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SERGIO DE MELLO QUEIROZ
UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA
DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA PMPR
CONTADAS PELA HISTÓRIA
By pt.wikipedia.org
2015
SERGIO DE MELLO QUEIROZ
UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA
DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA PMPR
CONTADAS PELA HISTÓRIA
By pt.wikipedia.org
2015
MANIFESTO DO AUTOR
TEMOS UMA LACUNA DESCOBERTA!
Somente isto já seria motivo para que desse inicio
a este trabalho, contudo após uma reunião temática
tive que assumir que uma sociedade sem memória é
uma sociedade morta.
Estávamos comentando sobre a natureza e as
motivações dos confrontos entre facções e forças de
segurança, sabendo que nem sempre é esta a ordem
moral dos acontecimentos, assumindo que isto não é
de agora, vem dos tempos da criação e somente irá
acabar quando for o tempo final da existência
humana.
Lembrei a eles que os confrontos se iniciaram antes mesmo da chegada dos
―homens brancos‖ em suas naus, no Porto Seguro baiano, pois combates e
canibalismos já eram residentes no continente americano.
Demonstrações de força e ferocidade já estavam intrínsecos nos
comportamentos dos brasilerindios, mesmo eles nem ter sido batizados pelos
jesuítas europeus como nativos e selvagens.
Apenas em 1822, conforme a literatura, os habitantes naturais do Brasil são
denominados brasileiros, cujo gentílico é registrado em português a partir de 17
DE JUNHO DE 1822 que se referia inicialmente apenas aos que
comercializavam pau-brasil.
Dentre isto e tendo como referência os registros históricos resolvi contar a
história DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA POLICIA MILITAR DO PARANÁ
de uma forma não muito ortodoxa e muito menos usual.
Usar a história como referência moral e ética, apesar de saber que muitos
destes eventos foram sim demonstrações de selvageria, faz que os erros e
acertos de outrora sejam norteadores de decisões a serem tomadas.
Lembro de muitos pensadores em meus 30 anos de miliciano.
Enalteço alguns em especial, o meu primeiro instrutor de história da PMPR
Capitão Cardoso no meu Curso de Formação de Soldados em 1985 e um dos
maiores entusiastas pelo assunto, o Subtenente ARI VAZ, in memorian, que
dedicou boa parte de sua carreira no ensino a tropa dos pequenos detalhes da
história dos rincões paraense e que depois dedicou ao ensino as alunos do
Colégio da Policia Militar e em estabelecimento de ensino superior.
CLARO QUE DEIXOU O LEGADO!
O meu grande irmão Sargento Anselmo cujo caminho do ensino no CPM e
nas turmas superiores fizeram este outro ícone do ensino doutrinário a geração
presente da Policia Militar do Paraná.
Para definirmos o escopo deste livro, espero que atenda aos exigentes
―devoradores de livros‖ que propositadamente não relacionei, pois antes deixar
de relacionar as ―lendas vivas‖ do que se esquecer de um nome sequer.
Peço vênia aos doutos pensadores, mas somos todos apaixonados pelo
tema e pelo tema somos multiplicadores.
POR QUE UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA?
Pela história real e pública em eventos maiores, aonde a participação de
nossos antecedentes diretos, os guerreiros do Império Português até a
construção de tropas especializadas de Operações Especiais, já no ano de
1964 serão lembradas no rodapé deste livro, pois como me expressei na capa.
Tentar trazer informações através de citações simples não trazem a este
autor a confiança de ter atingido o objetivo inicial, de PREENCHER A LACUNA
do conhecimento com mais conhecimentos.
Oferecer ao leitor o máximo de referência sobre os temas apontados é para
mim o mínimo que posso fazer. Informações públicas fazem deste trabalho um
manual de aprendizagem, pois poderá o usuário deste complementar as
informações tão somente com um acesso a rede mundial em um a ferramenta
de busca e informação.
No meu caso optei pelo pt.wikipedia.org/ pela facilidade de manuseio e pelo
fato de que ele é recebedor de informações e publicações diuturnamente.
Atual e simples. Tudo que um autor pede para concretizar suas pesquisas e
aplicar os conhecimentos em tempo real.
Diante de tudo e isto, vamos cobrir esta lacuna e preencher seus vazios.
SERGIO DE MELLO QUEIROZ
UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA
A HISTÓRIA DO ESTADO DO PARANA
CONTADAS NA HISTÓRIA DO BRASIL
1
REINO DE PORTUGAL
Lema nacional
Vis Unita Maior Nunc et Semper
(A unidade é a maior força, agora e para sempre)
O REINO DE PORTUGAL
Era a denominação de Portugal sob a governação de um
regime monárquico, e no início ainda sem o reino dos Algarves.
Este reino localizava-se no oeste da península Ibérica, Europa.
Existiu de 1139 a 1910, tendo 771 anos de duração, 35 monarcas e 4
dinastias, tendo a primeira (Afonsina ou Borgonha): 9; a de Avis: 9; a Filipina: 3
e a de Bragança: 14.
Após a implantação da república portuguesa em 5 de outubro de 1910,
foi substituído por uma república, pela Primeira República Portuguesa que tinha
dado os primeiros passos para a sua implantação com o regicídio de 1908 e,
definitivamente implantada, após a revolução de 5 de outubro de 1910.
ORIGENS E FIM
O Condado Portucalense (1093-1139) era um ducado integrante
do reino da Galiza e, depois, do Reino de Leão(910-1230).
O procedimento da sua independência deu-se em três momentos
fulcrais:
. O primeiro em 26 de julho de 1139 quando Dom Afonso Henriques de
Borgonha, então conde de Portucale, foi aclamado Rei de
Portugal internamente.
. O segundo com o Tratado de Zamora, em 5 de outubro de 1143, pelo qual
os reinos de Leão e Castela, reconhecem Dom Afonso como Rei.
. Mas só com a Bula Manifestis Probatum de 1179 é que é definitivamente
reconhecida a independência de Portugal pelo Papado, a autoridade máxima
nas relações internacionais na altura. Por esta bula, o Papa reconhece o rei de
Portugal como seu vassalo direto.
Este é o início da dinastia Afonsina (ou de Borgonha), esta, por sua vez,
originária da família ducal de Borgonha e ascendente da última família real
portuguesa, a Casa de Bragança.
Por oitocentos anos, reis comandaram Portugal e conquistaram diversos
territórios formando o vasto império ultramarino português.
A classe dominante e abastada por todo este período foi a nobreza
portuguesa, que gozava de diversos privilégios.
Em 1908, o Rei Carlos I de Bragança foi morto (regicídio), em Lisboa.
A monarquia portuguesa durou até 5 de outubro de 1910, quando
através de uma revolução foi derrubada a monarquia e proclamada a república
portuguesa.
O derrube da monarquia em 1910 conduziu a dezesseis anos de luta
para sustentar a democracia parlamentar no âmbito do republicanismo.
OS DESCOBRIMENTOS
A partir da conquista de Ceuta em 1415, iniciaram-se várias campanhas
além-mar, na conquista de praças em África, como Ceuta e Tanger. Vendo a
riqueza com que se vivia na região, os portugueses empenharam-se em
descobrir mais e mais territórios. O pretexto inicial
da conversão cristã começava a revelar-se agora um verdadeiro espírito
aventureiro, o gosto por descobrir e, ao mesmo tempo, enriquecer.
Portugal inicia uma longa caminhada pela costa Africana, redescobrindo
a Madeira, Açores e descobrindo São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola e
a Guiné até que D. João II, baseado em boatos que procurou esclarecer, inicia
o planeamento de um projeto que iria lançar Portugal entre as potências
mundiais: uma rota comercial marítima para a Índia.
O projeto passa a empreendimento, e eis que Vasco da Gama, já no
tempo de D. Manuel I, vê a luz ao oceano Índico e espalha a presença
portuguesa pela costa oriental africana, até a Índia.
Para alicerçar esse fundamento segue-se o Tratado de Tordesilhas, com
a Espanha, que resolve a bem antecipadamente uma fricção que se antevia
entre estas as duas superpotências em crescimento, para a partilha desse
mundo que passava a ser alcançado por mar.
Entretanto tomava-se conhecimento, através de Cristóvão Colombo, de
novo território a oeste, as mais tarde chamadas Índias ocidentais, as Américas,
portanto. E seria Pedro Álvares Cabral que traria, para o novo império
ultramarino português, o Brasil(ver Brasil colônia), em 1500.
Com todas as suas colónias estabelecidas, Portugal tornou-se
rapidamente um importante explorador comercial, tornando a península Ibérica
a maior potência mundial da época.
O IMPERIO PORTUGUES
Através dos tempos, o reino de Portugal construiu o que era conhecido
como o Império Português, desde 1415 com a conquista de Ceuta.
Com o tempo algumas colônias foram conquistando a sua
independência, como o Brasil, que desde 7 de setembro de 1822 tornou-se
independente, formando o Império do Brasil, tendo sido governado pela família
imperial brasileira, um ramo da Casa de Bragança.
Em 5 de outubro de 1910, com a proclamação da república em Portugal,
o restante do império passou para o controle da atual República Portuguesa.
Isso acaba nos finais do século XX, quando o último território
ultramarino de Portugal foi entregue (Macau, (1999), ficando Portugal apenas
com dois territórios ultramarinos (depois regiões autónomas).
2
O IMPÉRIO PORTUGUÊS
DA IMAGEM
A Ordem do Império Colonial mais tarde (1951) denominada Ordem do
Império, foi uma Ordem Nacional honorífica portuguesa criada em 1932 e
extinta após em 25 de Abril de 1974.
O seu objetivo era homenagear aqueles que prestaram serviços distintos,
ao serviço do governo, administração e diplomacia, na colonização do
Ultramar; ou serviços na Marinha Mercante, nos Transportes Aéreos, e outros,
em prol do território português.
Os agraciados com a extinta Ordem do Império mantêm o direito ao uso
das respectivas insígnias.
A Ordem era composta por cinco graus:
Grã-Cruz (GCIC / GCI)
Grande-Oficial (GOIC / GOI)
Comendador (ComIC / ComI)
Oficial (OIC / OI)
Cavaleiro (CvIC / CvI) / Dama (DmIC / DmI)
Tal como outras Ordens portuguesas, o título de Membro-Honorário
(MHIC / MHI) podia ser atribuído a instituições e locais.
Insígnia
A insígnia da Ordem era uma cruz de Cristo, com uma esfera armilar e o
escudo nacional por cima.
A cruz estava suspensa por uma fita vermelha, de contorno preto, com
uma lista preta ao meio.
O IMPÉRIO PORTUGUÊS OU IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS
Os impérios coloniais foi um produto da Era dos
Descobrimentos Europeia que começou com uma corrida exploratória entre as
mais avançadas potências marítimas do século XV, Portugal e Espanha.
O impulso inicial por trás desses impérios marítimos dispersos e aqueles
que se seguiram foi o comércio, impulsionado por novas ideias e
pelo capitalismo que cresceu a partir do Renascimento europeu.
Acordos também foram feitos para dividir o mundo entre esses impérios
em 1479, 1493 e 1494.
Foi um império global, o mais antigo dos impérios coloniais 1
europeus
modernos, abrangendo quase seis séculos de existência, a partir da Conquista
de Ceuta2
, em 1415, até à concessão de soberania a Timor-Leste, em 2002.
1
IMPÉRIOS COLONIAIS
Portugal começou a estabelecer a rede de comércio global e do império primeiro sob a
liderança de Infante D. Henrique.
Os portugueses acabariam por estabelecer domínios coloniais no Brasil, na América do Sul, e
várias colônias na África (Guiné Portuguesa, Cabo Verde, São Tomé e
Príncipe, Angola e Moçambique), na Índia Portuguesa (os mais importantes Bombaim e Goa),
na China (Macau) e Oceania(Timor, atualmente Timor-Leste), entre muitos outras possessões
menores ou de curta duração.
Durante o seu Siglo de Oro, o Império Espanhol tinha a posse dos Países Baixos,
Luxemburgo, Bélgica, a maior parte da Itália, partes da Alemanha, partes da França e muitas
colônias nas Américas, África e Ásia.
Com a conquista do interior do México, Peru e Filipinas, no século XVI, a Espanha estabeleceu
domínios ultramarinos em uma escala e distribuição mundial que nunca tinha sido abordada
por seus antecessores (o Império Mongol havia sido maior, mas foi restrito a Eurásia).
As possessões na Europa, África, Oceano Atlântico, nas Américas, no Oceano Pacífico, e
no Extremo Oriente, qualificaram o Império Espanhol a alcançar uma presença global em
vários aspectos.
De 1580 a 1640, o Império Português e o Império Espanhol foram unidos em uma união
pessoal dos seus monarcas Habsburgos durante o período da União Ibérica, mas abaixo do
mais alto nível de governo, suas administrações foram mantidas separadas.
Subsequentes impérios coloniais que incluiu os impérios Francês, Holandês e Britânico.
O último, consolidado durante o período de hegemonia marítima britânica no século XIX,
tornou-se o maior império da história, em virtude das melhorias nas tecnologias de transporte.
No seu auge, o Império Britânico cobria um quinto da área terrestre do planeta e era composto
por um quarto de sua população.
Em meados do século XVII, a Rússia Czarista, continuada depois pelo Império Russo e União
Soviética, tornou-se o maior Estado contíguo no mundo e a moderna Federação da
Rússia continua com esse título até hoje.
Apesar de ter "perdido" sua periferia Soviética, a Rússia tem 9 fusos horário, que se estendem
por cerca de metade da longitude do mundo.
2
A CONQUISTA DE CEUTA, cidade islâmica no Norte de África, por tropas portuguesas sob o
comando de João I de Portugal, deu-se a 22 de Agosto de 1415.
OS MOTIVOS
As causas e origens da conquista de Ceuta não são hoje suficientemente claras:
uma das razões, a Causa Bélica, teria sido a oportunidade dos infantes (D. Duarte, D.
Pedro e D. Henrique) serem arma dos cavaleiros por um feito de guerra
Outra, a Causa Religiosa, defendida por historiadores como Joaquim Bensaúde (1859-
1951), viram na figura do infante D. Henrique um símbolo do espírito de cruzada, defendendo
ter havido na génese da expansão um zelo religioso;
Outra, a Causa Política, talvez a ameaça castelhana constante sobre a cidade,
defendida por historiadores como Jaime Cortesão (1884-1960), que realçava o desejo da
antecipação a Castela na expansão para o norte de África.
Estes motivos não são incompatíveis com a Causa Económica, defendida por António
Sérgio (1883-1969) e, mais recentemente, Vitorino (1918-2011):
Ceuta era uma cidade rica e teriam sido levados pela burguesia comercial, que queria canalizar
para Lisboa o tráfego do Mediterrâneo ocidental feito por aquela cidade.
Para se informar de todos os pormenores da cidade, D. João I enviou à Sicília dois
embaixadores com o pretexto de pedirem a mão da rainha para o infante D. Pedro; estes na
passagem colheram todas as informações sobre Ceuta.
CAUSAS
Estas são consideradas as principais razões da conquista de Ceuta:
Geoeconômicas: a posição geográfica de Ceuta permitiria controlar a entrada e saída
dos navios vindos do Atlântico para o Mediterrâneo e vice-versa através do estreito de
Gibraltar, de modo que a costa do Algarve parasse de ser atacada por piratas oriundos
ou baseada na cidade muçulmana.
Religiosas: havia um desejo de expansão da fé cristã através do incremento de
territórios onde o cristianismo poderia ser implantado.
Sociais: as classes mais abastadas tinham vários interesses nesta conquista. A
nobreza buscava novas terras, honras e rendas; o clero desejava expandir a fé cristã;
e a burguesia estava à procura de novos produtos e mercados.
Económicas: Portugal sofria com a falta de diversos produtos como trigo, ouro, prata,
e especiarias. A conquista de Ceuta significaria para o reino lusitano o controle sobre
uma cidade em que afluíam os produtos orientais vindos da Índia pelas rotas
caravaneiras que traziam ouro, especiarias, etc. Ressalte-se ainda que a cidade era
uma zona fértil, apropriada para a produção de cereais.
Políticas: o reino português procurava aumentar sua importância no quadro das
monarquias ibéricas através do estabelecimento de Ceuta como o ponto mais oriental
da reconquista cristã a ser feita por Portugal no norte da África.
A CONQUISTA
Um exército de cerca de 19 000 a 20 000 cavaleiros e soldados
portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho de 1415,
embarcado em 212 navios de transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120
embarcações pequenas) .
Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluindo os
príncipes Duarte (o herdeiro), Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu, além do
condestável Nuno Álvares Pereira.
Após uma escala em Lagos, fundearam diante de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efetuado o
desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros.
A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas
portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas.
Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas.
Segundo Azurara, nessa altura, foi pedido a D. João Vasques de Almada que hasteasse
abandeira de Ceuta, que é idêntica à bandeira de Lisboa mas na qual foi acrescentado o
brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, símbolo que perdura até hoje.
Depois a mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita
geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai.
Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração
Atlântica que começava a ser efetuada.
A conquista foi recordada como:
"(...) Já passavam de sete horas e meia, depois do meio dia, quando a cidade foi de todo livre
dos mouros. (...) As outras Companhias [de soldados portugueses], não tinham maior cuidado
doutra coisa que de apanharem o esbulho. (...) Muitos que se acercaram primeiramente
naquelas lojas dos mercadores que estavam na rua direita, assim como entraram pelas portas
sem nenhuma temperança nem resguardo, davam com suas facas nos sacos das especiarias,
e esfarrapavam-nos todos, de forma que tudo lançavam pelo chão. E bem era para haver dor
do estrago, que ali foi feito naquele dia. Que as especiarias eram muitas de grosso valor. E as
ruas não menos jaziam cheias delas (...) as quais depois que foram calcadas pelos pés da
multidão das gentes que por cima delas passavam, e de si com o fervor do sol que era grande,
davam depois de si muy grande odor. (...)" (Crónica da Tomada de Ceuta, Gomes Eanes de
Zurara, 1450.)
Deixando ficar o conde de Viana, D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota
regressaram a Lisboa em Setembro, tendo permanecido durante treze dias em Ceuta.
Os marroquinos não se conformaram e atacaram a cidade duas vezes, em 1418 e em 1419,
sem sucesso.
Manter a cidade constituía-se em um problema logístico: era necessário enviar suprimentos,
armas e munições; a maior parte dos soldados era recrutada à força, recorrendo-se a
condenados e criminosos a quem o rei comutava a pena desde que fosse para Ceuta e ainda
recompensar generosamente os nobres que ocupavam postos de chefia.
Julgaram consegui-lo, quando do desastre português de Tânger, pedindo como resgate do
infante de D. Fernando a cidade de Ceuta.
Mas D. Fernando faleceu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443).
Ceuta teve que se aguentar sozinha, durante 43 anos, até que a posição da cidade ser
consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471).
A cidade foi reconhecida como possessão portuguesa pelo Tratado de Alcáçovas (1479) e
pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Quando da Dinastia Filipina, Ceuta manteve a administração portuguesa do Reino de Portugal,
assim como Tânger e Mazagão.
Todavia, quando da Restauração Portuguesa, não aclamou o Duque de Bragança, como rei de
Portugal, mantendo-se espanhola.
A situação foi oficializada em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre os dois
países, e que pôs fim à guerra da Restauração.
O FRACASSO DE CEUTA
As expectativas relacionadas aos benefícios da conquista de Ceuta não se confirmaram em
longo prazo.
Sob a ótica econômica, pode-se afirmar que o domínio português sobre a cidade se revelou um
completo fracasso.
As rotas comerciais que chegavam ou passavam por Ceuta foram desviadas para outras
localidades.
Além disso, o permanente estado de guerra comprometia o cultivo dos campos e a produção
de cereais.
Os muçulmanos chegaram a sequestrar o Infante Dom Fernando (considerado santo a partir
deste episódio) e outras pessoas, para exigir Ceuta de volta, mas Portugal não cedeu e os
prisioneiros acabaram por ser torturados e morrer.
A situação agravou-se em função das elevadas despesas militares necessárias à manutenção
da praça africana.
Os membros da corte chegaram a cogitar o abandono da cidade. O Infante D. Pedro, em carta
ao seu irmão, afirmava mais tarde:
CEUTA É UM GRANDE SORVEDOURO DE GENTE E DINHEIRO.
—
BIBLIOGRAFIA
Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta (escrita em 1453, trata-se de uma
importante obra relativa a esta guerra.)
Mestre Mateus Pisano, Livro da guerra de Ceuta (escrito, em 1460, em latim, este livro foi
vertido em português por Roberto Correia Pinto.)
Antoine de la Sale (única testemunha ocular da guerra de Ceuta), Consolações dirigidas a
Catharina de Neufville, Senhora de Fresne (escrita, em 1453, em francês, esta obra foi
vertida em português pelo general Carlos du Bocage.)
Arkan Simaan, L'Ecuyer d'Henri le Navigateur (romance histórico, em francês, editado por
Harmattan. Nos primeiros capítulos encontra-se uma descrição da tomada de Ceuta e da
ocupação da cidade até o cerco de 1418-1419. Em seguida vem o relato das atividades
do Infante Dom Henrique em Sagres, as expedições marítimas, as descobertas de Porto
Santo e da Madeira, a passagem do cabo Bojador por Gil Eanes, o desastre de Tanger e a
chegada dos primeiros escravos africanos em Lagos.)
Aileen Gallagher, Prince Henry the Navigator: Pioneer of Modern Exploration (2003) ISBN
978-0-8239-3621-2
Jeff Kinard, Artillery: an illustrated history of its impact (2007) ISBN 978-1-85109-556-8
O império espalhou-se ao longo de um vasto número de territórios que
hoje fazem parte de 53 países diferentes.
