Finalmente, Jesus venceu «toda tentação».
9. Veja quatro ensinos bíblicos principais sobre as tentações:
«Não veio sobre vós tentação, senão
humana; mas fiel é Deus, que não vos
deixará tentar acima do que podeis,
antes com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar.»
(1 Coríntios 10:13)
10. «Cada um de nós será severamente
tentado; nossa fé será em extremo
provada. Precisamos ter viva ligação
com Deus; importa sermos
participantes da natureza divina;
então, não seremos enganados pelos
ardis do inimigo, e escaparemos à
corrupção que está no mundo mediante
a concupiscência.
Necessitamos estar ancorados em
Cristo, arraigados e fundados na fé.»
E.G.W. (Testemunhos selectos, vol 2, pg. 50)