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Uma perspectiva para o estudo da
 constituição da subjetividade
       Maria Cecília Góes



         Alessandra Rios
         Raquel Freitas
ESTUDOS
                             ETOLÓGICOS
              PESQUISAS
           COMPORTAMENTAIS


                            ESTUDOS
                         ETNOGRÁFICOS




                       ESTUDOS
                      GENÉTICOS




Análise Microgenética + Matriz histórico-cultural



          Estudo da SUBJETIVAÇÃO
Abordagem metodológica de construção de
dados, que requer:
 Atenção a detalhes

 Recorte de episódios interativos



   Relato minucioso dos acontecimentos *

* Uso de videogravação e transcrição.
ESTUDOS GENÉTICOS = buscam compreender os passos do
desenrolar das ações dos sujeitos e explicar suas construções e
transformações cognitivas.




                 Enfoque             Enfoque
               Psicogenético       Sociogenético




                                “Os processos humanos tem sua gênese
                                nas relações com o outro e com a cultura.”
   Para Vygostsky MÉTODO é ao mesmo tempo:
                      Pré-requisito e Produto
                Instrumento e Resultado do estudo



                  TESES FUNDAMENTAIS:
   Gênese das funções psicológicas = Relações Sociais

   Constituição do funcionamento humano é socialmente mediada

   O desenvolvimento abrange evoluções e Revoluções.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS:
   Dimensão histórica: passado-presente-futuro
   Relações dinâmico-causais
   Análise por unidades X Análise por elementos

“A tese da constituição cultural dos processos humanos, a visão de
desenvolvimento humano e a preocupação com dimensão histórica levaram
Vygotsky a abordar vários domínios genéticos: “



        Filogênese    Sociogênese    Ontogênese    Microgênese
Análise Microgenética:
“aquela envolve o acompanhamento minucioso da formação de um
processo detalhando ações de sujeitos e as relações
interpessoais, dentro de um curto espaço de tempo.”
                                                    (Wertsch, 1985)
“espécie de estudo longitudinal de curto-prazo”

“forma de identificar a passagem do funcionamento inter-subjetivo
para o intra-subjetivo.”

Destaca o exame de processos interativos (falas, movimentos)
E o exame de pistas de internalização
“As relações entre processos intersubjetivos e
         intrasubjetivos marcam esforços da investição em
         geral, principalmente em termos de domínio
         ONTOgenético.”




É um apontamento apropriado, mas não como critério
   diferencial suficiente do plano MICROgenético.
Análise Microgenética:
“aquela envolve o acompanhamento minuciosos da formação de um
processo detalhando ações de sujeitos e as relações
interpessoais, dentro de um curto espaço de tempo.”
                                                    (Wertsch, 1985)
“espécie de estudo longitudinal de curto-prazo”

“forma de identificar a passagem do funcionamento inter-subjetivo
para o intra-subjetivo.”

Exame de processos interativos (falas, movimentos)
Exame de pistas de internalização
“Não há critérios postos quanto a recortes temporais
             para a configuração de uma análise microgenética”




O plano é MICROgenético por ser orientado para minúcias
indiciais, daí resulta a necessidade de recortes num tempo
                   que tende a ser restrito.
“As ressalvas feitas a Wertsch devem-
 se, assim, ao fato de que, em sua definição, a
 duração e a transição genética são
 salientadas, enquanto fica apenas subentendido
 o vinculo fundamental com o exame das
 minúcias         e        das        dimensões
 semiótica, histórica e cultural.”