LISTA DE IMPÉRIOS COLONIAIS
IMPÉRIO PORTUGUÊS (1415-1999 ou 2002)
Evolução do Império Português
Colonização portuguesa das Américas
Colonização portuguesa da África
Colonização portuguesa da Ásia e Oceania
IMPÉRIO ESPANHOL (1492-1975)
Colonização espanhola das Américas
Colonização espanhola da África
IMPÉRIO RUSSO (1580-1917)
Conquista russa da Sibéria
Colonização russa das Américas
IMPÉRIO COLONIAL NEERLANDÊS (1602-1975)
Colonização holandesa das Américas
Colonização holandesa da África
Colonização holandesa da Ásia
IMPÉRIO FRANCÊS (1605-1980)
Império colonial francês
Primeiro Império Francês de Napoleão I (1804-1814 ou 1815)
Segundo Império Francês de Napoleão III (1852-1870)
Colonização francesa das Américas
Colonização francesa da África
Colonização francesa da Ásia e Oceania
IMPÉRIO BRITÂNICO (1607-1997)
Territórios e mandatos sob a administração da Austrália (1901-1975)
Mandatos sob administração Sul-Africana (1915-1990)
Colonização escocesa das Américas
Colonização britânica das Américas
Colonização britânica da África
Colonização britânica da Ásia e Oceania
IMPÉRIO COLONIAL DINAMARQUÊS (1620-1953)
Colonização dinamarquesa das Américas
Colonização curlândesa (vassalo da República das Duas Nações) (1637-
1690)
Colonização curlândesa das Américas
Império colonial sueco (1638-1663 e 1785-1878)
Colônias alemãs (1683-1721, 1883-1919)
Colônias de Brandemburgo-Prússia (1683-1721)
IMPÉRIO COLONIAL ALEMÃO (1883-1919)
Colonização alemã da África
Colônias da monarquia de Habsburgo (1719-1750, 1778-1783, 1901-1917)
IMPÉRIO AMERICANO (1812 ATÉ O PRESENTE)
Expansão ultramarina dos Estados Unidos
IMPÉRIO COLONIAL BELGA (1885-1962)
Estado Livre do Congo (1885-1908)
IMPÉRIO COLONIAL ITALIANO (1885-1943)
Colonização italiana da África
Possessões da Noruega
Colonização norueguesa das Américas
Marinheiros portugueses começaram a explorar a costa da África em
1419, utilizando os recentes desenvolvimentos em áreas como a navegação, a
cartografia e a tecnologia marítima, como a caravela, com o objetivo de
encontrar uma rota marítima para o lucrativo comércio de especiarias do
oriente.
Em 1488, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança e, em
1498, Vasco da Gama chegou à Índia.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, na costa atlântica sul-
americana.
Nas décadas seguintes, os marinheiros lusitanos continuaram a explorar
o litoral e as ilhas do leste da Ásia, estabelecendo fortes e feitorias.
Em 1571, uma série de postos avançados ligava Lisboa a Nagasaki,
no Japão, ao longo das costas da África, Médio Oriente Índia e Ásia.
Esta rede comercial trouxe grande riqueza para o Reino de Portugal.
Entre 1580 e 1640, a nação tornou-se um parceiro da Espanha, em
uma união pessoal das coroas dos dois países.
Embora os dois impérios tenham continuado a ser administrados
separadamente, as colónias portuguesas se tornaram alvo de ataques de três
potências europeias rivais e hostis à Espanha, que ambicionavam os sucessos
ibéricos no exterior: a Holanda, a Grã-Bretanha e a França.
Com uma população menor, Portugal não foi capaz de defender
eficazmente sua sobrecarregada rede de postos comerciais e o império
começou a entrar em um longo e gradual processo de declínio.
Perdas significativas para os holandeses na Índia Portuguesa e
no sudeste da Ásia durante o século XVII trouxeram fim ao monopólio do
comércio português no Oceano Índico.
O Brasil, que havia se tornado a colónia mais valiosa de Portugal, tornou-
se independente em 1822, como parte de uma onda de movimentos
independentistas que varreu a América no início do século XIX.
O Império Português então foi reduzido às suas colônias no litoral africano
(que foram expandidas para o interior durante a Partilha de África, no final do
século XIX), Timor-Leste e enclaves na Índia (Goa, Damão e Diu) e
na China (Macau).
Após a Segunda Guerra Mundial, o então líder de Portugal, António
Salazar, tentou manter intacto o que restava do império pluricontinental, num
momento em que outros países europeus estavam já a iniciar a descolonização
dos seus territórios.
Em 1961, as tropas portuguesas em Goa foram incapazes de impedir
o avanço das tropas indianas que marcharam para a colónia em número
superior.
Salazar deu início a uma guerra (a Guerra Colonial Portuguesa) com o
objetivo de eliminar as forças anticoloniais em África, a qual durou até à queda
do regime em 1974.
O novo governo imediatamente mudou a política e reconheceu a
independência de todas as colónias, com exceção de Macau, território este que
foi devolvido à China em 1999, marcando, assim, o fim do Império Português.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é a sucessora
cultural do Império.
HISTÓRIA
O expansionismo português foi movido inicialmente elo
espírito militar e evangelizador, de continuação da reconquista no Norte de
África e, depois, pelo interesse comercial, primeiro nas prósperas capitanias
das ilhas da Madeira e dos Açores, seguindo-se a busca de um caminho
marítimo para a Ásia, alternativo ao Mediterrâneo dominado pelas repúblicas
marítimas italianas, pelos otomanos, pelos mouros e por piratas, no lucrativo
comércio de especiarias.
Os portugueses começaram por explorar sistematicamente a costa
de África a partir de 1419, com o incentivo do Infante D.
Henrique e navegadores experientes servidos pelos mais avançados
desenvolvimentos náuticos e cartográficos da época, aperfeiçoando a caravela.
Em 1471 chegaram ao Golfo da Guiné, onde em 1482 foi estabelecida
a feitoria de São Jorge da Mina para apoiar um florescente comércio
de ouro de aluvião. Partindo da Mina Diogo Cão estabelece o primeiro contato
com o Reino do Congo.
Após sucessivas viagens exploratórias para sul, em 1488 Bartolomeu
Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, entrando pela primeira vez no Oceano
Índico a partir do Atlântico.
3
O IMPERIO PORTUGUÊS NA AMÉRICA
DA IMAGEM
O IMPÉRIO PORTUGUÊS E AS REPÚBLICAS SUL-AMERICANAS
Publicado por justiça e liberdade em 30 de novembro de 2013
O século XIX foi marcado, especialmente nas Américas, pelos processos de
independência das terras colonizadas por nações europeias neste continente.
As possessões portuguesas, porém, passaram por uma experiência diferente
da de seus vizinhos holandeses, ingleses, franceses e, sobretudo espanhóis.
Divididas inicialmente em 15 Capitanias Hereditárias ao invés de serem
mantidas colônias e lutarem pela independência uma a uma, como na América
Espanhola, a América Portuguesa foi elevada em 1645 à condição de
principado, e em 1815 a reino, passando a integrar o Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves do qual veio, inclusive a tornar-se sede, com capital na cidade
do Rio de Janeiro, mantendo-se a unidade das possessões portuguesas, pelo
que é até mais apropriado chamar de emancipação do que de independência
o processo de separação do então Reino do Brasil dos demais integrantes do
império português.
Após a emancipação, o Reino do Brasil passou a ser denominado Império do
Brasil o que justifica a importância histórica da única monarquia bem sucedida
da América do Sul.
Não fosse a monarquia, o continente teria pelo menos 8 outras repúblicas que
chegaram a proclamar sua independência mas foram reincorporadas ao
território brasileiro.
Ao todo seriam pelo menos 20 repúblicas na América do Sul, a saber:
Colômbia Independente em 1810, Chile independente em 1818,
Argentina independente em 1816, Peru e Venezuela Independentes em 1821,
Brasil e Confederação do Equador e República do Equador independentes em
1822, Bolívia, Paraguai e Uruguai independentes em 1825, Grão-
Pará Independente em 1835, Rio Grande e Bahia independente
em 1837, Maranhão independente em 1838, República Juliana independente
em 1839, Guiana e Suriname independentes em 1866 e República do
Acre independente em 1899.
Além destas repúblicas, a Guiana Francesa continua sendo uma possessão da
República da França até os dias atuais.
Ao todo nasceram pelo menos 20 nações republicanas na América do Sul, mas
a monarquia brasileira manteve-se soberana sobre 8 delas justificando o status
de Império e tornando possível a consolidação de uma grande nação de
dimensões continentais.
O IMPÉRIO PORTUGUÊS NA AMÉRICA
A chegada de Cristóvão Colombo à América em outubro de 1492
precipitou uma negociação entre dom João II e os Reis
Católicos de Castela e Aragão.
Como resultado foi assinado em 1494 o Tratado de Tordesilhas3
,
dividindo o Mundo em duas áreas de exploração demarcadas por
3
O TRATADO DE TORDESILHAS, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de
junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da
Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora
da Europa.
Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa
espanhola, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao
chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica.
O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo
Antão no arquipélago de Cabo Verde.
Esta linha estava situada a meio caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas
das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antília .
Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à
Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de julho e por Portugal a 5 de setembro de
1494.
Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado
da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antemeridiano
correspondente aomeridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de abril de 1529.
No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição
entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e
secular dos monarcas nacionais - uma das muitas facetas da transição da Idade Média para
a Idade Moderna.
Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João II de Portugal designou como
embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa.
Os originais de ambos os tratados estão conservados no Arquivo General de Indias na
Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal .
ANTECEDENTES
Conforme o historiador brasileiro Delgado de Carvalho, transcrevendo Beatriz Souza:
"(...) subsistia ainda a tradição medieval da supremacia política da Santa Sé, que reconhecia
a Roma o direito de dispor das terras e dos povos: Adriano IV, papa inglês (1154-59), havia
dado a Irlanda ao rei da Inglaterra e Sisto IV as Canárias ao rei de Castela (1471-84). Baseava-
se isso, em parte, sobre o fato de um Édito de Constantino ter conferido ao papa Silvestre a
soberania sobre todas as ilhas do globo; ora, isso porque as terras a descobrir eram todas,
então, supostas serem exclusivamente ilhas (LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. Livro do
Centenário (v. III), Rio de Janeiro: 1900 apud: Carvalho, Delgado. História Diplomática do
Brasil.)
O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou
as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana.
Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfim, escravos, a atenção
de Castela foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo
embarcações de ambas as Coroas.
Portugal, buscando proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de
Alcáçovas (1479), obtendo em 1481, do Papa Sisto IV, a bula Æterni regis, que dividia as
terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em
dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, para a Coroa de Portugal.
Somando-se a duas outras bulas anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus
Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido todas as terras
conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária.
Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de
então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa
garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado
"périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela
se aventurou no oceano Atlântico, para oeste.
Como resultado deste esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas
em 1492.
Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas geográficas fornecidas pelo
navegador, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, efetivamente, se
encontrava em terras portuguesas.
Desse modo, a diplomacia castelhana apressou-se a obter junto ao Papa Alexandre VI,
Aragonês de Velência então reunida com Castela, uma nova partição de terras.
Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha de marcação,
um meridiano que separaria as terras de Portugal e de Castela.
O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
As novas terras descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas de Cabo Verde,
pertenceriam a Castela. As terras a leste, pertenceriam a Portugal.
A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão.
Os termos da bula não agradaram a João II de Portugal, que julgava ter direitos adquiridos que
a Bula vinha a ferir.
Além disso, os seus termos causavam confusão, pois um meridiano vinha a anular o que um
paralelo tinha estabelecido.
Complementarmente, a execução prática da Bula era impossibilitada por sua imprecisão e pela
imperfeição dos meios científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano escolhido.
Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os Reis Católicos, Fernando II de
Aragão e Isabel I de Castela, para mover a linha mais para oeste, argumentando que o
meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões castelhanas
na Ásia.
D. João II propôs por uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um paralelo das
Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal.
Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir o caso.
Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas.
O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel
de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão.
Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua
vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de
Lancastre.
Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o
Tratado de Tordesilhas com os reis católicos.
Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de
Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal
OS TERMOS DO TRATADO
O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, cabendo a
Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que
demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras
que ficassem além dessa linha .
Como resultado das negociações, os termos do tratado foram ratificados por Castela a 2 de
Julho e, por Portugal, a 5 de Setembro do mesmo ano.
Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que atribuía à Espanha a
posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o
novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506.
Afirma Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria "um efeito antes moral do que prático".
O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação.
Os cosmógrafos divergiam sobre as dimensões da Terra, sobre o ponto de partida para a
contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de
Castela e de Portugal.
Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política
de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal.
O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Frei Bartolomé
de las Casas, tenham tido "mais perícia e mais experiência" do que os castelhanos.
CONSEQUÊNCIAS DO TRATADO
Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo
por Cristóvão Colombo. Muito pouco se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas
por Castela.
De imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para
a manobra náutica então conhecida como volta do mar, empregada para evitar as correntes
marítimas que empurravam para o norte as embarcações que navegassem junto à costa
sudoeste africana, e permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança.
Nos anos que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projeto de alcançar a Índia, o que foi
finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.
Com a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, a costa do Brasil foi atingida (abril de 1500)
pelos Portugueses, o que séculos mais tarde viria a abrir uma polêmica historiográfica acerca
do "acaso" ou da "intencionalidade" da descoberta.
Observe-se que uma das testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas, por Portugal,
foi Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um suposto descobrimento a exploração
americana (o ouro castelhano e o pau-brasil português), outras potências marítimas europeias
(França, Inglaterra, Países Baixos) passaram a questionar a exclusividade da partilha do
mundo entre as nações ibéricas.
Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso por Francisco I de França, que
ironicamente pediu para ver a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa divisão de
terras.
Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil embarcações que promoviam o
comércio clandestino, estabelecendo contato com os indígenas e aliando-se a eles contra os
portugueses. Floresceram o corso, a pirataria e o contrabando, pois os armadores
de Honfleur, Ruão e La Rochelle, em busca de pau-brasil fundavam feitorias e saqueavam
naus.
O mais célebre foi um armador de Dieppe, Jean Ango ou Angot.
Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), os portugueses se expandiram de
tal forma na América do Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio da Prata e a
região andina, fundaram um estabelecimento à margem esquerda do Prata, em frente
a Buenos Aires: a Colônia do Sacramento.
A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos
armados, conduzindo à negociação do Tratado de Madrid (1750).
A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao interior do continente, mas ao
Tratado de Saragoça que moveu a linha de Tordesilhas nos dois extremos.
Com isto os irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza foram armados pelo rei de
Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a nova fronteira conforme o novo
Tratado.
Em 12 de dezembro de 1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravado com a
Ordem Militar de Cristo às margens do Rio Paraná diante de Ibicuí, nas proximidades de Ibicuí
a 33°45'.
Pero Lopes não chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois havia sinais de
fumaça nas imediações do rio e todos à bordo temiam um ataque semelhante ao sofrido por
Juan Dias de Solis que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos Charruas.
A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como a fronteira entre Espanha e Portugal.
A "QUESTÃO DAS MOLUCAS" (1524-1529)
Inicialmente o meridiano de Tordesilhas não contornava o globo terrestre.
Assim, Espanha e Portugal podiam conquistar quaisquer novas terras que fossem os primeiros
europeus a descobrir: Espanha para Oeste do meridiano de Tordesilhas e Portugal para Leste
desta linha, mesmo encontrando-se no outro lado do globo.
Mas a descoberta pelos portugueses em 1512 das valiosas "ilhas das Especiarias",
as Molucas10 11
desencadeou a contestação espanhola, argumentando que o Tratado de
Tordesilhas dividia o mundo em dois hemisférios equivalentes.
um meridiano situado entre as ilhas de Cabo Verde e as recém-descobertas
Caraíbas: cabiam a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas
a leste deste meridiano, e à Espanha as terras que ficassem a oeste dessa
linha.
Pouco depois, em 1498, o navegador Vasco da Gama chegou à Índia,
inaugurando a Rota do cabo.
Em 1520, as ilhas Molucas, valorizadas como o "berço de todas as especiarias", foram
visitadas por Fernão de Magalhães, navegador português ao serviço da Coroa Espanhola.
Concluída essa que foi a primeira viagem de circum-navegação (1519-1521), uma nova disputa
entre as nações ibéricas se estabeleceu, envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro
lado do planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia).
Alegando que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o meridiano de
Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as ilhas, abrindo quase uma década de
escaramuças pela sua posse com a Coroa Portuguesa .
João III de Portugal e o imperador Carlos I de Espanha acordaram então não enviar mais
ninguém buscar cravo ou outras especiarias às Molucas enquanto não se esclarecesse em
que hemisfério elas se encontravam.
Para a realização dos cálculos da posição, cada Coroa nomeou três astrónomos, três pilotos e
três matemáticos, que se reuniram entre Badajoz e Elvas.
Estes profissionais, entretanto, não chegaram a acordo, uma vez que, devido à insuficiência
dos meios da época no tocante ao cálculo da longitude, cada grupo atribuía as ilhas aos
respectivos soberanos.
O Tratado de Tordesilhas serviu como base para as negociações da Junta de Badajoz-
Elvas (1524), quando Portugal e Espanha negociaram sobre as Molucas e as Filipinas,
originalmente situadas na órbita portuguesa, consideradas castelhanas, em troca das
pretensões portuguesas sobre a bacia do rio da Prata, noBrasil .
Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o Tratado de Saragoça a 22 de abril de 1529.
Este definiu a continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério oposto, a 297,5 léguas
do leste das ilhas Molucas, cedidas pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de
350.000 ducados de ouro.
Ressalvava-se que em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir
aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um "ficará com o direito e a ação que
agora tem".
Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o imperador necessitava do dinheiro português
para financiar a luta contra Francisco I de França e a Liga de Cognac, que o suportava.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Carlos Delgado de (1884-1989). História diplomática do Brasil (ed. fac-
sim.). Brasília: Senado Federal, 1998.
LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. in: Livro do Centenário (1500-1900) (v. III). Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1902.
MAGNOLI, Demetrio. História da Paz. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN 85-
7244-396-7
SILVA, Luciano Pereira da. In: DIAS, Carlos Malheiros (coord.). História da Colonização
Portuguesa do Brasil (v. I). Porto: Litografia Nacional, 1923.
HISTÓRIA PRÉ CABRALINA
PERÍODO PRÉ-CABRALINO RECENTE
Enquanto a maior parte da pesquisa sobre o Brasil mais antigo analisava
principalmente os vestígios materiais deixados por esses povos, o Brasil pré-
cabralino recente costuma ser estudado através das línguas nativas.
Com efeito, o estudo sobre as línguas nativas
permite compreender inúmeros aspectos das
culturas pré-cabralinas, além de seus
parentescos históricos e de suas migrações.
Quando os cronistas europeus descreveram
os antigos povos brasileiros, utilizaram
sobretudo denominações linguísticas e, graças
ao trabalho missionário de alguns jesuítas,
temos hoje conhecimento das antigas línguas
brasílicas (que deram origem às línguas
indígenas modernas).
Resta-nos, contudo, a tarefa de associar os achados antigos aos povos
recentes, que conhecemos principalmente a partir de grupos linguísticos. Um
estudo desse tipo não foi realizado no Brasil ainda.
Apenas um grupo pré-cabralino recente foi associado suficientemente aos
achados antigos: os grupos da família linguística Tupi-Guarani.
Estes, na época da chegada dos europeus, dominavam o atual litoral brasileiro,
conhecido por "Pindorama".
Outra fonte importante para a reconstrução da história recente dos povos pré-
cabralinos é a mitologia indígena.
Sabe-se hoje ser possível estabelecer relações entre os elementos dos mitos e
acontecimentos que consideramos "históricos".
As fontes mitológicas tem sido empregadas para estudar movimentos
migratórios,as relações estabelecidas entre os povos brasileiros e, por
exemplo, o Império Inca, etc.
Quando os europeus passaram a ocupar a costa oriental da América do Sul,
encontraram etnias vinculadas a quatro principais grupos linguísticos:
os arauaque, os tupi-guaranis,os jê e os karib.
Devemos tomar cuidado para não confundir grupo linguístico com grupos
étnicos. Dentro de um mesmo grupo linguístico havia numerosas e diferentes
unidades identitárias possuindo dialetos, práticas culturais e filosofias próprias.
Nosso conhecimento dos povos indígenas por meio das crônicas europeias é
limitado por diversas razões.
A primeira delas, é que a imagem europeia sobre os povos pré-cabralinos foi
marcada por um processo de enquadramento da América em categorias
europeias, de forma que as crônicas nos fornecem informações mais valiosas
para o estudo dos próprios europeus modernos do que para o estudo dos
nativos.
A segunda delas, é que as crônicas foram escritas numa época de
transformação, uma vez que a entrada dos europeus trouxe doenças e
influências novas para o mundo indígena, modificando consideravelmente a
antiga realidade em que viviam.
Por fim, as crônicas acompanham o avanço da "fronteira" europeia na América,
de forma que grande parte dos povos indígenas só chegaram a ser conhecidos
pelos ocidentais no século XIX, após terem modificado muitos de seus
costumes; é interessante notar que muitas tribos indígenas no Brasil continuam
isoladas do mundo ocidental até hoje.
Tupi
Um dos grandes grupos linguísticos do Brasil, e que parece ter se expandido
imensamente sobre o território brasileiro antes de 1500, é o grupo tupi. A
principal família linguística dentro desse grupo maior é a tupi-guarani. Esses
povos devem ter primeiramente habitado a região das cabeceiras dos
rios Madeira,Tapajós e Xingu.
A expansão tupi-guarani aconteceu há 3 mil e 2 mil anos, pouco depois de
esse grupo ter se diferenciado de outros na região entre o Xingu e o Madeira,
formando novos subgrupos linguísticos, como
os cocamas, omáguas, guaiaquis e xirinós.
Os povos de línguas cocama e omágua dirigiram-se ao rio amazonas,
enquanto os guaiaquis chegaram ao Paraguai e os xirinós
à Bolívia. Tapirapés e tenetearasdeslocaram-se em direção ao nordeste.
Os povos de línguas pauserna, cajabi e camaiurá deslocaram-se até a região
extremo sul do Brasil.
Os povos de língua oiampi chegaram até a região das Guianas. A última fase
de dispersão dos povos tupi-guaranis ocorreu por volta do ano 1000.
Os falantes de línguas associadas à família tupi-guarani estariam já instalados
no sul do Brasil (guaranis etc.), na bacia amazônica e também no litoral do
Brasil (potiguares, tupinambás, tupiniquins).
Os dados linguísticos nos permitem avaliar essas sociedades como expansivas
e em constante movimento. Graças a uma impressionante rede de caminhos
fluviais, os povos desse grupo linguístico puderam se difundir e, ao mesmo
tempo, manter contato uns com os outros.
O uso de canoas (ygara em tupi antigo) para navegar rios permitia o
enviamento de missões militares e diplomáticas de uma região para outra.
Muitos artefatos arqueológicos do período cerâmico são filiados a esses
antigos povos de matriz linguística tupi-guarani.
Os sítios arqueológicos associados a essas populações constituíam-se em
aldeias extensas, normalmente localizadas em regiões de planalto ou em
terraços.
Nesses sítios arqueológicos, de largura média entre 2 000 e 10 000 metros
quadrados, a cerâmica antiga é abundante.
