O documento descreve a personagem Maria Eduarda no romance "Os Maias" de Eça de Queirós. Apresenta as seguintes características: é bela, inteligente e culta, mas também sensível e frágil, tendo vivido uma vida difícil com momentos trágicos. No entanto, demonstra uma grande dignidade e capacidade de superação, conseguindo reconstruir a sua vida.
2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
Bonita;
Bebé gordinho, louro e com os olhos dos Maias.
“Fez-se então entre pai e o filho uma grande separação. Quando lhe nasceu uma filha
Pedro não lho participou – dizendo dramaticamente ao Vilaça «que já não tinha pai!»
Era uma linda bebé, muito gorda, loura e cor-de-rosa, com os belos olhos negros
dos Maias. Apesar dos desejos de Pedro, Maria não a quis criar; mas adorava-a com
frenesi; passava dias de joelhos ao pé do berço, em êxtase, correndo as suas mãos
cheias de pedrarias pelas carninhas tenras, pondo-lhe beijos de devota nos pezinhos,
nas rosquinhas das coxas, balbuciando-lhe num enlevo nomes de grande amor, e
perfumando-a já, enchendo-a já de laçarotes.”
3. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
Extremamente bela;
Alta e loura;
Bem feita, elegante;
Uma deusa na atitude.
“…ofereceu a mão a uma senhora alta, loira, com um meio véu muito apertado e muito escuro
que realçava o esplendor da sua carnação ebúrnea. Craft e Carlos, ela passou diante deles, com
um passo soberano de deusa, maravilhosamente bem feita, deixando atrás de si como uma
claridade, um reflexo de cabelos de oiro, e um aroma no ar. Trazia um casaco colante de veludo
branco de Génova, e um momento sobre as lajes do peristilo brilhou o verniz das suas botinas. O
rapaz ao lado, esticado num fato de xadrezinho inglês, abria negligentemente um telegrama; o
preto seguia com a cadelinha nos braços. E no silêncio a voz de Craft murmurou:
- Très chic.”
4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
Ela destaca-se de todas as outras mulheres, tem uma presença sublime, de grande
dignidade que se evidencia por onde quer que passe.
“(…); uma mulher passava, com um casaco de veludo branco de Génova, mais alta que uma
criatura humana, caminhando sobre nuvens com um ar de Juno que remonta ao Olimpo: a
ponta dos seus sapatos de verniz enterrava-se na luz do azul, por trás as saias batiam-lhe
como bandeiras ao vento.”
5. CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA
No inicío da obra o autor descreve Maria Eduarda como alguém:
Puro;
Simples;
Forte.
“Vinha toda vestida de escuro, numa toillete de serge muito simples que era como o
complemento natural da sua pessoa, colando-se bem sobre ela, dando-lhe na sua correção, um
ar casto e forte.”
6. CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA
Ao longo da obra, Maria Eduarda mostra-se ser:
Pessoa sensível;
Muito feminina;
Delicada.
“Depois deixou-a no quarto um momento, para ir dar ordens ao Baptista, mas quando voltou
encontrou-a a um canto do sofá, tão descaída, tão desanimada, que lhe arrebatou as mãos,
cheio de inquietação.”,
7. CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA
Pessoa culta;
Inteligente;
Possui todos os conhecimentos necessários, ao nível da cultura geral, que lhe
permite participar nas conversas masculinas;
Apreciadora de música, Maria sabe tocar piano e conhece os autores clássicos.
“Maria, que procurava os «nocturnos» de Chopin, voltou-se:
- É esse grande orador de que falavam na Toca”
8. CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA
Boa filha e uma boa mãe;
Preocupada com o bem-estar de quem dependia dela.
“Por esse tempo Rosa teve o garrotilho. Ela, sem lhe largar o leito, mal atendia às notícias da
guerra.”
9. CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA
Insegura;
Frágil;
Inquieta.
“Os olhos de Maria perdiam-se outra vez na escuridão – como recebendo dela o presságio de
um futuro onde tudo seria confuso e escuro também.
- Tu tens Santa Olávia, tens teu avô, tens os teus amigos… Eu não tenho ninguém!”
10. HISTÓRIA DE VIDA DE MARIA EDUARDA
Não tem recordações nítidas da sua infância;
“Nascera em Viena: mas pouco se recordava dos tempos de criança, quase nada sabia do papá, a não ser a
sua grande nobreza e a sua grande beleza. Tivera uma irmãzinha que morrera de dois anos e que se
chamava Heloísa. A mamã, mais tarde, quando ela já era rapariga. Não tolerava que lhe perguntassem pelo
passado; e dizia sempre que remexer a memória das coisas antigas prejudicava tanto como sacudir uma
garrafa de vinho velho…”
As suas memórias tornam-se mais claras por altura da sua estadia em Paris;
Viveu num colégio perto de Tours até aos 16 anos;
Foi viver com a mãe que continuava a levar em Paris uma vida complicada e miserável;
Casou com Mac Gren com quem viveu quatro anos e de quem teve uma filha chamada Rosa;
11. HISTÓRIA DE VIDA DE MARIA EDUARDA
Atravessa momentos difíceis;
Conhece Castro Gomes e mantem com ele uma relação;
É como “esposa” de Castro Gomes que Maria Eduarda chega a Lisboa e, é nesta
situação que Carlos a conhece.
“ … Conheci então Castro Gomes em casa de uma antiga amiga da mamã, que não perdera nada
com a guerra, nem com os Prussianos, e que me dava trabalhos de costura…”
12. A TRAGÉDIA
Revela uma superioridade que a distancia de todas as outras mulheres;
De carácter forte, leal e sensível, ela consegue manter em todas as situações
trágicas uma grande dignidade;
Toda a sua atitude está relacionada com o sublime;
Personalidade excecional;
É uma vítima inocente de todo este destino cruel e atroz.
13. A TRAGÉDIA
Consegue distanciar-se e acaba por conseguir refazer a sua vida.
“E era esta a formidável nova anunciada por Carlos, a nova que ele logo contara de madrugada
ao Ega, depois dos primeiros abraços em Santa Apolónia. Maria Eduarda ia casar.”
Aqui, o autor retoma a ideia do inicío, onde descreve que Maria Eduarda era uma
pessoa pura, simples e forte.