Mas chama a atenção pois Wertsch tem guiado
um grande número de pesquisas.
Rojo (1997) discute forma de estudo minucioso e distingue 3
   orientações:
Cognitivista – focaliza plano intra-pessoal
Interacionista – examina relações interpessoais e o jodo
conversacional como condição para a formação do funcionamento
intra-pessoal
 Perspectiva Enunciativo-discursiva: privilegia a relação dialógica, e
relaciona interação, discurso e conhecimento.
Perspectiva Enunciativo-Discursiva
Mais próxima da corrente histórico-cultural

   Contribuições da análise do discurso e/ou teoria da
    enunciação
   Análise de minúcias e indícios dos acontecimentos
    inter-subjetivos
   Análise dos fluxos das enunciações
   Ênfase nas práticas sociais
   Foco nos processos de subjetivação nas praticas sociais

   Ênfase na dimensão semiótica e intersubjetiva
   Caráter mais compreensivo-interpretativo
Paradigma Indiciário-semiótico:
 Saber que se constrói sobre indícios: como os
  signos na perspectiva semiótica
 Esse paradigma “emergiu silenciosamente no
  ambito das ciências humanas”.
 Ginzburg critica o desprezo da ciência moderna
  pelo individual. Valoriza o singular, mas sem
  esquecer a relação com o contexto e condições
  macrossociais.
 Ex: CID-10 (pag.719)
“Ao abordar as perspectivas que privilegiam os
aspectos semióticos ou os discursivos, não estou
sugerindo que se trata simplesmente de somá-
las, mesmo porque elas apresentam suas
especificidades, embora as categorias signo e
discurso se inter-relacionem, não se equivalem”
Apresenta uma caracterização de Análise Microgenética
mais detalhada que a de Wertsch:
   Forma de conhecer orientada para minúcias, detalhes
    e ocorrências residuais.
   Centrada na intersubjetividade
   Centrada no funcionamento enunciativo-discursivo
    dos sujeitos
   Guiada por uma visão indicial e interpretativo-
    conjectural
   Vygotsky não fez referencia a todas as
    características apresentadas pela autora e
    outros autores atuais.
   “Mas é preciso reconhecer que é de sua obra
    que se desdobram essas novas possibilidades e
    que nela pode-se ler o propósito talvez mais
    característico dessa ánalise: construir uma
    micro-história de processos, interpretável
    somente numa perspectiva semiótica e numa
    remissão a condições mais amplas de cultura e
    da história."

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Abordagem microgenética na matriz histórico cultural