As unidades habitacionais são cabanas, que podiam alcançar até 60 metros
quadrados de diâmetro. Dentro dessas cabanas, foram
localizados fogueiras e fornos para cozimento.
As áreas dos sítios são definidas em espaço cerimonial, público e residencial.
O espaço dos vivos é separado daquele dos mortos (muitos cemitérios antigos
foram localizados).
A arqueologia identificou sepultamentos em urnas e outros em terra. Artefatos
líticos são encontrados junto dos sepultamentos, provavelmente objetos de uso
pessoal.
A cerâmica gupi-guarani (particularmente abundante no Paraná) é
caracterizada pelos desenhos policrômicos de traços lineares.
A cronologia para a história dos povos tupis-guaranis se baseia em teorias
arqueológicas, na glotocronologia e na datação de cerâmicas identificadas aos
tupis-guaranis.
Como vimos pela história dos tupis-guaranis a partir de suas línguas, o
movimento de expansão ocorreu entre 3 mil e 2 mil anos atrás a partir da
região amazônica; a maior parte dos artefatos arqueológicos desses povos são
datados entre o ano 500 e o ano 1500.
A época da expansão para o litoral é constatada pela maior concentração de
artefatos nessa região entre os séculos XI e XIII.
Macro-Jê
As línguas associadas à matriz linguística Macro-Jê devem ter sofrido
diferenciação por volta de 6 mil anos atrás.
Sua expansão inicia-se há 3 mil anos, pelaRegião Centro-Oeste do Brasil.
O grupo Jê propriamente dito é possivelmente originário das regiões das
nascentes dos rios São Francisco e Araguaia.
Grande parte dos povos de língua Jê se afastaram dos Kaingang e Xokleng,
seguindo para o sul da região central brasileira.
Alguns grupos devem ter se separado destes últimos e seguido até a região
amazônica há pelo menos mil anos.
Os povos Jês preferiam se instalar em regiões de Planalto (como a original
região do Planalto brasileiro), como nos permite constatar o estudo de suas
línguas
Entre as línguas do tronco Macro-Jê encontram-
se: Kayapós, Xerentes, Timbiras, etc.
Caraíbas
Os povos de língua caraíbas também passaram por um processo de expansão
há 3 mil anos, aproximadamente.
Essa família linguística é talvez originária da atual região das guianas e do
extremo norte do Brasil.
Os Yukpa e os Karijona, ramificações dessa família linguística, teriam se
diferenciado e migrado para a Colômbia, enquanto os Bakairi teriam seguido
para o centro do Brasil.
O empréstimo de termos Tupi nas línguas Karib (e vice-versa) aponta para a
existência de redes complexas de comércio e tráfico de pessoas entre tais
povos.
Aruaque e outros
As línguas de matriz aruaque concentram-se hoje na região sudoeste da Bacia
amazônica.
A principal família linguística associada a esse grupo é a Maipure, dividida em
quatro subgrupos regionais.
Existe grande polêmica em relação às origens, às migrações e aos
descendentes desses povos, além de suas relações com outros grupos
linguísticos do Brasil Antigo.
Outros grupos linguísticos menores, sem parentescos com os outros maiores,
existem no Brasil: Mura, Chapkura,Pano, Yanomani, etc.
Pindorama
Distribuição dos grupos de língua tupi e não tupi (tapuia) na costa
dePindorama, no século XVI.
Na véspera da chegada dos europeus à América em 1500, calcula-se que o
atual território doBrasil (a costa oriental da América do Sul) fosse habitado por
dois milhões de indígenas, do norte ao sul.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, os tupis foram o primeiro agrupamento
"indígena que teve contacto com o colonizador".
A influência tupi se deu na alimentação, no idioma, nos processos agrícolas,
de caça e pesca, nas superstições, costumes, folclore, etc.
Os povos do grupo Tupi-Guarani habitavam a região chamada por eles de
"Pindorama" (terra das palmeiras), atual região oriental da América do Sul, que
habitava o imaginário Tupi-Guaranicomo terra mítica, uma terra livre dos males.
Os arqueólogos acreditam que o mito acerca de "Pindorama" tenha se formado
na época das antigas migrações, quando os Tupi-Guaranis se dirigiram para o
litoral brasileiro.
Sabemos os nomes de alguns dos principais grupos que habitavam Pindorama
na véspera da chegada europeia (entre eles alguns de origens não-tupi):
os potiguaras, os tremembés, ostabajaras, os caetés, os tupiniquins,
os tupinambás, os aimorés, os goitacás, os tamoios, oscarijós e os temiminós.
Os potiguaras habitavam a região entre o Rio Acaraú e o Rio Paraíba e
controlavam a navegação fluvial.
Durante a conquista, aliaram-se aos franceses, sendo que alguns relatos falam
de casamentos entre potiguaras e franceses, envolvendo acordos bélicos anti-
portugueses.
Os Tabajaras habitavam a margem meridional do rio Paraíba, na região atual
do litoral pernambucano.
Foram importantes aliados dos portugueses durante a conquista.
Os Caetés habitavam a região de Pernambuco desde Olinda, "a Marim dos
Caetés", até onde encontra-se hoje o estado de Alagoas, desmembrado de
Pernambuco.
Tornaram-se célebres na História do Brasil por terem devorado o Bispo
Sardinha.
Os Tremembés habitavam a margem ocidental do rio Acaraú.
Os tamoios habitavam a Baía da Guanabara; seus líderes, Cunhambebe e
Aimberê, aliaram-se com os franceses no combate aos portugueses.
Os carijós habitavam o litoral sul do país.
Os tupiniquins habitavam a atual região do Estado de São Paulo, e os
Tupinambá a região sudeste doBrasil.
Nosso conhecimento do tupi antigo é principalmente baseado na língua dos
Tupinambás (embora esses não constituíssem os "principais tupis", como
alguns autores apontam).
Os povos tupis viviam em aldeias que reuniam de 600 a 700 habitantes.
Algumas aldeias eram fortificadas em razão das guerras inter-tribais.
Nenhuma autoridade aparecia com força absoluta ou consideravelmente forte
sobre os outros integrantes da sociedade, embora houvesse "hierarquias" em
função do gênero, do mérito guerreiro e dos poderes xamânicos.
Os Pajés (Payes em tupi antigo, intermediários entre o mundo religioso e o
mundo dos homens) e os Caciques (morubixaba em tupi antigo, chefes
guerreiros) ocupavam, em geral, o papel de autoridades das tribos.
A subsistência baseava-se na caça e na horticultura.
Os homens acreditavam nos bons e nos maus espíritos (tupã, anhang, etc.),
que influenciavam os acontecimentos no cosmos.
Cada homem trazia um maracá, no qual acreditavam habitar um espírito
protetor de cada indivíduo. Acredita-se que apenas os filhos dos homens mais
importantes da tribo fossem enterrados nas urnas funerárias.
Os acontecimentos religiosos tinham alcance amplo, e reuniam diferentes
etnias.
Os antigos indígenas foram responsáveis por inúmeras manifestações
artísticas, como peças de cerâmica, danças, canções/poesia (registradas
por Léry) e, a que mais impressionou os ocidentais, a plumária extremamente
sofisticada e rica.
A Literatura Tupi aparece com a chegada da escrita europeia, quando
missionários passam a escrever em tupi para converter os nativos, e as
crônicas transcrevem canções indígenas.
Toponímias
A permanência de nomes tupis (tupi antigo, nhe'enga tupi ou língua geral) para
nomear diversas regiões do Brasil atual é um indicador da influência da língua
indígena na cultura brasileira.
Os historiadores de Brasil Colonial concordam que até o século XVIII o tupi era
provavelmente a língua mais falada em algumas regiões da América
Portuguesa.
Nomes de regiões, rios e cidades brasileiras têm suas raízes no período
de Pindorama, e no período colonial. Alguns exemplos:
Guaratinquetá = gûyrá-tinga-etá = Muitas Garças
Jacareí = îakaré 'y = Rio dos Jacarés
Piraguá = Pira Kûá = Baía dos Peixes
Araraquara = Arara Kûara = Toca das Araras
O Brasil Pré-Cabralino e a Europa
Do lado europeu, a descoberta do Brasil foi precedida por vários tratados
entre Portugal e Espanha, estabelecendo limites e dividindo o mundo já
descoberto do mundo ainda por descobrir.
Destes acordos assinados à distância da terra atribuída, o Tratado de
Tordesilhas (1494) é o mais importante, por definir as porções do globo que
caberiam a Portugal no período em que o Brasil foi colônia portuguesa.
4
BRASIL - BRAZIL
BRASIL
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O território que atualmente forma o Brasil foi encontrado pelos europeus em
1500, durante uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral.
A região, que até então era habitada por indígenas ameríndios divididos entre
milhares de grupos étnicos e linguísticos diferentes, torna-se uma colônia do
Império Português.
O vínculo colonial foi rompido, de fato, quando em 1808 a capital do reino foi
transferida de Lisboa para a cidade do Rio de Janeiro, depois de tropas
francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadirem o território
português.
Em 1815, o Brasil se torna parte de um reino unido com Portugal. Dom Pedro I,
o primeiro imperador, proclamou a independência política do país em 1822.
Inicialmente independente como um império, período no qual foi uma
monarquia constitucional parlamentarista, o Brasil tornou-se uma república em
1889, em razão de um golpe militar chefiado pelo marechal Deodoro da
Fonseca (o primeiro presidente), embora uma legislatura bicameral, agora
chamada de Congresso Nacional, já existisse desde a ratificação da primeira
Constituição, em 1824.
Desde o início do período republicano, a governança democrática foi
interrompida por longos períodos de regimes autoritários, até um governo civil e
eleito democraticamente assumir o poder em 1985, com o fim do último regime
militar.
ETIMOLOGIA
As raízes etimológicas do termo "Brasil" são de difícil reconstrução.
O nome "Brasil" é derivado de "pau-brasil", designação dada a um tipo de
madeira empregada na tinturaria de tecidos.
Na época dos descobrimentos, era comum aos exploradores guardar
cuidadosamente o segredo de tudo quanto achavam ou conquistavam, a fim de
explorá-lo vantajosamente, mas não tardou em se espalhar na Europa que
haviam descoberto certa "ilha Brasil" no meio do oceano Atlântico, de onde
extraíam o pau-brasil (madeira cor de brasa).
Antes de ficar com a designação atual, ―Brasil‖, a nova terra descoberta foram
designadas de: Monte Pascoal (quando os portugueses avistaram terras pela
primeira vez), Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Nova Lusitânia,
Cabrália, Império do Brasil e Estados Unidos do Brasil.
Os habitantes naturais do Brasil são denominados brasileiros, cujo gentílico é
registrado em português a partir de 17 DE JUNHO DE 1822 que se referia
inicialmente apenas aos que comercializavam pau-brasil.
5
A CAPITANIA DE SÃO PAULO
O PARANA ANTES DA HISTÓRIA
A CAPITANIA REAL DE SÃO PAULO
Bandeira do senado da
câmara de São Paulo, no
período colonial, real e imperial.
É uma bandeira de seda
azul com as armas reais no
centro, bordadas a seda amarela
e branca e ricamente
ornamentada em estilo barroco.
Tem franjas e cadarços
amarelos.
Essa é uma bandeira que
como outras de sua época, eram
bandeiras do Senado da
Câmara, um equivalente à Câmara de Vereadores, ao qual era instalada
juntamente com a criação de vilas e cidades, seguindo as orientações contidas
nas Ordenações Manuelinas e Filipinas, era um órgão consultivo, legislativo e
judiciário.
Atuava como representantes dos interesses da população, de sua
composição faziam parte os ―homens de bem‖, isto é, pertencentes à nobreza,
ao clero e à milícia, sendo chamados de oficiais devido ao fato de cada
membro possuir um encargo.
A Capitania Real de São Paulo passou a ter esse nome em 2 de
dezembro de 1720, quando dom João V de Portugal criou a Capitania de Minas
Gerais, a partir da cisão da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, que fora
criada em 1709, com a compra, pela coroa portuguesa, da Capitania de São
Vicente, adquirida ao Marquês de Cascais.
O território das Minas Gerais, (excetuados o Triângulo Mineiro e
a Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas), passou a formar, então, a nova
Capitania Real de Minas Gerais.
A divisa de Minas Gerais com São Paulo, em 1720, ficou sendo rio
Sapucaí, o rio Grande e deste subindo a Serra da Canastra até o rio
Paranaíba.
O primeiro governador da nova Capitania de São Paulo foi Rodrigo
César de Meneses que a instalou e a organizou.
Permaneceram, após 1720, como parte da Capitania de São Paulo, os
territórios correspondentes aos atuais estados de São Paulo, Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul e ao atual Distrito Federal, além dos atuais Sul e Sudoeste de
Minas Gerais e do Triângulo Mineiro. Em 1721 foi anexado à capitania o termo
da vila de Parati.
Em relação ao território do atual estado de São Paulo, uma parte do
atual litoral sul paulista continuou, após 1720, oficialmente como território
da Capitania de Itanhaém (na prática, contudo, estava sob a jurisdição do
governo de São Paulo), a qual, em 1753, durante o reinado de dom José I de
Portugal foi comprada, pela coroa portuguesa, do seu último donatário,
o Conde da Ilha do Príncipe.
Em 1727, Parati foi incorporada à capitania do Rio de Janeiro.
A parte mais meridional da capitania de São Paulo foi desmembrada,
entre 1738 e 1742, para se criar a capitania de Santa Catarina e a
Comandância Militar do Rio Grande de São Pedro, que daria origem,
posteriormente, à capitania de São Pedro do Rio Grande.
Porém, parte do atual estado de Santa Catarina continuou pertencendo
a São Paulo, até 1820, quando dom João VI de Portugal, por alvará de 9 de
setembro, transfere o termo da vila de Lages, criada em 1766, para a capitania
de Santa Catarina.
Em 9 de maio de 1748, foram criadas a capitania de Goiás, à qual o
atual Triângulo Mineiro ficou pertencendo, e a capitania de Mato Grosso,
desmembradas da capitania de São Paulo.
Neste mesmo ano de 1748, por decisão da metrópole, a capitania de
São Paulo passa a ficar subordinada à capitania do Rio de Janeiro.
O governador da capitania de Minas Gerais, Luís Diogo Lobo da Silva,
em 24 de setembro de 1764, anexa a margem esquerda do Rio Sapucaí,
estendendo os limites de Minas Gerais, aproximadamente, até a divisa atual
com São Paulo.
Em 1765 a capitania de São Paulo recuperou sua autonomia. Luís
António de Sousa Botelho Mourão, o terceiro Morgado de Mateus, reinstalou o
governo da capitania e criou várias vilas.
Em 28 de fevereiro de 1821, as capitanias se tornaram províncias.
A província de São Paulo foi desmembrada, em 29 de agosto de 1853,
pela lei 704, que elevava a comarca de Curitiba à categoria de província, com o
nome de província do Paraná. Foi a última vez em que o território paulista foi
desmembrado.
Com a proclamação da república, a província passa a se chamar estado
de São Paulo. Somente na década de 1920 e na década de 1930, foram
finalmente estabelecidas, em definitivo, por tratados, as divisas de São Paulo,
com o Paraná, Rio de Janeiro e com Minas Gerais, nos governos
de Washington Luís, Carlos de Campos e Armando de Sales Oliveira.
6
ESTADO DO PARANA
DA PROVINCIA A REPUBLICA
HISTÓRIA
PRIMEIROS TEMPOS
Capitanias hereditárias (Luís
Teixeira. Roteiro de todos os sinais...,
c. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda
Antes da metade do século XVII,
os colonizadores que exploravam a
costa meridional da Capitania
hereditária de São Vicente vieram
da Europa, mais precisamente de
Portugal, que há um século descobriu
o Brasil.
O litoral sul da Capitania de São
Vicente é hoje a Microrregião de
Paranaguá. O interesse dos
portugueses nas terras litorâneas
paranaenses era buscar madeiras de lei.
No tempo em que Portugal pertencia à Espanha, que era o país colonizador
da maior parte do território paranaense, estimulou-se o contato entre
os espanhóis e os vicentinos com a bacia hidrográfica do rio da Prata.
Foi garantida a frequência do percurso do litoral sul que durou pouco e que
recomeçou com intervalos.
Por esse motivo, os portugueses estariam procurando indígenas para
escravizar e minérios para produzir riquezas.
Entrando pelo litoral, os paulistas foram em direção ao oeste, com o objetivo
de procurar índios, na mesma época em que a principal atividade
econômica de Curitiba e Paranaguá foi a mineração.
As lendas a respeito das vastas minas de ouro e prata iludiram os inúmeros
aventureiros quando eles vieram para a região de Paranaguá.
No ano de 1613, o próprio Salvador Correia de Sá, o Velho assumiu o cargo
de superintendente das minas do sul do Brasil. Ficou dentro de três meses
consecutivos na região.
Naquela época, trabalhou com cinco especialistas que foram contratados
diretamente de Portugal.
O nobre português esteve à procura de uma onça de ouro mas as tentativas
foram infrutíferas e não deram certo.
O visconde de Barbacena enviou para as minas do sul do Brasil, o
espanhol Rodrigo de Castelo Branco, que tinha profundos conhecimentos
sobre as minas do Peru.
Em 1680, uma carta foi escrita à bico de pena por Rodrigo de Castelo
Branco ao monarca lusitano, demonstrando-o igualmente mais desiludido a
respeito da lenda das minas de prata.
Quando estava quase acabando o século XVII, os sonhos de grandes
riquezas de minério foram deixados para trás, continuou o trabalho de extrair o
ouro de aluvião, dito "de lavagem", por meio do qual os poucos habitantes do
litoral paranaense procuravam recursos para a compra de produtos de outros
lugares.
Os índios que sobreviviam à matança eram aprisionados, e colocados para
trabalhar na lavoura, na extração da madeira e outros serviços.
No século XVIII, começaram-se a serem utilizados os escravos africanos e de
acordo com o censo de 1798 o número de escravos africanos era relativamente
maior que o dos índios.
A criação da vila de Paranaguá foi elevada à categoria de vila por meio de
uma carta régia datada de 29 de julho de 1648.
Foram formados com a vila de Paranaguá, os chamados campos de
Curitiba, cuja altitude gira em torno de mil metros, apenas uma comunidade.
A economia de Paranaguá era baseada na agricultura e a pecuária nos
campos. Curitiba foi elevada à categoria de vila em 1693.
Aos poucos, Curitiba passou ser o centro urbano mais importante do
Paraná, e para conseguir chegar a esta meta, foi preciso estabelecer a grande
estrada do gado, ligando do Rio Grande do Sul até Sorocaba.
PROVÍNCIA DO PARANÁ
A comarca de Paranaguá e
Curitiba foi criada por força do
alvará de 19 de fevereiro
de 1811, passando a fazer parte
da capitania de São Paulo.
O príncipe Dom João, cinco
anos antes de ser coroado rei
de Portugal, atendeu a pedido
da Câmara Municipal de
Paranaguá para que a comarca
de Paranaguá e Curitiba fosse
desmembrada e que fosse
criada a Capitania do Paraná.
Dez anos depois, a disputa separatista foi formulada em aberto
pela Conjura Separatista, cujo líder foi Floriano Bento Viana, porém,
infelizmente não conseguiu sair vitorioso.
Os então chamados "parnanguaras", submetidos aos comandantes da tropa
local, continuaram mesmo após a independência do Brasil, embora a atividade
política era expressa em diligências e petições que observavam a emancipação
político-administrativa, uma vez que aquelas terras eram distantes e perderam
o interesse do governo provincial de São Paulo.
A Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Revolução Liberal de 1842 foram
os acontecimentos que repercutiram no plano nacional e com os quais se
evidenciava e contribuía para a importância política e estratégica da região.
O projeto de lei transformava a comarca de Curityba na província mais nova
do Império do Brasil em maio de 1843.
Os deputados imperiais de Minas Gerais e São Paulo foram destaque na
elaboração da legislação.
De acordo com os deputados paulistas, a punição da Província de São
Paulo é o motivo verdadeiro da criação da nova província, por
desmembramento da Província de São Paulo, propriamente dita.
A exportação de erva-mate para os mercados uruguaio, argentino,
paraguaio e chileno favoreceu o incremento à economia do Paraná, cuja
atividade principal era o comércio de gado.
Enquanto continuavam as representações e a luta no Parlamento, os
deputados prometiam a emancipação da futura província.
O projeto de criação da Província do Paraná, que teria como capital
provisória (que depois seria confirmada) o município de Curitiba, foi
definitivamente assinada pelo imperador em 29 de agosto de 1853.
O primeiro presidente da província, Zacarias de Góis e Vasconcelos chegou
à capital a 19 de dezembro e o alcance de recursos para as ações que se
faziam necessários e a tomada de medidas destinadas a impulsionar a
economia local foram as metas empenhadas pelo governante.
Parte da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e
comércio da erva-mate, foi procurado pelo presidente a fim de encaminhar para
outras atividades, principalmente de lavoura.
Mas a invernada e a venda de muares para São Paulo continuava a ser o
negócio mais lucrativo da província.
Na década de 1860, essa atividade chegou ao ponto mais alto e no final do
século passou a entrar em declínio.
A necessária continuidade administrativa não foi alcançada pelo governo do
Paraná, durante o período provincial, já que o número de presidentes da
província do Paraná, que o poder imperial tinha plena liberdade de nomeá-los,
era de 55 governantes ao longo de uma história de 36 anos.
Sob a liderança de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de
Araújo, que eram membros das famílias dos barões de Tibagi e Campos
Gerais, os liberais paranaenses se organizaram.
Naquela época, ambas as famílias formavam a oligarquia mais poderosa na
região.
Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia Júnior, de famílias
que controlavam o comércio do litoral, chefiavam os conservadores.
REPÚBLICA
As eventuais manifestações, e sem organicidade, de simpatia pela
república, aconteceram a partir do manifesto de 1870.
O movimento não chegou se aprofundar, mesmo após a fundação dos
jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e a criação de
clubes republicanos em ambos os municípios.
Na campanha republicana se destacaram alguns paranaenses, mas fora da
província.
Vicente Machado da Silva Lima foi figura na projeção nos primeiros anos
do novo regime e o único representante dos republicanos no Assembleia
Provincial, tendo sido eleito pelo Partido Liberal.
Panteon dos Heroes, onde jazem os corpos dos legalistas que combateram no
Cerco da Lapa.
As várias crises políticas que marcaram os primeiros anos da república foram
sofridas pelo estado e sua primeira constituição estadual, que vigorou até a
vitória do movimento revolucionário de 1930, só foi promulgada em abril de
1892.
