1. O que é se
colocar no
lugar do outro?
Flávio Gikovate
2. Uma das operações psíquicas
mais sofisticadas que aprendemos, lá
pelos 7 anos, é esta, de tentarmos sair
de nós mesmos para imaginar como se
sentem as outras pessoas.
De repente podemos olhar para
a rua num dia de chuva e imaginar – o
que, de certa forma, significa sentir –
o frio que um outro menino pode
passar por estar mal agasalhado.
3. Nossa capacidade de imaginar
o que se passa é como uma faca defaca de
dois gumesdois gumes. O engano mais comum – e
de graves conseqüências para as
relações interpessoais – não é
imaginarmos as sensações de uma
outra pessoa, e sim tentarmos preverprever
que tipo de reação ela terá diante de
uma certa situação.Costumamos pensar assim: "Eu,Eu,
no lugar dela, faria desta maneirano lugar dela, faria desta maneira ."."
Julgamos correta a atitude da pessoa
quando ela age da forma que
agiríamos. Achamos inadequada sua
conduta sempre que ela for diversadiversa
daquela que teríamos.
4. Ou melhor, daquela que
pensamos que teríamos, uma vez que
muitas vezes fazemos juízos a respeito
de situações que jamais vivemos.
Quando nos colocamos no lugar de
alguém, levamos conosco nosso códigocódigo
de valores.de valores.
Entramos no corpo do outro
com nossa alma. Partimos do princípio
de que essa operação é possível, uma
vez que acreditamos piamente que as
almas são idênticas; ou, pelo menos,
bastante parecidas.
5. Cada vez que o outro não age
de acordo com aquilo que pensávamos
fazer no lugar dele, experimentamos
uma enorme decepçãodecepção. Entristecemo-
nos mesmo quando tal atitude não tem
nada a ver conosco.
Vivenciamos exatamente a dor
que tentamos a todo o custo evitar,
que é a de nos sentirmos solitáriossolitários
neste mundo.
Sem nos darmos conta, tendemos
a nos tornar autoritários, desejando
sempre que o outro se comporte de
acordo com nossas convicções. E assim
procedemos sempre com o mesmo
argumento: "Eu no lugar dele agiriaEu no lugar dele agiria
assim."assim."
6. A decepção será maior ainda se
o outro agiu de modo inesperadoinesperado em
relação à nossa pessoa. Se nos tratou
de uma forma rude, que não seria a
nossa reação diante daquela situação,
nos sentimos duplamente traídostraídos: pela
agressão recebida e pela reação
diferente daquela que esperávamos.
É sempre o eterno problema de
não sabermos conviver com a verdade de
que somos diferentessomos diferentes uns dos outros; e,
por isso mesmo, solitários.
7. Aqueles que entendem que as
diferenças entre as pessoas são
maiores do que as que nos ensinaram a
ver desenvolvem uma atitude de realreal
tolerânciatolerância diante de pontos de vista
variados a respeito de quase tudo.
Deixam de se sentir pessoalmente
ofendidos pelas diferenças de opinião.
Podem, finalmente, enxergar o
outro com objetividade, como um ser à
parte, independente de nós. Ao se
colocar no lugar do outro, tentarão
penetrar na alma do outro, e não apenas
transferir sua alma para o corpo do
outro.
8. É o início da
verdadeira comunicaçãoverdadeira comunicação
entre as pessoas.
9. Um Abraço
Imagem: Google
Música: Solveigs
Song – André Rieu
Formatação: adsrcatyb@terra.com.br
Site: www.momentos-pps.com.br
Reformatação: http://luznoinfinito.blogspot.com.br
10. Um Abraço
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