A filosofia analítica se concentra na análise dos conceitos fundamentais por meio da linguagem. Ela começou no final do século 19 e se popularizou com Wittgenstein, que defendia esclarecer conceitos ao invés de especulações metafísicas. A filosofia analítica usa métodos da lógica e semântica para elucidar a estrutura lógica dos conceitos.
2. ● Filosofia analítica da linguagem
● Iniciada no final do século passado e hoje
largamente difundida
● Ludwig Wittgenstein – o mais representativo e
influente dentre os filósofos analíticos
3. Filosofia Tradicional
O conhecimento, o ser, a existência, a verdade, a liberdade,
o bem, o belo – caráter geral e mais abstrato.
O que é? O que é conhecimento? O que é opinião? O que é
ser? O que é existência? (p.12).
Os filósofos tradicionais se
perguntavam quais seriam
as relações mantidas entre
si pelas coisas muito gerais
e abstratas, sendo que a
resposta era dada com
estabelecimento de tais
relações.
4. Como distinguir conhecimento de mera opinião?
Como pode uma pessoa adquirir conhecimento? (p.13)
Consiste em uma investigação das coisas (ideias, conceitos) mais
fundamentais, gerais e abstratas, feitas sob o ponto de vista da
maneira como se relacionam entre si. p.13.
Semelhante a definição de Filosofia de G. E. Moore.
George Edward Moore
(4 de novembro de 1873 – 24 de outubro de 1958)
foi um importante e influente filósofo britânico.
5. Isso foi o que filósofos
como Platão,
Aristóteles, Descartes
e Kant fizeram.
6. Filosofia Analítica
Também se pergunta pelo
conhecimento, pela verdade,
pela existência.
A diferença entre FT e FA
não é de objeto, nem de
objetivo.
Não é o nome de uma posição
que possa ser simplesmente
aceita ou rejeitada, mas sim o
nome genérico do modo como a
filosofia é geralmente feita em
nossa época.
7. Filosofia Tradicional Filosofia Analítica
O que significa a palavra
conhecimento? Como a
usamos? ou Como elucidar o
O que é conhecimento? conceito de conhecimento?
(Procura ocupar-se da análise,
elucidação de certos conceitos
(=significados) mais gerais e
abstratos.)
Em que se distinguem o uso ( ou
o significado) da palavra
Como o conhecimento ‘conhecimento’ do uso (ou do
se distingue da opinião? significado) da palavra ‘opinião’?
/ Em que o conceito de
conhecimento se distingue do
conceito de opinião?
8. Conceitos como o tempo,
a verdade, o bem, a
liberdade, por serem
gerais e abstratos, existe
uma certa dificuldade de
elucidá-los de maneira
satisfatória, embora
saibamos, de certo modo,
implicitamente,
intuitivamente,
o que sejam.
“Cãimbra mental”
Wittgenstein.
Ou seja, não sabemos
definir com palavras...
9. Ludwig Joseph
Johann Wittgenstein
(26 de Abril de 1889 - 29 de Abril de 1951)
filósofo austríaco, naturalizado britânico,
foi um dos principais atores da virada linguística
na filosofia do século XX.
10. Wittgenstein compara a linguagem a
uma casa construída sob planos
determinados:
embora nós a habitemos, o edifício
como um todo, seu plano de
construção, não nos é consciente.
11. RIGOR METODOLÓGICO - que caracteriza a FA serve para
nos prevenir de cometermos erros ao raciocinar com palavras
ou conceitos abstratos.
Para isso, a FA concebe os problemas filosóficos
primeiramente como problemas de esclarecimento do sentido
de nossas expressões, de modo a assegurar que a
investigação não se perca, logo de início, em confusões
conceituais.
12. Uso não crítico da linguagem, na FT, é
a prova ontológica da existência de
Deus (Santo Anselmo):
Deus é definido como sendo o ser que
é pensado como o maior ou o mais
perfeito que podemos conceber: ele é
um ser infinito, onipotente, onisciente
etc.
Quem contesta a existência de Deus
deve ser capaz de pensar um ser que,
além de possuir todas as perfeições
mencionadas, também EXISTA.
Porém, isso contradiz a definição de
Deus como o mais perfeito dos seres, Anselmo de Cantuária
visto que se ele é absolutamente (1033/1034 - 21 de abril de 1109)
foi um influente teólogo e filósofo medieval
perfeito, então não podemos conceber italiano de origem normanda.
que Deus não exista.
13. Segundo Frege, essa prova é
incorreta e que sua falsidade se
deve a um uso inadequado do
conceito EXISTÊNCIA.
Nesse sentido, existência não é
uma propriedade (perfeição) das
coisas.