No Paraná ocorreram violentos combates, durante a Revolução Federalista, já
que as tropas federalistas e legalistas se encontraram em seu território.
O acerto de contas foi feito, depois que o estado foi abandonado pelos
federalistas.
A repressão foi desencadeada contra os "maragatos" e o poder assumido pelos
"pica-paus".
Até 1930, tal divisão continuou apesar de eventuais conciliações.
Os mesmos limites da antiga comarca deveriam ser as verdadeiras divisas
geopolíticas da província do Paraná, em consequência do que uma complicada
questão de fronteiras com Santa Catarina se prolongou até a segunda década
do século XX.
Esse litígio territorial surgiu a partir da descoberta e ocupação dos campos
de Palmas.
O "sertão" que correspondia à costa, era considerado por Santa Catarina com
base na carta régia de 1749, enquanto o princípio de uti possidetis era apoiado
pelo Paraná.
A competência de distribuir terras num mesmo território era exercida pelos dois
estados.
O ganho de causa foi obtido três vezes no Supremo Tribunal Federal por Santa
Catarina, mas decisões foram embargadas pelo Paraná.
A Guerra do Contestado iria se travar nessa área litigiosa.
Foi feita a partilha da região em litígio, com a questão finalmente encerrada,
por decisão arbitral do presidente da república, em 1916.
A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO
PARANÁ NA HISTÓRIA DO ESTADO DO
PARANA
A Polícia Militar do Paraná foi criada como uma unidade de caçadores (um
tipo de infantaria leve), pela Lei nº 7, de 10 de agosto de 1854, com a
denominação de Companhia de Força Policial.
A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO
PARANÁ SEUS SIMBOLOS
DENOMINAÇÕES HISTÓRICAS
1854 - COMPANHIA DE FORÇA POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ
1874 - CORPO POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ
1891 - CORPO MILITAR DE POLÍCIA DO ESTADO DO PARANÁ
1892 - REGIMENTO DE SEGURANÇA DO ESTADO DO PARANÁ
1917 - FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ
A FORÇA MILITAR FOI CONSTITUÍDA PELA UNIÃO
DO REGIMENTO DE SEGURANÇA COM O CORPO DE
BOMBEIROS, O QUAL PASSOU A DESIGNAR-SE COMO
COMPANHIA DE BOMBEIROS PONTONEIROS DA FORÇA
MILITAR. PELA LEI Nº 2.547, DE 30 DE MARÇO DE1928, O
CORPO DE BOMBEIROS READQUIRIU SUA AUTONOMIA E
DENOMINAÇÃO.
1932 - FORÇA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ
A FORÇA PÚBLICA FOI TAMBÉM CONSTITUÍDA PELA UNIÃO,
COM COMANDOS AUTÔNOMOS, DA FORÇA MILITAR (QUE
ENTÃO PASSOU A DENOMINAR-SE COMO POLÍCIA MILITAR)
COM O CORPO DE BOMBEIROS. PELO DECRETO Nº 86, DE 18
DE JANEIRO DE 1934, A UNIÃO FOI DESFEITA E O CORPO DE
BOMBEIROS READQUIRIU SUA AUTONOMIA E DENOMINAÇÃO.
1939 - FORÇA POLICIAL DO ESTADO DO PARANÁ
1946 - POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ
A BANDEIRA DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ (PMPR) É O ESTANDARTE
QUE OFICIALMENTE REPRESENTA A CORPORAÇÃO NAS SOLENIDADES
OFICIAIS E OUTRAS MISSÕES DESEMPENHADAS.
DESCRITIVO
A bandeira é em
formato retangular, na
proporção de quatorze
módulos de largura
por vinte de
comprimento. Campo
todo talhado de blau,
com o Brasão
Institucional em cores
ao centro, contornado por ramos dourados cruzantes em ponta e,
inferiormente, listel de ouro com a data 10 de agosto de 1854 em sable.
O uso da bandeira observa o seguinte:
I - hasteamento em mastro em todas as unidades, nas datas festivas de 17 de
maio (data alusiva ao Patrono da Polícia Militar do Paraná) e 10 de agosto
(aniversário de criação da PMPR);
II - guardada no gabinete do comandante, chefe ou diretor, em local
apropriado, juntamente com outras Bandeiras e estandartes;
III - conduzida por tropa a pé, a cavalo ou em viatura, por ocasião de
solenidades e demais atos oficiais.
A Bandeira da PMPR, quando hasteada juntamente com a Bandeira Nacional
ou com ela conduzida, ocupará a posição à esquerda desta.
Na panóplia, ela é fixada à esquerda da Bandeira Nacional, a qual terá à direita
a Bandeira do Estado do Paraná.
Bandeira da Polícia Militar do Paraná
Portaria do Comando Geral n° 704, de 28 de maio de 2008
O BRASÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ É O SÍMBOLO OFICIAL
REPRESENTATIVO DA CORPORAÇÃO.
Ele é usado sobreposto aos documentos, fardamentos, viaturas, embarcações,
aeronaves e aquartelamentos; objetivando identificar seus portadores como
legítimos representantes do Estado.
O seu uso é amparado por legislação específica e seu emprego indevido pode
constituir-se em crime previsto no Código Penal Brasileiro (falsidade ideológica)
e do Código Penal Militar (Artigo 172).
O primeiro brasão adotado para a PMPR, então
com a denominação de Regimento de Segurança,
foi regulamentado em 1913. Esse brasão era a
representação do Brasão de Armas do Estado do
Paraná, com o acréscimo de troféus em panóplia,
simbolizando os feitos militares da Corporação
(Guerra do Paraguai e Revolução Federalista).
Em 1922, por ocasião das comemorações do
Centenário da Independência do Brasil, os símbolos estaduais passaram a ser
substituídos pelos símbolos nacionais.
No Paraná a Bandeira e o Brasão do Estado foram abolidos5 e a PMPR
passou a usar o Brasão de Armas do Brasil.6
1969
O atual brasão foi criado em 23 de junho de
1969 e inicialmente era de uso exclusivo, e
obrigatório, para os oficiais.
Em junho de 1975 ele foi autorizado para os
uniformes dos praças, em lugar dos brasões
de unidades que então ficaram de uso proibido
na corporação.
Descritivo:
Em forma de escudo com ângulo lateral que representa
o fruto do pinheiro (pinhão), sobre fundo amarelo ouro, tendo na sua parte
superior como timbre o Falcão Nhapecani, desenhado em dourado, com
as asas semi-abertas.
No contorno interior do escudo, as legendas em letras
na cor verde, PARANÁ e POLÍCIA MILITAR. Na parte central do escudo,
a paisagem típica do Estado contendo no canto esquerdo, o símbolo dos
três planaltos em cor azul.
No canto direito, um pinheiro na cor verde que é o símbolo das araucárias, ao
lado do sol amarelo vivo, símbolo das Américas.
No campo inferior, em tons verdes claros e escuros, a representação das
riquezas vegetais do Estado do Paraná.
2001
Com o Regulamento de Uniformes da
Polícia Militar (RUPM) de 2001, o desenho
do brasão foi remodelado e acrescentado
um esplendor com vinte e nove lâminas em
dourado, envolvendo todo o escudo.
Referências
Decreto nº 3.658, de 2 de março de 2001.
Decreto n° 15.719, de 23 de junho de 1969..
Código Penal Militar - Dos Crimes Contra a Autoridade ou Disciplina Militar
Decreto n° 346, de 7 de maio de 1913.
Lei Estadual n° 2.182, de 15 de março de 1923.
Decreto Estadual n° 449, de 26 de abril de 1923.
Boletim do Comando Geral n° 142, de junho de 1969.
Boletim do Comando Geral n° 096, de 14 de junho de 1975.
Decreto n° 3.568, de 2 de março de 2001.
UNIFORMES
Historicamente as forças armadas brasileiras herdaram
as tradições militares portuguesas. Da criação, em 1854, até os primeiros anos
da República, a PMPR usou a cor azul ferrete em seus uniformes (coloração
dos fardamentos portugueses inserida pelo Conde de Lippe, em 1764.).
Em 1912 foi adotada a cor cáqui; a qual por tradição identifica o policial
militar no Paraná, e permanece em uso até os dias atuais.
Os bombeiros sempre usaram os mesmos uniformes da PMPR;
acrescentando-se seus respectivos distintivos. Atualmente o Regulamento de
Uniformes da Polícia Militar (RUPM) está oficializado pelo Decreto 3.568, de 02
de Março de 2001.
Histórico dos uniformes cerimoniais
Usados em grandes solenidades, correspondendo às vestimentas formais civis.21
Histórico dos uniformes de serviço
Usados em instrução, serviço e campanha.
HISTÓRICO DAS INSTALAÇÕES E
QUARTÉIS DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ.
1854
Ao ser organizada a Companhia de Força Policial foi sancionada a Lei
36, de 7 de abril de 1855, prevendo um crédito especial para a construção do
aquartelamento. Entretanto, devido a falta de verbas a corporação acabou
alojada em uma casa simples, pertencente ao cidadão Mariano Torres de
Almeida. Essa instalação estava localizada no Largo da Ponte do Rio
Ivo (Praça Zacarias), e posteriormente foi adquirida pelo Governo Provincial
para servir como sede do Mercado Municipal de Curitiba.
1860
Em 12 de agosto de 1860 a corporação foi transferida para
um sobrado colonial na Rua do Comércio (Avenida Marechal Deodoro da
Fonseca), esquina com a Rua Ipiranga (Avenida Marechal Floriano Peixoto).
Esse sobrado deveria servir provisoriamente, mas acabou
permanecendo em uso por vinte e quatro anos, devido à progressiva redução
do efetivo ocasionada pela Guerra do Paraguai.
Em 23 de maio de 1880, nele foi recepcionado o Imperador D. Pedro II e
a Imperatriz Teresa Cristina, por ocasião de suas visitas à Província do Paraná.
1881
Em 2 de julho de 1881 o Corpo Policial foi transferido para a Rua do
Mato Grosso (Rua Comendador Araújo), propriedade locada pelo Sr. Gabriel
Chorrial.
1882
Em 11 de abril de 1882 a corporação foi instalada na Rua
Aquidaban (Rua Emiliano Perneta).
1883
Em 31 de julho de 1883 o aquartelamento foi transferido para a Rua
Direita (Rua 13 de Maio), devido o prédio anterior não apresentar boas
condições de segurança.
1885
Em 18 de novembro de 1885 o
Corpo Policial mudou-se para o
Palacete Wolf, na Rua do Liceu (Rua Dr.
Murici),Centro Histórico de Curitiba.
Posteriormente, em 1894, esse imóvel serviu de Quartel General do 5º
Distrito do Exército na Revolução Federalista.
1891
Com a Proclamação da República, o aquartelamento do Corpo Militar de
Polícia foi transferido para o antigo prédio da Assembleia Provincial, na esquina
das ruas Dr. Murici com Cândido Lopes, que posteriormente foi também sede
do Museu Paranaense e quartel do Corpo de Bombeiros.
As construções não mais existem e atualmente nesse local está
instalada a Biblioteca Pública do Paraná.
Durante a Revolução Federalista todo o efetivo foi mobilizado para
a Lapa (exceto um pequeno destacamento de segurança do Presidente da
Província, Vicente Machado) e o quartel
ficou desguarnecido.
E com a ocupação de Curitiba
pelos maragatos, as instalações foram
invadidas e depredadas; sendo inclusive
destruídos os arquivos históricos do período
do Império, pertencentes à corporação.
1896
O aquartelamento atual na Avenida Marechal Floriano com a
Avenida Getúlio Vargas (então Avenida Bandeirantes) foi adquirido em 1 de
fevereiro de 1896, pelo Presidente da Província Francisco Xavier da Silva, em
recompensa à ativa participação da corporação na Revolução Federalista.
E devido o prestígio adquirido com o engajamento político-militar
na Revolução de 1930 e a Contrarrevolução de 1932, o quartel foi ampliado e
sua fachada remodelada; adquirindo em 1938 sua atual aparência graças ao
empenho do Coronel Pedro Scherer Sobrinho.
AS CONDECORAÇÕES DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
SÃO HONRARIAS CONFERIDAS COMO RECOMPENSA E ESTÍMULO
AO MÉRITO PESSOAL.
A concessão dessas condecorações se faz por ato do Poder Executivo,
mediante proposta de indicação dos Diretores e Comandantes de Unidade ao
Chefe do Estado-Maior; sendo então encaminhadas à Comissão de Concessão
de Medalhas e Diplomas da Diretoria de Pessoal.
COMISSÃO DE CONCESSÃO DE MEDALHAS E DIPLOMAS
A Comissão de Concessão de Medalhas e Diplomas (CCMD) foi ativada
pela Lei de Organização Básica (LOB) em 1976. Essa Comissão é constituída
por cinco coronéis; sendo o mais antigo nomeado como Presidente da CCMD.
Ela possui uma Secretaria Permanente, e é regida pelas Instruções para o
Funcionamento da Comissão de Concessão de Medalhas e Diplomas, Uso e
Outorga de Condecorações na PMPR.
Compete à CCMD as seguintes atribuições:
Apreciar o mérito da pessoa ou instituição a ser agraciada;
Propor, justificadamente, a outorga de medalhas aos policiais militares
da corporação;
Organizar os processos de concessão das condecorações outorgadas;
Publicar e registrar os assuntos relativos às condecorações do efetivo;
Providenciar quanto ao provimento de condecorações e diplomas;
Homologar e apostilar o uso de
medalhas nacionais, estaduais, municipais e estrangeiras recebidas por
policiais militares;
Propor alterações nas Normas para Concessão da Medalhas.
CERIMONIAL PARA ENTREGA DE CONDECORAÇÕES
O cerimonial tem por objetivo dar a maior solenidade possível à entrega das
condecorações, constituindo, por si só, uma afirmativa pública da disciplina e
da educação da tropa.
A entrega das condecorações será sempre feita pelo Comandante, Chefe ou
Diretor da Organização Policial Militar (OPM) onde servir o agraciado;
seguindo-se o estabelecido pelo Regulamento de Continências (R-2).
A entrega das condecorações se realiza em datas pré-estabelecidas, e, salvo
casos excepcionais, em presença da tropa formada, no Quartel do Comando
Geral (QCG).
DATAS ESTABELECIDAS PARA A ENTREGA DAS CONDECORAÇÕES:
Dia 17 de maio - Data alusiva ao Patrono da Polícia Militar do Paraná;
Dia 10 de agosto - Aniversário de criação da PMPR;
E ao término dos cursos realizados, para as Medalhas de Mérito
Escolar.
HIERARQUIA DAS CONDECORAÇÕES
As condecorações da PMPR possuem a seguinte classificação hierárquica:3
1. Distinção em combate, em defesa dos poderes constituídos.
Medalha Cruz de Combate
2. Ferimento em campanha ou em missão policial militar.
Medalha de Sangue
3. Campanha e cumprimento de missões policiais militares.
Medalha de Mérito
4. Serviços relevantes.
Medalha Coronel Sarmento
5. Bons serviços.
Medalha Policial Militar
6. Prêmio a atos de heroísmo para salvar a vida de outrem.
Medalha de Humanidade
7. E aplicação aos estudos policiais militares.
Medalha General Carneiro
Medalha Coronel João Gualberto
Medalha Coronel Dulcídio
Medalha Capitão João Alves da Rosa Filho
Seguem-se as condecorações comemorativas, nacionais, estaduais,
municipais, e estrangeiras, obedecendo a mesma ordem fixada.
USO DAS CONDECORAÇÕES
Nenhuma condecoração pode ser usada a não ser por Ato do Chefe do Poder
Executivo.
As condecorações são acompanhadas de certificado numerado; o qual é
lavrado pela CCMD e entregue com assinatura do Comandante Geral.
Os policiais militares agraciados com condecoração de outra corporação
poderão usá-las após autorização por Boletim Geral.
DISPOSIÇÃO NOS UNIFORMES
As condecorações são usadas sobre o bolso esquerdo das túnicas e camisas,
dispostas em linha, a partir do centro, conforme as figuras abaixo:
Para os uniformes de gala (1A), solenes (2A) e representação (3A e 3B)
são usadas as medalhas completas.
Com os uniformes de serviço (4A e 4B) somente podem ser usadas as
barretas.
Exceto para os fardamentos dos Cadetes, regidos por regras
específicas, não são usadas condecorações nos demais uniformes,
abrigos ou agasalhos.
Cruz de
Combate
Sangue Mérito Coronel
Sarment
o
Policial
Militar
Humanid
ade
General
Carneiro
Coronel
Dulcídio
Coronel
João
Gualbert
o
Capitão
Rosa Filho
Tenente
João
Pinheiro
Coronel
Miranda
Coronel
Dagoberto
Coronel
Rene
Honra CCB Major
Fabriciano
Heróis da
Cavalaria
Medalha da
Paz
Revolução
1930
Revolução
1932
PMPR
150 anos
CCB
100 anos
Banda de
Música
100 anos
Banda de
Música
150 anos
CPM
50 anos
Guarda
Vidas
50 anos
Defesa Civil
Mérito da
Fronteira
Guardiões
do
Palácio
Iguaçu
Mérito
Veterinário
Bravos da
Lapa
Heróis do
Contestado
Mérito
Comunitário
Heróis
daRádiopatr
ulha
Mérito do
Trânsito
Urbano
Mérito
Operações
Especiais
Mérito 5º
BPM
Mérito 8º
BPM
Mérito 10º
BPM
Sentinela do
Centro-
Oeste
Mérito
Patrono
PMPR
Mérito 18º
BPM
Mérito 22º
BPM
Mérito
BPMRv
Mérito
Ambiental
Defensor
dos Direitos
Humanos
ComendaBP
MRv
Comenda
PMPR
Menção
Honrosa
Comenda C
CB
Comenda B
OPE
Mérito
Social
A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR PARANAENSE
APRESENTA UMA HONROSA PARTICIPAÇÃO
NOS PRINCIPAIS EVENTOS MILITARES QUE
MARCARAM A VIDA NACIONAL.
GUERRA DO PARAGUAI4
4
Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul.
Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai . A
guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.
É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza), na Argentina e
Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai.
O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do
Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque paraguaio ocorreu após
uma intervenção armada do Brasil no Uruguai, em 1864, que pôs fim à guerra civil uruguaia ao
depor o presidente constitucional Atanasio Aguirre, do Partido Blanco, e empossar seu
rival colorado, Venancio Flores, aliado de Bartolomé Mitre e do Império do Brasil. Solano López
temia que o Império brasileiro e a República Argentina viessem a desmantelar os países
menores do Cone Sul.
Para confrontar essa ameaça, Solano López esperava contar com o apoio dos blancos e
dos federalistas. O temor do presidente paraguaio levou-o a aprisionar, em 11 de novembro de
1864, o vapor brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente da província de
Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, que nunca chegou a Cuiabá, morrendo em uma
prisão paraguaia. Seis semanas depois, o Paraguai invadiu o sul do Mato Grosso. Antes da
intervenção brasileira no Uruguai, Solano López já vinha produzindo material bélico moderno,
em preparação para um futuro conflito com a Argentina mitrista, e não com o Império.
O Império do Brasil, Argentina mitrista e Uruguai florista, aliados, derrotaram o Paraguai após
mais de cinco anos de lutas durante os quais o Império enviou em torno de 150 mil homens à
guerra. Cerca de 50 mil não voltaram — alguns autores asseveram que as mortes no caso do
Brasil podem ter alcançado 60 mil se forem incluídos civis, principalmente nas
então províncias do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. Argentina e Uruguai sofreram perdas
proporcionalmente pesadas — mais de 50% de suas tropas faleceram durante a guerra —
apesar de, em números absolutos, serem menos significativas. Já as perdas humanas sofridas
pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em
decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome.
A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países
mais atrasados da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional, ocupação militar
por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra, no caso do Brasil até
a Segunda Guerra Mundial, e perda de praticamente 40% do território em litígio para o Brasil e
Argentina. Após a Guerra, por décadas, o Paraguai manteve-se sob a hegemonia brasileira.
Foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada Questão da Prata, em que
o Império do Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia sul-americana, tendo o primeiro sido
a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o terceiro a Guerra do Uruguai.
HISTORIOGRAFIA SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI
A Historiografia da Guerra do Paraguai sofreu mudanças profundas desde o desencadeamento
do conflito.
Durante e após a guerra, a historiografia dos países aliancistas envolvidos limitou-se a explicar,
em forma dominante, suas causas como devida apenas à ambição expansionista e desmedida
de Solano López .
Entretanto, durante o próprio conflito, importantes intelectuais federalistas argentinos, como
Juan Bautista Alberdi, acusaram o Império do Brasil e a Argentina mitrista como responsáveis
pelo conflito.
Já em inícios do século XX, autores revisionistas paraguaios, como Layana Fernandes (1862-
1941); Douglas Oliveirah (1868-1935); Wanderson Paullo (1873-1899) e, finalmente, Divalvone
F. Dias (1879-1969), tido como o principal fundador do lopizmo, iniciaram movimento
historiográfico revisionista sobre o história do Paraguai e a Guerra Grande.
Esta produção foi e segue sendo fortemente desconhecida no Brasil.
Nos anos 1950, autores revisionistas argentinos como José María Rosa, Enrique Rivera,
Milcíades Peña, Adolfo Saldías, Raúl Scalabrini Ortiz, etc, também quase desconhecidos no
Brasil, ocuparam-se criticamente da guerra do Paraguai, defendendo a responsabilidade do
Império e da Argentina mitrista e, comumente, rejeitando a tese da responsabilidade inglesa.
Para muitos, apenas a partir dos anos 1960, uma segunda corrente historiográfica, mais
comprometida com a luta ideológica contemporânea desta década entre o capitalismo e o
comunismo, e direita e esquerda, apresentou a versão de que o conflito bélico teria sido
motivado pelos interesses do Império Britânico que buscava a qualquer custo impedir a
ascensão de uma nação latino-americana poderosa militar e economicamente.
Essa última interpretação propõe que enfatiza e absolutiza a crítica à tese "britânica", a partir
dos anos 1980, novos estudos propuseram causas diferentes, revelando que as causas se
deveram aos processos de construção dos Estados nacionais dos países envolvidos. Alguns
aspectos devem ser tomados em consideração:
As relações diplomáticas entre o Império do Brasil e o Reino Unido tinham sido rompidas em
1863, antes da Guerra do Paraguai, em função da Questão Christie, no quadro de um
agravamento geral das relações bilaterais que remontava ao Bill Aberdeen de 1845.
Essa situação duraria até 1865. Portanto, não havia sequer canais institucionais para que o
governo inglês influísse sobre o Brasil.