  • 1. Uma perspectiva para o estudo da constituição da subjetividade Maria Cecília Góes Alessandra Rios Raquel Freitas
  • 2. ESTUDOS ETOLÓGICOS PESQUISAS COMPORTAMENTAIS ESTUDOS ETNOGRÁFICOS ESTUDOS GENÉTICOS Análise Microgenética + Matriz histórico-cultural Estudo da SUBJETIVAÇÃO
  • 3. Abordagem metodológica de construção de dados, que requer:  Atenção a detalhes  Recorte de episódios interativos  Relato minucioso dos acontecimentos * * Uso de videogravação e transcrição.
  • 4. ESTUDOS GENÉTICOS = buscam compreender os passos do desenrolar das ações dos sujeitos e explicar suas construções e transformações cognitivas. Enfoque Enfoque Psicogenético Sociogenético “Os processos humanos tem sua gênese nas relações com o outro e com a cultura.”
  • 5. Para Vygostsky MÉTODO é ao mesmo tempo: Pré-requisito e Produto Instrumento e Resultado do estudo TESES FUNDAMENTAIS:  Gênese das funções psicológicas = Relações Sociais  Constituição do funcionamento humano é socialmente mediada  O desenvolvimento abrange evoluções e Revoluções.
  • 6. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS:  Dimensão histórica: passado-presente-futuro  Relações dinâmico-causais  Análise por unidades X Análise por elementos “A tese da constituição cultural dos processos humanos, a visão de desenvolvimento humano e a preocupação com dimensão histórica levaram Vygotsky a abordar vários domínios genéticos: “ Filogênese Sociogênese Ontogênese Microgênese
  • 7. Análise Microgenética: “aquela envolve o acompanhamento minucioso da formação de um processo detalhando ações de sujeitos e as relações interpessoais, dentro de um curto espaço de tempo.” (Wertsch, 1985) “espécie de estudo longitudinal de curto-prazo” “forma de identificar a passagem do funcionamento inter-subjetivo para o intra-subjetivo.” Destaca o exame de processos interativos (falas, movimentos) E o exame de pistas de internalização
  • 8. “As relações entre processos intersubjetivos e intrasubjetivos marcam esforços da investição em geral, principalmente em termos de domínio ONTOgenético.” É um apontamento apropriado, mas não como critério diferencial suficiente do plano MICROgenético.
  • 9. Análise Microgenética: “aquela envolve o acompanhamento minuciosos da formação de um processo detalhando ações de sujeitos e as relações interpessoais, dentro de um curto espaço de tempo.” (Wertsch, 1985) “espécie de estudo longitudinal de curto-prazo” “forma de identificar a passagem do funcionamento inter-subjetivo para o intra-subjetivo.” Exame de processos interativos (falas, movimentos) Exame de pistas de internalização
  • 10. “Não há critérios postos quanto a recortes temporais para a configuração de uma análise microgenética” O plano é MICROgenético por ser orientado para minúcias indiciais, daí resulta a necessidade de recortes num tempo que tende a ser restrito.
  • 11. “As ressalvas feitas a Wertsch devem- se, assim, ao fato de que, em sua definição, a duração e a transição genética são salientadas, enquanto fica apenas subentendido o vinculo fundamental com o exame das minúcias e das dimensões semiótica, histórica e cultural.” Mas chama a atenção pois Wertsch tem guiado um grande número de pesquisas.
  • 12. Rojo (1997) discute forma de estudo minucioso e distingue 3 orientações: Cognitivista – focaliza plano intra-pessoal Interacionista – examina relações interpessoais e o jodo conversacional como condição para a formação do funcionamento intra-pessoal Perspectiva Enunciativo-discursiva: privilegia a relação dialógica, e relaciona interação, discurso e conhecimento.
  • 13. Perspectiva Enunciativo-Discursiva Mais próxima da corrente histórico-cultural  Contribuições da análise do discurso e/ou teoria da enunciação  Análise de minúcias e indícios dos acontecimentos inter-subjetivos  Análise dos fluxos das enunciações  Ênfase nas práticas sociais  Foco nos processos de subjetivação nas praticas sociais  Ênfase na dimensão semiótica e intersubjetiva  Caráter mais compreensivo-interpretativo
  • 14. Paradigma Indiciário-semiótico:  Saber que se constrói sobre indícios: como os signos na perspectiva semiótica  Esse paradigma “emergiu silenciosamente no ambito das ciências humanas”.  Ginzburg critica o desprezo da ciência moderna pelo individual. Valoriza o singular, mas sem esquecer a relação com o contexto e condições macrossociais.  Ex: CID-10 (pag.719)
  • 15. “Ao abordar as perspectivas que privilegiam os aspectos semióticos ou os discursivos, não estou sugerindo que se trata simplesmente de somá- las, mesmo porque elas apresentam suas especificidades, embora as categorias signo e discurso se inter-relacionem, não se equivalem”
  • 16. Apresenta uma caracterização de Análise Microgenética mais detalhada que a de Wertsch:  Forma de conhecer orientada para minúcias, detalhes e ocorrências residuais.  Centrada na intersubjetividade  Centrada no funcionamento enunciativo-discursivo dos sujeitos  Guiada por uma visão indicial e interpretativo- conjectural
  • 17. Vygotsky não fez referencia a todas as características apresentadas pela autora e outros autores atuais.  “Mas é preciso reconhecer que é de sua obra que se desdobram essas novas possibilidades e que nela pode-se ler o propósito talvez mais característico dessa ánalise: construir uma micro-história de processos, interpretável somente numa perspectiva semiótica e numa remissão a condições mais amplas de cultura e da história."