14. Friedrich Ludwig
Gottlob Frege
(8 de novembro de 1848 - 26 de julho de 1925)
foi um matemático, lógico e filósofo alemão.
15. Na FA, análise é uma
elucidação ou
esclarecimento
conceitual, de uma
descrição da estrutura
ou gramática lógica
de nossos conceitos.
16. Exemplo de G. E. Moore
Analisandum - (conceito) Irmão
Analisans - (elucidado através do seguinte conceito
ou combinação de conceitos) - pessoa do sexo
masculino e filho dos mesmos pais.
Observa-se que por meio do esclarecimento analítico
não é adicionado nada de novo àquilo que já
sabemos. O que a análise faz não é produzir novos
conhecimentos, mas apenas elucidar, explicitar, tornar
evidente o que já é sabido.
17. A FA deve se restringir ao esclarecimento
deste ou daquele conceito específico.
A FA deve ter como objetivo primeiro esclarecer as
relações lógicas ou convencionais vigentes entre os
conceitos mais fundamentais, gerais e abstratos de
nossa linguagem.
18. Ordem conceitual na FA
- O critério orientador de seu estabelecimento provém de uma
análise da estrutura lógica da linguagem significativa.
Toma-se como ponto de partida o conceito de frase, uma vez que é
só através da frase e não de suas palavras tomadas isoladamente,
que podemos dizer algo.
Alguns conceitos que a FA costuma colocar em primeiro lugar:
significado, conceito, nome, objeto, pensamento, fato, verdade,
existência... (p. 27)
20. 1. Filosofia da linguagem ideal
(Frege) - SEMÂNTICA
- métodos inspirados nas ciências
exatas - lógica matemática.
- Linguagem da lógica matemática ou
simbólica: (p.28). Frege, Betrand
Russell, o jovem Wittgenstein e os
positivistas Carnap e Quine.
21. Bertrand Arthur
William Russell
(18 de Maio de 1872 - 2 de Fevereiro de 1970)
foi um dos mais influentes matemáticos,
filósofos e lógicos que viveram no século XX.
22. Rudolf Carnap
(18 de maio de 1891 - 14 de setembro de Willard Van Orman Quine
1970) foi um influente filósofo alemão (25 de junho de 1908 - 25 de
que trabalhou na Europa central antes de dezembro de 2000), foi um dos mais
1935 e nos Estados Unidos influentes filósofos e lógicos norte-
posteriormente. Ele foi um dos principais americanos do século XX,
membros do Círculo de Viena e um considerado o maior filósofo analítico
eminente defensor do positivismo lógico. da segunda metade deste século.
23. Ex. O frango médio engorda
30 gramas por semana.
A soma do número de gramas
ganhos por cada um dos
frangos em uma semana,
dividida pelo número total de
frangos, resulta em uma média
de 30 gramas (p. 28-29).
- Traduz, geralmente com o auxílio de
tecnicismo lógico-matemáticos, frases de nossa
linguagem natural em outras que espelhem
mais adequadamente a estrutura lógica efetiva
de nossas expressões.
24. 2. Filosofia da linguagem ordinária
(G. E. Moore, Wittgenstein, a partir da década de 30, e
filósofos da “Escola de Oxford”: Ryle, Austin e Strawson) –
PRAGMÁTICA
- A Filosofia não deve, de maneira alguma, modificar o uso natural
ou ordinário de nossas expressões, forçando-o a adaptar-se a
pressupostos metafísicos sugeridos pela lógica matemática.
25. Para Wittgenstein, a filosofia “reconduz as
palavras de sua aplicação metafísica para a
sua aplicação cotidiana”; “ela deixa tudo
como está.”
- O filósofo analítico não deve deixar-se
orientar excessivamente pelos métodos
formais da lógica, pois isso o cega para o
significado ou uso efetivo de nossas
expressões, o único em que elas fazem
verdadeiramente sentido.
- Investigação esclarecedora dos modos de
uso, dos significados concretos das
expressões em nossa linguagem ordinária, a
qual serve como instância última de decisão.
26. CONCLUSÃO
Ambos os pontos de partida metodológicos (Filosofia da
linguagem ideal e da linguagem ordinária) não são, na prática,
necessariamente incompatíveis. Uma filosofia da linguagem
ideal que se deixe cegamente orientar por tecnicismos
lógico-matemáticos, sem levar em consideração os usos
efetivos das expressões, corre o risco de se transformar em
uma metafísica arbitrária e desconectada da realidade.
Já uma filosofia da linguagem ordinária que não abstraia
categorias independentes dos modos de expressão ordinários
corre o risco de se tornar algo próximo a uma lexografia, que,
inapta a distinguir o essencial, se perca na enumeração e
discussão de sutilezas de caráter meramente linguístico e
filosoficamente irrelevantes (p. 31 e 32).