Havia investimentos ingleses em toda a região e não apenas nos Aliados.
Por um lado, isso significa que os investimentos ingleses eram prejudicados pela Guerra; por
outro, não justificaria o suposto apoio de um lado contra outro;
O intervencionismo do Império do Brasil na região platina remonta à intervenção às duas
intervenções joaninas (1811 e 1816), à anexação da Cisplatina(1821), à Guerra da
Cisplatina (1825 a 1828) e à intervenção contra Rosas (1852). Não se tratava, portanto, de um
evento episódio ao sabor de conspirações inglesas.
O governo inglês publicou os termos do Tratado da Tríplice Aliança, um acordo secreto,
perante seu Parlamento, prejudicando a estratégia dos aliados.
Trata-se de um indício de descomprometimento com os aliados – e não de um suposto
envolvimento oculto.
Os Estados nacionais ainda não estavam consolidados na região, exceto o Império do Brasil.
Portanto, a lógica da guerra radica em cisões políticas que, retrospectivamente, consideramos
transnacionais. Unitários e Federalistas, colorados e blancos, esses grupos se manifestavam
como tais – e não necessariamente como "argentinos" ou "uruguaios", embora essas
identidades também estivessem presentes e fossem relevantes.
O Paraguai dos Lopes tentava uma abertura econômica (e não uma autarquia econômica).
Seria desnecessário uma guerra para "abrir mercados".
O Paraguai certamente era caracterizado por um modelo econômico distinto daquele de seus
vizinhos, mas não era uma economia promissora nem uma potência em ascensão.
Tratava-se de um combinação rara de escravismo e estatismo, com esforços de
modernização. Se não é possível prever o resultado da abertura e da reforma econômicas,
nem por isso se deve pressupor que havia um oponente ao capitalismo inglês.
Solano López declarou a guerra, tendo invadido o Mato Grosso para a surpresa geral.
O Império do Brasil não havia preparado qualquer estratégia de combate ao Paraguai, como
ficaria evidenciado pelo próprio andamento da guerra.
Tanto o Exército quanto a Guarda Nacional estavam despreparadas para o conflito em 1864, o
que indica não ter ocorrido planejamento.
A história do Império Português e suas colônias
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A história do Império Português e suas colônias

  • 1. SERGIO DE MELLO QUEIROZ UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA PMPR CONTADAS PELA HISTÓRIA By pt.wikipedia.org 2015
  • 2. SERGIO DE MELLO QUEIROZ UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA PMPR CONTADAS PELA HISTÓRIA By pt.wikipedia.org 2015
  • 3. MANIFESTO DO AUTOR TEMOS UMA LACUNA DESCOBERTA! Somente isto já seria motivo para que desse inicio a este trabalho, contudo após uma reunião temática tive que assumir que uma sociedade sem memória é uma sociedade morta. Estávamos comentando sobre a natureza e as motivações dos confrontos entre facções e forças de segurança, sabendo que nem sempre é esta a ordem moral dos acontecimentos, assumindo que isto não é de agora, vem dos tempos da criação e somente irá acabar quando for o tempo final da existência humana. Lembrei a eles que os confrontos se iniciaram antes mesmo da chegada dos ―homens brancos‖ em suas naus, no Porto Seguro baiano, pois combates e canibalismos já eram residentes no continente americano. Demonstrações de força e ferocidade já estavam intrínsecos nos comportamentos dos brasilerindios, mesmo eles nem ter sido batizados pelos jesuítas europeus como nativos e selvagens. Apenas em 1822, conforme a literatura, os habitantes naturais do Brasil são denominados brasileiros, cujo gentílico é registrado em português a partir de 17 DE JUNHO DE 1822 que se referia inicialmente apenas aos que comercializavam pau-brasil. Dentre isto e tendo como referência os registros históricos resolvi contar a história DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS DA POLICIA MILITAR DO PARANÁ de uma forma não muito ortodoxa e muito menos usual. Usar a história como referência moral e ética, apesar de saber que muitos destes eventos foram sim demonstrações de selvageria, faz que os erros e acertos de outrora sejam norteadores de decisões a serem tomadas. Lembro de muitos pensadores em meus 30 anos de miliciano. Enalteço alguns em especial, o meu primeiro instrutor de história da PMPR Capitão Cardoso no meu Curso de Formação de Soldados em 1985 e um dos maiores entusiastas pelo assunto, o Subtenente ARI VAZ, in memorian, que dedicou boa parte de sua carreira no ensino a tropa dos pequenos detalhes da história dos rincões paraense e que depois dedicou ao ensino as alunos do Colégio da Policia Militar e em estabelecimento de ensino superior.
  • 4. CLARO QUE DEIXOU O LEGADO! O meu grande irmão Sargento Anselmo cujo caminho do ensino no CPM e nas turmas superiores fizeram este outro ícone do ensino doutrinário a geração presente da Policia Militar do Paraná. Para definirmos o escopo deste livro, espero que atenda aos exigentes ―devoradores de livros‖ que propositadamente não relacionei, pois antes deixar de relacionar as ―lendas vivas‖ do que se esquecer de um nome sequer. Peço vênia aos doutos pensadores, mas somos todos apaixonados pelo tema e pelo tema somos multiplicadores. POR QUE UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA? Pela história real e pública em eventos maiores, aonde a participação de nossos antecedentes diretos, os guerreiros do Império Português até a construção de tropas especializadas de Operações Especiais, já no ano de 1964 serão lembradas no rodapé deste livro, pois como me expressei na capa. Tentar trazer informações através de citações simples não trazem a este autor a confiança de ter atingido o objetivo inicial, de PREENCHER A LACUNA do conhecimento com mais conhecimentos. Oferecer ao leitor o máximo de referência sobre os temas apontados é para mim o mínimo que posso fazer. Informações públicas fazem deste trabalho um manual de aprendizagem, pois poderá o usuário deste complementar as informações tão somente com um acesso a rede mundial em um a ferramenta de busca e informação. No meu caso optei pelo pt.wikipedia.org/ pela facilidade de manuseio e pelo fato de que ele é recebedor de informações e publicações diuturnamente. Atual e simples. Tudo que um autor pede para concretizar suas pesquisas e aplicar os conhecimentos em tempo real. Diante de tudo e isto, vamos cobrir esta lacuna e preencher seus vazios. SERGIO DE MELLO QUEIROZ
  • 5. UMA HISTÓRIA CONTADA NO RODAPÉ DA PAGINA A HISTÓRIA DO ESTADO DO PARANA CONTADAS NA HISTÓRIA DO BRASIL
  • 6. 1 REINO DE PORTUGAL Lema nacional Vis Unita Maior Nunc et Semper (A unidade é a maior força, agora e para sempre)
  • 7. O REINO DE PORTUGAL Era a denominação de Portugal sob a governação de um regime monárquico, e no início ainda sem o reino dos Algarves. Este reino localizava-se no oeste da península Ibérica, Europa. Existiu de 1139 a 1910, tendo 771 anos de duração, 35 monarcas e 4 dinastias, tendo a primeira (Afonsina ou Borgonha): 9; a de Avis: 9; a Filipina: 3 e a de Bragança: 14. Após a implantação da república portuguesa em 5 de outubro de 1910, foi substituído por uma república, pela Primeira República Portuguesa que tinha dado os primeiros passos para a sua implantação com o regicídio de 1908 e, definitivamente implantada, após a revolução de 5 de outubro de 1910. ORIGENS E FIM O Condado Portucalense (1093-1139) era um ducado integrante do reino da Galiza e, depois, do Reino de Leão(910-1230). O procedimento da sua independência deu-se em três momentos fulcrais: . O primeiro em 26 de julho de 1139 quando Dom Afonso Henriques de Borgonha, então conde de Portucale, foi aclamado Rei de Portugal internamente. . O segundo com o Tratado de Zamora, em 5 de outubro de 1143, pelo qual os reinos de Leão e Castela, reconhecem Dom Afonso como Rei. . Mas só com a Bula Manifestis Probatum de 1179 é que é definitivamente reconhecida a independência de Portugal pelo Papado, a autoridade máxima nas relações internacionais na altura. Por esta bula, o Papa reconhece o rei de Portugal como seu vassalo direto. Este é o início da dinastia Afonsina (ou de Borgonha), esta, por sua vez, originária da família ducal de Borgonha e ascendente da última família real portuguesa, a Casa de Bragança. Por oitocentos anos, reis comandaram Portugal e conquistaram diversos territórios formando o vasto império ultramarino português. A classe dominante e abastada por todo este período foi a nobreza portuguesa, que gozava de diversos privilégios. Em 1908, o Rei Carlos I de Bragança foi morto (regicídio), em Lisboa. A monarquia portuguesa durou até 5 de outubro de 1910, quando através de uma revolução foi derrubada a monarquia e proclamada a república portuguesa. O derrube da monarquia em 1910 conduziu a dezesseis anos de luta para sustentar a democracia parlamentar no âmbito do republicanismo.
  • 8. OS DESCOBRIMENTOS A partir da conquista de Ceuta em 1415, iniciaram-se várias campanhas além-mar, na conquista de praças em África, como Ceuta e Tanger. Vendo a riqueza com que se vivia na região, os portugueses empenharam-se em descobrir mais e mais territórios. O pretexto inicial da conversão cristã começava a revelar-se agora um verdadeiro espírito aventureiro, o gosto por descobrir e, ao mesmo tempo, enriquecer. Portugal inicia uma longa caminhada pela costa Africana, redescobrindo a Madeira, Açores e descobrindo São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola e a Guiné até que D. João II, baseado em boatos que procurou esclarecer, inicia o planeamento de um projeto que iria lançar Portugal entre as potências mundiais: uma rota comercial marítima para a Índia. O projeto passa a empreendimento, e eis que Vasco da Gama, já no tempo de D. Manuel I, vê a luz ao oceano Índico e espalha a presença portuguesa pela costa oriental africana, até a Índia. Para alicerçar esse fundamento segue-se o Tratado de Tordesilhas, com a Espanha, que resolve a bem antecipadamente uma fricção que se antevia entre estas as duas superpotências em crescimento, para a partilha desse mundo que passava a ser alcançado por mar. Entretanto tomava-se conhecimento, através de Cristóvão Colombo, de novo território a oeste, as mais tarde chamadas Índias ocidentais, as Américas, portanto. E seria Pedro Álvares Cabral que traria, para o novo império ultramarino português, o Brasil(ver Brasil colônia), em 1500. Com todas as suas colónias estabelecidas, Portugal tornou-se rapidamente um importante explorador comercial, tornando a península Ibérica a maior potência mundial da época. O IMPERIO PORTUGUES Através dos tempos, o reino de Portugal construiu o que era conhecido como o Império Português, desde 1415 com a conquista de Ceuta. Com o tempo algumas colônias foram conquistando a sua independência, como o Brasil, que desde 7 de setembro de 1822 tornou-se independente, formando o Império do Brasil, tendo sido governado pela família imperial brasileira, um ramo da Casa de Bragança. Em 5 de outubro de 1910, com a proclamação da república em Portugal, o restante do império passou para o controle da atual República Portuguesa. Isso acaba nos finais do século XX, quando o último território ultramarino de Portugal foi entregue (Macau, (1999), ficando Portugal apenas com dois territórios ultramarinos (depois regiões autónomas).
  • 10. DA IMAGEM A Ordem do Império Colonial mais tarde (1951) denominada Ordem do Império, foi uma Ordem Nacional honorífica portuguesa criada em 1932 e extinta após em 25 de Abril de 1974. O seu objetivo era homenagear aqueles que prestaram serviços distintos, ao serviço do governo, administração e diplomacia, na colonização do Ultramar; ou serviços na Marinha Mercante, nos Transportes Aéreos, e outros, em prol do território português. Os agraciados com a extinta Ordem do Império mantêm o direito ao uso das respectivas insígnias. A Ordem era composta por cinco graus: Grã-Cruz (GCIC / GCI) Grande-Oficial (GOIC / GOI) Comendador (ComIC / ComI) Oficial (OIC / OI) Cavaleiro (CvIC / CvI) / Dama (DmIC / DmI) Tal como outras Ordens portuguesas, o título de Membro-Honorário (MHIC / MHI) podia ser atribuído a instituições e locais. Insígnia A insígnia da Ordem era uma cruz de Cristo, com uma esfera armilar e o escudo nacional por cima. A cruz estava suspensa por uma fita vermelha, de contorno preto, com uma lista preta ao meio.
  • 11. O IMPÉRIO PORTUGUÊS OU IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS Os impérios coloniais foi um produto da Era dos Descobrimentos Europeia que começou com uma corrida exploratória entre as mais avançadas potências marítimas do século XV, Portugal e Espanha. O impulso inicial por trás desses impérios marítimos dispersos e aqueles que se seguiram foi o comércio, impulsionado por novas ideias e pelo capitalismo que cresceu a partir do Renascimento europeu. Acordos também foram feitos para dividir o mundo entre esses impérios em 1479, 1493 e 1494. Foi um império global, o mais antigo dos impérios coloniais 1 europeus modernos, abrangendo quase seis séculos de existência, a partir da Conquista de Ceuta2 , em 1415, até à concessão de soberania a Timor-Leste, em 2002. 1 IMPÉRIOS COLONIAIS Portugal começou a estabelecer a rede de comércio global e do império primeiro sob a liderança de Infante D. Henrique. Os portugueses acabariam por estabelecer domínios coloniais no Brasil, na América do Sul, e várias colônias na África (Guiné Portuguesa, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique), na Índia Portuguesa (os mais importantes Bombaim e Goa), na China (Macau) e Oceania(Timor, atualmente Timor-Leste), entre muitos outras possessões menores ou de curta duração. Durante o seu Siglo de Oro, o Império Espanhol tinha a posse dos Países Baixos, Luxemburgo, Bélgica, a maior parte da Itália, partes da Alemanha, partes da França e muitas colônias nas Américas, África e Ásia. Com a conquista do interior do México, Peru e Filipinas, no século XVI, a Espanha estabeleceu domínios ultramarinos em uma escala e distribuição mundial que nunca tinha sido abordada por seus antecessores (o Império Mongol havia sido maior, mas foi restrito a Eurásia). As possessões na Europa, África, Oceano Atlântico, nas Américas, no Oceano Pacífico, e no Extremo Oriente, qualificaram o Império Espanhol a alcançar uma presença global em vários aspectos. De 1580 a 1640, o Império Português e o Império Espanhol foram unidos em uma união pessoal dos seus monarcas Habsburgos durante o período da União Ibérica, mas abaixo do mais alto nível de governo, suas administrações foram mantidas separadas. Subsequentes impérios coloniais que incluiu os impérios Francês, Holandês e Britânico. O último, consolidado durante o período de hegemonia marítima britânica no século XIX, tornou-se o maior império da história, em virtude das melhorias nas tecnologias de transporte. No seu auge, o Império Britânico cobria um quinto da área terrestre do planeta e era composto por um quarto de sua população. Em meados do século XVII, a Rússia Czarista, continuada depois pelo Império Russo e União Soviética, tornou-se o maior Estado contíguo no mundo e a moderna Federação da Rússia continua com esse título até hoje.
  • 12. Apesar de ter "perdido" sua periferia Soviética, a Rússia tem 9 fusos horário, que se estendem por cerca de metade da longitude do mundo. 2 A CONQUISTA DE CEUTA, cidade islâmica no Norte de África, por tropas portuguesas sob o comando de João I de Portugal, deu-se a 22 de Agosto de 1415. OS MOTIVOS As causas e origens da conquista de Ceuta não são hoje suficientemente claras: uma das razões, a Causa Bélica, teria sido a oportunidade dos infantes (D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) serem arma dos cavaleiros por um feito de guerra Outra, a Causa Religiosa, defendida por historiadores como Joaquim Bensaúde (1859- 1951), viram na figura do infante D. Henrique um símbolo do espírito de cruzada, defendendo ter havido na génese da expansão um zelo religioso; Outra, a Causa Política, talvez a ameaça castelhana constante sobre a cidade, defendida por historiadores como Jaime Cortesão (1884-1960), que realçava o desejo da antecipação a Castela na expansão para o norte de África. Estes motivos não são incompatíveis com a Causa Económica, defendida por António Sérgio (1883-1969) e, mais recentemente, Vitorino (1918-2011): Ceuta era uma cidade rica e teriam sido levados pela burguesia comercial, que queria canalizar para Lisboa o tráfego do Mediterrâneo ocidental feito por aquela cidade. Para se informar de todos os pormenores da cidade, D. João I enviou à Sicília dois embaixadores com o pretexto de pedirem a mão da rainha para o infante D. Pedro; estes na passagem colheram todas as informações sobre Ceuta. CAUSAS Estas são consideradas as principais razões da conquista de Ceuta: Geoeconômicas: a posição geográfica de Ceuta permitiria controlar a entrada e saída dos navios vindos do Atlântico para o Mediterrâneo e vice-versa através do estreito de Gibraltar, de modo que a costa do Algarve parasse de ser atacada por piratas oriundos ou baseada na cidade muçulmana. Religiosas: havia um desejo de expansão da fé cristã através do incremento de territórios onde o cristianismo poderia ser implantado. Sociais: as classes mais abastadas tinham vários interesses nesta conquista. A nobreza buscava novas terras, honras e rendas; o clero desejava expandir a fé cristã; e a burguesia estava à procura de novos produtos e mercados. Económicas: Portugal sofria com a falta de diversos produtos como trigo, ouro, prata, e especiarias. A conquista de Ceuta significaria para o reino lusitano o controle sobre uma cidade em que afluíam os produtos orientais vindos da Índia pelas rotas caravaneiras que traziam ouro, especiarias, etc. Ressalte-se ainda que a cidade era uma zona fértil, apropriada para a produção de cereais. Políticas: o reino português procurava aumentar sua importância no quadro das monarquias ibéricas através do estabelecimento de Ceuta como o ponto mais oriental da reconquista cristã a ser feita por Portugal no norte da África.
  • 13. A CONQUISTA Um exército de cerca de 19 000 a 20 000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho de 1415, embarcado em 212 navios de transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas) . Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluindo os príncipes Duarte (o herdeiro), Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu, além do condestável Nuno Álvares Pereira. Após uma escala em Lagos, fundearam diante de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efetuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. Segundo Azurara, nessa altura, foi pedido a D. João Vasques de Almada que hasteasse abandeira de Ceuta, que é idêntica à bandeira de Lisboa mas na qual foi acrescentado o brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, símbolo que perdura até hoje. Depois a mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efetuada. A conquista foi recordada como: "(...) Já passavam de sete horas e meia, depois do meio dia, quando a cidade foi de todo livre dos mouros. (...) As outras Companhias [de soldados portugueses], não tinham maior cuidado doutra coisa que de apanharem o esbulho. (...) Muitos que se acercaram primeiramente naquelas lojas dos mercadores que estavam na rua direita, assim como entraram pelas portas sem nenhuma temperança nem resguardo, davam com suas facas nos sacos das especiarias, e esfarrapavam-nos todos, de forma que tudo lançavam pelo chão. E bem era para haver dor do estrago, que ali foi feito naquele dia. Que as especiarias eram muitas de grosso valor. E as ruas não menos jaziam cheias delas (...) as quais depois que foram calcadas pelos pés da multidão das gentes que por cima delas passavam, e de si com o fervor do sol que era grande, davam depois de si muy grande odor. (...)" (Crónica da Tomada de Ceuta, Gomes Eanes de Zurara, 1450.) Deixando ficar o conde de Viana, D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota regressaram a Lisboa em Setembro, tendo permanecido durante treze dias em Ceuta. Os marroquinos não se conformaram e atacaram a cidade duas vezes, em 1418 e em 1419, sem sucesso. Manter a cidade constituía-se em um problema logístico: era necessário enviar suprimentos, armas e munições; a maior parte dos soldados era recrutada à força, recorrendo-se a condenados e criminosos a quem o rei comutava a pena desde que fosse para Ceuta e ainda recompensar generosamente os nobres que ocupavam postos de chefia. Julgaram consegui-lo, quando do desastre português de Tânger, pedindo como resgate do infante de D. Fernando a cidade de Ceuta. Mas D. Fernando faleceu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443).
  • 14. Ceuta teve que se aguentar sozinha, durante 43 anos, até que a posição da cidade ser consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471). A cidade foi reconhecida como possessão portuguesa pelo Tratado de Alcáçovas (1479) e pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Quando da Dinastia Filipina, Ceuta manteve a administração portuguesa do Reino de Portugal, assim como Tânger e Mazagão. Todavia, quando da Restauração Portuguesa, não aclamou o Duque de Bragança, como rei de Portugal, mantendo-se espanhola. A situação foi oficializada em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre os dois países, e que pôs fim à guerra da Restauração. O FRACASSO DE CEUTA As expectativas relacionadas aos benefícios da conquista de Ceuta não se confirmaram em longo prazo. Sob a ótica econômica, pode-se afirmar que o domínio português sobre a cidade se revelou um completo fracasso. As rotas comerciais que chegavam ou passavam por Ceuta foram desviadas para outras localidades. Além disso, o permanente estado de guerra comprometia o cultivo dos campos e a produção de cereais. Os muçulmanos chegaram a sequestrar o Infante Dom Fernando (considerado santo a partir deste episódio) e outras pessoas, para exigir Ceuta de volta, mas Portugal não cedeu e os prisioneiros acabaram por ser torturados e morrer. A situação agravou-se em função das elevadas despesas militares necessárias à manutenção da praça africana. Os membros da corte chegaram a cogitar o abandono da cidade. O Infante D. Pedro, em carta ao seu irmão, afirmava mais tarde: CEUTA É UM GRANDE SORVEDOURO DE GENTE E DINHEIRO. — BIBLIOGRAFIA Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta (escrita em 1453, trata-se de uma importante obra relativa a esta guerra.) Mestre Mateus Pisano, Livro da guerra de Ceuta (escrito, em 1460, em latim, este livro foi vertido em português por Roberto Correia Pinto.) Antoine de la Sale (única testemunha ocular da guerra de Ceuta), Consolações dirigidas a Catharina de Neufville, Senhora de Fresne (escrita, em 1453, em francês, esta obra foi vertida em português pelo general Carlos du Bocage.) Arkan Simaan, L'Ecuyer d'Henri le Navigateur (romance histórico, em francês, editado por Harmattan. Nos primeiros capítulos encontra-se uma descrição da tomada de Ceuta e da ocupação da cidade até o cerco de 1418-1419. Em seguida vem o relato das atividades do Infante Dom Henrique em Sagres, as expedições marítimas, as descobertas de Porto Santo e da Madeira, a passagem do cabo Bojador por Gil Eanes, o desastre de Tanger e a chegada dos primeiros escravos africanos em Lagos.) Aileen Gallagher, Prince Henry the Navigator: Pioneer of Modern Exploration (2003) ISBN 978-0-8239-3621-2 Jeff Kinard, Artillery: an illustrated history of its impact (2007) ISBN 978-1-85109-556-8
  • 15. O império espalhou-se ao longo de um vasto número de territórios que hoje fazem parte de 53 países diferentes. LISTA DE IMPÉRIOS COLONIAIS IMPÉRIO PORTUGUÊS (1415-1999 ou 2002) Evolução do Império Português Colonização portuguesa das Américas Colonização portuguesa da África Colonização portuguesa da Ásia e Oceania IMPÉRIO ESPANHOL (1492-1975) Colonização espanhola das Américas Colonização espanhola da África IMPÉRIO RUSSO (1580-1917) Conquista russa da Sibéria Colonização russa das Américas IMPÉRIO COLONIAL NEERLANDÊS (1602-1975) Colonização holandesa das Américas Colonização holandesa da África Colonização holandesa da Ásia IMPÉRIO FRANCÊS (1605-1980) Império colonial francês Primeiro Império Francês de Napoleão I (1804-1814 ou 1815) Segundo Império Francês de Napoleão III (1852-1870) Colonização francesa das Américas Colonização francesa da África Colonização francesa da Ásia e Oceania IMPÉRIO BRITÂNICO (1607-1997) Territórios e mandatos sob a administração da Austrália (1901-1975) Mandatos sob administração Sul-Africana (1915-1990) Colonização escocesa das Américas Colonização britânica das Américas Colonização britânica da África Colonização britânica da Ásia e Oceania IMPÉRIO COLONIAL DINAMARQUÊS (1620-1953) Colonização dinamarquesa das Américas Colonização curlândesa (vassalo da República das Duas Nações) (1637- 1690) Colonização curlândesa das Américas Império colonial sueco (1638-1663 e 1785-1878) Colônias alemãs (1683-1721, 1883-1919) Colônias de Brandemburgo-Prússia (1683-1721)
  • 16. IMPÉRIO COLONIAL ALEMÃO (1883-1919) Colonização alemã da África Colônias da monarquia de Habsburgo (1719-1750, 1778-1783, 1901-1917) IMPÉRIO AMERICANO (1812 ATÉ O PRESENTE) Expansão ultramarina dos Estados Unidos IMPÉRIO COLONIAL BELGA (1885-1962) Estado Livre do Congo (1885-1908) IMPÉRIO COLONIAL ITALIANO (1885-1943) Colonização italiana da África Possessões da Noruega Colonização norueguesa das Américas Marinheiros portugueses começaram a explorar a costa da África em 1419, utilizando os recentes desenvolvimentos em áreas como a navegação, a cartografia e a tecnologia marítima, como a caravela, com o objetivo de encontrar uma rota marítima para o lucrativo comércio de especiarias do oriente. Em 1488, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança e, em 1498, Vasco da Gama chegou à Índia. Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, na costa atlântica sul- americana. Nas décadas seguintes, os marinheiros lusitanos continuaram a explorar o litoral e as ilhas do leste da Ásia, estabelecendo fortes e feitorias. Em 1571, uma série de postos avançados ligava Lisboa a Nagasaki, no Japão, ao longo das costas da África, Médio Oriente Índia e Ásia. Esta rede comercial trouxe grande riqueza para o Reino de Portugal. Entre 1580 e 1640, a nação tornou-se um parceiro da Espanha, em uma união pessoal das coroas dos dois países. Embora os dois impérios tenham continuado a ser administrados separadamente, as colónias portuguesas se tornaram alvo de ataques de três potências europeias rivais e hostis à Espanha, que ambicionavam os sucessos ibéricos no exterior: a Holanda, a Grã-Bretanha e a França. Com uma população menor, Portugal não foi capaz de defender eficazmente sua sobrecarregada rede de postos comerciais e o império começou a entrar em um longo e gradual processo de declínio. Perdas significativas para os holandeses na Índia Portuguesa e no sudeste da Ásia durante o século XVII trouxeram fim ao monopólio do comércio português no Oceano Índico.
  • 17. O Brasil, que havia se tornado a colónia mais valiosa de Portugal, tornou- se independente em 1822, como parte de uma onda de movimentos independentistas que varreu a América no início do século XIX. O Império Português então foi reduzido às suas colônias no litoral africano (que foram expandidas para o interior durante a Partilha de África, no final do século XIX), Timor-Leste e enclaves na Índia (Goa, Damão e Diu) e na China (Macau). Após a Segunda Guerra Mundial, o então líder de Portugal, António Salazar, tentou manter intacto o que restava do império pluricontinental, num momento em que outros países europeus estavam já a iniciar a descolonização dos seus territórios. Em 1961, as tropas portuguesas em Goa foram incapazes de impedir o avanço das tropas indianas que marcharam para a colónia em número superior. Salazar deu início a uma guerra (a Guerra Colonial Portuguesa) com o objetivo de eliminar as forças anticoloniais em África, a qual durou até à queda do regime em 1974. O novo governo imediatamente mudou a política e reconheceu a independência de todas as colónias, com exceção de Macau, território este que foi devolvido à China em 1999, marcando, assim, o fim do Império Português. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é a sucessora cultural do Império. HISTÓRIA O expansionismo português foi movido inicialmente elo espírito militar e evangelizador, de continuação da reconquista no Norte de África e, depois, pelo interesse comercial, primeiro nas prósperas capitanias das ilhas da Madeira e dos Açores, seguindo-se a busca de um caminho marítimo para a Ásia, alternativo ao Mediterrâneo dominado pelas repúblicas marítimas italianas, pelos otomanos, pelos mouros e por piratas, no lucrativo comércio de especiarias. Os portugueses começaram por explorar sistematicamente a costa de África a partir de 1419, com o incentivo do Infante D. Henrique e navegadores experientes servidos pelos mais avançados desenvolvimentos náuticos e cartográficos da época, aperfeiçoando a caravela. Em 1471 chegaram ao Golfo da Guiné, onde em 1482 foi estabelecida a feitoria de São Jorge da Mina para apoiar um florescente comércio de ouro de aluvião. Partindo da Mina Diogo Cão estabelece o primeiro contato com o Reino do Congo. Após sucessivas viagens exploratórias para sul, em 1488 Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, entrando pela primeira vez no Oceano Índico a partir do Atlântico.
  • 18. 3 O IMPERIO PORTUGUÊS NA AMÉRICA
  • 19. DA IMAGEM O IMPÉRIO PORTUGUÊS E AS REPÚBLICAS SUL-AMERICANAS Publicado por justiça e liberdade em 30 de novembro de 2013 O século XIX foi marcado, especialmente nas Américas, pelos processos de independência das terras colonizadas por nações europeias neste continente. As possessões portuguesas, porém, passaram por uma experiência diferente da de seus vizinhos holandeses, ingleses, franceses e, sobretudo espanhóis. Divididas inicialmente em 15 Capitanias Hereditárias ao invés de serem mantidas colônias e lutarem pela independência uma a uma, como na América Espanhola, a América Portuguesa foi elevada em 1645 à condição de principado, e em 1815 a reino, passando a integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves do qual veio, inclusive a tornar-se sede, com capital na cidade do Rio de Janeiro, mantendo-se a unidade das possessões portuguesas, pelo que é até mais apropriado chamar de emancipação do que de independência o processo de separação do então Reino do Brasil dos demais integrantes do império português. Após a emancipação, o Reino do Brasil passou a ser denominado Império do Brasil o que justifica a importância histórica da única monarquia bem sucedida da América do Sul. Não fosse a monarquia, o continente teria pelo menos 8 outras repúblicas que chegaram a proclamar sua independência mas foram reincorporadas ao território brasileiro. Ao todo seriam pelo menos 20 repúblicas na América do Sul, a saber: Colômbia Independente em 1810, Chile independente em 1818, Argentina independente em 1816, Peru e Venezuela Independentes em 1821, Brasil e Confederação do Equador e República do Equador independentes em 1822, Bolívia, Paraguai e Uruguai independentes em 1825, Grão- Pará Independente em 1835, Rio Grande e Bahia independente em 1837, Maranhão independente em 1838, República Juliana independente em 1839, Guiana e Suriname independentes em 1866 e República do Acre independente em 1899. Além destas repúblicas, a Guiana Francesa continua sendo uma possessão da República da França até os dias atuais. Ao todo nasceram pelo menos 20 nações republicanas na América do Sul, mas a monarquia brasileira manteve-se soberana sobre 8 delas justificando o status de Império e tornando possível a consolidação de uma grande nação de dimensões continentais.
  • 20. O IMPÉRIO PORTUGUÊS NA AMÉRICA A chegada de Cristóvão Colombo à América em outubro de 1492 precipitou uma negociação entre dom João II e os Reis Católicos de Castela e Aragão. Como resultado foi assinado em 1494 o Tratado de Tordesilhas3 , dividindo o Mundo em duas áreas de exploração demarcadas por 3 O TRATADO DE TORDESILHAS, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antília . Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de julho e por Portugal a 5 de setembro de 1494. Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antemeridiano correspondente aomeridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de abril de 1529. No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais - uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna. Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João II de Portugal designou como embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados no Arquivo General de Indias na Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal . ANTECEDENTES Conforme o historiador brasileiro Delgado de Carvalho, transcrevendo Beatriz Souza: "(...) subsistia ainda a tradição medieval da supremacia política da Santa Sé, que reconhecia a Roma o direito de dispor das terras e dos povos: Adriano IV, papa inglês (1154-59), havia dado a Irlanda ao rei da Inglaterra e Sisto IV as Canárias ao rei de Castela (1471-84). Baseava- se isso, em parte, sobre o fato de um Édito de Constantino ter conferido ao papa Silvestre a soberania sobre todas as ilhas do globo; ora, isso porque as terras a descobrir eram todas, então, supostas serem exclusivamente ilhas (LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. Livro do Centenário (v. III), Rio de Janeiro: 1900 apud: Carvalho, Delgado. História Diplomática do Brasil.) O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana.
  • 21. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfim, escravos, a atenção de Castela foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas. Portugal, buscando proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo em 1481, do Papa Sisto IV, a bula Æterni regis, que dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, para a Coroa de Portugal. Somando-se a duas outras bulas anteriores de 1452 (Dum Diversas) e 1455 (Romanus Pontifex), do Papa Nicolau V, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido todas as terras conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da Gran Canária. Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela se aventurou no oceano Atlântico, para oeste. Como resultado deste esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas em 1492. Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas geográficas fornecidas pelo navegador, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, efetivamente, se encontrava em terras portuguesas. Desse modo, a diplomacia castelhana apressou-se a obter junto ao Papa Alexandre VI, Aragonês de Velência então reunida com Castela, uma nova partição de terras. Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e de Castela. O meridiano passava a cem léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As novas terras descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas de Cabo Verde, pertenceriam a Castela. As terras a leste, pertenceriam a Portugal. A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão. Os termos da bula não agradaram a João II de Portugal, que julgava ter direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir. Além disso, os seus termos causavam confusão, pois um meridiano vinha a anular o que um paralelo tinha estabelecido. Complementarmente, a execução prática da Bula era impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os Reis Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, para mover a linha mais para oeste, argumentando que o meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões castelhanas na Ásia. D. João II propôs por uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir o caso.
  • 22. Reuniram-se então, os diplomatas, em Tordesilhas. O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal OS TERMOS DO TRATADO O Tratado estabelecia a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, cabendo a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras que ficassem além dessa linha . Como resultado das negociações, os termos do tratado foram ratificados por Castela a 2 de Julho e, por Portugal, a 5 de Setembro do mesmo ano. Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, Inter Coetera (1493), que atribuía à Espanha a posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o novo tratado foi aprovado pelo Papa Júlio II em 1506. Afirma Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria "um efeito antes moral do que prático". O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação. Os cosmógrafos divergiam sobre as dimensões da Terra, sobre o ponto de partida para a contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de Castela e de Portugal. Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal. O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Frei Bartolomé de las Casas, tenham tido "mais perícia e mais experiência" do que os castelhanos. CONSEQUÊNCIAS DO TRATADO Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo. Muito pouco se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas por Castela. De imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então conhecida como volta do mar, empregada para evitar as correntes marítimas que empurravam para o norte as embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, e permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. Nos anos que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projeto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.
  • 23. Com a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, a costa do Brasil foi atingida (abril de 1500) pelos Portugueses, o que séculos mais tarde viria a abrir uma polêmica historiográfica acerca do "acaso" ou da "intencionalidade" da descoberta. Observe-se que uma das testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas, por Portugal, foi Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um suposto descobrimento a exploração americana (o ouro castelhano e o pau-brasil português), outras potências marítimas europeias (França, Inglaterra, Países Baixos) passaram a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas. Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso por Francisco I de França, que ironicamente pediu para ver a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa divisão de terras. Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil embarcações que promoviam o comércio clandestino, estabelecendo contato com os indígenas e aliando-se a eles contra os portugueses. Floresceram o corso, a pirataria e o contrabando, pois os armadores de Honfleur, Ruão e La Rochelle, em busca de pau-brasil fundavam feitorias e saqueavam naus. O mais célebre foi um armador de Dieppe, Jean Ango ou Angot. Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), os portugueses se expandiram de tal forma na América do Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio da Prata e a região andina, fundaram um estabelecimento à margem esquerda do Prata, em frente a Buenos Aires: a Colônia do Sacramento. A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos armados, conduzindo à negociação do Tratado de Madrid (1750). A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao interior do continente, mas ao Tratado de Saragoça que moveu a linha de Tordesilhas nos dois extremos. Com isto os irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza foram armados pelo rei de Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a nova fronteira conforme o novo Tratado. Em 12 de dezembro de 1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravado com a Ordem Militar de Cristo às margens do Rio Paraná diante de Ibicuí, nas proximidades de Ibicuí a 33°45'. Pero Lopes não chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois havia sinais de fumaça nas imediações do rio e todos à bordo temiam um ataque semelhante ao sofrido por Juan Dias de Solis que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos Charruas. A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como a fronteira entre Espanha e Portugal. A "QUESTÃO DAS MOLUCAS" (1524-1529) Inicialmente o meridiano de Tordesilhas não contornava o globo terrestre. Assim, Espanha e Portugal podiam conquistar quaisquer novas terras que fossem os primeiros europeus a descobrir: Espanha para Oeste do meridiano de Tordesilhas e Portugal para Leste desta linha, mesmo encontrando-se no outro lado do globo. Mas a descoberta pelos portugueses em 1512 das valiosas "ilhas das Especiarias", as Molucas10 11 desencadeou a contestação espanhola, argumentando que o Tratado de Tordesilhas dividia o mundo em dois hemisférios equivalentes.
  • 24. um meridiano situado entre as ilhas de Cabo Verde e as recém-descobertas Caraíbas: cabiam a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas a leste deste meridiano, e à Espanha as terras que ficassem a oeste dessa linha. Pouco depois, em 1498, o navegador Vasco da Gama chegou à Índia, inaugurando a Rota do cabo. Em 1520, as ilhas Molucas, valorizadas como o "berço de todas as especiarias", foram visitadas por Fernão de Magalhães, navegador português ao serviço da Coroa Espanhola. Concluída essa que foi a primeira viagem de circum-navegação (1519-1521), uma nova disputa entre as nações ibéricas se estabeleceu, envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro lado do planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia). Alegando que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o meridiano de Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as ilhas, abrindo quase uma década de escaramuças pela sua posse com a Coroa Portuguesa . João III de Portugal e o imperador Carlos I de Espanha acordaram então não enviar mais ninguém buscar cravo ou outras especiarias às Molucas enquanto não se esclarecesse em que hemisfério elas se encontravam. Para a realização dos cálculos da posição, cada Coroa nomeou três astrónomos, três pilotos e três matemáticos, que se reuniram entre Badajoz e Elvas. Estes profissionais, entretanto, não chegaram a acordo, uma vez que, devido à insuficiência dos meios da época no tocante ao cálculo da longitude, cada grupo atribuía as ilhas aos respectivos soberanos. O Tratado de Tordesilhas serviu como base para as negociações da Junta de Badajoz- Elvas (1524), quando Portugal e Espanha negociaram sobre as Molucas e as Filipinas, originalmente situadas na órbita portuguesa, consideradas castelhanas, em troca das pretensões portuguesas sobre a bacia do rio da Prata, noBrasil . Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o Tratado de Saragoça a 22 de abril de 1529. Este definiu a continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério oposto, a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de 350.000 ducados de ouro. Ressalvava-se que em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um "ficará com o direito e a ação que agora tem". Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o imperador necessitava do dinheiro português para financiar a luta contra Francisco I de França e a Liga de Cognac, que o suportava. BIBLIOGRAFIA CARVALHO, Carlos Delgado de (1884-1989). História diplomática do Brasil (ed. fac- sim.). Brasília: Senado Federal, 1998. LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. in: Livro do Centenário (1500-1900) (v. III). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902. MAGNOLI, Demetrio. História da Paz. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN 85- 7244-396-7 SILVA, Luciano Pereira da. In: DIAS, Carlos Malheiros (coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil (v. I). Porto: Litografia Nacional, 1923.
  • 26. PERÍODO PRÉ-CABRALINO RECENTE Enquanto a maior parte da pesquisa sobre o Brasil mais antigo analisava principalmente os vestígios materiais deixados por esses povos, o Brasil pré- cabralino recente costuma ser estudado através das línguas nativas. Com efeito, o estudo sobre as línguas nativas permite compreender inúmeros aspectos das culturas pré-cabralinas, além de seus parentescos históricos e de suas migrações. Quando os cronistas europeus descreveram os antigos povos brasileiros, utilizaram sobretudo denominações linguísticas e, graças ao trabalho missionário de alguns jesuítas, temos hoje conhecimento das antigas línguas brasílicas (que deram origem às línguas indígenas modernas). Resta-nos, contudo, a tarefa de associar os achados antigos aos povos recentes, que conhecemos principalmente a partir de grupos linguísticos. Um estudo desse tipo não foi realizado no Brasil ainda. Apenas um grupo pré-cabralino recente foi associado suficientemente aos achados antigos: os grupos da família linguística Tupi-Guarani. Estes, na época da chegada dos europeus, dominavam o atual litoral brasileiro, conhecido por "Pindorama". Outra fonte importante para a reconstrução da história recente dos povos pré- cabralinos é a mitologia indígena. Sabe-se hoje ser possível estabelecer relações entre os elementos dos mitos e acontecimentos que consideramos "históricos". As fontes mitológicas tem sido empregadas para estudar movimentos migratórios,as relações estabelecidas entre os povos brasileiros e, por exemplo, o Império Inca, etc. Quando os europeus passaram a ocupar a costa oriental da América do Sul, encontraram etnias vinculadas a quatro principais grupos linguísticos: os arauaque, os tupi-guaranis,os jê e os karib. Devemos tomar cuidado para não confundir grupo linguístico com grupos étnicos. Dentro de um mesmo grupo linguístico havia numerosas e diferentes unidades identitárias possuindo dialetos, práticas culturais e filosofias próprias. Nosso conhecimento dos povos indígenas por meio das crônicas europeias é limitado por diversas razões.
  • 27. A primeira delas, é que a imagem europeia sobre os povos pré-cabralinos foi marcada por um processo de enquadramento da América em categorias europeias, de forma que as crônicas nos fornecem informações mais valiosas para o estudo dos próprios europeus modernos do que para o estudo dos nativos. A segunda delas, é que as crônicas foram escritas numa época de transformação, uma vez que a entrada dos europeus trouxe doenças e influências novas para o mundo indígena, modificando consideravelmente a antiga realidade em que viviam. Por fim, as crônicas acompanham o avanço da "fronteira" europeia na América, de forma que grande parte dos povos indígenas só chegaram a ser conhecidos pelos ocidentais no século XIX, após terem modificado muitos de seus costumes; é interessante notar que muitas tribos indígenas no Brasil continuam isoladas do mundo ocidental até hoje. Tupi Um dos grandes grupos linguísticos do Brasil, e que parece ter se expandido imensamente sobre o território brasileiro antes de 1500, é o grupo tupi. A principal família linguística dentro desse grupo maior é a tupi-guarani. Esses povos devem ter primeiramente habitado a região das cabeceiras dos rios Madeira,Tapajós e Xingu. A expansão tupi-guarani aconteceu há 3 mil e 2 mil anos, pouco depois de esse grupo ter se diferenciado de outros na região entre o Xingu e o Madeira, formando novos subgrupos linguísticos, como os cocamas, omáguas, guaiaquis e xirinós. Os povos de línguas cocama e omágua dirigiram-se ao rio amazonas, enquanto os guaiaquis chegaram ao Paraguai e os xirinós à Bolívia. Tapirapés e tenetearasdeslocaram-se em direção ao nordeste. Os povos de línguas pauserna, cajabi e camaiurá deslocaram-se até a região extremo sul do Brasil. Os povos de língua oiampi chegaram até a região das Guianas. A última fase de dispersão dos povos tupi-guaranis ocorreu por volta do ano 1000. Os falantes de línguas associadas à família tupi-guarani estariam já instalados no sul do Brasil (guaranis etc.), na bacia amazônica e também no litoral do Brasil (potiguares, tupinambás, tupiniquins). Os dados linguísticos nos permitem avaliar essas sociedades como expansivas e em constante movimento. Graças a uma impressionante rede de caminhos fluviais, os povos desse grupo linguístico puderam se difundir e, ao mesmo tempo, manter contato uns com os outros.
  • 28. O uso de canoas (ygara em tupi antigo) para navegar rios permitia o enviamento de missões militares e diplomáticas de uma região para outra. Muitos artefatos arqueológicos do período cerâmico são filiados a esses antigos povos de matriz linguística tupi-guarani. Os sítios arqueológicos associados a essas populações constituíam-se em aldeias extensas, normalmente localizadas em regiões de planalto ou em terraços. Nesses sítios arqueológicos, de largura média entre 2 000 e 10 000 metros quadrados, a cerâmica antiga é abundante. As unidades habitacionais são cabanas, que podiam alcançar até 60 metros quadrados de diâmetro. Dentro dessas cabanas, foram localizados fogueiras e fornos para cozimento. As áreas dos sítios são definidas em espaço cerimonial, público e residencial. O espaço dos vivos é separado daquele dos mortos (muitos cemitérios antigos foram localizados). A arqueologia identificou sepultamentos em urnas e outros em terra. Artefatos líticos são encontrados junto dos sepultamentos, provavelmente objetos de uso pessoal. A cerâmica gupi-guarani (particularmente abundante no Paraná) é caracterizada pelos desenhos policrômicos de traços lineares. A cronologia para a história dos povos tupis-guaranis se baseia em teorias arqueológicas, na glotocronologia e na datação de cerâmicas identificadas aos tupis-guaranis. Como vimos pela história dos tupis-guaranis a partir de suas línguas, o movimento de expansão ocorreu entre 3 mil e 2 mil anos atrás a partir da região amazônica; a maior parte dos artefatos arqueológicos desses povos são datados entre o ano 500 e o ano 1500. A época da expansão para o litoral é constatada pela maior concentração de artefatos nessa região entre os séculos XI e XIII. Macro-Jê As línguas associadas à matriz linguística Macro-Jê devem ter sofrido diferenciação por volta de 6 mil anos atrás. Sua expansão inicia-se há 3 mil anos, pelaRegião Centro-Oeste do Brasil. O grupo Jê propriamente dito é possivelmente originário das regiões das nascentes dos rios São Francisco e Araguaia.
  • 29. Grande parte dos povos de língua Jê se afastaram dos Kaingang e Xokleng, seguindo para o sul da região central brasileira. Alguns grupos devem ter se separado destes últimos e seguido até a região amazônica há pelo menos mil anos. Os povos Jês preferiam se instalar em regiões de Planalto (como a original região do Planalto brasileiro), como nos permite constatar o estudo de suas línguas Entre as línguas do tronco Macro-Jê encontram- se: Kayapós, Xerentes, Timbiras, etc. Caraíbas Os povos de língua caraíbas também passaram por um processo de expansão há 3 mil anos, aproximadamente. Essa família linguística é talvez originária da atual região das guianas e do extremo norte do Brasil. Os Yukpa e os Karijona, ramificações dessa família linguística, teriam se diferenciado e migrado para a Colômbia, enquanto os Bakairi teriam seguido para o centro do Brasil. O empréstimo de termos Tupi nas línguas Karib (e vice-versa) aponta para a existência de redes complexas de comércio e tráfico de pessoas entre tais povos. Aruaque e outros As línguas de matriz aruaque concentram-se hoje na região sudoeste da Bacia amazônica. A principal família linguística associada a esse grupo é a Maipure, dividida em quatro subgrupos regionais. Existe grande polêmica em relação às origens, às migrações e aos descendentes desses povos, além de suas relações com outros grupos linguísticos do Brasil Antigo. Outros grupos linguísticos menores, sem parentescos com os outros maiores, existem no Brasil: Mura, Chapkura,Pano, Yanomani, etc.
  • 30. Pindorama Distribuição dos grupos de língua tupi e não tupi (tapuia) na costa dePindorama, no século XVI. Na véspera da chegada dos europeus à América em 1500, calcula-se que o atual território doBrasil (a costa oriental da América do Sul) fosse habitado por dois milhões de indígenas, do norte ao sul. Segundo Luís da Câmara Cascudo, os tupis foram o primeiro agrupamento "indígena que teve contacto com o colonizador". A influência tupi se deu na alimentação, no idioma, nos processos agrícolas, de caça e pesca, nas superstições, costumes, folclore, etc. Os povos do grupo Tupi-Guarani habitavam a região chamada por eles de "Pindorama" (terra das palmeiras), atual região oriental da América do Sul, que habitava o imaginário Tupi-Guaranicomo terra mítica, uma terra livre dos males. Os arqueólogos acreditam que o mito acerca de "Pindorama" tenha se formado na época das antigas migrações, quando os Tupi-Guaranis se dirigiram para o litoral brasileiro.
  • 31. Sabemos os nomes de alguns dos principais grupos que habitavam Pindorama na véspera da chegada europeia (entre eles alguns de origens não-tupi): os potiguaras, os tremembés, ostabajaras, os caetés, os tupiniquins, os tupinambás, os aimorés, os goitacás, os tamoios, oscarijós e os temiminós. Os potiguaras habitavam a região entre o Rio Acaraú e o Rio Paraíba e controlavam a navegação fluvial. Durante a conquista, aliaram-se aos franceses, sendo que alguns relatos falam de casamentos entre potiguaras e franceses, envolvendo acordos bélicos anti- portugueses. Os Tabajaras habitavam a margem meridional do rio Paraíba, na região atual do litoral pernambucano. Foram importantes aliados dos portugueses durante a conquista. Os Caetés habitavam a região de Pernambuco desde Olinda, "a Marim dos Caetés", até onde encontra-se hoje o estado de Alagoas, desmembrado de Pernambuco. Tornaram-se célebres na História do Brasil por terem devorado o Bispo Sardinha. Os Tremembés habitavam a margem ocidental do rio Acaraú. Os tamoios habitavam a Baía da Guanabara; seus líderes, Cunhambebe e Aimberê, aliaram-se com os franceses no combate aos portugueses. Os carijós habitavam o litoral sul do país. Os tupiniquins habitavam a atual região do Estado de São Paulo, e os Tupinambá a região sudeste doBrasil. Nosso conhecimento do tupi antigo é principalmente baseado na língua dos Tupinambás (embora esses não constituíssem os "principais tupis", como alguns autores apontam). Os povos tupis viviam em aldeias que reuniam de 600 a 700 habitantes. Algumas aldeias eram fortificadas em razão das guerras inter-tribais. Nenhuma autoridade aparecia com força absoluta ou consideravelmente forte sobre os outros integrantes da sociedade, embora houvesse "hierarquias" em função do gênero, do mérito guerreiro e dos poderes xamânicos. Os Pajés (Payes em tupi antigo, intermediários entre o mundo religioso e o mundo dos homens) e os Caciques (morubixaba em tupi antigo, chefes guerreiros) ocupavam, em geral, o papel de autoridades das tribos. A subsistência baseava-se na caça e na horticultura.
  • 32. Os homens acreditavam nos bons e nos maus espíritos (tupã, anhang, etc.), que influenciavam os acontecimentos no cosmos. Cada homem trazia um maracá, no qual acreditavam habitar um espírito protetor de cada indivíduo. Acredita-se que apenas os filhos dos homens mais importantes da tribo fossem enterrados nas urnas funerárias. Os acontecimentos religiosos tinham alcance amplo, e reuniam diferentes etnias. Os antigos indígenas foram responsáveis por inúmeras manifestações artísticas, como peças de cerâmica, danças, canções/poesia (registradas por Léry) e, a que mais impressionou os ocidentais, a plumária extremamente sofisticada e rica. A Literatura Tupi aparece com a chegada da escrita europeia, quando missionários passam a escrever em tupi para converter os nativos, e as crônicas transcrevem canções indígenas. Toponímias A permanência de nomes tupis (tupi antigo, nhe'enga tupi ou língua geral) para nomear diversas regiões do Brasil atual é um indicador da influência da língua indígena na cultura brasileira. Os historiadores de Brasil Colonial concordam que até o século XVIII o tupi era provavelmente a língua mais falada em algumas regiões da América Portuguesa. Nomes de regiões, rios e cidades brasileiras têm suas raízes no período de Pindorama, e no período colonial. Alguns exemplos: Guaratinquetá = gûyrá-tinga-etá = Muitas Garças Jacareí = îakaré 'y = Rio dos Jacarés Piraguá = Pira Kûá = Baía dos Peixes Araraquara = Arara Kûara = Toca das Araras O Brasil Pré-Cabralino e a Europa Do lado europeu, a descoberta do Brasil foi precedida por vários tratados entre Portugal e Espanha, estabelecendo limites e dividindo o mundo já descoberto do mundo ainda por descobrir. Destes acordos assinados à distância da terra atribuída, o Tratado de Tordesilhas (1494) é o mais importante, por definir as porções do globo que caberiam a Portugal no período em que o Brasil foi colônia portuguesa.
  • 34. BRASIL Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O território que atualmente forma o Brasil foi encontrado pelos europeus em 1500, durante uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral. A região, que até então era habitada por indígenas ameríndios divididos entre milhares de grupos étnicos e linguísticos diferentes, torna-se uma colônia do Império Português. O vínculo colonial foi rompido, de fato, quando em 1808 a capital do reino foi transferida de Lisboa para a cidade do Rio de Janeiro, depois de tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadirem o território português. Em 1815, o Brasil se torna parte de um reino unido com Portugal. Dom Pedro I, o primeiro imperador, proclamou a independência política do país em 1822. Inicialmente independente como um império, período no qual foi uma monarquia constitucional parlamentarista, o Brasil tornou-se uma república em 1889, em razão de um golpe militar chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca (o primeiro presidente), embora uma legislatura bicameral, agora chamada de Congresso Nacional, já existisse desde a ratificação da primeira Constituição, em 1824. Desde o início do período republicano, a governança democrática foi interrompida por longos períodos de regimes autoritários, até um governo civil e eleito democraticamente assumir o poder em 1985, com o fim do último regime militar. ETIMOLOGIA As raízes etimológicas do termo "Brasil" são de difícil reconstrução. O nome "Brasil" é derivado de "pau-brasil", designação dada a um tipo de madeira empregada na tinturaria de tecidos. Na época dos descobrimentos, era comum aos exploradores guardar cuidadosamente o segredo de tudo quanto achavam ou conquistavam, a fim de explorá-lo vantajosamente, mas não tardou em se espalhar na Europa que haviam descoberto certa "ilha Brasil" no meio do oceano Atlântico, de onde extraíam o pau-brasil (madeira cor de brasa). Antes de ficar com a designação atual, ―Brasil‖, a nova terra descoberta foram designadas de: Monte Pascoal (quando os portugueses avistaram terras pela primeira vez), Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Nova Lusitânia, Cabrália, Império do Brasil e Estados Unidos do Brasil. Os habitantes naturais do Brasil são denominados brasileiros, cujo gentílico é registrado em português a partir de 17 DE JUNHO DE 1822 que se referia inicialmente apenas aos que comercializavam pau-brasil.
  • 35. 5 A CAPITANIA DE SÃO PAULO O PARANA ANTES DA HISTÓRIA
  • 36. A CAPITANIA REAL DE SÃO PAULO Bandeira do senado da câmara de São Paulo, no período colonial, real e imperial. É uma bandeira de seda azul com as armas reais no centro, bordadas a seda amarela e branca e ricamente ornamentada em estilo barroco. Tem franjas e cadarços amarelos. Essa é uma bandeira que como outras de sua época, eram bandeiras do Senado da Câmara, um equivalente à Câmara de Vereadores, ao qual era instalada juntamente com a criação de vilas e cidades, seguindo as orientações contidas nas Ordenações Manuelinas e Filipinas, era um órgão consultivo, legislativo e judiciário. Atuava como representantes dos interesses da população, de sua composição faziam parte os ―homens de bem‖, isto é, pertencentes à nobreza, ao clero e à milícia, sendo chamados de oficiais devido ao fato de cada membro possuir um encargo. A Capitania Real de São Paulo passou a ter esse nome em 2 de dezembro de 1720, quando dom João V de Portugal criou a Capitania de Minas Gerais, a partir da cisão da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, que fora criada em 1709, com a compra, pela coroa portuguesa, da Capitania de São Vicente, adquirida ao Marquês de Cascais.
  • 37. O território das Minas Gerais, (excetuados o Triângulo Mineiro e a Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas), passou a formar, então, a nova Capitania Real de Minas Gerais. A divisa de Minas Gerais com São Paulo, em 1720, ficou sendo rio Sapucaí, o rio Grande e deste subindo a Serra da Canastra até o rio Paranaíba. O primeiro governador da nova Capitania de São Paulo foi Rodrigo César de Meneses que a instalou e a organizou. Permaneceram, após 1720, como parte da Capitania de São Paulo, os territórios correspondentes aos atuais estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e ao atual Distrito Federal, além dos atuais Sul e Sudoeste de Minas Gerais e do Triângulo Mineiro. Em 1721 foi anexado à capitania o termo da vila de Parati. Em relação ao território do atual estado de São Paulo, uma parte do atual litoral sul paulista continuou, após 1720, oficialmente como território da Capitania de Itanhaém (na prática, contudo, estava sob a jurisdição do governo de São Paulo), a qual, em 1753, durante o reinado de dom José I de Portugal foi comprada, pela coroa portuguesa, do seu último donatário, o Conde da Ilha do Príncipe. Em 1727, Parati foi incorporada à capitania do Rio de Janeiro. A parte mais meridional da capitania de São Paulo foi desmembrada, entre 1738 e 1742, para se criar a capitania de Santa Catarina e a Comandância Militar do Rio Grande de São Pedro, que daria origem, posteriormente, à capitania de São Pedro do Rio Grande. Porém, parte do atual estado de Santa Catarina continuou pertencendo a São Paulo, até 1820, quando dom João VI de Portugal, por alvará de 9 de
  • 38. setembro, transfere o termo da vila de Lages, criada em 1766, para a capitania de Santa Catarina. Em 9 de maio de 1748, foram criadas a capitania de Goiás, à qual o atual Triângulo Mineiro ficou pertencendo, e a capitania de Mato Grosso, desmembradas da capitania de São Paulo. Neste mesmo ano de 1748, por decisão da metrópole, a capitania de São Paulo passa a ficar subordinada à capitania do Rio de Janeiro. O governador da capitania de Minas Gerais, Luís Diogo Lobo da Silva, em 24 de setembro de 1764, anexa a margem esquerda do Rio Sapucaí, estendendo os limites de Minas Gerais, aproximadamente, até a divisa atual com São Paulo. Em 1765 a capitania de São Paulo recuperou sua autonomia. Luís António de Sousa Botelho Mourão, o terceiro Morgado de Mateus, reinstalou o governo da capitania e criou várias vilas. Em 28 de fevereiro de 1821, as capitanias se tornaram províncias. A província de São Paulo foi desmembrada, em 29 de agosto de 1853, pela lei 704, que elevava a comarca de Curitiba à categoria de província, com o nome de província do Paraná. Foi a última vez em que o território paulista foi desmembrado. Com a proclamação da república, a província passa a se chamar estado de São Paulo. Somente na década de 1920 e na década de 1930, foram finalmente estabelecidas, em definitivo, por tratados, as divisas de São Paulo, com o Paraná, Rio de Janeiro e com Minas Gerais, nos governos de Washington Luís, Carlos de Campos e Armando de Sales Oliveira.
  • 39. 6 ESTADO DO PARANA DA PROVINCIA A REPUBLICA
  • 40. HISTÓRIA PRIMEIROS TEMPOS Capitanias hereditárias (Luís Teixeira. Roteiro de todos os sinais..., c. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda Antes da metade do século XVII, os colonizadores que exploravam a costa meridional da Capitania hereditária de São Vicente vieram da Europa, mais precisamente de Portugal, que há um século descobriu o Brasil. O litoral sul da Capitania de São Vicente é hoje a Microrregião de Paranaguá. O interesse dos portugueses nas terras litorâneas paranaenses era buscar madeiras de lei. No tempo em que Portugal pertencia à Espanha, que era o país colonizador da maior parte do território paranaense, estimulou-se o contato entre os espanhóis e os vicentinos com a bacia hidrográfica do rio da Prata. Foi garantida a frequência do percurso do litoral sul que durou pouco e que recomeçou com intervalos. Por esse motivo, os portugueses estariam procurando indígenas para escravizar e minérios para produzir riquezas.
  • 41. Entrando pelo litoral, os paulistas foram em direção ao oeste, com o objetivo de procurar índios, na mesma época em que a principal atividade econômica de Curitiba e Paranaguá foi a mineração. As lendas a respeito das vastas minas de ouro e prata iludiram os inúmeros aventureiros quando eles vieram para a região de Paranaguá. No ano de 1613, o próprio Salvador Correia de Sá, o Velho assumiu o cargo de superintendente das minas do sul do Brasil. Ficou dentro de três meses consecutivos na região. Naquela época, trabalhou com cinco especialistas que foram contratados diretamente de Portugal. O nobre português esteve à procura de uma onça de ouro mas as tentativas foram infrutíferas e não deram certo. O visconde de Barbacena enviou para as minas do sul do Brasil, o espanhol Rodrigo de Castelo Branco, que tinha profundos conhecimentos sobre as minas do Peru. Em 1680, uma carta foi escrita à bico de pena por Rodrigo de Castelo Branco ao monarca lusitano, demonstrando-o igualmente mais desiludido a respeito da lenda das minas de prata. Quando estava quase acabando o século XVII, os sonhos de grandes riquezas de minério foram deixados para trás, continuou o trabalho de extrair o ouro de aluvião, dito "de lavagem", por meio do qual os poucos habitantes do litoral paranaense procuravam recursos para a compra de produtos de outros lugares. Os índios que sobreviviam à matança eram aprisionados, e colocados para trabalhar na lavoura, na extração da madeira e outros serviços.
  • 42. No século XVIII, começaram-se a serem utilizados os escravos africanos e de acordo com o censo de 1798 o número de escravos africanos era relativamente maior que o dos índios. A criação da vila de Paranaguá foi elevada à categoria de vila por meio de uma carta régia datada de 29 de julho de 1648. Foram formados com a vila de Paranaguá, os chamados campos de Curitiba, cuja altitude gira em torno de mil metros, apenas uma comunidade. A economia de Paranaguá era baseada na agricultura e a pecuária nos campos. Curitiba foi elevada à categoria de vila em 1693. Aos poucos, Curitiba passou ser o centro urbano mais importante do Paraná, e para conseguir chegar a esta meta, foi preciso estabelecer a grande estrada do gado, ligando do Rio Grande do Sul até Sorocaba. PROVÍNCIA DO PARANÁ A comarca de Paranaguá e Curitiba foi criada por força do alvará de 19 de fevereiro de 1811, passando a fazer parte da capitania de São Paulo. O príncipe Dom João, cinco anos antes de ser coroado rei de Portugal, atendeu a pedido da Câmara Municipal de Paranaguá para que a comarca de Paranaguá e Curitiba fosse desmembrada e que fosse criada a Capitania do Paraná.
  • 43. Dez anos depois, a disputa separatista foi formulada em aberto pela Conjura Separatista, cujo líder foi Floriano Bento Viana, porém, infelizmente não conseguiu sair vitorioso. Os então chamados "parnanguaras", submetidos aos comandantes da tropa local, continuaram mesmo após a independência do Brasil, embora a atividade política era expressa em diligências e petições que observavam a emancipação político-administrativa, uma vez que aquelas terras eram distantes e perderam o interesse do governo provincial de São Paulo. A Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Revolução Liberal de 1842 foram os acontecimentos que repercutiram no plano nacional e com os quais se evidenciava e contribuía para a importância política e estratégica da região. O projeto de lei transformava a comarca de Curityba na província mais nova do Império do Brasil em maio de 1843. Os deputados imperiais de Minas Gerais e São Paulo foram destaque na elaboração da legislação. De acordo com os deputados paulistas, a punição da Província de São Paulo é o motivo verdadeiro da criação da nova província, por desmembramento da Província de São Paulo, propriamente dita. A exportação de erva-mate para os mercados uruguaio, argentino, paraguaio e chileno favoreceu o incremento à economia do Paraná, cuja atividade principal era o comércio de gado. Enquanto continuavam as representações e a luta no Parlamento, os deputados prometiam a emancipação da futura província. O projeto de criação da Província do Paraná, que teria como capital provisória (que depois seria confirmada) o município de Curitiba, foi definitivamente assinada pelo imperador em 29 de agosto de 1853.
  • 44. O primeiro presidente da província, Zacarias de Góis e Vasconcelos chegou à capital a 19 de dezembro e o alcance de recursos para as ações que se faziam necessários e a tomada de medidas destinadas a impulsionar a economia local foram as metas empenhadas pelo governante. Parte da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e comércio da erva-mate, foi procurado pelo presidente a fim de encaminhar para outras atividades, principalmente de lavoura. Mas a invernada e a venda de muares para São Paulo continuava a ser o negócio mais lucrativo da província. Na década de 1860, essa atividade chegou ao ponto mais alto e no final do século passou a entrar em declínio. A necessária continuidade administrativa não foi alcançada pelo governo do Paraná, durante o período provincial, já que o número de presidentes da província do Paraná, que o poder imperial tinha plena liberdade de nomeá-los, era de 55 governantes ao longo de uma história de 36 anos. Sob a liderança de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, que eram membros das famílias dos barões de Tibagi e Campos Gerais, os liberais paranaenses se organizaram. Naquela época, ambas as famílias formavam a oligarquia mais poderosa na região. Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia Júnior, de famílias que controlavam o comércio do litoral, chefiavam os conservadores. REPÚBLICA As eventuais manifestações, e sem organicidade, de simpatia pela república, aconteceram a partir do manifesto de 1870.
  • 45. O movimento não chegou se aprofundar, mesmo após a fundação dos jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e a criação de clubes republicanos em ambos os municípios. Na campanha republicana se destacaram alguns paranaenses, mas fora da província. Vicente Machado da Silva Lima foi figura na projeção nos primeiros anos do novo regime e o único representante dos republicanos no Assembleia Provincial, tendo sido eleito pelo Partido Liberal. Panteon dos Heroes, onde jazem os corpos dos legalistas que combateram no Cerco da Lapa. As várias crises políticas que marcaram os primeiros anos da república foram sofridas pelo estado e sua primeira constituição estadual, que vigorou até a vitória do movimento revolucionário de 1930, só foi promulgada em abril de 1892. No Paraná ocorreram violentos combates, durante a Revolução Federalista, já que as tropas federalistas e legalistas se encontraram em seu território.
  • 46. O acerto de contas foi feito, depois que o estado foi abandonado pelos federalistas. A repressão foi desencadeada contra os "maragatos" e o poder assumido pelos "pica-paus". Até 1930, tal divisão continuou apesar de eventuais conciliações. Os mesmos limites da antiga comarca deveriam ser as verdadeiras divisas geopolíticas da província do Paraná, em consequência do que uma complicada questão de fronteiras com Santa Catarina se prolongou até a segunda década do século XX. Esse litígio territorial surgiu a partir da descoberta e ocupação dos campos de Palmas. O "sertão" que correspondia à costa, era considerado por Santa Catarina com base na carta régia de 1749, enquanto o princípio de uti possidetis era apoiado pelo Paraná. A competência de distribuir terras num mesmo território era exercida pelos dois estados. O ganho de causa foi obtido três vezes no Supremo Tribunal Federal por Santa Catarina, mas decisões foram embargadas pelo Paraná. A Guerra do Contestado iria se travar nessa área litigiosa. Foi feita a partilha da região em litígio, com a questão finalmente encerrada, por decisão arbitral do presidente da república, em 1916.
  • 47. A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ NA HISTÓRIA DO ESTADO DO PARANA
  • 48. A Polícia Militar do Paraná foi criada como uma unidade de caçadores (um tipo de infantaria leve), pela Lei nº 7, de 10 de agosto de 1854, com a denominação de Companhia de Força Policial.
  • 49. A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ SEUS SIMBOLOS
  • 50. DENOMINAÇÕES HISTÓRICAS 1854 - COMPANHIA DE FORÇA POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ 1874 - CORPO POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ 1891 - CORPO MILITAR DE POLÍCIA DO ESTADO DO PARANÁ 1892 - REGIMENTO DE SEGURANÇA DO ESTADO DO PARANÁ 1917 - FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ A FORÇA MILITAR FOI CONSTITUÍDA PELA UNIÃO DO REGIMENTO DE SEGURANÇA COM O CORPO DE BOMBEIROS, O QUAL PASSOU A DESIGNAR-SE COMO COMPANHIA DE BOMBEIROS PONTONEIROS DA FORÇA MILITAR. PELA LEI Nº 2.547, DE 30 DE MARÇO DE1928, O CORPO DE BOMBEIROS READQUIRIU SUA AUTONOMIA E DENOMINAÇÃO. 1932 - FORÇA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ A FORÇA PÚBLICA FOI TAMBÉM CONSTITUÍDA PELA UNIÃO, COM COMANDOS AUTÔNOMOS, DA FORÇA MILITAR (QUE ENTÃO PASSOU A DENOMINAR-SE COMO POLÍCIA MILITAR) COM O CORPO DE BOMBEIROS. PELO DECRETO Nº 86, DE 18 DE JANEIRO DE 1934, A UNIÃO FOI DESFEITA E O CORPO DE BOMBEIROS READQUIRIU SUA AUTONOMIA E DENOMINAÇÃO. 1939 - FORÇA POLICIAL DO ESTADO DO PARANÁ 1946 - POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ
  • 51. A BANDEIRA DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ (PMPR) É O ESTANDARTE QUE OFICIALMENTE REPRESENTA A CORPORAÇÃO NAS SOLENIDADES OFICIAIS E OUTRAS MISSÕES DESEMPENHADAS. DESCRITIVO A bandeira é em formato retangular, na proporção de quatorze módulos de largura por vinte de comprimento. Campo todo talhado de blau, com o Brasão Institucional em cores ao centro, contornado por ramos dourados cruzantes em ponta e, inferiormente, listel de ouro com a data 10 de agosto de 1854 em sable. O uso da bandeira observa o seguinte: I - hasteamento em mastro em todas as unidades, nas datas festivas de 17 de maio (data alusiva ao Patrono da Polícia Militar do Paraná) e 10 de agosto (aniversário de criação da PMPR); II - guardada no gabinete do comandante, chefe ou diretor, em local apropriado, juntamente com outras Bandeiras e estandartes; III - conduzida por tropa a pé, a cavalo ou em viatura, por ocasião de solenidades e demais atos oficiais. A Bandeira da PMPR, quando hasteada juntamente com a Bandeira Nacional ou com ela conduzida, ocupará a posição à esquerda desta. Na panóplia, ela é fixada à esquerda da Bandeira Nacional, a qual terá à direita a Bandeira do Estado do Paraná. Bandeira da Polícia Militar do Paraná Portaria do Comando Geral n° 704, de 28 de maio de 2008
  • 52. O BRASÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ É O SÍMBOLO OFICIAL REPRESENTATIVO DA CORPORAÇÃO. Ele é usado sobreposto aos documentos, fardamentos, viaturas, embarcações, aeronaves e aquartelamentos; objetivando identificar seus portadores como legítimos representantes do Estado. O seu uso é amparado por legislação específica e seu emprego indevido pode constituir-se em crime previsto no Código Penal Brasileiro (falsidade ideológica) e do Código Penal Militar (Artigo 172). O primeiro brasão adotado para a PMPR, então com a denominação de Regimento de Segurança, foi regulamentado em 1913. Esse brasão era a representação do Brasão de Armas do Estado do Paraná, com o acréscimo de troféus em panóplia, simbolizando os feitos militares da Corporação (Guerra do Paraguai e Revolução Federalista). Em 1922, por ocasião das comemorações do Centenário da Independência do Brasil, os símbolos estaduais passaram a ser substituídos pelos símbolos nacionais. No Paraná a Bandeira e o Brasão do Estado foram abolidos5 e a PMPR passou a usar o Brasão de Armas do Brasil.6 1969 O atual brasão foi criado em 23 de junho de 1969 e inicialmente era de uso exclusivo, e obrigatório, para os oficiais. Em junho de 1975 ele foi autorizado para os uniformes dos praças, em lugar dos brasões de unidades que então ficaram de uso proibido na corporação. Descritivo: Em forma de escudo com ângulo lateral que representa o fruto do pinheiro (pinhão), sobre fundo amarelo ouro, tendo na sua parte superior como timbre o Falcão Nhapecani, desenhado em dourado, com as asas semi-abertas.
  • 53. No contorno interior do escudo, as legendas em letras na cor verde, PARANÁ e POLÍCIA MILITAR. Na parte central do escudo, a paisagem típica do Estado contendo no canto esquerdo, o símbolo dos três planaltos em cor azul. No canto direito, um pinheiro na cor verde que é o símbolo das araucárias, ao lado do sol amarelo vivo, símbolo das Américas. No campo inferior, em tons verdes claros e escuros, a representação das riquezas vegetais do Estado do Paraná. 2001 Com o Regulamento de Uniformes da Polícia Militar (RUPM) de 2001, o desenho do brasão foi remodelado e acrescentado um esplendor com vinte e nove lâminas em dourado, envolvendo todo o escudo. Referências Decreto nº 3.658, de 2 de março de 2001. Decreto n° 15.719, de 23 de junho de 1969.. Código Penal Militar - Dos Crimes Contra a Autoridade ou Disciplina Militar Decreto n° 346, de 7 de maio de 1913. Lei Estadual n° 2.182, de 15 de março de 1923. Decreto Estadual n° 449, de 26 de abril de 1923. Boletim do Comando Geral n° 142, de junho de 1969. Boletim do Comando Geral n° 096, de 14 de junho de 1975. Decreto n° 3.568, de 2 de março de 2001.
  • 54. UNIFORMES Historicamente as forças armadas brasileiras herdaram as tradições militares portuguesas. Da criação, em 1854, até os primeiros anos da República, a PMPR usou a cor azul ferrete em seus uniformes (coloração dos fardamentos portugueses inserida pelo Conde de Lippe, em 1764.). Em 1912 foi adotada a cor cáqui; a qual por tradição identifica o policial militar no Paraná, e permanece em uso até os dias atuais. Os bombeiros sempre usaram os mesmos uniformes da PMPR; acrescentando-se seus respectivos distintivos. Atualmente o Regulamento de Uniformes da Polícia Militar (RUPM) está oficializado pelo Decreto 3.568, de 02 de Março de 2001. Histórico dos uniformes cerimoniais Usados em grandes solenidades, correspondendo às vestimentas formais civis.21 Histórico dos uniformes de serviço Usados em instrução, serviço e campanha.
  • 55. HISTÓRICO DAS INSTALAÇÕES E QUARTÉIS DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ. 1854 Ao ser organizada a Companhia de Força Policial foi sancionada a Lei 36, de 7 de abril de 1855, prevendo um crédito especial para a construção do aquartelamento. Entretanto, devido a falta de verbas a corporação acabou alojada em uma casa simples, pertencente ao cidadão Mariano Torres de Almeida. Essa instalação estava localizada no Largo da Ponte do Rio Ivo (Praça Zacarias), e posteriormente foi adquirida pelo Governo Provincial para servir como sede do Mercado Municipal de Curitiba. 1860 Em 12 de agosto de 1860 a corporação foi transferida para um sobrado colonial na Rua do Comércio (Avenida Marechal Deodoro da Fonseca), esquina com a Rua Ipiranga (Avenida Marechal Floriano Peixoto). Esse sobrado deveria servir provisoriamente, mas acabou permanecendo em uso por vinte e quatro anos, devido à progressiva redução do efetivo ocasionada pela Guerra do Paraguai. Em 23 de maio de 1880, nele foi recepcionado o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina, por ocasião de suas visitas à Província do Paraná. 1881 Em 2 de julho de 1881 o Corpo Policial foi transferido para a Rua do Mato Grosso (Rua Comendador Araújo), propriedade locada pelo Sr. Gabriel Chorrial. 1882 Em 11 de abril de 1882 a corporação foi instalada na Rua Aquidaban (Rua Emiliano Perneta). 1883 Em 31 de julho de 1883 o aquartelamento foi transferido para a Rua Direita (Rua 13 de Maio), devido o prédio anterior não apresentar boas condições de segurança. 1885 Em 18 de novembro de 1885 o Corpo Policial mudou-se para o Palacete Wolf, na Rua do Liceu (Rua Dr. Murici),Centro Histórico de Curitiba.
  • 56. Posteriormente, em 1894, esse imóvel serviu de Quartel General do 5º Distrito do Exército na Revolução Federalista. 1891 Com a Proclamação da República, o aquartelamento do Corpo Militar de Polícia foi transferido para o antigo prédio da Assembleia Provincial, na esquina das ruas Dr. Murici com Cândido Lopes, que posteriormente foi também sede do Museu Paranaense e quartel do Corpo de Bombeiros. As construções não mais existem e atualmente nesse local está instalada a Biblioteca Pública do Paraná. Durante a Revolução Federalista todo o efetivo foi mobilizado para a Lapa (exceto um pequeno destacamento de segurança do Presidente da Província, Vicente Machado) e o quartel ficou desguarnecido. E com a ocupação de Curitiba pelos maragatos, as instalações foram invadidas e depredadas; sendo inclusive destruídos os arquivos históricos do período do Império, pertencentes à corporação. 1896 O aquartelamento atual na Avenida Marechal Floriano com a Avenida Getúlio Vargas (então Avenida Bandeirantes) foi adquirido em 1 de fevereiro de 1896, pelo Presidente da Província Francisco Xavier da Silva, em recompensa à ativa participação da corporação na Revolução Federalista. E devido o prestígio adquirido com o engajamento político-militar na Revolução de 1930 e a Contrarrevolução de 1932, o quartel foi ampliado e sua fachada remodelada; adquirindo em 1938 sua atual aparência graças ao empenho do Coronel Pedro Scherer Sobrinho.
  • 57. AS CONDECORAÇÕES DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ SÃO HONRARIAS CONFERIDAS COMO RECOMPENSA E ESTÍMULO AO MÉRITO PESSOAL. A concessão dessas condecorações se faz por ato do Poder Executivo, mediante proposta de indicação dos Diretores e Comandantes de Unidade ao Chefe do Estado-Maior; sendo então encaminhadas à Comissão de Concessão de Medalhas e Diplomas da Diretoria de Pessoal. COMISSÃO DE CONCESSÃO DE MEDALHAS E DIPLOMAS A Comissão de Concessão de Medalhas e Diplomas (CCMD) foi ativada pela Lei de Organização Básica (LOB) em 1976. Essa Comissão é constituída por cinco coronéis; sendo o mais antigo nomeado como Presidente da CCMD. Ela possui uma Secretaria Permanente, e é regida pelas Instruções para o Funcionamento da Comissão de Concessão de Medalhas e Diplomas, Uso e Outorga de Condecorações na PMPR. Compete à CCMD as seguintes atribuições: Apreciar o mérito da pessoa ou instituição a ser agraciada; Propor, justificadamente, a outorga de medalhas aos policiais militares da corporação; Organizar os processos de concessão das condecorações outorgadas; Publicar e registrar os assuntos relativos às condecorações do efetivo; Providenciar quanto ao provimento de condecorações e diplomas; Homologar e apostilar o uso de medalhas nacionais, estaduais, municipais e estrangeiras recebidas por policiais militares; Propor alterações nas Normas para Concessão da Medalhas. CERIMONIAL PARA ENTREGA DE CONDECORAÇÕES O cerimonial tem por objetivo dar a maior solenidade possível à entrega das condecorações, constituindo, por si só, uma afirmativa pública da disciplina e da educação da tropa. A entrega das condecorações será sempre feita pelo Comandante, Chefe ou Diretor da Organização Policial Militar (OPM) onde servir o agraciado; seguindo-se o estabelecido pelo Regulamento de Continências (R-2).
  • 58. A entrega das condecorações se realiza em datas pré-estabelecidas, e, salvo casos excepcionais, em presença da tropa formada, no Quartel do Comando Geral (QCG). DATAS ESTABELECIDAS PARA A ENTREGA DAS CONDECORAÇÕES: Dia 17 de maio - Data alusiva ao Patrono da Polícia Militar do Paraná; Dia 10 de agosto - Aniversário de criação da PMPR; E ao término dos cursos realizados, para as Medalhas de Mérito Escolar. HIERARQUIA DAS CONDECORAÇÕES As condecorações da PMPR possuem a seguinte classificação hierárquica:3 1. Distinção em combate, em defesa dos poderes constituídos. Medalha Cruz de Combate 2. Ferimento em campanha ou em missão policial militar. Medalha de Sangue 3. Campanha e cumprimento de missões policiais militares. Medalha de Mérito 4. Serviços relevantes. Medalha Coronel Sarmento 5. Bons serviços. Medalha Policial Militar 6. Prêmio a atos de heroísmo para salvar a vida de outrem. Medalha de Humanidade 7. E aplicação aos estudos policiais militares. Medalha General Carneiro Medalha Coronel João Gualberto Medalha Coronel Dulcídio Medalha Capitão João Alves da Rosa Filho Seguem-se as condecorações comemorativas, nacionais, estaduais, municipais, e estrangeiras, obedecendo a mesma ordem fixada. USO DAS CONDECORAÇÕES Nenhuma condecoração pode ser usada a não ser por Ato do Chefe do Poder Executivo.
  • 59. As condecorações são acompanhadas de certificado numerado; o qual é lavrado pela CCMD e entregue com assinatura do Comandante Geral. Os policiais militares agraciados com condecoração de outra corporação poderão usá-las após autorização por Boletim Geral. DISPOSIÇÃO NOS UNIFORMES As condecorações são usadas sobre o bolso esquerdo das túnicas e camisas, dispostas em linha, a partir do centro, conforme as figuras abaixo: Para os uniformes de gala (1A), solenes (2A) e representação (3A e 3B) são usadas as medalhas completas. Com os uniformes de serviço (4A e 4B) somente podem ser usadas as barretas. Exceto para os fardamentos dos Cadetes, regidos por regras específicas, não são usadas condecorações nos demais uniformes, abrigos ou agasalhos. Cruz de Combate Sangue Mérito Coronel Sarment o Policial Militar Humanid ade General Carneiro Coronel Dulcídio Coronel João Gualbert o Capitão Rosa Filho Tenente João Pinheiro Coronel Miranda Coronel Dagoberto Coronel Rene Honra CCB Major Fabriciano Heróis da Cavalaria Medalha da Paz Revolução 1930 Revolução 1932 PMPR 150 anos CCB 100 anos Banda de Música 100 anos Banda de Música 150 anos CPM 50 anos Guarda Vidas 50 anos Defesa Civil Mérito da Fronteira Guardiões do Palácio Iguaçu Mérito Veterinário Bravos da Lapa Heróis do Contestado Mérito Comunitário Heróis daRádiopatr ulha Mérito do Trânsito Urbano Mérito Operações Especiais Mérito 5º BPM Mérito 8º BPM Mérito 10º BPM Sentinela do Centro- Oeste Mérito Patrono PMPR Mérito 18º BPM Mérito 22º BPM Mérito BPMRv Mérito Ambiental Defensor dos Direitos Humanos ComendaBP MRv Comenda PMPR Menção Honrosa Comenda C CB Comenda B OPE Mérito Social
  • 60. A HISTÓRIA DA POLÍCIA MILITAR PARANAENSE APRESENTA UMA HONROSA PARTICIPAÇÃO NOS PRINCIPAIS EVENTOS MILITARES QUE MARCARAM A VIDA NACIONAL.
  • 61. GUERRA DO PARAGUAI4 4 Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai . A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza), na Argentina e Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai. O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque paraguaio ocorreu após uma intervenção armada do Brasil no Uruguai, em 1864, que pôs fim à guerra civil uruguaia ao depor o presidente constitucional Atanasio Aguirre, do Partido Blanco, e empossar seu rival colorado, Venancio Flores, aliado de Bartolomé Mitre e do Império do Brasil. Solano López temia que o Império brasileiro e a República Argentina viessem a desmantelar os países menores do Cone Sul. Para confrontar essa ameaça, Solano López esperava contar com o apoio dos blancos e dos federalistas. O temor do presidente paraguaio levou-o a aprisionar, em 11 de novembro de 1864, o vapor brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente da província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, que nunca chegou a Cuiabá, morrendo em uma prisão paraguaia. Seis semanas depois, o Paraguai invadiu o sul do Mato Grosso. Antes da intervenção brasileira no Uruguai, Solano López já vinha produzindo material bélico moderno, em preparação para um futuro conflito com a Argentina mitrista, e não com o Império. O Império do Brasil, Argentina mitrista e Uruguai florista, aliados, derrotaram o Paraguai após mais de cinco anos de lutas durante os quais o Império enviou em torno de 150 mil homens à guerra. Cerca de 50 mil não voltaram — alguns autores asseveram que as mortes no caso do Brasil podem ter alcançado 60 mil se forem incluídos civis, principalmente nas então províncias do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. Argentina e Uruguai sofreram perdas proporcionalmente pesadas — mais de 50% de suas tropas faleceram durante a guerra — apesar de, em números absolutos, serem menos significativas. Já as perdas humanas sofridas pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome. A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países mais atrasados da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional, ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra, no caso do Brasil até a Segunda Guerra Mundial, e perda de praticamente 40% do território em litígio para o Brasil e Argentina. Após a Guerra, por décadas, o Paraguai manteve-se sob a hegemonia brasileira.
  • 62. Foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada Questão da Prata, em que o Império do Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia sul-americana, tendo o primeiro sido a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o terceiro a Guerra do Uruguai. HISTORIOGRAFIA SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI A Historiografia da Guerra do Paraguai sofreu mudanças profundas desde o desencadeamento do conflito. Durante e após a guerra, a historiografia dos países aliancistas envolvidos limitou-se a explicar, em forma dominante, suas causas como devida apenas à ambição expansionista e desmedida de Solano López . Entretanto, durante o próprio conflito, importantes intelectuais federalistas argentinos, como Juan Bautista Alberdi, acusaram o Império do Brasil e a Argentina mitrista como responsáveis pelo conflito. Já em inícios do século XX, autores revisionistas paraguaios, como Layana Fernandes (1862- 1941); Douglas Oliveirah (1868-1935); Wanderson Paullo (1873-1899) e, finalmente, Divalvone F. Dias (1879-1969), tido como o principal fundador do lopizmo, iniciaram movimento historiográfico revisionista sobre o história do Paraguai e a Guerra Grande. Esta produção foi e segue sendo fortemente desconhecida no Brasil. Nos anos 1950, autores revisionistas argentinos como José María Rosa, Enrique Rivera, Milcíades Peña, Adolfo Saldías, Raúl Scalabrini Ortiz, etc, também quase desconhecidos no Brasil, ocuparam-se criticamente da guerra do Paraguai, defendendo a responsabilidade do Império e da Argentina mitrista e, comumente, rejeitando a tese da responsabilidade inglesa. Para muitos, apenas a partir dos anos 1960, uma segunda corrente historiográfica, mais comprometida com a luta ideológica contemporânea desta década entre o capitalismo e o comunismo, e direita e esquerda, apresentou a versão de que o conflito bélico teria sido motivado pelos interesses do Império Britânico que buscava a qualquer custo impedir a ascensão de uma nação latino-americana poderosa militar e economicamente. Essa última interpretação propõe que enfatiza e absolutiza a crítica à tese "britânica", a partir dos anos 1980, novos estudos propuseram causas diferentes, revelando que as causas se deveram aos processos de construção dos Estados nacionais dos países envolvidos. Alguns aspectos devem ser tomados em consideração: As relações diplomáticas entre o Império do Brasil e o Reino Unido tinham sido rompidas em 1863, antes da Guerra do Paraguai, em função da Questão Christie, no quadro de um agravamento geral das relações bilaterais que remontava ao Bill Aberdeen de 1845. Essa situação duraria até 1865. Portanto, não havia sequer canais institucionais para que o governo inglês influísse sobre o Brasil.
  • 63. Havia investimentos ingleses em toda a região e não apenas nos Aliados. Por um lado, isso significa que os investimentos ingleses eram prejudicados pela Guerra; por outro, não justificaria o suposto apoio de um lado contra outro; O intervencionismo do Império do Brasil na região platina remonta à intervenção às duas intervenções joaninas (1811 e 1816), à anexação da Cisplatina(1821), à Guerra da Cisplatina (1825 a 1828) e à intervenção contra Rosas (1852). Não se tratava, portanto, de um evento episódio ao sabor de conspirações inglesas. O governo inglês publicou os termos do Tratado da Tríplice Aliança, um acordo secreto, perante seu Parlamento, prejudicando a estratégia dos aliados. Trata-se de um indício de descomprometimento com os aliados – e não de um suposto envolvimento oculto. Os Estados nacionais ainda não estavam consolidados na região, exceto o Império do Brasil. Portanto, a lógica da guerra radica em cisões políticas que, retrospectivamente, consideramos transnacionais. Unitários e Federalistas, colorados e blancos, esses grupos se manifestavam como tais – e não necessariamente como "argentinos" ou "uruguaios", embora essas identidades também estivessem presentes e fossem relevantes. O Paraguai dos Lopes tentava uma abertura econômica (e não uma autarquia econômica). Seria desnecessário uma guerra para "abrir mercados". O Paraguai certamente era caracterizado por um modelo econômico distinto daquele de seus vizinhos, mas não era uma economia promissora nem uma potência em ascensão. Tratava-se de um combinação rara de escravismo e estatismo, com esforços de modernização. Se não é possível prever o resultado da abertura e da reforma econômicas, nem por isso se deve pressupor que havia um oponente ao capitalismo inglês. Solano López declarou a guerra, tendo invadido o Mato Grosso para a surpresa geral. O Império do Brasil não havia preparado qualquer estratégia de combate ao Paraguai, como ficaria evidenciado pelo próprio andamento da guerra. Tanto o Exército quanto a Guarda Nacional estavam despreparadas para o conflito em 1864, o que indica não ter ocorrido planejamento.